domingo, 30 de novembro de 2008

Chocolate em Lisboa



Maria João & Mário Laginha - Chocolate
Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (Lisboa)
6ª feira, 5 de Dezembro, 21.00h

Depois do Porto e de Coimbra é a vez de Lisboa provar este magnífico chocolate que nos é oferecido pelo mais aclamado duo de jazz nacional: Maria João e Mário Laginha.
Com eles vão subir ao palco do CCB Bernardo Moreira, no contrabaixo, Alexandre Frazão na bateria e o britânico Julian Argüelles no saxofone.
Este novo trabalho surge em jeito de comemoração dos 25 anos de carreira de Maria João. Nele foi recuperada a mesma formação instrumental de 1983, embora se mantenham apenas dois dos intervenientes do quinteto Maria João: a voz, naturalmente, e o piano de Mário Laginha. Entre os temas originais presentes no disco, com letras de Maria João e música de Laginha, contam-se também alguns standards, completando-se deste modo a ponte com a gravação de 1983

Maria João & Mário Laginha - I've Grown Accustomed to His Face

Rituais na Aula Magna


Nicola Conte Jazz Combo

Sexta Feira, 5 de Dezembro, Aula Magna (Lisboa), 21.30h
Sábado, 6 de Dezembro, Centro Artes e Espectáculos São Mamede (Guimarães), 23.00h

O multi-facetado compositor italiano Nicola Conte apresenta o seu novo álbum Rituals, a 5 de Dezembro, na Aula Magna de Lisboa.
Como qualquer músico profissional (com um passado ligado à música electrónica e ao acid-jazz), Nicola Conte é um coleccionador inveterado de discos de raridades em vinil que lhe permitem encontrar novos projectos e sonoridades.
Para o álbum Other Directions foi buscar referências ao jazz dos anos 50 e 60, época em que este género musical se começou a soltar das fórmulas clássicas das big bands norte-americanas.
Natural da cidade italiana de Bari, Conte foi durante algum tempo DJ no colectivo artístico Fez, espaço que lhe permitiu apurar o gosto pelo acid-jazz de Paolo Achenza Trio, Quintetto X, Fez Combo ou Intensive Jazz Sextet.
As pistas de dança foram o território onde Nicola Conte se sentiu mais confortável (explorando também a bossa nova e outros ritmos latinos e afro-americanos), embora, como estudante de música clássica, se tenha sentido sempre atraído pelas atmosferas densas do jazz.

Nicola Conte - Like Leaves In The Wind

Glenn Miller Orchestra



Glenn Miller Orchestra
5ª feira, 4 de Dezembro, 21.00h, CCB (Lisboa)
Sábado, 6 de Dezembro, 21.30h, Teatro Micaelense (Ponta Delgada)

A mais famosa Ghost Band do mundo visita Portugal.
Em 1944, o avião onde Glenn Miller viajava, ao serviço do exército norte-americano, despenhou-se e o corpo do músico nunca chegou a ser encontrado. Miller não pode assim acompanhar a longa carreira da orquestra que tinha formado poucos anos antes. Passaram mais de 60 anos desde o desaparecimento de Miller, e o mundo não o esqueceu. Como poderia? A Glenn Miller Orchestra continua a encantar tudo e todos com grandes sucessos como Moonlight Serenade, In The Mood, Tuxedo Junction ou Chattanooga Choo Choo. O trombonista Larry O’Brien dirige cerca de 20 jovens e talentosos músicos e cantores nesta big band que em duas horas de espectáculo, como num estalar de dedos, nos faz recuar até aos anos trinta.
Depois da Count Basie Orchestra é a vez da Glenn Miller Orchestra visitar Portugal para dois concertos, em Lisboa e Ponta Delgada.

Glenn Miller Orchestra - In The Mood


Glenn Miller Orchestra - Chattanooga Choo Choo
com Dorothy Dandridge & The Nicholas Brothers

Pedro Jóia e Orquestra de Câmara Meridional



Pedro Jóia e Orquestra de Câmara Meridional
Casa da Música (Porto)- Sala Suggia
Quarta-feira, 3 de Dezembro, 22.00h

A herança da guitarra portuguesa e dos seus principais intérpretes tem dado origem a reinterpretações virtuosas pelas mãos de Pedro Jóia, um dos mais notáveis guitarristas portugueses. Primeiro foi Carlos Paredes, e agora é a obra de Armando Augusto Freire (Armandinho) que renasce na guitarra clássica em novos arranjos surpreendentes. A excelência do álbum À Espera de Armandinho foi confirmada recentemente ao merecer o Prémio Carlos Paredes 2008, atribuído pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira para o melhor álbum instrumental de música não erudita feito por portugueses.

Com cinco discos editados em nome próprio, Pedro Jóia regressou em 2007 de um período de quatro anos no Rio de Janeiro, onde colaborou com nomes como Ney Matogrosso, Simone, Zeca Baleiro e Elba Ramalho.

Nesta apresentação no Porto Pedro Jóia vai estar acompanhado pela Orquestra de Câmara Meridional, o que aumenta a curiosidade e as expectativas, face à excelência do trabalho já evidenciado por este grande guitarrista português.

Pedro Jóia e Vicky - Ao vivo no Teatro da Trindade em Lisboa


Pedro Jóia e Ney Matogrosso - Porta do Silêncio

Agenda Semanal, 1 a 7 de Dezembro



3ª feira, 2 de Dezembro
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Big Band Reunion

4ª feira, 3 de Dezembro
17.30h - Estação de Metro do Jardim Zoológico (Lisboa) - Trio Bossa Nova
22.00h – Casa da Música (Porto) - Pedro Jóia e Orquestra de Câmara Meridional
23.00h – Ondajazz (Lisboa) – Triângulo

5ª feira, 4 de Dezembro
19.00h – CCB (Lisboa) - Ivo de Greef (tributo Keith Jarrett)
21.00h – CCB (Lisboa) – Glenn Miller Orchestra
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Albert Bover Trio
23.00h – Ondajazz (Lisboa) - André Santos & Quinteto Alegoria de Viver

6ª feira, 5 de Dezembro
21.00h – CCB (Lisboa) – Maria João & Mário Laginha
21.00h – CCB (Lisboa) – Mariano Deidda canta Pessoa
21.30h – Aula Magna (Lisboa) - Nicola Conte Jazz Combo + José James
21.30h – Culturgest (Lisboa) - Carlos Zíngaro
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Albert Bover Trio
23.00h – Zé dos Bois (Lisboa) - Dazkarieh
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – Júlio Resende “da Alma”

Sábado, 6 de Dezembro
21.30h – Jazz ao Norte (Matosinhos) - Samuel Quinto
21.30h – Teatro Micaelense (Ponta Delgada) - Glenn Miller Orchestra
22.30h – Salão Brazil (Coimbra) – La Chanson Noire
23.00h – Centro Artes e Espectáculos São Mamede (Guimarães) - Nicola Conte Jazz Combo + José James
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Albert Bover Trio
23.00h – Ondajazz (Lisboa) - Filipa Ruas and the Shortcuts

Domingo, 7 de Dezembro
21.00h – CCB (Lisboa) – Amélia Muge e convidados
22.00h – Centro de Congressos do Estoril – Natacha Atlas

Bruxelas continua à chuva...



Aqui fica uma nova versão do tema clássico de Paquito d'Rivera, originalmente incluído no seu disco "Why Not?" (CBS, 1984). Uma homenagem deste extraordinário saxofonista e clarinetista cubano ao mítico guitarrista Django Reinhardt e ao seu parceiro belga Jean Baptiste "Toots" Thielemans.
Esta versão foi extraída do disco "Paquito d'Rivera, The Clarinetist, Volume One" editado em 2001 pela Peregrina Music. Conta com Paquito d'Rivera no clarinete, Niels-Henning Örsted-Pedersen no contrabaixo, Wolfgang Haffner na bateria, Frank Chastenier no piano, Pernel Saturino na percussão e ainda com a European Art Orchestra dirigida por Pablo Zinger. As fotos de Bruxelas são da autoria de dois fotógrafos: o inglês Adrian Reilly e o neo-zelandês Damon Lynch.Podem vê-las em http://www.pbase.com/mescaleroman/brussels_devoid_of_colour
http://www.pbase.com/dflynch/brussels

Paquito d'Rivera - Brussels in the Rain

sábado, 29 de novembro de 2008

Recomeçando um Final



Já em tempos deixei aqui breves notas sobre um magnífico disco do saxofonista norueguês Trygve Seim editado em 2004 pela ECM e designado Sangam. Esta reunião de músicos e influências de que Seim foi anfitrião, juntou ao seu saxofone o saxofone baixo e clarinete baixo de Nils Jansen, os clarinetes de Havard Lund, o trompete de Arve Henriksen, a trompa francesa de Tone Reichelt, a tuba de Lars Andreas Haug, o acordeão de Frode Haltli, o violoncelo de Morten Hannisdal, a bateria de Per Oddvar Johansen, os trombones de Oyvind Braeke e Helge Sunde e ainda um ensemble de cordas dirigido por Christian Eggen, O resultado é uma feliz confluência de géneros e estilos, do jazz à world music passando pela composição contemporânea, num dos mais belos e profundos momentos protagonizados pelo extraordinário jazz norueguês nos últimos anos.
Deixo-nos então com o novo vídeo de Beginning an Ending, de Trygve Seim, com belas fotos da Noruega da autoria do inglês Dave Wittenberg. Podem vê-las em http://www.pbase.com/davewit/norway_bw.

