terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Morreu Freddie Hubbard



Desapareceu mais uma lenda viva do jazz. Frederick Dewayne Hubbard, o trompetista nascido em Indianapolis em 1938, foi galardoado com um Grammy em 1972 pelo seu trabalho First Light, gravado com George Benson e Jack deJohnette. O seu primeiro disco data de 1958, Open Sesame, com que iniciou uma meteórica ascensão no mundo do jazz.
Tocou com lendas como Thelonious Monk, Miles Davis, Ornette Coleman, Sonny Rollins ou John Coltrane.
Durante os anos 60 participou em trabalhos tão importantes quanto Maiden Voyage de Herbie Hancock, Free Jazz de Ornette Coleman, Ascension de John Coltrane ou o seu próprio trabalho Ready For Freddie.
A sua carreira sobreviveu mesmo a uma lesão no lábio detectada em 1990 e motivada pelo excesso de concertos, que o levou posteriormente a tocar apenas em ocasiões esporádicas.
Tinha 70 anos de idade e não conseguiu recuperar de um ataque cardíaco ocorrido no passado mês de Novembro.
Aqui fica uma sentida homenagem àquela que era, indiscutivelmente, um dos mais importantes trompetistas de jazz vivos.

Moanin’ – com Art Blakey e os Jazz Messengers (Wayne Shorter, Curtis Fuller, Cedar Walton, and Reggie Workman) em 1962


Straight Life – com Chick Corea, Stanley Clarke, Lenny White e Airto, em 1975


Bolivia – com DON BRADEN, BENNY GREE, JEFF CHAMBERS e CARL ALLEN, em 1990

domingo, 28 de dezembro de 2008

Agenda Semanal, 29 de Dezembro de 2008 a 4 de Janeiro de 2009


2ª Feira, 29 de Dezembro
21.30h – Casa da Música (Porto) - Mississipi Gospel Choir

3ª feira, 30 de Dezembro
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Big Band Reunion

4ª feira, 31 de Dezembro
22.00h – Praça do Comércio (Lisboa) - Da Weasel + Sérgio Godinho
22.00h - Torres Novas - Praça 5 de Outubro - Roda de Choro de Lisboa
22.00h - HotFive (Porto) - BUDDA POWER BLUES
23.45 - Figueira da Foz - Avenida de Abril - Pedro Abrunhosa & Bandemónio

6ª feira, 2 de Janeiro
21.30h – Coliseu (Lisboa) - Mississipi Gospel Choir
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Sara Serpa "Praia"
23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Mário Franco Trio

Sábado, 3 de Janeiro
21.30h - Centro de Artes do Espectáculo (Portalegre) - Mississipi Gospel Choir
23.00 – Ondajazz (Lisboa) - Sensi and the Shortcuts
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Sara Serpa "Praia"

A Matéria Prima do Jazz



Carlos Bica & Matéria-Prima
27 de Dezembro de 2008, 23.00h
Hot Club de Portugal
*****

O ano de 2008 fechou em grande no Hot com a apresentação do quarteto Matéria Prima, liderado pelo contrabaixista Carlos Bica a que se juntaram João Paulo Esteves da Silva no piano, acordeão e Rhodes, João Lobo na bateria e Mário Delgado na guitarra. Uma das mais originais e criativas formações do jazz nacional.
O concerto seguiu de perto a apresentação de 21 de Junho passado no Grande Auditório da Culturgest, embora o ambiente mais intimista do clube da Praça da Alegria tenha contribuído para revelar uma faceta mais informal e experimentalista do quarteto. João Paulo juntou ao piano o Fender Rhodes, que adicionou à apresentação uma sonoridade mais próxima da fusão, a que respondeu Mário Delgado com a sua habitual panóplia de efeitos aplicados magistralmente à guitarra eléctrica, mas também o acordeão que contribuiu, no sentido inverso, para imprimir um carácter de world jazz a alguns dos temas mais lentos e de inspiração popular, a que Carlos Bica sabe dar a volta como ninguém. Também João Lobo se mostrou em grande nível. Este jovem baterista, tido por muitos como um dos mais promissores da sua geração, que o levou já a projectos internacionais de relevo, como a colaboração com Enrico Rava a que assistimos em 16 de Fevereiro passado no CCB, mostrou porque razão é hoje um dos mais requisitados percussionistas do jazz nacional, rubricando uma actuação notável a todos os níveis: pela enorme capacidade técnica demonstrada e pela invejável criatividade na exploração do universo textural adequado à difícil obra de Bica, capaz de saltar do blues para o tango e do pop para a música étnica africana ou oriental, num abrir e fechar de olhos. Uma exibição notável de João Lobo.
Carlos Bica esteve igual a si mesmo, isto é, surpreendente em cada movimento, irreverente e audaz na composição e na interpretação apaixonada de cada tema. Um músico notável com uma incapacidade natural para a banalidade. Nas suas mãos o kitsch atinge níveis inconcebíveis de criatividade e complexidade, pleno de ritmo, de sentido de humor e de ousadia conceptual. Indiscutivelmente um grande músico português que permanece, inexplicavelmente, mais conhecido e admirado no estrangeiro do que no seu próprio país.
Falta apenas falar de Mário Delgado, também ele uma fonte inesgotável de experimentação e irreverência, a que junta uma técnica assombrosa na guitarra. De uma versatilidade inusitada Delgado é uma constante fonte de inspiração, para os ouvintes e para os seus companheiros de palco. Partilha com Frank Möbus, o guitarrista habitual nas formações de Bica, a paixão pelo experimental, pelo som sujo e complexo que tão bem serve o universo criativo das composições e arranjos de Bica, mas junta-lhe uma energia electrizante, uma paixão arrebatadora, um timbre poderoso e único. Outro músico maior do nosso jazz, responsável por inúmeros projectos de outros (foi dele a direcção musical do álbum João, lançado em 2007 por Maria João), mas que permanece uma pérola escondida do grande público, excepção feita aos jazzómanos convictos, que há muito o conhecem e admiram.
O Hot agradeceu com uma enchente como há muito não se via, numa apresentação memorável que terminou já bem depois das duas da madrugada.
À falta de registos do projecto Matéria Prima aqui fica um vídeo de Password, um tema gravado com o projecto Azul de Carlos Bica (com Jim Black na bateria e Frank Möbus na guitarra).

Carlos Bica & Azul - Password

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

This Is It!



