Vicente Amigo
Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (Lisboa) 28/10/2006
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Confesso que embora já conhecesse de nome e de disco este guitarrista andaluz (de bela cidade de Córdoba) e o seu virtuosismo na guitarra fosse tudo menos desconhecido, quando ouvi os primeiros acordes de guitarra nas mãos deste homem não estava preparado para tamanho exercício de virtuosismo e de paixão… Um verdadeiro fenómeno! Um guitarrista de excepção. Não é à toa que lhe chamam o sucessor de Paco de Lucia, e só ao vivo nos apercebemos verdadeiramente porquê! Entrou sozinho em palco com a sua guitarra e em poucos minutos levou um CCB repleto ao rubro, aplaudindo entusiasticamente este fabuloso guitarrista de flamenco que, no entanto, tem uma linguagem musical de tal forma abrangente que nem é preciso gostar-se de flamenco para apreciar as suas infindáveis qualidades. Pleno de emoção nas suas interpretações, tão depressa nos comove com os seus rendilhados andaluzes (de tal forma ricos que por vezes parece que ouvimos várias guitarras em simultâneo) como nos arranca gritos de olé! quando faz trinar a guitarra com garra e pujança ou a usa para marcar o ritmo arrebatador do flamenco. Bem acompanhado por José Manuel Posada no baixo, Fidel Cordero nas teclas, Patrício Câmara e Paquito nas percussões e José Manuel Hierro na segunda guitarra (deve ser terrível tocar guitarra ao lado deste homem…) ouvimos ainda as vozes e as palmas a marcar o ritmo de Patrício Câmara e Blas Córdoba (um boa voz), num concerto fantástico onde Vicente Amigo dominou por completo as atenções deixando-nos completamente rendidos ao seu enorme talento e sensibilidade. O concerto terminou em apoteose com o público a exigir de pé e em pleno alvoroço o encore que só não prosseguiu para o segundo porque o acender das luzes arrefeceu os ânimos aquecidos pelos ritmos andaluzes (e porque o próprio artista confessou estar mortinho por ir beber uma cervezita). Olé hombre!...
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