Trygve Seim - Begining an Ending

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Declaração de Amor



Jonas Knutsson e Johan Norberg
Cow Cow: Norrland II
ACT, 2005

Uma declaração de amor à sua terra natal. É a forma como poderemos descrever o conteúdo deste disco, de pura e simples beleza. A terra em questão é a Lapónia, no norte da Escandinávia, e os autores desta homenagem são os suecos Jonas Knutsson e Johan Norberg.
O primeiro é um extraordinário saxofonista cujo timbre melódico e o lirismo do seu fraseado evocam de imediato Jan Garbarek. Com o experiente saxofonista norueguês Knutsson partilha ainda a inspiração no folclore nórdico que sabe trazer com enorme propriedade para o seu repertório. Trabalhou com a cantora folk Lena Willemark e colaborou com os grupos de jazz suecos Enteli e Nordan, mas foi em duo com a guitarra de Johan Norberg que ganhou maior projecção internacional, neste projecto Norrland que vai já no terceiro disco, todos com a chancela da alemã ACT.
Norberg é um dos mais conceituados guitarristas de folk e world music da Escandinávia. Durante 17 anos colaborou com o trombonista Nils Landgren no duo Chapter Two.
Juntaram-se em 1999 e criaram um som único que funde de modo original, criativo e profundamente intimista o folclore escandinavo com o jazz. O primeiro disco do duo surge apenas em 2004 e foi denominado Norrland, literalmente as terras do norte. Seguiu-se em 2005 este Cow Cow: Norrland II, continuação do projecto que deve o seu nome a um quadro do pintor bávaro Bernd Zimmer, do ciclo Neue Wilde, reproduzido na capa. Já em 2008 editaram Skaren: Norrland III, em que se juntam ao duo o contrabaixo de Eva Kruse e as vozes do quarteto Kraja, constituído por Eva e Lisa Lestander, Frida Johansson e Linnea Nilsson. Sempre em busca da autenticidade da música tradicional do povo Sami e do norte da Escandinávia.
Este Cow Cow: Norrland II é uma viagem pelas belas paisagens do Norte, através de um diálogo íntimo entre os dois instrumentos: a guitarra e o saxofone. Melódica, profunda, muito bela e sobretudo com uma aparente e cativante simplicidade, é uma viagem envolvente e extremamente gratificante para o ouvinte. Ouvem-se ecos do folclore da região por entre as montanhas cobertas de neve e os lagos gelados da Lapónia. Sentem-se laivos de jazz nos elaborados solos protagonizados pelo duo. Um disco que transmite uma atmosfera de bem-estar, de beleza, de puro deleite para quem o ouve, sem nunca cair nos facilitismos da música new age. Aqui tudo é autêntico, desde o talento dos músicos até às paisagens geladas do norte escandinavo, sem esquecer os ritmos contagiantes das gentes que povoam estas terras frias há múltiplas gerações.
Um jazz soft, no bom sentido, que pode ser desfrutado por todos, iniciados ou não na escola de Monk.
E uma enorme prova de vitalidade do jazz sueco e nórdico. Ainda e sempre na vanguarda do que melhor se produz no género, no continente europeu. Marcante e original. Verdadeiramente exemplar.
Aqui fica um vídeo do tema de abertura do disco, Klappmark, um original do duo dedicado a uma aldeia homónima da Lapónia sueca e às suas gentes. Como não podia deixar de ser as fotos que acompanham o tema são da Lapónia e da autoria do norueguês Arthur van Riet. Podem vê-las em http://www.pbase.com/tuur10d/lapland_zomer_2004

Jonas Knutsson & Johan Norberg - Klappmark

domingo, 23 de novembro de 2008

Júlio Resende Quarteto na Casa da Música



Sexta-feira, 28 Novembro 2008
22:00, Sala 2 Casa da Música (Porto)
Júlio Resende Quarteto

Um ano depois de lançar o seu primeiro álbum pela Clean Feed, Da Alma, o pianista Júlio Resende sobe ao palco da Sala 2 da Casa da Música, acompanhado pelo seu quarteto, formado inteiramente por músicos jovens, Júlio Resende no piano, Zé Pedro Coelho nos saxofones, João Custódio no contrabaixo e João Rijo na bateria.
Esta é seguramente uma das mais promissoras formações surgidas nos últimos anos no país, com uma abordagem criativa e aberta ao universo do jazz, com pés assentes na tradição e os olhos voltados para a modernidade.

Júlio Resende Quarteto - Deep Blues


Júlio Resende Quarteto - Wise Up

Chocolate em Coimbra



Maria João & Mário Laginha - Chocolate
3ª Feira, 25 de Novembro, 21.30h
Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra)

O mais reputado duo do jazz nacional prossegue o périplo pelas salas portuguesas de apresentação do seu mais recente trabalho, o álbum Chocolate. Depois da Casa da Música no Porto e antes do Centro Cultural de Belém em Lisboa (a 5 de Dezembro), é a vez do Teatro Académico Gil Vicente receber a visita de Maria João e Mário Laginha, acompanhados de Julian Argüelles no saxofone, Bernardo Moreira no contrabaixo e Alexandre Frazão na bateria.
Um concerto a não perder!
Em jeito de aperitivo aqui fico o mais novo vídeo do duo, do tema I've Grown Accustomed to His Face, extraído do álbum Chocolate (Universal, 2008).

Maria João & Mário Laginha - I've Grown Accustomed to His Face

Agenda Semanal, 24 a 30 de Novembro


2ª feira, 24 de Novembro
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Quarteto de Paulo Grilo

3ª feira, 25 de Novembro
21.30h – Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra) – Maria João e Mário Laginha
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Big Band Reunion
23.00h – Espaço Celeiros (Évora) – Terças Jazz
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Catman & Friends Play The Blues

4ª feira, 26 de Novembro
18.30h – FNAC Vasco da Gama (Lisboa) – Maria Alice
19.30h – Trem Azul (Lisboa) – Luís Lopes
21.30h – Jazz ao Norte (Porto) – Trio Pedro Madaleno
21.30h – Casa da Música (Porto) - HARMOS Festival
22.00h – FNAC (Coimbra) – Maria João e Mário Laginha
22.00h – Teatro Municipal da Guarda – Melech Mechaya
22.00h – São Jorge (Lisboa) – Cesária Évora
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Triângulo
22.30h – Parágrafo (Almada) – Flow
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Carl Nevitt Trio

5ª feira, 27 de Novembro
19.00h - Espaço APAV & Cultura (Lisboa) - Rodrigo Amado & Miguel Mira & Gabriel Ferrandini
21.00h – Aula Magna (Lisboa) – Gatham Brothers
21.30h – CCC Caldas Rainha – 4 corners
22.00h – FNAC Santa Catarina (Porto) – Maria João e Mário Laginha
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Paula Sousa Quinteto
23.00h – Ondajazz (Lisboa) - Rui Caetano Trio
23.00h – Zé dos Bois (Lisboa) - Tora Tora Big Band
23.00h - Glory's Bar (Ovar) - Trio Michaël Maia
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Zoey Jones Trio

6ª feira, 28 de Novembro
18.00h – FNAC Alfragide (Amadora) – Maria Alice
18.00h – Fnac Vasco da Gama (Lisboa) – Afonso Pais Trio
18.30h – FNAC Cascais – Luís Represas
20.00h – São Jorge (Lisboa) - André Fernandes 5teto (Festival Lisboa Mistura)
20.00h – São Jorge (Lisboa) - Marta Hugon (Festival Lisboa Mistura)
21.30h - Teatro Lethes (Faro) - Trio Maria Viana
21.30h – Culturgest (Lisboa) – 4 corners
22.00h – FNAC Cascais – Maria João e Mário Laginha
22.00h – Malaposta (Odivelas) - Yeti Project Jazz
22.00h – Casa da Música (Porto) - Júlio Resende Quarteto
22.30h – Fnac Chiado (Lisboa) – Afonso Pais Trio
23.00h – Fnac Colombo (Lisboa) – Luís Represas
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Paula Sousa Quinteto
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – Couleur Café

Sábado, 29 de Novembro
21.30h – Casa das Artes (Famalicão) – Tito Paris
21.30h – Centro de Artes e Espectáculos de Portalere – 4 corners
23.00h – Alla Scalla (Braga) - Budda Power Blues
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Paula Sousa Quinteto
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – Múcio Sá Trio
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Messias & The CrossRoads Blues Band

Domingo, 30 de Novembro
22.00h – Crew Hassan (Lisboa) – Jazz na Crew
22.00h – Casa da Música (Porto) – 4 corners
22.00h – Ondajazz (Lisboa) – Noite de Fusão
23.00h – Alla Scalla (Braga) - Budda Power Blues
23.00h – Tertúlia Castelense (Maia) - AP Quarteto
00.00h – Music Box (Lisboa) - Big Band & Friends

sábado, 22 de novembro de 2008

Yaron Herman Trio no CCB



Yaron Herman Trio
21 de Novembro de 2008, 21.00h
Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém
****,5

Afirmar que Yaron Herman é um fenómeno, é hoje um lugar comum. De facto atingir o nível técnico apresentado por este israelita, de apenas 27 anos, em tão pouco tempo, é no mínimo invulgar, sobretudo se considerarmos o facto de Herman tocar piano há apenas 11 anos.
Mas, mais do que as suas precoces habilidades no teclado, o que impressiona em Herman é a sua notável capacidade para inovar, para criar algo de fresco e pessoal naquilo que toca. Isso, no jazz, é ainda mais raro atingir aos 27 anos (por vezes leva-se uma vida inteira sem o conseguir…).
Pode dizer-se que Herman se insere numa estética a que, por vezes, se chama o jazz-pop (expressão que não gosto particularmente mas que, à falta de outra melhor, me forço a usar), corrente que já atraiu músicos como Brad Mehldau (sobretudo no álbum Largo), os suecos do Esbjörn Svensson Trio, o trio norte-americano The Bad Plus (com Ethan Iverson ao piano) ou os alemães do Trio Elf (com Walter Lang ao piano).
Mas se adaptar Toxic de Britney Spears ao jazz (aliás, brilhantemente) ou Message in a Bottle dos Police é uma ousadia a que outros já se permitiram, através de adaptações de temas dos Queen, dos Radiohead, de Björk (Herman inclui também no seu último disco uma versão de Army of Me) ou até dos Blondie, já a forma como essa adaptação é feita e sobretudo a diversidade de fontes de que bebe este trabalho em trio, não é tão comum.
Na verdade Yaron Herman não se limita a capturar a energia do pop e a armazená-la em potentes versões jazzísticas de temas que fizeram as delícias dos tops de vendas, por esse mundo fora. Vai muito mais longe, cristalizando, numa sucessão rica e diversa de temas, outras influências colhidas ao longo da sua formação musical e que vão desde a música barroca ao simbolismo russo (há uma deliciosa versão do Prelúdio Nº 2 em Si Bemol Maior, Opus 35, de Alexander Scriabine no disco “A Time For Everything”) e desde o impressionismo francês ao minimalismo de Stockhausen (este já traduzido para o jazz por músicos como o próprio filho do compositor alemão, o trompetista Marcus Stockhausen, ou o suíço Nik Bartsch). Nem as fontes populares ficaram esquecidas com o inevitável blues e a música tradicional do médio oriente a marcarem presença, aproximando-se neste particular da obra do seu compatriota Avishai Cohen.
O trabalho de Herman é assim de uma riqueza e diversidade estonteantes.
O que poderá contudo constituir a única crítica a apontar-lhe. A obra surge algo dispersa. Manifestação inequívoca de uma ânsia de mostrar conhecimentos, facilmente justificável à luz dos seus 27 anos de idade.
Todos os males fossem esse.