André Sarbib
This is It!
Numérica, 2008

André Sarbib é filho do conceituado pianista francês Roger Sarbib, que introduziu as "Big Bands" de jazz em Portugal, nas décadas de 40 e 50 do séc. XX, e que trabalhou com ícones da canção francesa como Edith Piaf, Charles Trenet ou Maurice Chevalier. Como o pai, André assume-se como um pianista de jazz de eleição, a que junta neste trabalho uma surpreendente capacidade vocal, cantando em cinco dos 11 temas incluídos no disco, dos quais, igualmente cinco, são da sua autoria.
Destacam-se dois temas de Michel Legrand, Celui Lá e La Valse des Lilás, cantados naturalmente em francês, a língua materna de Sarbib, apesar de radicado no Porto há muitos anos.
Acompanham a voz e o piano de André Sarbib o trompetista João Moreira, com um trabalho notável, sobretudo no fliscórnio, afirmando-se cada vez mais como um músico de excelência (a que continua a faltar contudo um disco como líder. Para quando João?) o irmão deste, Bernardo Moreira, no contrabaixo e o jovem João Cunha na bateria, estando também em destaque a contribuição do terceiro irmão Moreira, Pedro Moreira, que fez os arranjos do quinteto de cordas, composto por David Lloyd na viola, Miranda Pythian Adams no violoncelo, Paula Miranda na harpa e Richard Thomas e Zoltan Santa nos violinos, incluído nos dois temas de Michel Legrand. Ao que parece terá sido o contrabaixista Bernardo Moreira quem convenceu André a assumir-se discograficamente como cantor, tendo os sofisticados arranjos de Pedro Moreira para os dois temas de Michel Legrand funcionado como "argumento decisivo e irrecusável", nas palavras do pianista.
Este é o terceiro disco de André Sarbib, depois de "O Silêncio das Águas" (1990) e de "Coisas da Noite" (1993), ambos para a etiqueta Numérica, tal como "This Is It!". No seu currículo porém, André Sarbib tem inúmeras colaborações com alguns dos nomes mais importantes da cena internacional, nomeadamente Joe Lovano, Barry Altschul, Ivan Lins, Carles Benavent, Ruben d`Antas, Jorge Rossi, Saheb Sarbib (nome artístico de seu irmão Jean Sarbib, contrabaixista que é hoje personagem importante da vanguarda nova-iorquina), Carlos Carli, Joachim Chacón e Paulo de Carvalho, entre outros.
This Is It! é um disco de grande classe de um pianista de referência do jazz nacional, figura incontornável da cultura musical portuense. É será com todo o mérito que André Sarbib levará este seu mais recente trabalho ao palco da Casa da Música no próximo dia 16 de Janeiro de 2009, pelas 22.00h, onde além dos irmãos Moreira e do jovem baterista João Cunha irá estar acompanhado pelo magistral harmonicista espanhol António Serrano, um dos mais geniais músicos revelados nos últimos anos pelo jazz espanhol e que participou igualmente na gravação do disco, entre outros vários convidados surpresa. Um concerto obrigatório!
Aqui ficam dois temas do disco This Is It! de André Sarbib: o imprescindível LA VALSE DES LILÁS, single oficial do disco e ainda Valsana, original de Sarbib que abre o disco e que aqui surge acompanhado de magníficas fotos de Paris à noite, da autoria do fotógrafo francês Thierry Lucas. Podem ver o trabalho de Lucas em http://www.pbase.com/ttfl/paris_at_night

André Sarbib – La Valse des Lilás


André Sarbib – Valsana

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Super Trouper no Ondajazz


André Fernandes Super Trouper
26 de Dezembro, 23.30h, Ondajazz (Lisboa)

Depois do álbum Cubo é tempo de apresentação ao público no novo projecto do guitarrista André Fernandes, Super Trouper, ainda sem edição em disco. Com André Fernandes na Guitarra, sampler e voz, Mário Delgado na Guitarra e Efeitos, DJRide na Turntable e Laptop, Demian Cabaud no Contrabaixo e Marcos Cavaleiro na Bateria, este é um projecto que vive do experimentalismo electrónico e acústico, com base em grooves para abanar o capacete. Sem rodeios…
À falta de documentação deste novo trabalho de André Fernandes deixo-vos com o vídeo “Perto”, um original incluído no disco Cubo.

André Fernandes – Perto

Matéria Prima do Hot



Carlos Bica & Matéria Prima
Hot Club de Portugal (Lisboa)
6ª feira, 26 de Dezembro, 23.00h
Sábado, 27 de Dezembro, 23.00h

Nesta semana de Natal não abundam as apresentações. Ainda assim é tempo de Carlos Bica, um dos mais importantes e internacionais músicos de jazz portugueses, levar ao palco do Hot Club o seu mais recente projecto “Matéria Prima”, que Bica explica da seguinte forma:

“Ao longo do meu percurso musical tenho tido a oportunidade de tocar com músicos de diferentes nacionalidades, provenientes das mais diversas escolas e estilos musicais. Independentemente das suas qualidades individuais como instrumentistas o que desde sempre mais me surpreendeu foi a inteligência emocional que diferencia alguns desses músicos. Essa “habilidade” de contar histórias que vivem de emoções através desta matéria-prima que é o som.
Apesar da universalidade que a música possui, poder-se-á falar da existência de um “portuguesismo” na música improvisada feita em Portugal. O actual projecto musical surgiu dessa vontade de fazer nascer um colectivo musical constituído na sua essência por músicos portugueses.
O pianista João Paulo e o guitarrista Mário Delgado são músicos e amigos de longa data cujo currículo dispensa qualquer apresentação e que eu muito admiro pela sua enorme criatividade e honestidade musical.
E como a música não escolhe idades, quis o destino dar-me a oportunidade de conhecer o jovem baterista João Lobo, que é na minha opinião um dos músicos mais talentosos e promissores de uma nova geração de músicos criativos que surgiu nos últimos anos em Portugal.
Música é alegria e tristeza mas também é paz e revolta, a música tem dessas coisas, porque o Agora não tem nome.”

Carlos Bica & Azul - Luscious


Carlos Bica, Frank Mobus & Jim Black - Azul é o Mar

Agenda Semanal, 22 a 28 de Dezembro



3ª feira, 23 de Dezembro
17.30h – Estação de Metro do Cais do Sodré (Lisboa) - Duo Bossa Nova
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Big Band Reunion

4ª feira, 24 de Dezembro
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Triângulo

6ª feira, 26 de Dezembro
21.30h – Ondajazz (Lisboa) – Luanda Cozetti
21.30h – Hotel D. Filipa (Almancil) - Hugo Alves 4tet
22.00h – Hotfive (Porto) - Minneman Blues Band
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Júlio Resende e convidados
23.00h – Hot Club (Lisboa) – Carlos Bica & Matéria Prima
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – André Fernandes Super Trouper

Sábado, 27 de Dezembro
16.00h – CCB (Lisboa) - Orquestra 6 Latinos
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Amadores de Música
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Free Fucking Notes, Marta Plantier e Luís Barrigas
23.00h – Hot Club (Lisboa) – Carlos Bica & Matéria Prima + Mário Delgado
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – Theo Pas’cal
23.00h – Teatro de Vila Real - Mariana Vergueiro Quarteto
24.00h – Braço de Prata (Lisboa) - YAMI

Domingo, 28 de Dezembro
21.30h – Casa da Música (Porto) - Mississipi Gospel Choir