Yaron Herman Trio
A Time For Everything
Laborie Records, 2007

Mas esta viagem musical não foi solitária. A acompanhar Herman estiveram o contrabaixista Matt Brewer e o baterista Thomas Crane (substituto na apresentação ao vivo de Gerald Cleaver, que gravou o disco).
Matt Brewer é um jovem contrabaixista norte-americano (tem apenas 25 anos) de enorme classe. Manifestou um virtuosismo de grande sobriedade, que por vezes contrastou com a exuberância interpretativa de Herman e Crane, mas que contribuiu decisivamente para a solidez e coerência musical do projecto. De uma fluência e criatividade invejáveis nos solos, soube contudo contrapor-lhes o rigor na assumpção das tarefas rítmicas do trio, sobretudo quando os focos estavam apontados para os seus colegas de palco. Uma exibição notável. Apenas lhe posso apontar o menor acerto na escolha de um instrumento de pequena dimensão. Se é certo que andar a correr mundo com um contrabaixo às costas não deve ser tarefa fácil (a avaliar pelo tratamento habitualmente dado à bagagem comum nos aeroportos, de dimensões liliputianas face ao mastodôntico contrabaixo, deve até ser muito difícil…) não posso ainda assim deixar de referir que o uso de um instrumento dotado de uma caixa de ar de outra envergadura traria benefícios óbvios à apresentação, designadamente nos momentos de maior explosão rítmica, que foram muitos.
Já Crane mostrou trabalho menos regular. Se por um lado se assumiu como o verdadeiro motor do trio, quando era preciso injectar adrenalina na apresentação, já nos momentos menos enérgicos não conseguiu manter esse nível, com algumas limitações criativas no que respeita às estéticas texturais, por vezes exigidas pela diversidade do repertório. Diria que neste projecto se impunham dois bateristas: Crane para as versões pop e Gerald Cleaver para as outras, manifestando este último, no disco, uma riqueza, um detalhe e uma subtileza criativa de outra envergadura.
Finalizo com um lamento dedicado ao som do Pequeno Auditório do CCB. Pareceu-me pouco acertada a opção pelos tons suaves e polidos de um concerto de câmara. Quase soaram nasalados.
Uma obra desta amplitude rítmica carecia de algumas arestas vivas, que acentuassem os contornos explosivos por vezes extraídos pelos músicos dos seus instrumentos. Ainda para mais apresentando-se o trio em versão exclusivamente acústica, abdicando dos efeitos sonoros adicionados no disco por Jean Pierre Taleb.
Uma situação a rever.
Ver videos de Yaron Herman
Aqui fica um tema deste álbum e deste concerto, o clássico "In The Wee Small Hours of the Morning" da autoria de Bob Hilliard e David Mann, popularizado por Frank Sinatra. As fotos são da austríaca Claudia Schweizer. Podem ver o seu trabalho em http://www.pbase.com/c_schweizer/night_variations.

Yaron Herman Trio - In The Wee Small Hours oF The Morning

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Scattering Poems, por E. E. Cummings



Julia Hülsmann e Rebekka Bakken
Scattering Poems
ACT 2003

Nascida em Bona, em 1968, Hülsmann estudou na Academia de Artes de Berlim com mestres como Walter Norris, Aki Takase e David Friedman. Estudou ainda em Nova Iorque com Maria Schneider, Richie Beirach, Gil Goldstein e Jane Ira Bloom. Depois de passar pela Orquestra Nacional da Juventude alemã, sob a direcção de Peter Herbolzheimer, passou por diversos projectos de Big Bands de jazz, de fusão e até de pop, antes de formar o seu trio de jazz em 1997, um dos mais subtis e distintos do panorana actual do jazz alemão.
Rebekka Bakken nasceu em Oslo dois anos depois. A sua carreira começou como vocalista de grupos de rock e funk. Em 1995 mudou-se para Nova Iorque onde tentou a sorte como cantora rock. Mas só a encontraria em 1998 quando iniciou uma frutuosa colaboração com o guitarrista Wolfgang Muthspiel. A sua voz evoca nomes como Joni Mitchell e Sidsel Endresen e acabou por conquistar um lugar entre as mais populares cantoras de jazz da actualidade.
Este trabalho preconiza uma visita à poesia do poeta, pintor, ensaísta e dramaturgo norte-americano E.E. Cummings. Segundo Hülsmann a sua poesia é possuidora de uma tal riqueza pictórica e rítmica que a música como que brota naturalmente dos seus versos. Foi pois com naturalidade que musicou oito poemas de Cummings aos quais juntou mais dois temas: uma versão instrumental de A Thousand Years de Sting e um cover do tema "Same Girl" de Randy Newman.
A acompanhá-la estão Marc Muellbauer no contrabaixo, Heinrich Köbberling e Rainer Winch na bateria.
Este é um jazz eminentemente feminino. Poético, suave, por vezes com um lirismo comovente. As melodias brotam fluentemente do piano de Hülsmann para a voz expressiva de Rebekka Bakken as interpretar com requinte.
Mas não pensem que se trata de um trabalho saudosista, embebido dos maneirismos tradicionais do jazz vocal. Longe disso. A tradição para Júlia Hülsmann reside no profundo respeito pela melodia. Mas o modo como a trata é verdadeiramente original e contemporâneo. Devedor tanto do universo erudito de Ravel como do popular de Monk ou Hancock.
Uma obra madura que afirma as suas protagonistas como figuras maiores do jazz europeu contemporâneo.
Deixo-vos com um vídeo do tema Love Is More Thicker Than Forget, um dos mais belos temas do disco e uma sentida homenagem ao amor, nas suas diversas variantes, pelos versos de E. E. Cummings, pela música de Júlia Hülsmann e pela voz de Rebekka Bakken, mas também pela objectiva de dez fotógrafos, das mais variadas proveniências: Shutternutz, Vikas, Phil M, Marcav, Zenmatt, Jim Larkin, SimplePhotography, Glen Sansoucie, Faye White e Linda Alstead. As suas obras podem ser visitadas nos seguintes links:
Shutternutz - http://www.pbase.com/cslr_challenge/cslr15
Vikas, Phil M e Marcav - http://www.pbase.com/cslr_challenge/cslr15_eligible
Zenmatt - http://www.pbase.com/zenmatt/and_joy_follows_like_a_shadow
Jim Larkin - http://www.pbase.com/jjlarkin39/pad
SimplePhotography - http://www.pbase.com/simplephotograph/a_love_story
Glen Sansoucie - http://www.pbase.com/gsansoucie/2008_peso&page=21
Faye White - http://www.pbase.com/fayewhite
Linda Alstead - http://www.pbase.com/lindarocks/root

Julia Hülsmann Trio with Rebekka Bakken - Love Is More Thicker Than Forget

Fim-de-semana no Braço de Prata


5ª feira, 20 de Novembro

22.30h – Sala Nietzsche
Paula Sousa Quarteto
Ana Paula Sousa - Piano
Afonso Pais - Guitarra
Hugo Antunes - Contrabaixo
Luís Candeias – Bateria

23.00h – Sala Prado Coelho
Trio Kasutera
Watanabe Teppe (guitarra)
Miguel Leiria Pereira (contrabaixo)
Jean-Michel Micallef (percussão)

6ª feira, 21 de Novembro

22.30h – Sala Nietzsche
Assim Falava Jazzatustra
Júlio Resende e convidados

24.00h – Sala Nietzsche
André Cabaço Quarteto

24.00h – Jazz
Paula Sousa – piano
Ricardo Barriga – guitarra
Pedro Pinho – contrabaixo
Alexandre Alves – bateria

Sábado, 22 de Novembro

22.00h – Sala Visconti
Raspa de Tacho
Tércio Borges – cavaquinho
João Vaz – saxofone soprano
Gabriel Godoi – violão 7 cordas
João Fião – percussão

22.30h – Sala Prado Coelho
Free Fucking Notes
Marta Plantier – voz
Luís Barrigas – piano

22.30h – Sala Nietzsche
Jazz
Miguel Mira - Violoncelo
Diogo Palma – Contrabaixo

24.00h – Sala Prado Coelho
Fado
Hélder Moutinho e convidados

24.00h – Sala Nietzsche
Piano Solo com Mário Oliveira

Ocasião Perdida


Steve Coleman And Five Elements
Grande Auditório da Culturgest
15 de Novembro de 2008, 21.30h
***