domingo, 21 de dezembro de 2008

Simplesmente Jazz



Aldo Romano
Just Jazz
Dreyfuss Jazz, 2008

Aldo Romano nasceu em Belluno, na Itália, mas reside desde criança em França. A sua carreira musical iniciou-se logo nos anos 50, quando tocava guitarra e bateria nos bares de Paris. Mas foi após deixar a guitarra e iniciar a sua colaboração com Don Cherry, a partir de 1963, que granjeou fama, a que se seguiram importantes colaborações com Steve Lacy e Dexter Gordon. Acompanhou ainda nomes como Jackie McLean, Bud Powell, Lucky Thompson, J.J. Johnson, Slide Hampton, Woody Shaw e Nathan Davis. Em 1969 associou-se mesmo a um jovem e talentoso pianista, em ascensão: Keith Jarrett. Nos anos 70 dedicou-se à fusão, gravando o seu primeiro disco com líder, com Claude Barthélémy (Il Piacere, 1978). Entre as principais colaborações deste período contam-se as desenvolvidas com François Jeanneau, Jean-François Jenny-Clark, Michel Graillier, Henri Texier, Charlie Mariano, Philip Catherine e Jasper Van't Hof. Mais tarde gravaria com Bob Malach, Didier Lockwood e Jasper Van't Hof (Night Diary, 1980) e com Philip Catherine, Benoît Wideman e Jean-Pierre Fouquey (Alma Latina, 1983). O seu nome ficou igualmente associado ao de Michel Petrucciani, um jovem pianista que Romano descobriu no sul de França e apresentou a Jean-Jacques Pussiau, o produtor da editora Owl Records, com quem gravaria dois discos nos anos 80. No final da década fundou o seu quarteto italiano, com Paolo Fresu, Franco d’Andrea e Furio di Castri com quem gravou (para a Owl, para a Verve e mais tarde para a Label Bleu) To Be Ornette To Be, Water Dreams, Non Dimenticar, Prosodie e finalmente Palatino com Glenn Ferris e Paolo Fresu. Pelo meio ficaram colaborações com Claude Nougaro, Chet Baker e René Urtreger. Mais recentemente integrou o projecto Intrevista com Palle Danielsson, Stefano Di Battista e o jovem guitarrista brasileiro Nelson Veras.
O seu mais recente trabalho denomina-se Just Jazz e foi lançado em 2008 pela Dreyfuss Jazz. Além de Romano na bateria conta com Henri Texier no contrabaixo, Geraldine Laurent no saxofone e Mauro Negri no clarinete.
Este disco representa um regresso às origens para Romano. Às suas origens como músico de free jazz e não apenas como baterista. Uma abordagem musical como compositor, fortemente influenciado pelo seu passado mas também pela personalidade dos músicos que o acompanham. Para Romano a música é sempre uma expressão de colaboração.
O regresso ao free jazz é antes de mais, para Romano, a assumpção do risco, da liberdade criativa, sem narcisismos nem subterfúgios. A busca incessante do genuíno. Mas este regresso abrange ainda a revisita das raízes mais profundas do jazz no blues, destacando-se neste particular a inspirada presença do clarinete de Mauro Negri. Um músico que consegue criar algo de novo no seu instrumento sem nunca perder de vista a forte tradição que o blues e o jazz lhe associam.
Em suma, uma obra notável capaz de satisfazer os mais puristas saudosismos da genialidade dos anos 60 ao mesmo tempo que se mostra apelativa aos jovens inventivos que, não desprovidos de memória, se mostram sedentos de inovação.
Fiquem com um blues extraído de Just Jazz: Black And Blue de Harry Brooks, Fats Waller e Andy Razaf, com Aldo Romano na bateria, Henri Texier no contrabaixo, Geraldine Laurent no saxofone e Mauro Negri em destaque no clarinete. As belas fotos da noite novaiorquina são da autoria de Shatterbug e fazem parte do seu trabalho After Dark, City Lights. Podem vê-las em http://www.pbase.com/shatterbug/after_dark_city_lights

Aldo Romano – Black And Blue

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Agenda Braço de Prata


5ª feira, 18 de Dezembro
22.30h – Sala Prado Coelho
Recital de guitarra João Bastos
22.30h – Sala Nietzsche
ANISOTROPUS - Eduardo Lála – Trombone, Gil Gonçalves - Tuba
João Castro Pinto – Computador, Sintetizador, André Mota – Bateria, Percussão

6ª feira, 19 de Dezembro
22.30h – Sala Prado Coelho
Free Fucking Notes, Marta Plantier (Voz) e Luís Barrigas (Piano)
22.30h – Sala Nietzsche
Júlio Resende e convidados
Júlio Resende – Piano, Mário Franco – Contrabaixo, Joel Silva – Bateria
24.00h – Sala Prado Coelho
Recital de piano com Vera Prokic

Sábado, 20 de Dezembro
22.30h - Sala Prado Coelho
Kasutera - Convidado Especial: José Salgueiro (Percussão)
22.30h – Sala Nietzsche
Paula Sousa Quarteto
24.00h – Sala Visconti
His Sad Quote
Jorge Fazenda – Guitarra, Voz, Michel Matos – Bateria, Pedro Sesinando - Baixo
Rodrigo Piedade – Piano
24.00h – Sala Prado Coelho
Fado com Hélder Moutinho
24.00h – Sala Nietzsche
Nicole Eitner

Domingo, 21 de Dezembro
22.00h – Sala Nietzsche
Aviãozinho militar

domingo, 14 de dezembro de 2008

Lunáticos



Gotan Project
Sábado, 20 de Dezembro, 22.00h
Praça de Touros do Campo Pequeno (Lisboa)

Os Gotan Project constituem um dos mais surpreendentes sucessos dos últimos anos, com o seu Cibertango, uma fusão do tango argentino com a música electrónica.
Com mais de um milhão de cópias vendidas e de espectáculos por todo o mundo, os Gotan Project apresentaram-se com Revancha del Tango, a que se seguiu,em 2006 o seu último álbum Lunático. Este segundo trabalho do grupo formado por Phillipe Cohen, Cristoph Müller e Eduardo Makaroff deu seguimento à fusão do tango com as sonoridades da música electrónica, jazz, hip-hop e chill-out.
Para os adeptos da dance music criativa.

Gotan Project - Santa Maria


Gotan Project - Epoca

Buika, Niña de Fuego



2ª feira, 15 de Dezembro, 18.30h Fnac Chiado (Lisboa)
3ª feira, 16 de Dezembro, 21.00h Centro Cultural de Belém (Lisboa)


Buika é uma das mais interessantes e surpreendentes vozes espanholas dos últimos tempos, que mistura influências e estilos musicais mantendo a autenticidade que a caracteriza. Estreia em Lisboa, a 16 de Dezembro, no CCB.
Nascida em Palma de Maiorca, onde se estabeleceu a sua família originária da Guiné Equatorial, foi nesta cidade espanhola que se iniciou no mundo da música, cantando em clubes de jazz e em bares. Mudou-se entretanto para Madrid e em 2005 lançou “Buika”, o seu primeiro trabalho, que obteve já alguma visibilidade. No entanto, foi com o seu segundo álbum “Mi Niña Lola”, que a cantora alcançou finalmente o reconhecimento internacional, arrecadando prémios e participando em grandes festivais, onde deixou a crítica e o público rendidos.
O público português familiarizou-se com Buika depois da participação da cantora em “Terra”, o mais recente trabalho de Mariza, que a descreve como “uma voz única, muito, muito especial e que eu admiro bastante e que faz parte das minhas vozes preferidas”.
Tão à vontade como se estivesse em casa e sempre com um sorriso no rosto, Buika apresenta agora o seu terceiro álbum “Niña de Fuego”, um trabalho em que visita novamente a música popular espanhola com as coplas e viaja pela primeira vez até ao México e à ranchera, cantando ainda temas inéditos compostos por ela mesma e pelo aclamado produtor Javier Limón, também a escolha de eleição de outros grandes artistas como Paco de Lucía.

Concha Buika - No Habrá Nadie En El Mundo


Concha Buika – Jodida Pero Contenta


Veja também os vídeos "New Afrospanish Colective" "Mi Niña Lola" e "La Falsa Moneda"

Agenda Semanal


2ª feira, 15 de Dezembro
18.30h- Fnac Chiado (Lisboa) – Buika
21.30h – Trem Azul (Lisboa) – Carlos Zíngaro 60 anos
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – Quarteto de Paulo Lopes

3ª feira, 16 de Dezembro
17.30h – Estação de Metro do Jardim Zoológico (Lisboa) – Trio Bossanova
21.00h – CCB (Lisboa) – Buika
21.30h – Ondajazz (Lisboa) – Big Band Reunion
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Heritage Blues Band

4ª feira, 17 de Dezembro
22.00h – Hotfive (Porto) – Jam Session Porto All Stars
22.00h – Chapitô (Lisboa) - Camafrio
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Triângulo

5ª feira, 18 de Dezembro
15.00h – Conservatório de Aveiro - European Tuba Trio
18.00h - Antigo Ginásio Sport União Sintrense (Sintra) - Quarteto Ricardo Pinto
22.00h – Hotfive (Porto) - Quarteto Miguel Braga & Diana Basto
22.00h – Casa do Livro (Porto) - Minnemann Blues Band
23.00h – Hot Club (Lisboa) – André Fernandes “SuperTruper”
23.00h – Ondajazz (Lisboa) – Marta Plantier e Luís Barrigas
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Nações Unidas

6ª feira, 19 de Dezembro
17.30h - Estação de Metro do Rossio – Quarteto de Jazz
21.30h – Ondajazz (Lisboa) - Luanda Cozetti
22.00h – Hotfive (Porto) – Funkalicious
22.30h – Espaço Orfeu (Águeda) - Moondogs Blues Party
23.00h – Hot Club (Lisboa) – André Fernandes “SuperTruper”
23.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - Anisotropus
23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Trio Dudas

Sábado, 20 de Dezembro
21.30h – Instituto Franco Portugais (Lisboa) - The Gospel Choir
21.30h – Centro Cultural de Lagos - Orquestra de Jazz de Lagos
22.00h - Praça de Touros do Campo Pequeno (Lisboa) - Gotan Project
22.00h – Hotfive (Porto) - The Dixie Boys
22.30h – Casa da Eira (Paços de Ferreira) - Moondogs Blues Party
23.00h – Hot Club (Lisboa) – André Fernandes “SuperTruper”
23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Groove Quartet

Domingo, 21 de Dezembro
20.30h – Crew Hassan (Lisboa) – Jazz na Crew

The Spaces In Between



John Surman
The Spaces In Between
ECM 2007

Nascido em Tavistock, Devon, na Inglaterra, em 1944, John Surman é aclamado por muitos como uma das principais figuras do jazz europeu dos últimos 30 anos. Improvisador de enorme classe, Surman surpreende sobretudo pela rara capacidade que demonstra em expandir os contornos do jazz para áreas pouco usuais, como a música erudita, a dança e o teatro.
A sua carreira iniciou com uma colaboração com o seu conterrâneo Mike Westbrook e mais tarde, durante os anos 60, com Alexis Korner, com o octeto de Ronnie Scott, Humphrey Lyttleton, com o grupo Brotherhood of Breath e finalmente enveredando pelo jazz rock com John McLaughlin. Durante este período iniciou igualmente frutuosas colaborações com o compositor John Warren, com o pianista John Taylor e o contrabaixista Dave Holland, com quem gravou o seu primeiro disco.
Em 1968 formou o seu próprio octeto e fez parte da Big Band de Mike Gibbs. Foi contudo o seu trio (The Trio), composto por Surman no saxofone, Barre Philips no contrabaixo e Stu Martin na bateria que lhe granjeou maior popularidade e o colocou no circuito internacional do jazz.
Já nos anos 70 desenvolveu um projecto a solo Westering Home, e Morning Glory, com Terje Rypdal , John Marshall, Chris Laurence, Malcolm Griffiths e John Taylor. Fundou o trio SOS com Alan Skidmore e Mike Osborne e iniciou uma longa colaboração com a coreógrafa e dançarina norte-americana Carolyn Carlson, para a Ópera de Paris. Em 1978 gravou com Stan Tracey “Sonatinas” e com a cantora norueguesa Karin Krog “Cloudline Blue”. Integrou ainda o quarteto de Miroslav Vitous até 1982.
A sua colaboração com a ECM iniciou-se em 1979 com a gravação de Upon Reflection, e dura até ao presente, com mais quatro discos a solo e colaborações com Karin Krog e Pierre Favre (Such Winters Of Memory) e Jack DeJohnette (The Amazing Adventures Of Simon Simon).
Entre a vasta listagem de colaborações posteriores contam-se nomes importantes como Kenny Wheeler, Dave Holland, Elvin Jones, Jon Christensen, Albert Mangelsdorff, Paul Bley, Bill Frisell e Paul Motian. Fez ainda parte da Gil Evans Orchestra.
Como compositor John Surman tem trabalhado muito para a dança, com Carolyn Carlson. Escreveu ainda ’ Private City’ para o Sadlers Wells Royal Ballet, com coreografia de Susan Crow (igualmente editado pela ECM), foi compositor residente do Glasgow Jazz Festival em 1989, correu os festivais de jazz da Europa (incluindo Portugal) com o Brass Project e compôs para o Balanescu Quartet, comissionado em 1990 pelo Camden Jazz Festival. Escreveu para teatro e televisão e em 1993 compôs uma suite para a Oslo Radio Symphony Orchestra and Quartet. Em 1996 foi a vez do Salisbury Festival lhe comissionar Proverbs and Songs, em que Surman conjuga o seu fascínio pela música coral a que junta o seu saxofone e o órgão de tubos da Catedral de Salisbury, entregue às mãos experientes de John Taylor (gravado pela BBC Rádio 3 e mais recentemente editado pela ECM) Em 1998 estreou ainda uma versão para orquestra de câmara da sua obra prima The Road to St. Ives.
Os seus projectos actuais incluem um duo com John Taylor e outro com Karin Krog e o seu quarteto, formado por Surman, John Taylor, Chris Laurence e John Marshall. Colaborou ainda com Dave Holland e o tunisino Anouar Brahem no projecto Thimar e compôs as bandas sonoras dos filmes “The Shade” e Apartment 5c’ de Raphael Nadjari. Desde 2000 mantém colaboração regular com Jack deJohnette com quem gravou dois discos para a ECM: ’Invisible Nature’, gravado ao vivo em Tampere e Berlim e ‘Free and Equal’, gravado no Queen Elizabeth Hall em Londres e que contou com a participação do ensemble London Brass. Compôs ainda ’Under the Shadow’ para o quarteto vocal Red Byrd. Mais recentemente tem trabalhado com a the Sarum Chamber Orchestra.
The Spaces In Between é o seu mais recente trabalho para a ECM, gravado com Chris Lawrence no contrabaixo e o quarteto de cordas Trans4mation, composto por Rita Manning e Patrick Kiernan nos violinos, Bill Hawkes na viola e Nick Cooper no violoncelo. Neste trabalho Surman mostra-se igualmente influenciado pela sua ampla experiência na música coral e bem assim pelo seu amado folk britânico. As composições e improvisações surgem simples e hipnóticas, desenvolvidas tonalmente com recurso a amplos ensembles e rica orquestração. O jazz aqui surge raramente, brotando sobretudo das riquíssimas improvisações de Surman no saxofone. O tom geral é contudo dominado pelos ambientes contemporâneos da música de câmara, reforçados pela presença do quarteto Trans4mation.
Ainda que desprovido de swing, é indiscutivelmente uma obra maior e obrigatória de um dos mais importantes e influentes músicos europeus das últimas décadas. Com a beleza inerente à simplicidade popular soberbamente casada com o universo erudito imposto pelas elaboradas orquestrações e arranjos de Surman.
Como aperitivo deixo-vos o magnífico tema Winter Wish, de uma profundidade e beleza indescritíveis, acompanhado por fotografias igualmente extraordinárias do Inverno rural britânico, da autoria do fotógrafo inglês John Elliott. Podem ver o seu trabalho em http://www.pbase.com/jellophoto

John Surman & Trans4mation – Winter Wish

Belmondo & Lateef



Nova versão do vídeo que elaborei a partir do tema Aprés le Jeu, da autoria de Dal Sasso e incluído no álbum Influence (B Flat Recordings, 2005) da autoria dos irmãos Lionel e Stephane Belmondo e do octogenário saxofonista e flautista norte-americano Yusef Lateef. Um tema magnífico que funde o universo jazz com a beleza da melhor música barroca e que aqui surge acompanhado de belas fotos da Noruega da autoria de Wenche Aune. Podem vê-las em http://www.pbase.com/wenche_46/nature_bw
Além de Yusef Lateef na flauta, de Stéphane Belmondo no trompete e de Lionel Belmondo na sax e clarinete, interpretam ainda o tema Glenn Ferris no trombone, Laurent Fickelson no piano, Paul Imm no contrabaixo e Dre Pallemaerte na bateria.