Steve Coleman é um reputado saxofonista de jazz, habituado à convivência em palco com grandes músicos como Michael Brecker, David Murray, Dave Holland ou Abbey Lincoln. No entanto, longe de seguir o mais óbvio caminho do jazz mainstream, a sua música insere-se numa corrente mais experimentalista que funde elementos oriundos da música popular urbana e do hip hop com as mais profundas raízes africanas da música negra norte-americana e até da música klezmer de origem judaica, que tem influenciado vários músicos da nova geração do jazz norte-americano como John Zorn, Frank London ou David Krakauer.
Não é um cocktail fácil de digerir. Fortemente abstracta, a música de Coleman assenta sobretudo em componentes melódicos e rítmicos esquecendo um pouco os harmónicos.
O resultado é fragmentado e conceptual. O jazz assim tocado soa, na maioria das vezes, frio e distante da alegria e do humanismo da sua versão original.
A tudo acresce a assimetria destes Five Elements. Se por um lado temos um Steve Coleman de enorme valia técnica no saxofone, acompanhado pelo grande talento de Tyshawn Sorey na bateria (o único elemento do grupo que mostrou verdadeira “pedalada” para acompanhar o líder Coleman), por outro temos alguma simplicidade nas prestações de Jonathan Finlayson no trompete e de Tim Albright no trombone. Dir-se-iam intimidados pela liderança de Coleman. Presos à pauta e ao seu papel no sexteto, sempre aguardando o sinal de entrada e raramente mostrando capacidade de improviso ou criatividade nas suas intervenções.
Mais soltos estiveram Jen Shyu na voz e Thomas Morgan no contrabaixo. Mas se a boa técnica vocal da primeira não encontrou na estética fragmentada e abstracta da obra de Coleman condições para brilhar, antes se tornando algo cansativa, já Morgan teve oportunidades de sobra para o efeito, designadamente nos duetos mantidos com o saxofonista. Porém, embora se mostrasse por vezes exuberante no contrabaixo, nem sempre a técnica conseguiu acompanhar as boas intenções do músico. De fraseado solto mas confuso, disperso, pouco objectivo, não foi também ele capaz de segurar uma apresentação que assumiu sobretudo contornos de uma ocasião perdida, face à enorme qualidade de alguns dos músicos envolvidos.
Esperemos que Steve Coleman reencontre em breve caminhos menos sinuosos para exprimir a sua criatividade e sobretudo a sua enorme capacidade técnica no saxofone que, apesar de tudo, conseguiu sobressair numa apresentação em tudo o mais menos conseguida.

domingo, 16 de novembro de 2008

Yaron Herman Trio em Portugal



4ª feira, 19 de Novembro, 21.00h
Casa da Música (Porto)

6ª feira, 21 de Novembro, 21.00h
Centro Cultural de Belém (Lisboa)

Este jovem pianista israelita (nasceu em Tel-Aviv em 1971, mas reside actualmente em Paris) iniciou os seus estudos musicais apenas aos 16 anos, com Opher Brayer. Apenas dois anos depois ganhou o prémio Rimon School of Jazz and Contemporary Music “Junior talent”. Aos 19 anos mudou-se para Boston, para completar a sua formação jazzística no Berklee College of Music.
Um jovem prodígio do piano, que reflecte no seu estilo a influência de mestres como Keith Jarrett, Paul Bley, Lennie Tristano ou Brad Mehldau, partilhando com este último o gosto pela transposição para o universo jazz de temas oriundos de músicos pop, como Sting, Bjork e até Britney Spears.
Um músico revelação para pôr à prova em duas apresentações nas mais prestigiadas salas nacionais: a Casa da Música no Porto e o Centro Cultural de Belém em Lisboa.
Recebeu recentemente o prémio Victoires du Jazz, músico revelação, um dos mais prestigiados prémios do jazz francês.
A acompanhá-lo estarão Matt Brewer no contrabaixo e Gerald Cleaver na bateria.

Yaron Herman – Toxic


Yaron Herman Trio – Coutances/Army of Me

Till Brönner e Maria João no Ondajazz



5ª-feira, 20 de Novembro, 23.00h
Ondajazz (Lisboa)

Nascido em 1971 em Viersen, na Alemanha, Brönner recebeu a sua formação musical no colégio jesuíta Aloisiuskolleg bem como na academia de Colónia, com os professores Joggs Whigham e Jon Eardley e mais tarde Bobby Shew e Malte Burba.
Trompetista, compositor, arranjador, produtor e vocalista, este músico alemão parece empenhado em fazer renascer o mito do trompetista/cantor Chet Baker, com a sua voz suave e melosa e o seu estilo macio de tocar o trompete.
Alternando entre o smooth jazz, o bebop, a fusão e a música pop, Brönner é um constante desafio ao ouvinte e um dos mais populares músicos de jazz germânicos, autor de várias bandas sonoras para o cinema (sobretudo alemão).
No Ondajazz vai estar acompanhado pelo seu quinteto e bem assim pela cantora portuguesa Maria João, antecipando-se uma noite de experiências e cruzamentos musicais interessantes.

Till Brönner – Clax’s Theme


Till Brönner – River Man

Agenda Semanal



2ª feira, 17 de Novembro
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Quarteto de Paulo Lopes

3ª feira, 18 de Novembro
22.30h – Casino da Figueira da Foz – Paulo de Carvalho Trio
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Big Band Reunion
23.00h – Hot Club (Lisboa) – Peter Rende 4tet
23.00h – Espaço Celeiros (Évora) – Terças Jazz
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Heritage Blues Band

4ª feira, 19 de Novembro
17.30h - Estação de Metro do Campo Grande (Lisboa) - Trio Bossa Nova
21.00h – Casa da Música (Porto) - Yaron Herman Trio
22.00h - Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - Marcus Strickland Quintet
22.30h – O Século (Lisboa) - Creative Sources Fest
23.00h – Parágrafo (Almada) – Jam Session Flow
23.00h – Hot Club (Lisboa) – Peter Rende 4tet
23.00h – Ondajazz (Lisboa) – Triângulo
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Trio Aromas

5ª feira, 20 de Novembro
21.30h – Teatro Aveirense (Aveiro) - Mário Laginha & Júlio Resende & Luís Figueiredo
21.30h – Centro Cultural de Chaves – Samuel Quinto Trio
21.30h – Livraria Trama (Lisboa) - Carlos Barretto
22.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - The Cookers
22.30h – O Século (Lisboa) - Creative Sources Fest
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Filipe Melo Trio
23.00h – Ondajazz (Lisboa) - Till Brönner 5tet + Maria João
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Ciro Cruz Quartet
00.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - Marcus Strickland Quintet

6ª feira, 21 de Novembro
21.00h – CCB (Lisboa) - Yaron Herman Trio
21.30h – Malaposta (Odivelas) - Rão Kyao
21.30h – Centro Cultural de Cascais - José Eduardo Unit
22.00h – Pavilhão Municipal Gaia - Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra
22.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - Kenny Barron Trio
22.00h – Olga Cadaval (Sintra) - João Gil
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Filipe Melo Trio
23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Paulo de Carvalho Trio

Sábado, 22 de Novembro
20.30h – Crew Hassan (Lisboa) - Jazz na Crew
21.00h – Galeria do Desassossego (Beja) - Groove4tet
21.30h – Jazz ao Norte (Porto) - Trio Pedro Madaleno - Dissidentes
22.00h – Vila Flor (Guimarães) - Metropole Orchestra
22.00h – Auditório Ruy de Carvalho (Carnaxide) – Vânia Fernandes & Júlio Resende
22.30h – Bacalhoeiro (Lisboa) - Morna Jazz
23.00h – Cine-Teatro Estarreja - Samuel Quinto Trio
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Filipe Melo Trio
23.00h – Espaço Celeiros (Évora) - No Mazurka Band + Paulo Colaço
23.00h – Azenha (Vila do Conde) - Minnemann Blues Band
23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Paulo de Carvalho Trio
00.00h – Vila Flor (Guimarães) - Marcus Strickland Quintet

Domingo, 23 de Novembro
20.30h – Crew Hassan (Lisboa) - Jazz na Crew
22.30h – Bacalhoeiro (Lisboa) - Morna Jazz
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Noites de Fusão

80 Anos de Jazz em Cascais



Está patente até ao próximo dia 23 de Novembro, no Centro Cultural de Cascais, a exposição 80 Anos de Jazz em Cascais, promovida pela Câmara Municipal de Cascais e comissariada pelo colega bloguista (JNPDI) João Moreira dos Santos.
Esta exposição visa comemorar os 80 anos de concertos de Jazz em Cascais mas também evocar a figura ímpar de Luís Villas-Boas, criador em 1971, do Festival Cascais Jazz que transformou aquela vila na capital nacional do Jazz durante muitos anos.
Através de documentos, livros, fotografias, memorabilia, registos áudio e vídeo podem rever-se as passagens de músicos como Benny Carter, Charles Mingus, Earl Hines, Joe Newman, Jimmy Smith ou Oscar Peterson pelas catedrais do jazz do concelho, como os festivais Cascais Jazz (1971-1983) e Estoril Jazz (1990-2007), Jazz num dia de Verão (1982-1989) ou ainda pelo Luisiana Jazz Clube.
Uma exposição obrigatória para os amantes de jazz.