Stephane & Lionel Belmondo & Yusef Lateef - Aprés le Jeu

Conta-me Histórias



Quarteto Marta Hugon
13 de Dezembro de 2008, 23.00h
Hot Club de Portugal (Lisboa)
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Esta semana foi a vez do Quarteto de Marta Hugon subir ao palco do Hot, para um triplo concerto nos dias 11, 12 e 13 de Dezembro. Formado exclusivamente por ex-alunos e docentes da Escola de Jazz Luís Villas Boas do Hot Club de Portugal (Marta Hugon faz mesmo parte dos corpos directivos desta instituição), pode dizer-se que este Quarteto se apresentou em casa, o que foi notório no modo descontraído como decorreu a apresentação de Sábado, nomeadamente quando comparada com a recente presença no Seixal Jazz, de que já vos dei conta oportunamente.
Com apenas dois discos editados, Tender Trap em 2006 e Story Teller este ano, esta formação ganhou já uma rara popularidade, fruto da coerência do seu repertório, da forma inteligente como se apropria de património musical estranho ao universo do jazz e, claro está, das inegáveis e enormes qualidades dos seus membros. Marta Hugon possui uma das mais doces e seguras vozes do jazz nacional, personalizada, expressiva e muito bela (à sua semelhança, aliás). Filipe Melo é uma referência no piano e nos arranjos, um dos mais talentosos músicos portugueses da sua geração, responsável pelo enorme swing que brota da música desta formação e pelos inconfundíveis riffs de blues que, a propósito, povoam os sons do quarteto. Mas a consistência da música de Marta Hugon passa também, e muito, pela enorme classe e experiência da sua secção rítmica, formada pela omnipresença de Bernardo Moreira no contrabaixo e pelo vigor de André Sousa Machado na bateria. Nos dois primeiros concertos esteve igualmente presente André Fernandes na guitarra, o quinto elemento do grupo cuja presença em estúdio enriqueceu fortemente a gravação de Storyteller (o sexto membro em estúdio foi o trompetista João Moreira, que contudo não costuma apresentar-se frequentemente em palco com o quarteto).
Esta apresentação serviu ainda para dar a conhecer alguns temas novos, porventura preparados a pensar na gravação, para breve, de um terceiro disco. Aqui notou-se a continuada apropriação do grupo de temas oriundo do universo musical do rock independente. Depois das adaptações de River Man de Nick Drake e de Crash Into Me de Dave Matthews (ao qual poderíamos juntar Still Crazy After All These Years de Paul Simon) surgem agora versões de David Sylvian, dos Radiohead e, facto importante, a estreia de um original de André Fernandes, com letra de Marta Hugon, denominado Time.
O jazz standard é um conceito evolutivo. Por mais geniais que sejam os clássicos de George Gershwin, de Cole Porter ou de Rodgers e Hammerstein, cada geração possui as suas próprias referências. Nada mais natural portanto que utilizá-las na construção da sua identidade musical, residindo aí grande parte da apelatividade do jazz: nessa enorme capacidade de integração em qualquer universo musical; na intemporalidade da sua linguagem.
Está pois no bom caminho a música de Marta Hugon. A prová-lo esteve este concerto memorável, com direito a dois encores, consagração absoluta perante o exigente público do Hot.

Marta Hugon - River Man

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Feliz Natal

Nesta quadra vem a propósito desejar a todos os visitantes do Riffs & Strides um Feliz Natal, com boa música, como não podia deixar de ser...
Por isso deixo-vos um tema de Natal pela grandiosa voz de Dianne Reeves: This Time of Year, um clássico de Brook Brenton e Clyde Otis, imortalizado pelo saudoso Ray Charles.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Solo na Casa da Música



António Pinho Vargas - Solo
Domingo, 14 de Dezembro, 22.00h
Casa da Música, Porto

António Pinho Vargas nasceu em Vila Nova de Gaia, a 15 de Agosto de 1951. Formou-se em História na Universidade do Porto. Estudou no Conservatório de Roterdão, a partir de 1987, e formou-se em Composição. É professor de Composição na Escola Superior de Música, em Lisboa, desde 1991. É um dos nomes principais do Jazz em Portugal, que nos últimos anos substituiu por trabalhos nas áreas da música contemporânea, da composição para filmes, peças de teatro e até ópera. O seu primeiro disco foi Outros Lugares, editado em 1983.
As suas colaborações com o saxofonista José Nogueira ficaram na história do jazz nacional, alcançando um inusitado sucesso na década de 80, para obras de jazz.
Este ano António Pinho Vargas dedicou-se a revisitar a sua obra de jazz, editando um disco a solo onde desenvolve novas versões dos seus velhos sucessos dos anos 80, como Tom Waits, Vilas Morenas ou As Mãos.
Esta semana vai tocar em casa, na Casa da Música no Porto. Um concerto a não perder!

António Pinho Vargas – Tom Waits (CCB, Julho de 2008)

Marta Hugon no Hot



Quarteto de Marta Hugon - Story Teller
Hot Club de Portugal
5ª feira, 11 de Dezembro, 23.00h
6ª feira, 12 de Dezembro, 23.00h
Sábado, 13 de Dezembro, 23.00h

Esta semana o quarteto de Marta Hugon vai apresentar-se em três concertos, Quinta, Sexta-feira e Sábado, sempre às 23.00h, no Hot Club de Portugal.
Uma oportunidade de ouro para assistir, ao vivo, à apresentação de uma das mais completas vocalistas nacionais de jazz da nova geração.
Com dois discos gravados, Tender Trap (Som Livre, 2006) e Story Teller (Iplay, 2008), Marta Hugon vai apresentar-se acompanhada pelo seu habitual quarteto, formado por Filipe Melo no piano, Bernardo Moreira no contrabaixo e André Sousa Machado na bateria, a que poderá juntar-se (se a ocasião se proporcionar) André Fernandes na guitarra, também ele contribuinte na gravação do mais recente trabalho do quarteto.
Em jeito de aperitivo, aqui ficam três temas de Marta Hugon: Too Close For Confort, do disco Tender Trap, Crash Into Me e River Man, do mais recente Storyteller.

Marta Hugon – Too Close For Confort


Marta Hugon – Crash Into Me


Marta Hugon – River Man

Agenda Semanal, 8 a 14 de Dezembro


2ª feira, 8 de Dezembro

23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Quarteto de Paulo Grilo

3ª feira, 9 de Dezembro

21.30h – Biblioteca Municipal de Lagos - Hugo Alves Sons e Palavras
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Big Band Reunion
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Messias & The Hot Tone Blues

4ª feira, 10 de Dezembro

17.30h – Estação de Metro do Campo Grande (Lisboa) – Saxofone & DJ
22.00h – Hot Five (Porto) - Jam Session Porto All-Stars
22.00h – Chapitô (Lisboa) - Tiago Santos
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Triângulo
23.00h – Parágrafo (Almada) – Flow
23.30h – Maxime (Lisboa) – DRU
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Carlos Sério Trio

5ª feira, 11 de Dezembro

21.30h – Centro Cultural de Chaves - João Gentil & Luís Formiga
21.30h – Livraria Trama (Lisboa) - Groove 4tet
22.00h – Salão Brazil (Coimbra) - Gonçalo Marques Trio
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Marta Hugon Quarteto
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Catman & Friends Play The Blues

6ª feira, 12 de Dezembro

23.00h – Cine-Teatro de Estarreja - João Gentil & Luís Formiga
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Marta Hugon Quarteto
23.30h - Ondajazz (Lisboa) – Musicophilos

Sábado, 13 de Dezembro

22.00h – Hot Five (Porto) - Minnemann Blues Band
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Marta Hugon Quarteto
23.00h – Zé dos Bois (Lisboa) – Luís Lopes
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – Filipa Ruas & The Shortcuts

Domingo, 14 de Dezembro

22.00h – Casa da Música (Porto) – António Pinho Vargas

Knives Still Out



Regresso com um novo video ao tema Knives Out, dos Radiohead, numa versão de Nelson Cascais inserida no seu disco Nine Stories, gravado em Novembro de 2004 no Mercado de Sant'Ana, em Leiria e editado em 2005 pela Tone of a Pitch. Além de Nelson Cascais, no contrabaixo, participam no disco e no tema Pedro Moreira, nos saxofones, Jesse Chandler, nos teclados, Bruno Pedroso, na bateria, e André Fernandes, nas guitarras.

Nelson Cascais - Knives Out

sábado, 6 de dezembro de 2008

Depois da Chuva



Daniel Mille
Aprés La Pluie
Universal 2005

O acordeão não será dos instrumentos de maior tradição no jazz. O que não impediu que a renovação do tango, inventada por Piazzolla no seu bandoneon, seduzisse os seguidores da estética jazzística, abrindo caminhos à colaboração de músicos de jazz com o mestre argentino, que ficaram nos anais do género norte-americano. Também em França, país onde o acordeão goza de merecida reputação, pois representa a alma da valse musette, muitos tentaram adaptar as palhetas ao jazz. E porque não? Não será o jazz uma derivação do blues e a harmónica um dos instrumentos que melhor representa a essência deste fado, nascido na Louisiana?
Um dos melhores exemplos da aplicação do acordeão ao jazz é, indiscutivelmente, o franco-italiano Richard Galliano. Nas mãos de Galliano as palhetas livres multiplicam-se e o tango vira jazz, enquanto o jazz vira valsa. Virtuoso como poucos, tem colaborado com alguns dos melhores músicos de jazz do mundo e conseguiu provar, sem sombra de dúvida, a pertinência do jazz tocado ao ritmo do fole.
Tamanho sucesso não passou despercebido e Galliano fez escola. Em França muitos acordeonistas têm-lhe seguido os passos e um dos que mais deu nas vistas, nos últimos tempos, foi Daniel Mille.
Um encontro fortuito com Richard Galliano nos corredores do metro de Paris mudou a vida deste jovem músico francês, nascido em Grenoble. Com 10 anos de carreira Daniel Mille começou por casar o seu acordeão apenas com a guitarra. Mas o seu enorme talento começou a exigir mais e as colaborações com grandes músicos, oriundos do jazz, da música popular ou clássica, não tardaram. Nomes como Salif Keita, Georges Moustaki, Jacques Higelin, Maurane, Lokua Kanza, Claude Nougaro, Baden Powel, David Linx, Minelo Cinelu, Marcio Faraco, Richard Bona e Helen Merril fazem parte do seu currículo de colaborações. O culminar desse processo foi a atribuição em 2006 do prestigiado prémio Victoires du Jazz.
Neste Aprés La Pluie, gravado em 2005, Mille faz-se acompanhar por Stéphane Belmondo no trompete, Remy Vignolo no baixo, Eric Legnini no piano e Pascal Rey na bateria, sem esquecer a presença ocasional de um quarteto de cordas. O resultado é lento e belo. A valsa, o jazz, o tango e a bossanova fundem-se nas sedosas notas extraídas do acordeão de Mille, com o trompete de Belmondo a glosar, em blues, as intemporais melodias que vão saindo dos instrumentos. Do inevitável Piazzolla (Oblivion) ao brasileiro Cartola (As Rosas Não Falam) passando pelos originais de sua autoria (Aprés la pluie, La valse des adieux, Les soirs de pleine lune e L’ultimo giorno), de Jean-Pierre Mas (Juste avant) e de Daniel Goyone (Ouro Preto), a música de Mille parte da tradição francesa em busca das Américas.
Desiludam-se os que gostariam de encontrar neste disco a sede da experimentação, as ousadias ou a erudição da contemporaneidade. A música de Daniel Mille busca, pelo contrário, a beleza da simplicidade, a poesia da melodia, o arrepio do silêncio. Para o puro prazer do ouvinte.
É assim um disco intemporal. Capaz de agradar aos saudosistas com a mesma apelabilidade com que seduz os mais avisados modernistas.
Merece por isso uma enorme chapelada.
Deixo-vos com o tema Ouro Preto, uma homenagem de Daniel Goyone à belíssima cidade mineira, de tal forma perspicaz que poderia ter sido escrita por um músico brasileiro (o nome de Milton Nascimento veio-me à lembrança quando ouvi o tema pela primeira vez), brilhantemente interpretada por Daniel Mille e pelos seus pares com fotos do brasileiro Flávio Veloso, a quem deixo igualmente a minha homenagem e agradecimento. Podem ver os seus trabalhos em http://www.pbase.com/flavioveloso

Daniel Mille – Ouro Preto

25 Anos com Maria João & Mário Laginha



Maria João & Mário Laginha
Chocolate
5 de Dezembro de 2008, 21.00h
Grande Auditório do CCB (Lisboa)
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Vinte e cinco anos a cantar jazz em Portugal é obra. Ainda mais do jeito tão especial quanto Maria João e Mário Laginha nos habituaram.
Fiéis aos seus princípios de imprimirem uma indelével marca pessoal em tudo o que fazem (uma impressão digital, nas emocionadas palavras de Maria João) e de levarem até às últimas consequências a sua irreverência musical, este duo que, na verdade, nunca o foi, pois esteve sempre acompanhado por alguns dos melhores músicos que pisaram os palcos nacionais, é hoje indiscutivelmente uma instituição da música portuguesa e internacional.
Numa busca incessante de um estilo próprio de viver a música, construído a partir de uma raiz jazzística mas fortemente informado pelos sons de África, da infância de Maria João, mas também do Brasil (a que não será alheia a constante presença de Yuri Daniel e de Alexandre Frazão nos seus sucessivos trabalhos) e da música tradicional portuguesa, Maria João e Mário Laginha conseguiram vencer resistências, conformismos e preconceitos e fazer escola.
A história destes 25 anos é também a história da escola de jazz Luís Villas-Boas do Hot Club de Portugal, onde ambos se conheceram, aprenderam muito e ensinaram mais ainda. Transformaram-se nos mais mediáticos embaixadores da nova geração de músicos de jazz nacionais e numa referência incontornável para todos os que acreditam que, como eles, é possível fazer jazz de enorme qualidade em Portugal e levá-lo aos mais importantes palcos do mundo.
Neste concerto propuseram-nos um regresso às origens. Aos standards que, nas mãos de Mário Laginha e na voz de Maria João, nunca o são verdadeiramente, de tal forma se apropriam de tudo o que tocam e cantam. Maria João, como habitualmente, com as emoções à flor da pele, num autêntico carrossel de sentimentos, de ritmo e de expressão. Mário Laginha com o virtuosismo nos arranjos e no piano que lhe é reconhecido.
O regresso às origens fez-se também pela exuberância de Alexandre Frazão na bateria, parceiro maior e de sempre neste projecto. Pela imperturbável confiança de Bernardo Moreira no contrabaixo, colaborador assíduo do pianista, de há largos anos, e também ele fruto desta primeira geração da escola do Hot. E pela criatividade de Julian Argüelles nos saxofones, um músico que começa a ganhar um lugar de destaque na música portuguesa, de tal forma tem aparecido ligado aos mais relevantes projectos desenvolvidos no jazz nacional, nomeadamente os protagonizados por Mário Laginha.
Foi assim uma viagem plena de emoções. Onde ao lado dos novos temas como “I’ve Grown Accustomed to His Face” surgiram pérolas do passado como “Beatriz”, um tema composto por Chico Buarque e Edu Lobo e que se transformou num hino ao bom gosto e ao enormíssimo talento de Maria João e Mário Laginha. O momento mágico do espectáculo. Silêncio absoluto de uma plateia rendida à maravilhosa interpretação de uma das mais sublimes exibições de beleza musical que a música portuguesa conseguiu produzir.
Foi um inesquecível privilégio.
Venham os próximos 25 anos que, a avaliar pelo espectáculo desta noite, prometem celebrações com enorme pompa e circunstância.