Dave Matthews



Habituámo-nos a pensar nos jazz standards como aquelas velhas melodias dos filmes musicais de Hollywood, que ouvimos vezes sem conta nas mais variadas vozes e instrumentos.
Na verdade o standard nem sempre é oriundo do universo jazz e nem sempre é velho. É apenas um tema que mereceu a estima de alguns músicos de jazz e bem assim o trabalho de arranjo, de re-harmonização e, claro está, de improvisação que lhe foi votado.
Por isso o universo dos standards está em permanente expansão. Cada nova geração elege as suas referências. Constrói os seus próprios fake books.
O sul-africano naturalizado norte-americano Dave Matthews não é um músico de jazz. Mas é seguramente uma inspiração para muitos músicos de todo o mundo, incluindo músicos de jazz. Na verdade vários músicos ligados ao jazz já tocaram e gravaram com ele (Bela Fleck e os Flecktones ou Victor Wooten, por exemplo), mas mais ainda acolheram os seus temas (que marcaram uma geração) no seu repertório, transformando-os em standards instantâneos.
Pegando apenas em exemplos nacionais, quer Maria João (When the world ends), quer Marta Hugon (Crash into me) já gravaram temas de Dave Matthews. À sua semelhança muitos outros exemplos poderiam ser citados.
Escolhi pois dois vídeos de temas acústicos de Dave Matthews para uma pequena evocação deste grande compositor que conseguiu, pela originalidade de composição e pela beleza dos seus poemas, conquistar um lugar especial nas referências musicais colectivas de toda uma geração. Incluindo a ascensão ao universo restrito dos jazz standards.
Deixo-vos pois com o novo vídeo de Marta Hugon do tema Crash Into Me, incluído no seu disco Story Tellers (Iplay, 2008), com Filipe Melo no piano, Bernardo Moreira no contrabaixo, André Machado na bateria e André Fernandes na guitarra, e também com a versão acústica do tema Gravediggers, pela voz e guitarra de Dave Matthews, tema incluído no seu trabalho a solo “Some Devil” editado em 2003 pela RCA, que lhe valeu um Grammy em 2004. As fotos são do australiano Ar Jay e do britânico Andrew Deer. Os seus trabalhos podem ser vistos em http://www.pbase.com/arjay/hampstead_cemetery e http://www.pbase.com/frankswood/angel.

Marta Hugon – Crash Into Me


Dave Matthews – Gravedigger

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Simetrias Luso-Galaicas



Abe Rábade Trio
Simetrias
Xingra, 2002

Abe Rábade é um pianista e compositor galego, nascido em 1977 em Santiago de Compostela.
Iniciado na música aos 4 anos idade, mudou-se aos 17 para os Estados Unidos e para o Berklee College of Music, onde completou a sua formação “cum laude” em composição jazz e piano.
Lidera o seu próprio trio de jazz desde 1996, com Paco Charlín no contrabaixo e Ramón Ángel na bateria e mais recentemente, com os portugueses Nelson Cascais no contrabaixo e Bruno Pedroso na bateria.
Os seus dois primeiros discos foram editados em 2001 e 2002 pela editora galega Xingra. Foram Babel de Sons gravado ao vivo e que lhe valeu o International Contest of Jazz Groups of Getxo (Euskadi) e mais tarde o Prize Tete Montoliú, prémio destinado ao melhor pianista revelação de Espanha; e este Simetrias, editado em 2002 e apresentado no festival de jazz Plaza de la Habana em Cuba.
Depois de 2004 passou a gravar para a editora Karonte. O seu mais recente trabalho foi gravado em septeto e editado este ano também em Cuba. Chama-se Open Doors.
Abe Rábade é desde 2000 o director artístico do Seminário Permanente de Jazz de Pontevedra, juntamente com o contrabaixista Paco Charlín e co-director do Canjazz, o Festival Internacional de Jazz de Cangas, juntamente com Luís Carballo.
Dedica-se igualmente à música popular, fazendo parte do grupo Nordestin@s e dos projectos Rosália 21, dedicado à poesia de Rosalia de Castro, e Aloumiños de Seda comissionado pela Dirección Xeral de Política Linguística da Galiza.
Faz parte de alguns dos mais prestigiados conjuntos de jazz espanhóis como o Jesús Santandreu Quartet, o Raynald Colom Quartet, o Quinteto Jazz Experience e da formação Ten Jazz Men. Teve também colaborações relevantes com importantes músicos de jazz como Miguel Zénon, Claudia Acuña, Perico Sambeat, Jorge Pardo, Antonio Serrano e bem assim com os portugueses Carlos Barretto, Mário Barreiros e Nuno Ferreira além dos já citados Nelson Cascais e Bruno Pedroso.
Este disco Simetrias é uma excelente amostra do jazz poderoso e virtuoso de Abe Rábade, onde as influências norte-americanas oriundas do Berklee College se cruzam magistralmente com referências espanholas e latino americanas. Em Simetria há ecos do flamenco jazz de Chano Dominguez mas brilhantemente decompostos numa estética mais abstracta e fortemente influenciada pelo blues. Em Hotel Minerva homenageia-se Scott Joplin e os pioneiros do jazz, num tema tecnicamente soberbo, iniciado em Ragtime e concluído em Blues. Já em Bágoas de Prata é o lirismo galaico-português que vem ao de cima, num tema melancólico, belo e profundo, brilhantemente interpretado pelo pianista. Mas há igualmente referências à música latino americana, como em Matria de Sombra onde surgem leves influências da bossa jazz e claro está em Tres Palabras, uma homenagem a fechar o disco à música cubana e ao compositor Oswaldo Farrés. Pelo meio fica um belo solo de Paco Charlín em Outono e incursões pertinentes e poderosas do trio no universo do blues.
Um disco que confirmou Rábade como um dos mais importantes pianistas de jazz espanhóis da sua geração e que urge descobrir em Portugal.
Deixo-vos com o tema Hotel Minerva, um ragtime/blues da autoria de Rábade que surge acompanhado de belas fotos de arte urbana da autoria do fotógrafo alemão Guenter Eh. Podem ver o seu trabalho em http://www.pbase.com/guenter123/urban_murals.

Abe Rábade Trio – Hotel Minerva

Orquestra Jazz de Matosinhos inaugura amanhã o novo Cine Teatro Constantino Nery em Matosinhos



O Theatro Constantino Nery foi criado em 1906, pelas mãos de Emidio José Ló Ferreira, e atingiu o auge nos anos 50 e 60 com uma programação diversificada e regular. A decadêncio veio durante a década de 80 que levou mesmo ao encerramento e abandono do espaço.
Adquirido pela Câmara Municipal de Matosinhos em 2000 foi objecto de um profundo projecto de remodelação, tendo as obras terminado recentemente. Possui uma sala de espectáculos retráctil com 240 lugares, além de camarins, sala de ensaios, café concerto e galeria.
A programação do Constantino Nery está a cargo de Luísa Pinto, directora artística, em parceria com Fernando Rocha, vereador da Cultura, Voluntariado e Juventude da câmara de Matosinhos.
A cerimónia de inauguração decorrerá no próximo dia 15 de Novembro (Sábado), e será presidida pelo ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro. antecedida por uma sessão de teatro de rua, a partir das 16:45, a cargo da companhia Balleteatro e da Academia Contemporânea do Espectáculo.
Após a inauguração será a vez da Orquestra de Jazz de Matosinhos dar o seu contributo com um concerto, às 22:00, que conta com a participação de três importantes solistas convidados, os saxofonistas norte-americanos Chris Cheek, Mark Turner e Joshua Redman.
Fernando Rocha referiu que a música terá importância relevante no Constantino Nery, com programação contínua de música clássica, jazz e músicas alternativas.
Está já programado um ciclo de concertos do Quarteto de Cordas de Matosinhos e outro com a Orquestra de Jazz de Matosinhos, bem como um conjunto de conferências sobre jazz sob a coordenação de Manuel Jorge Veloso.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Agenda Braço de Prata



Hoje, 5ª feira, 13 de Novembro

22.00h – Sala Nietzsche - Recital de canto e piano
Filipe Garcia, tenor e Alexey Shakitko – piano

Amanhã, 6ª feira, 14 de Novembro

22.00h – Sala Nietzsche – Olissipo
Guida de Palma, voz
João Ferreira, percussão
Filipe Raposo, teclados
Massimo Cavalli, contrabaixo

22.30h – Sala Prado Coelho – Free Fucking Notes
Marta Plantier e Luís Barrigas

23.30h – Sala Nietzsche – Assim Falava Jazzatustra
Júlio Resende e convidados

Sábado, 15 de Novembro

22.30h – Sala Nietzsche - Penicos de Prata ... Poesia Erótica e Satírica Portuguesa Musicada
André Louro: composição, guitarra e voz
João Lima: guitarra portuguesa e voz
Catarina Santana: ukulélé e voz
João Paes: violoncelo e voz

23.00h – Sala Prado Coelho - A Guitarra Portuguesa encontra o Jazz
Fernando Alvim – Viola Dedilhada
Ricardo Marques – Guitarra Portuguesa

24.00h – Sala Prado Coelho – Fado
Hélder Moutinho e convidados

24.00h – Sala Visconti – Spiral
Nuno Biscaia: Voz e guitarra
Luís Bento: Bateria
João Paulo Vieira: Guitarra
Ruben Almeida: Teclas

Domingo, 16 de Novembro

17.00h – Sala Nietzsche - Um Aviãozinho Militar
Nuno – textos e maracas
João – guitarra
Nuno – piano
João Pedro - baixo

Festival de Big Bands da Nazaré



O Cine-Teatro da Nazaré vai servir de palco durante dois dias para o Festival de Big Bands da cidade, evento que irá decorrer nos dias 14 e 15 de Novembro. Para o primeiro dia, 14 de Novembro, está marcada a actuação da Big Band do Município da Nazaré, formação liderada por Adelino Mota. Para este concerto foi convidado o saxofonista Carlos Martins.

No dia seguinte, o Cine-Teatro abre as portas à cantora Maria João, acompanhada pelo pianista Mário Laginha e pela Big Band do Hot Clube de Portugal.