Maria João & Mário Laginha - Beatriz


Maria João & Mário Laginha - Unravel

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Alentejo Minimal



João Paulo Esteves da Silva continua a constituir um dos mais preciosos tesouros escondidos da música nacional. Com uma já longa e prolífica carreira, pontuada por inúmeras colaborações com alguns dos mais prestigiados músicos portugueses, no que toca aos seus trabalhos como líder permanece famoso entre os mais fiéis seguidores da estética jazzística mas quase desconhecido do grande público.
No seu trabalho Nascer, editado em 2001 (MA recordings), propôs-nos uma deslumbrante viagem pelas raízes sefarditas da música tradicional lusa, na qual se fez acompanhar pelo acordeonista (e pianista) Ricardo Dias, responsável também por alguns dos arranjos inseridos no disco, e pelo saxofonista norte-americano Peter Epstein.
O resultado é um extraordinário projecto onde, com enorme sensibilidade e respeito pela tradição, se põe a nú a história musical da nação lusitana, nas suas diversas fontes e influências.
Um trabalho que urge conhecer!
Aqui fica um novo vídeo do tema Deolinda, uma canção popular portuguesa com arranjo de Ricardo Dias, acompanhada de fotos da minha autoria a que chamei "Alentejo Minimal", e que constituem uma tentativa de captar, em pequenos detalhes, o espírito desta extraordinária região portuguesa, onde esses traços mouriscos e sefarditas da tradição esmiuçada por este magnífico trio, melhor se fazem sentir: na arquitectura, na paisagem, na música e nos costumes.

João Paulo, Ricardo Dias e Peter Epstein - Deolinda

domingo, 30 de novembro de 2008

Chocolate em Lisboa



Maria João & Mário Laginha - Chocolate
Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (Lisboa)
6ª feira, 5 de Dezembro, 21.00h

Depois do Porto e de Coimbra é a vez de Lisboa provar este magnífico chocolate que nos é oferecido pelo mais aclamado duo de jazz nacional: Maria João e Mário Laginha.
Com eles vão subir ao palco do CCB Bernardo Moreira, no contrabaixo, Alexandre Frazão na bateria e o britânico Julian Argüelles no saxofone.
Este novo trabalho surge em jeito de comemoração dos 25 anos de carreira de Maria João. Nele foi recuperada a mesma formação instrumental de 1983, embora se mantenham apenas dois dos intervenientes do quinteto Maria João: a voz, naturalmente, e o piano de Mário Laginha. Entre os temas originais presentes no disco, com letras de Maria João e música de Laginha, contam-se também alguns standards, completando-se deste modo a ponte com a gravação de 1983

Maria João & Mário Laginha - I've Grown Accustomed to His Face

Rituais na Aula Magna


Nicola Conte Jazz Combo

Sexta Feira, 5 de Dezembro, Aula Magna (Lisboa), 21.30h
Sábado, 6 de Dezembro, Centro Artes e Espectáculos São Mamede (Guimarães), 23.00h

O multi-facetado compositor italiano Nicola Conte apresenta o seu novo álbum Rituals, a 5 de Dezembro, na Aula Magna de Lisboa.
Como qualquer músico profissional (com um passado ligado à música electrónica e ao acid-jazz), Nicola Conte é um coleccionador inveterado de discos de raridades em vinil que lhe permitem encontrar novos projectos e sonoridades.
Para o álbum Other Directions foi buscar referências ao jazz dos anos 50 e 60, época em que este género musical se começou a soltar das fórmulas clássicas das big bands norte-americanas.
Natural da cidade italiana de Bari, Conte foi durante algum tempo DJ no colectivo artístico Fez, espaço que lhe permitiu apurar o gosto pelo acid-jazz de Paolo Achenza Trio, Quintetto X, Fez Combo ou Intensive Jazz Sextet.
As pistas de dança foram o território onde Nicola Conte se sentiu mais confortável (explorando também a bossa nova e outros ritmos latinos e afro-americanos), embora, como estudante de música clássica, se tenha sentido sempre atraído pelas atmosferas densas do jazz.

Nicola Conte - Like Leaves In The Wind

Glenn Miller Orchestra



Glenn Miller Orchestra
5ª feira, 4 de Dezembro, 21.00h, CCB (Lisboa)
Sábado, 6 de Dezembro, 21.30h, Teatro Micaelense (Ponta Delgada)

A mais famosa Ghost Band do mundo visita Portugal.
Em 1944, o avião onde Glenn Miller viajava, ao serviço do exército norte-americano, despenhou-se e o corpo do músico nunca chegou a ser encontrado. Miller não pode assim acompanhar a longa carreira da orquestra que tinha formado poucos anos antes. Passaram mais de 60 anos desde o desaparecimento de Miller, e o mundo não o esqueceu. Como poderia? A Glenn Miller Orchestra continua a encantar tudo e todos com grandes sucessos como Moonlight Serenade, In The Mood, Tuxedo Junction ou Chattanooga Choo Choo. O trombonista Larry O’Brien dirige cerca de 20 jovens e talentosos músicos e cantores nesta big band que em duas horas de espectáculo, como num estalar de dedos, nos faz recuar até aos anos trinta.
Depois da Count Basie Orchestra é a vez da Glenn Miller Orchestra visitar Portugal para dois concertos, em Lisboa e Ponta Delgada.

Glenn Miller Orchestra - In The Mood


Glenn Miller Orchestra - Chattanooga Choo Choo
com Dorothy Dandridge & The Nicholas Brothers

Pedro Jóia e Orquestra de Câmara Meridional



Pedro Jóia e Orquestra de Câmara Meridional
Casa da Música (Porto)- Sala Suggia
Quarta-feira, 3 de Dezembro, 22.00h

A herança da guitarra portuguesa e dos seus principais intérpretes tem dado origem a reinterpretações virtuosas pelas mãos de Pedro Jóia, um dos mais notáveis guitarristas portugueses. Primeiro foi Carlos Paredes, e agora é a obra de Armando Augusto Freire (Armandinho) que renasce na guitarra clássica em novos arranjos surpreendentes. A excelência do álbum À Espera de Armandinho foi confirmada recentemente ao merecer o Prémio Carlos Paredes 2008, atribuído pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira para o melhor álbum instrumental de música não erudita feito por portugueses.

Com cinco discos editados em nome próprio, Pedro Jóia regressou em 2007 de um período de quatro anos no Rio de Janeiro, onde colaborou com nomes como Ney Matogrosso, Simone, Zeca Baleiro e Elba Ramalho.

Nesta apresentação no Porto Pedro Jóia vai estar acompanhado pela Orquestra de Câmara Meridional, o que aumenta a curiosidade e as expectativas, face à excelência do trabalho já evidenciado por este grande guitarrista português.

Pedro Jóia e Vicky - Ao vivo no Teatro da Trindade em Lisboa


Pedro Jóia e Ney Matogrosso - Porta do Silêncio

Agenda Semanal, 1 a 7 de Dezembro



3ª feira, 2 de Dezembro
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Big Band Reunion

4ª feira, 3 de Dezembro
17.30h - Estação de Metro do Jardim Zoológico (Lisboa) - Trio Bossa Nova
22.00h – Casa da Música (Porto) - Pedro Jóia e Orquestra de Câmara Meridional
23.00h – Ondajazz (Lisboa) – Triângulo

5ª feira, 4 de Dezembro
19.00h – CCB (Lisboa) - Ivo de Greef (tributo Keith Jarrett)
21.00h – CCB (Lisboa) – Glenn Miller Orchestra
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Albert Bover Trio
23.00h – Ondajazz (Lisboa) - André Santos & Quinteto Alegoria de Viver

6ª feira, 5 de Dezembro
21.00h – CCB (Lisboa) – Maria João & Mário Laginha
21.00h – CCB (Lisboa) – Mariano Deidda canta Pessoa
21.30h – Aula Magna (Lisboa) - Nicola Conte Jazz Combo + José James
21.30h – Culturgest (Lisboa) - Carlos Zíngaro
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Albert Bover Trio
23.00h – Zé dos Bois (Lisboa) - Dazkarieh
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – Júlio Resende “da Alma”

Sábado, 6 de Dezembro
21.30h – Jazz ao Norte (Matosinhos) - Samuel Quinto
21.30h – Teatro Micaelense (Ponta Delgada) - Glenn Miller Orchestra
22.30h – Salão Brazil (Coimbra) – La Chanson Noire
23.00h – Centro Artes e Espectáculos São Mamede (Guimarães) - Nicola Conte Jazz Combo + José James
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Albert Bover Trio
23.00h – Ondajazz (Lisboa) - Filipa Ruas and the Shortcuts

Domingo, 7 de Dezembro
21.00h – CCB (Lisboa) – Amélia Muge e convidados
22.00h – Centro de Congressos do Estoril – Natacha Atlas

Bruxelas continua à chuva...