Os bilhetes variam entre os 5 e os 7 euros, por cada espectáculo, e o passe para os dois dias do festival custa 10 euros.

domingo, 9 de novembro de 2008

Jane Monheit lança novo disco na Póvoa de Varzim



Sábado, 15 de Novembro
20.00h – Casino da Póvoa de Varzim

Jane Monheit nasceu em Oakdale, Long Island, a 3 de Novembro de 1977.
Pertencente a uma família musical, estudou clarinete e solfejo enquanto actuava e cantava em produções teatrais locais. Tinha apenas 17 anos de idade quando começou formalmente o seu treino vocal com Peter Eldridge, na Manhattan School of Music. Em 1998, com 20 anos, ficou em segundo lugar entre as vocalistas da Thelonious Monk International Jazz Competition - diante de um júri composto por Dee Dee Bridgewater, Nnenna Freelon, Diana Krall, Dianne Reeves e Joe Williams.
Em 2000, Jane lançou o seu primeiro álbum, Never Never Land. Estava acompanhada por notáveis, como o pianista Kenny Barron, o baixista Ron Carter e o saxofonista David "Fathead" Newman. Never Never Land ficou na Billboard Jazz chart por quase um ano, e foi votado o Best Debut Recording do ano por membros da Jazz Journalists Association.
Seguiram-se em 2001 Come Dream with Me, em 2002 In the Sun, em 2004 Taking a Chance on Love, em 2005 The Season e em 2007 Surrender além do CD e DVD Live at Rainbow Room, gravado em Nova Iorque em 2003 e da colectânea The Very Best of Jane Monheit, lançada em 2005.
Jane Monheit vai apresentar em Portugal o seu novo disco”The Lovers, The Dreamers And Me”, lançado há apenas duas semanas atrás (na Europa, já que nos Estados Unidos apenas será colocado à venda em Janeiro de 2009). Com produção de Matt Pierson e Joe McEwen, este será o nono disco da cantora e o segundo editado pela Concord. Além de jazz standards como Get Out Of Town de Cole Porter, I'm Glad There Is You de Jimmy Dorsey, Lucky To Be Me de Leonard Bernstein e Something Cool de William C. Barnes, inclui temas como No Tomorrow de Ivan Lins, Slow Like Honey de Fiona Apple, Like A Star de Corrine Bailey Rae e I Do It For Your Love de Paul Simon.
Foi gravado com Michael Kanan (piano e Fender Rhodes), Rick Montalbano na bateria e Neal Miner no baixo. Conta ainda com a participação de Peter Bernstein (guitarra), Stefon Harris (vibrafone), Seamus Blake (saxofone), Frank Vignola (guitarra), Gil Goldstein (piano e acordeão), Romero Lubambo (guitarra), Antonio Sanchez (bateria), Scott Colley (baixo) e Bashiri Johnson na percussão.

I Won’t Dance (com Michael Bublé)


I Should Care

Lisa Ekdahl em Portugal



6ª feira, 14 de Novembro, 21.00h – CCB (Lisboa)
Sábado, 15 de Novembro, 22.00h – Casa da Música (Porto)
Domingo, 16 de Novembro, 21.30h – Cine Teatro (Alcobaça)


A sueca Lisa Ekdahl é um dos nomes maiores da nova geração de cantoras que se movem com igual à-vontade nas áreas do pop e do jazz. A sua voz de menina, frágil e à flor da pele, não deixa ninguém indiferente.

Com apenas 23 anos, Lisa Ehdahl, compositora e letrista das suas próprias canções, lançou o álbum de estreia que a catapultou para a fama no seu país natal, atingindo a quádrupla platina ao fim de alguns meses. Em 1998, o álbum Back to Earth, o segundo gravado em inglês e, agora com o trio de Peter Nordahl, consagrou-a como uma das mais fascinantes vozes femininas contemporâneas. Bom exemplo disso é o facto da coreógrafa alemã Pina Bausch ter escolhido algumas das suas canções, ao lado de Nina Simone, Caetano Veloso ou Prince, para integrar o alinhamento dos espectáculos que vimos recentemente em Lisboa. Sendo frequentemente comparada a cantoras como Norah Jones, Diana Krall, Stacey Kent ou Jane Monheit, Lisa Ekdahl possui um tom profundamente carregado de emoção e conquistou já por três vezes os prestigiados Grammy Awards.

Daybreak


Now Or Never

Kurt Elling em Guimarães



Quinta-feira, 13 de Novembro – 22h00
Kurt Elling Quartet
Guimarães Jazz
Grande Auditório
Preço:
1ª Plateia - €20,00/€17,50 c/ desconto
2ª Plateia - €17,50/€15,00 c/desconto

Numa altura em que as vozes masculinas no jazz são raras, Kurt Elling é considerado por muitos “o mais completo e talentoso cantor de jazz da actualidade”. A sua discografia conta com seis CD’s gravados para a editora Blue Note, nomeados para os Grammy Awards.
Desde 2000, lidera as tabelas de preferência dos críticos da revista “Downbeat” e dos leitores da “JazzTimes”, tendo sido galardoado com dois prémios atribuídos pela Associação de Jornalistas de Jazz, que o distinguiu como melhor vocalista masculino.
Kurt Elling nasceu em Chicago, em 1967. Embora planeasse uma carreira no mundo académico, foi profundamente influenciado pela voz e obra de Mark Murphy, o que lhe alterou os planos, catapultando-o para os palcos dos pequenos clubes da Wind City. Depois de ter tocado com alguns músicos de referência como os saxofonistas Von Freeman e Ed Peterson, K. Elling envia a sua primeira demo para a editora Blue Note que vai editar o primeiro registo discográfico “Close Your Eyes”, em 1995. A sua estreia numa das mais conceituadas marcas de discos chama a atenção da imprensa do jazz, o que reafirma o seu talento e o seu estilo particular de canto. Em 1997 é lançado o segundo álbum, “Messenger”, e um ano depois “This Time It’s Love” – trabalho cujo sucesso e críticas levam à gravação de um registo ao vivo, “Live in Chicago”. O ano de 2001 foi marcado pela concretização de um projecto ambicioso – “Flirting With Twilight”, onde Kurt Elling canta um solo de Charlie Haden. Os seus mais recentes trabalhos são “Man in the Air” (2003) e “Nightmoves” (2007). Entre as características pessoais, destacam-se o domínio técnico de uma voz de barítono cujo alcance é de quatro oitavas, a profundidade das interpretações, o forte sentido rítmico e o vasto fraseado de dinâmicas produzidas que faz com que seja muitas vezes olhado como um verdadeiro instrumentista.

Kurt Elling voz
Laurence Hobgood piano
Clark Sommers contrabaixo
Ulysses Owens Jr. bateria

The Waking (live at Jools Holland)


Take Five (com Al Jarreau)

Guimarães Jazz 2008



13 a 22 de Novembro
Guimarães Jazz 2008
Vários Locais

Kurt Elling Quartet, Steve Coleman and Five Elements, Django Bates and StorMCHaser, Marcus Strickland Quintet, The Cookers, Kenny Barron Trio e Metropole Orchestra – com direcção de Vince Mendoza e com Peter Erskine como solista convidado – são algumas das propostas musicais que integram o cartaz da 17ª edição do Guimarães Jazz.
Para além destes concertos, o Guimarães Jazz 2008 apresenta também um amplo programa de actividades que inclui as já históricas jam sessions, oficinas de jazz, uma conferência com Django Bates, exposições, cinema, entre outras.

A primeira série de concertos foi estruturada seguindo uma ideia que assenta na diversidade de estilos e na multiplicidade das formas. Para além das suas próprias singularidades, as escolhas da primeira semana do Festival têm como elemento agregador a predominância da voz, experimentada sob diferentes abordagens e contextos. Com Kurt Elling, a voz é retomada na visão clássica de cantor de jazz, acrescida de novas ideias nas reinterpretações do legado musical deixado por grandes nomes da história do jazz cantado. Steve Coleman and Five Elements, um dos nomes fundamentais da M-BASE, procuram uma integração de estilos musicais apoiados num poderoso sentido rítmico, recorrendo à voz como mais um instrumento na unidade do quinteto. Com Django Bates and StorMCHaser, o seu novo projecto para orquestra, a música encontra pontes e contactos com toda a espécie de objectos sonoros do quotidiano, enquanto a voz é utilizada para passar mensagens mordazes através de um apurado sentido de humor, ao mesmo tempo que se desdobra como mais um instrumento no âmbito da orquestra. O Projecto TOAP/Guimarães Jazz apresenta uma proposta que envolve músicos portugueses e estrangeiros num concerto original, concebido para ser registado e posteriormente editado. O concerto da Big Band da ESMAE será, mais uma vez, o ponto culminante de uma intensa semana de workshops e ensaios para jovens músicos, liderados por Marcus Strickland e pelos músicos que o acompanham.
No segundo fim-de-semana, o programa mantém um conjunto de pontos musicalmente identificativos e já desenvolvidos em anos anteriores, acrescidos de mais uma nova experiência musical, produzida por um projecto para grande orquestra, nunca antes apresentado. A começar a segunda volta de concertos está o Quinteto de Marcus Strickland, liderado por um dos mais novos e promissores instrumentistas do jazz actual. Este concerto reitera o interesse do Guimarães Jazz em dar a conhecer artistas talentosos em ascensão na cena jazzística internacional. Segue-se uma celebração do 70º Aniversário de Lee Morgan, um extraordinário trompetista precocemente desaparecido, com a reunião de um conjunto notável de boppers, destacando-se as presenças de Bennie Maupin e Billy Harper, músicos que tocaram com L. Morgan, além de David Weiss, Cecil McBee e Billy Hart, numa celebração cujo significado remete para um momento histórico de consagração. Kenny Barron Trio reafirma o interesse do Guimarães Jazz em explorar o piano trio como proposta fundamental e essencial na determinação da identidade deste Festival, servindo também meio de divulgação e momento de culto no contexto do programa. Por fim, a Metropole Orchestra traz um grupo alargado de 60 músicos, sob a direcção de Vince Mendoza, um dos mais importantes compositores e arranjadores da actualidade. A Metropole Orchestra, com V. Mendoza e Peter Erskine como solista convidado, propõe-se a tocar composições da autoria de V. Mendoza, Wayne Shorter e Joseph Zawinul, temas fundamentais do legado do jazz adaptados e arranjados para grande orquestra.
Em 2008, o Guimarães Jazz espera continuar a ser um ponto de encontro e de celebração para todos os que se interessam pelo jazz, esperando também continuar a atrair ao Festival todas as pessoas que desejem iniciar a sua procura pessoal pelo espaço criativo descoberto por esta música.

PROGRAMA
GUIMARÃES JAZZ 2008

Quinta-feira, 13 de Novembro – 22h00
Kurt Elling Quartet
Guimarães Jazz
Grande Auditório
Preço:
1ª Plateia - €20,00/€17,50 c/ desconto
2ª Plateia - €17,50/€15,00 c/desconto

Sexta-feira, 14 de Novembro – 18h00
Big Band ESMAE conduzida por Marcus Strickland
Guimarães Jazz
Pequeno Auditório
Entrada Livre (até à lotação da sala)

Sexta-feira, 14 de Novembro – 22h00
Steve Coleman and Five Elements
Guimarães Jazz
Grande Auditório
Preço:
1ª Plateia - €20,00/€17,50 c/ desconto
2ª Plateia - €17,50/€15,00 c/desconto

Sábado, 15 de Novembro - 17h00
Ben Monder, Matt Pavolka, Pete Rende, Alexandre Frazão, João Moreira
Projecto TOAP/Guimarães Jazz
Pequeno Auditório
Preço: €5,00

Sábado, 15 de Novembro - 22h00
Django Bates and storMCHaser - Spring Is Here (Shall We Dance?)
Guimarães Jazz
Grande Auditório
Preço:
1ª Plateia - €20,00/€17,50 c/ desconto
2ª Plateia - €17,50/€15,00 c/desconto

Quarta-feira, 19 de Novembro - 22h00
Marcus Strickland Quintet
Guimarães Jazz
Grande Auditório
Preço: €7,50/€5,00

Quinta-feira, 20 de Novembro - 22h00
The Cookers
Lee Morgan 70th Birthday Celebration
Guimarães Jazz
Grande Auditório
Preço:
1ª Plateia - €15,00/€12,50 c/ desconto
2ª Plateia - €12,50/€10,00 c/desconto

Sexta-feira, 21 de Novembro - 22h00
Kenny Barron Trio
Guimarães Jazz
Grande Auditório
Preço:
1ª Plateia - €15,00/€12,50 c/ desconto
2ª Plateia - €12,50/€10,00 c/desconto

Sábado, 22 de Novembro - 22h00
Metropole Orchestra conducted by Vince Mendoza
Guimarães Jazz
Grande Auditório
Preço:
1ª Plateia - €20,00/€17,50 c/ desconto
2ª Plateia - €17,50/€15,00 c/desconto

Assinatura Guimarães Jazz 2008
Todos os espectáculos: 80,00€
ACTIVIDADES PARALELAS

Segunda, 10 a Sexta, 14 de Novembro - das 14h30 às 17h30
Oficinas de Jazz
Centro Cultural Vila Flor
Inscrição gratuita

Quinta, 13 a Sábado, 15 de Novembro - 24h00
Jam Sessions
Marcus Strickland Quintet
Ass. Cultural Convívio

Quinta, 20 a Sábado, 22 de Novembro - 24h00
Jam Sessions
Marcus Strickland Quintet
Centro Cultural Vila Flor

Sábado, 15 de Novembro - 18h30
Lançamento do CD
Guimarães Jazz / TOAP Colectivo “Vol.2”
Pequeno Auditório

Domingo, 16 de Novembro - 16h00
Conferência com Django Bates
Ass. Cultural Convívio

Em dias de espectáculo durante o período de apresentação
Instalação
The Blues Quartet
João Paulo Feliciano
Foyer Grande Auditório

Terça-feira, 18 de Novembro - 21h45
Ciclo de cinema “Tons da Música”
Fim-de-semana no Ascensor (l'ascenseur pour l'échafaud)
de Louis Malle
Pequeno Auditório
Organização CCVF e Cineclube de Guimarães

Terça-feira, 25 de Novembro - 21h45
Ciclo de cinema “Tons da Música”
Round Midnight
de Bertrand Tavernier
Pequeno Auditório
Organização CCVF e Cineclube de Guimarães

Agenda Jazz 10 a 16 de Novembro


2ª feira, 10 de Novembro
18.30h – Fnac Colombo (Lisboa) - Mariária
22.00h – Casa da Música (Porto) – Matthew Herbert Big Band

3ª feira, 11 de Novembro
22.30h – Casino da Figueira da Foz – Filipa Pais
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Big Band Reunion

4ª feira, 12 de Novembro
18.00h – Fnac Santa Catarina (Porto) – Rui Caetano Trio
22.00h – Fnac Norte Shopping (Matosinhos) – Rui Caetano Trio
22.00h – Hotfive (Porto) – Jam Session Porto Allstars
22.00h – Jazz ao Norte (Porto) – Quarteto Rui Pereira
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Triângulo
22.30h – Parágrafo (Almada) – Jam Session Flow

5ª feira, 13 de Novembro
19.30h – Trem Azul (Lisboa) – Luis Lopes & Gabriel Ferrandini
21.30h – Centro Cultural de Chaves – Carlos López Quarteto
21.30h – Teatro Ibérico (Lisboa) – Madredeus & A Banda Cósmica
22.00h – Casa da Música (Porto) – Lura & Carmen Souza
22.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) – Kurt Elling
22.30h – Caixa Económica Operária (Lisboa) – Anónima Nuvolari
23.00h – Hot Club (Lisboa) – Rui Caetano Trio
23.00h – Ondajazz (Lisboa) – Zé Maria Quarteto
00.00h – Convívio (Guimarães) - Marcus Strickland Quintet

6ª feira, 14 de Novembro
18.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) – ESMAE Big Band
18.30h – Fnac Chiado (Lisboa) – Pierre Anckaert
20.30h – Casino da Figueira da Foz – Sérgio Godinho
21.00h – CCB (Lisboa) – Lisa Ekdahl
21.30h – Fnac Alfragide (Amadora) – Rui Caetano Trio
21.30h – Teatro Ibérico (Lisboa) – Madredeus & a Banda Cósmica
21.30h - Auditório do Museu Neo-Realismo (Vila Franca de Xira) – Mário Laginha & Bernardo Sassetti
22.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) – Steve Coleman & Five Elements
22.00h – São Luiz (Lisboa) – Nancy Vieira
23.00h – Fnac Gaia Shopping – João Nuno Kendall
23.00h – Cine Teatro Estarreja – Carlos López Quarteto
23.00h – Hot Club (Lisboa) – Rui Caetano Trio
23.30h – Parágrafo (Almada) – Carlos Sério Trio
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – Pierre Anckaert

Sábado, 15 de Novembro
16.00h – Fnac Norte Shopping (Matosinhos) – Budda Power Blues
17.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - Ben Monder, Matt Pavolka, Pete Rende, Alexandre Frazão & João Moreira
18.00h – Fnac Vasco da Gama (Lisboa) – Ruben Alves
20.00h – Casino da Póvoa de Varzim – Jane Monheit
21.00h – Motards (Penafiel) - Minnemann Blues Band
21.30h – Culturgest (Lisboa) - Steve Coleman & Five Elements
21.30h – Teatro Ibérico (Lisboa) - Madredeus & A Banda Cósmica
22.00h – Casa da Música (Porto) – Lisa Ekdahl
22.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - Django Bates & storMCHaser
22.00h – São Luiz (Lisboa) - Nancy Vieira
22.00h – Hotfive (Porto) - Budda Power Blues
22.00h – Centro de Artes (Sines) – António Pinho Vargas
22.00h – Centro Cultural O Século (Lisboa) – Rafael Toral
22.30h – Casa da Eira (Paços de Ferreira) - Carlos López Quartet
23.00h – Hot Club (Lisboa) – Rui Caetano Trio
23.30h – Musicbox (Lisboa) - Couple Coffee & Band
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – Pierre Anckaert
00.00h – Convívio (Guimarães) - Marcus Strickland Quintet

Domingo, 16 de Novembro
21.30h – Cine Teatro (Alcobaça) – Lisa Ekdahl
21.30h – Auditório de Espinho - Pete Rende & Matt Pavolka

sábado, 8 de novembro de 2008

Viagem ao Saara



Anouar Brahem
Le Voyage de Sahar
ECM 2006

Anouar Brahem nasceu em Halfaouine, na Tunísia, em 1957, e é considerado actualmente um dos mais prestigiados e inovadores mestres do oud, o alaúde árabe, daquele país.
Formado nos segredos da música clássica árabe pelo mestre oudista Ali Sriti, foi apresentado em finais da década de 80 ao produtor alemão Manfred Eicher, com quem iniciou uma colaboração que o levou à partilha dos estúdios e dos palcos com alguns dos mais reputados músicos do universo jazz e clássico do ocidente.
Destas colaborações resultaram a edição de nove discos integrados no catálogo da prestigiada ECM e a aquisição de uma fundada reputação musical, quer no mundo árabe quer no ocidente.
Fruto destas colaborações e do interesse demonstrado por Brahem pelo jazz, a sua música transformou-se numa fusão de influências populares e eruditas orientais e ocidentais. Um som característico onde é possível descortinar elementos oriundos do folclore magrebino, do jazz europeu (sobretudo do jazz nórdico protagonizado pela ECM) e da música clássica e contemporânea árabe e europeia.
De uma beleza e profundidade pouco habituais, a música de Brahem evoca o Mediterrâneo, enquanto fenómeno cultural milenar, com o seu mistério, a sua história mas também com uma profunda impressão de solidão e retiro que só as nuas paisagens desérticas do Sahara da sua Tunísia natal poderiam inspirar.
O som emanado do seu oud é por vezes negro e melancólico mas também indutor de paz e introspecção. Um verdadeiro retrato impressionista das terras do Magreb e das suas gentes, pintado com intensidade e virtuosismo pelo tunisino.
Em “Le Voyage de Sahar”, o seu mais recente trabalho, gravado para a ECM em 2005 e lançado no ano seguinte, Brahem repete a equipa utilizada para a gravação de “Le Pas du Chat Noir” gravado em 2001 também para a ECM: ele próprio no oud e na composição, e os franceses Jean-Louis Matinier no acordeão e François Couturier no piano. Um inusitado trio que já tinha resultado em pleno em 2001 e que, agora, parece resultar ainda melhor.
Couturier é um pianista galardoado com o prémio Django Reinhardt em 1980, que lhe valeu vasta atenção internacional e a oportunidade de integrar os sucessivos conjuntos do guitarrista norte-americano John McLaughlin. As suas colaborações com Brahem remontam a 1985, data em que (antes ainda do tunisino assinar contrato com a ECM) com ele gravou um disco que contou ainda com a participação dos turcos Barbaros Erköse e Kudsi Erguner. Posteriormente participou nos discos “Khomsa” e “Le Pas du Chat Noir” já gravados para a ECM.
Jean-Louis Matinier fez a sua estreia pela ECM com Brahem em “Le Pas du Chat Noir” e é colaborador habitual de músicos como Gianluigi Trovesi, Enrico Rava e Louis Sclavis, com quem efectuou uma feliz transição da música clássica para o universo jazz.
A originalidade deste trio permite não só efectuar com brilhantismo o cruzamento entre os elementos musicais característicos do oriente e do ocidente como também suprir eventuais limitações harmónicas do oud (instrumento ao qual tradicionalmente se reservam tarefas meramente melódicas), aqui liricamente complementado pelo piano e pelo acordeão. Por outro lado surgem mais evidentes neste trabalho influências musicais francesas, não apenas evocativas da “valse musette” pela adição do acordeão, como também do minimalismo de compositores como Eric Satie ou Darius Milhaud (não será inocente a evocação pelo trio no seu trabalho anterior do ”Chat Noir”, o clube onde Satie iniciou a sua carreira como pianista e conheceu Debussy).
O disco é composto unicamente de originais da autoria de Brahem, dois deles já editados em trabalhos anteriores mas revestidos agora com novos arranjos: “Vague, e la nave va”, já incluído no álbum Khomsa, e “Halfaouine”, homenagem à cidade natal de Brahem (na verdade um bairro da Medina de Tunes) já gravado para o disco Astrakan Café.
Um disco melancólico e belo para uma tarde chuvosa de Inverno.
Deixo-vos com um vídeo da nova versão do tema “Vague, e la nave va” acompanhado de fotos do australiano Bill Robinson, que podem ser visitadas no Pbase na página http://www.pbase.com/billrobinson/monochrome.

Anouar Brahem – Vague, e la nave va

Bernardo Sassetti Trio no Hot



Bernardo Sassetti Trio
7 de Novembro 2008, 23.00h
Hot Club de Portugal (Lisboa)
*****

Com um notável percurso que já ultrapassou os dez anos, este Trio de Bernardo Sassetti é hoje uma instituição do nosso jazz, tal como os seus membros: Bernardo Sassetti no piano, Carlos Barretto no contrabaixo e Alexandre Frazão na bateria e percussão.
Apesar da enorme qualidade do trio não é frequente a sua apresentação no palco do Hot Club. Pelo que, quando tal sucede, é sempre um acontecimento.
Sassetti é um mestre dos silêncios e um deconstrutor de temas. A sua abordagem do piano alterna entre um intimismo quase romântico e uma abstracção expressionista exuberante. Mas sobretudo tem uma rara capacidade de motivação, capaz não apenas de o embalar em inspirados e originais solos, mas sobretudo de catapultar os músicos que o acompanham para frequentes momentos de talentoso protagonismo.
Foi sem dúvida o caso desta feliz apresentação no Hot. Mais ainda do que o talento de Sassetti no piano, que é indesmentível e foi amplamente confirmado em palco, sobressaiu a sua invejável capacidade de apropriação dos temas através de belos arranjos (penso que a tal não será alheio o resto do trio, também eles parceiros fundamentais nesse trabalho) e também as assombrosas exibições de Carlos Barretto e Alexandre Frazão, cada um deles com uma mão cheia de solos de enorme classe e mostrando um entendimento soberbo na assumpção das despesas rítmicas da apresentação. Com uma secção rítmica deste gabarito a tarefa de Sassetti fica incomensuravelmente facilitada!
Mas longe de mim a ideia de questionar o talento do líder deste fantástico trio. Quero tão-somente realçar o quão importante é o contributo dos seus dois companheiros de palco, o qual surge também inegavelmente associado à liderança segura e exigente do pianista.
Esta foi sem dúvida uma apresentação especial. Porque a qualidade dos músicos e da obra em palco assim o ditava. Porque o Hot respondeu à altura do chamamento. E porque assim se juntaram os ingredientes necessários para construir uma grande noite de jazz, coroada com dois encores exigidos pelo público, coisa rara nesta histórica cave da Praça da Alegria.
E sobretudo porque tudo aconteceu com naturalidade e descontracção. Quase pareceu uma jam session de três músicos que se conhecem perfeitamente.
Longe dos formalismos e retóricas das grandes apresentações, nesta grande noite de jazz (terminou já passava das duas) tudo se passou entre amigos e ao sabor da inspiração.
E assim se fez jazz.
A completar estas notas deixo-vos com um vídeo do tema Time for Love, escrito por Johnny Mandel, tema que abre o álbum Nocturne (Clean Feed, 2002) e que foi igualmente escolhido para a abertura deste concerto. As fotos são da autoria do fotógrafo português Nuno Boavida. Podem vê-las em http://www.pbase.com/nunoboavida/as_palavras_que_nunca_te_direi.

Bernardo Sassetti Trio - Time For Love

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Fim de Semana no Braço de Prata


Quinta-feira, dia 06 de Novembro
22.00h - Sala Nietzsche - «Ciclo das Palavras» Marina Cedro (voz e piano).
23.30h - Sala Nietzsche - Alexandre Dinis Quarteto

Sexta-feira, dia 07 de Novembro
22.00h - Sala Prado Coelho - Marco Alonso – flamenco
22.30h - Sala Nietzsche - Assim falava Jazzatustra - Júlio Resende e convidados
23.30h - Sala Visconti - Flor de Lis
23.30h - Sala Nietzsche - Sílvia Nazário

Sábado, dia 08 de Novembro
22.30h - Sala Prado Coelho - Free Fucking Notes - Marta Plantier (Voz) e Luís Barrigas (Piano)
23.00h - Sala Nietzsche – CORSAGE
23.30h - Sala Visconti - ERRO!
24.00h - Sala Prado Coelho - Fados com Hélder Moutinho e convidados

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Cristóbal Repetto na Culturgest



Cristóbal Repetto
4 de Novembro de 2008, 21.30h
Grande Auditório da Culturgest, Lisboa
*****

“Dizem que só a partir dos 30 se pode cantar o tango. Mas eu venho de um país onde se sofre muito antes dos 30…”
Cristóbal Repetto ainda não tem 30 anos e já há muito que canta o tango. Não o tango galante e marialva de Gardel, mas o tango campesino, que se toca e sente nos bailes dos pueblos das pampas argentinas, onde nasceu há 29 anos. Cresceu rodeado de música. De velhas cassetes que tocavam as mágoas de viver, cantadas por grandes músicos populares argentinos como Jorge Cafrune, Mercedes Sosa, Violeta Parra, Ignacio Corsini, Roberto Goyeneche e claro está, também por Carlos Gardel. Absorveu como uma esponja esse profundo fado argentino e, logo que pôde, foi cantá-lo para as peñas e festividades locais. Daniel Melingo descobriu-o e levou-o para os palcos de Buenos Aires e depois do mundo. Dele disse Gustavo Santaolalla: “Tiene todo el aspecto de um pibe moderno, pero quando abre la boca suena como un vinillo de los años 30, los de 78 revoluciones por minuto”.
Repetto é um fenómeno. A verdadeira personificação do tango enquanto fenómeno cultural popular. Teatral, deliberadamente maneirista, propõe uma exótica viagem ao passado. Ao início do século XX, quando o tango surgiu possante nos cabarets de Buenos Aires e iniciou a sua expansão triunfante para a Europa e para o mundo.
O seu repertório evita deliberadamente os ícones. Repetto não quer ser o novo Gardel, objectivo inatingível e demasiadas vezes procurado. Ele quer ser apenas um embaixador do verdadeiro tango popular, aquele que brotou espontaneamente do cruzamento de culturas na Argentina do início do século XX e se inscreveu no imaginário popular de tantos povos, incluindo o nosso.
Por isso não se limita a cantar o tango. Vai redescobrindo as suas origens, pondo-as a nú. E conduzindo o ouvinte nessa viagem pelos primórdios da canção nacional argentina, cantando habaneras, milongas e canyuenges.
Cristóbal Repetto insere-se também num movimento cultural que tem nos seus cultores nomes como Rufus Wainwright, Antony Hegarty, Edson Cordeiro ou os nossos Nuno Guerreiro e Paulo Bragança. Símbolos que vivem a arte à flor da pele e assumem, na teatralidade dos seus gestos, na colocação da voz, no assumir dos maneirismos associados à música e ao revivalismo do repertório, valores culturais de referência, responsáveis pelo surgimento de um universo musical gay que se tem imposto e adquirido um número crescente de adeptos junto dos mais variados públicos.
A acompanhar Repetto na Culturgest esteve apenas a guitarra de Ariel Argañaraz. Um grande guitarrista que conseguiu sozinho assegurar as despesas de um espectáculo manifestamente exigente. O tango que nos habituámos a ouvir acompanhado pelo bandaneón, ou ainda pelo piano, não surgiu minimamente beliscado por tão singelo acompanhamento. Nas mãos de Argañaraz a guitarra descobriu sonoridades inusitadas, bem como toda a emoção associada aos famosos cortes e quebradas tradicionais do tango. Outra exibição de grande virtuosismo.
Um grande espectáculo de dois músicos de que ainda iremos ouvir falar muito…

El Tabernero


Organito


Acquaforte