Aqui fica uma nova versão do tema clássico de Paquito d'Rivera, originalmente incluído no seu disco "Why Not?" (CBS, 1984). Uma homenagem deste extraordinário saxofonista e clarinetista cubano ao mítico guitarrista Django Reinhardt e ao seu parceiro belga Jean Baptiste "Toots" Thielemans.
Esta versão foi extraída do disco "Paquito d'Rivera, The Clarinetist, Volume One" editado em 2001 pela Peregrina Music. Conta com Paquito d'Rivera no clarinete, Niels-Henning Örsted-Pedersen no contrabaixo, Wolfgang Haffner na bateria, Frank Chastenier no piano, Pernel Saturino na percussão e ainda com a European Art Orchestra dirigida por Pablo Zinger. As fotos de Bruxelas são da autoria de dois fotógrafos: o inglês Adrian Reilly e o neo-zelandês Damon Lynch.Podem vê-las em http://www.pbase.com/mescaleroman/brussels_devoid_of_colour
http://www.pbase.com/dflynch/brussels

Paquito d'Rivera - Brussels in the Rain

sábado, 29 de novembro de 2008

Recomeçando um Final



Já em tempos deixei aqui breves notas sobre um magnífico disco do saxofonista norueguês Trygve Seim editado em 2004 pela ECM e designado Sangam. Esta reunião de músicos e influências de que Seim foi anfitrião, juntou ao seu saxofone o saxofone baixo e clarinete baixo de Nils Jansen, os clarinetes de Havard Lund, o trompete de Arve Henriksen, a trompa francesa de Tone Reichelt, a tuba de Lars Andreas Haug, o acordeão de Frode Haltli, o violoncelo de Morten Hannisdal, a bateria de Per Oddvar Johansen, os trombones de Oyvind Braeke e Helge Sunde e ainda um ensemble de cordas dirigido por Christian Eggen, O resultado é uma feliz confluência de géneros e estilos, do jazz à world music passando pela composição contemporânea, num dos mais belos e profundos momentos protagonizados pelo extraordinário jazz norueguês nos últimos anos.
Deixo-nos então com o novo vídeo de Beginning an Ending, de Trygve Seim, com belas fotos da Noruega da autoria do inglês Dave Wittenberg. Podem vê-las em http://www.pbase.com/davewit/norway_bw.

Trygve Seim - Begining an Ending

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Declaração de Amor



Jonas Knutsson e Johan Norberg
Cow Cow: Norrland II
ACT, 2005

Uma declaração de amor à sua terra natal. É a forma como poderemos descrever o conteúdo deste disco, de pura e simples beleza. A terra em questão é a Lapónia, no norte da Escandinávia, e os autores desta homenagem são os suecos Jonas Knutsson e Johan Norberg.
O primeiro é um extraordinário saxofonista cujo timbre melódico e o lirismo do seu fraseado evocam de imediato Jan Garbarek. Com o experiente saxofonista norueguês Knutsson partilha ainda a inspiração no folclore nórdico que sabe trazer com enorme propriedade para o seu repertório. Trabalhou com a cantora folk Lena Willemark e colaborou com os grupos de jazz suecos Enteli e Nordan, mas foi em duo com a guitarra de Johan Norberg que ganhou maior projecção internacional, neste projecto Norrland que vai já no terceiro disco, todos com a chancela da alemã ACT.
Norberg é um dos mais conceituados guitarristas de folk e world music da Escandinávia. Durante 17 anos colaborou com o trombonista Nils Landgren no duo Chapter Two.
Juntaram-se em 1999 e criaram um som único que funde de modo original, criativo e profundamente intimista o folclore escandinavo com o jazz. O primeiro disco do duo surge apenas em 2004 e foi denominado Norrland, literalmente as terras do norte. Seguiu-se em 2005 este Cow Cow: Norrland II, continuação do projecto que deve o seu nome a um quadro do pintor bávaro Bernd Zimmer, do ciclo Neue Wilde, reproduzido na capa. Já em 2008 editaram Skaren: Norrland III, em que se juntam ao duo o contrabaixo de Eva Kruse e as vozes do quarteto Kraja, constituído por Eva e Lisa Lestander, Frida Johansson e Linnea Nilsson. Sempre em busca da autenticidade da música tradicional do povo Sami e do norte da Escandinávia.
Este Cow Cow: Norrland II é uma viagem pelas belas paisagens do Norte, através de um diálogo íntimo entre os dois instrumentos: a guitarra e o saxofone. Melódica, profunda, muito bela e sobretudo com uma aparente e cativante simplicidade, é uma viagem envolvente e extremamente gratificante para o ouvinte. Ouvem-se ecos do folclore da região por entre as montanhas cobertas de neve e os lagos gelados da Lapónia. Sentem-se laivos de jazz nos elaborados solos protagonizados pelo duo. Um disco que transmite uma atmosfera de bem-estar, de beleza, de puro deleite para quem o ouve, sem nunca cair nos facilitismos da música new age. Aqui tudo é autêntico, desde o talento dos músicos até às paisagens geladas do norte escandinavo, sem esquecer os ritmos contagiantes das gentes que povoam estas terras frias há múltiplas gerações.
Um jazz soft, no bom sentido, que pode ser desfrutado por todos, iniciados ou não na escola de Monk.
E uma enorme prova de vitalidade do jazz sueco e nórdico. Ainda e sempre na vanguarda do que melhor se produz no género, no continente europeu. Marcante e original. Verdadeiramente exemplar.
Aqui fica um vídeo do tema de abertura do disco, Klappmark, um original do duo dedicado a uma aldeia homónima da Lapónia sueca e às suas gentes. Como não podia deixar de ser as fotos que acompanham o tema são da Lapónia e da autoria do norueguês Arthur van Riet. Podem vê-las em http://www.pbase.com/tuur10d/lapland_zomer_2004

Jonas Knutsson & Johan Norberg - Klappmark

domingo, 23 de novembro de 2008

Júlio Resende Quarteto na Casa da Música



Sexta-feira, 28 Novembro 2008
22:00, Sala 2 Casa da Música (Porto)
Júlio Resende Quarteto

Um ano depois de lançar o seu primeiro álbum pela Clean Feed, Da Alma, o pianista Júlio Resende sobe ao palco da Sala 2 da Casa da Música, acompanhado pelo seu quarteto, formado inteiramente por músicos jovens, Júlio Resende no piano, Zé Pedro Coelho nos saxofones, João Custódio no contrabaixo e João Rijo na bateria.
Esta é seguramente uma das mais promissoras formações surgidas nos últimos anos no país, com uma abordagem criativa e aberta ao universo do jazz, com pés assentes na tradição e os olhos voltados para a modernidade.

Júlio Resende Quarteto - Deep Blues


Júlio Resende Quarteto - Wise Up

Chocolate em Coimbra



Maria João & Mário Laginha - Chocolate
3ª Feira, 25 de Novembro, 21.30h
Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra)

O mais reputado duo do jazz nacional prossegue o périplo pelas salas portuguesas de apresentação do seu mais recente trabalho, o álbum Chocolate. Depois da Casa da Música no Porto e antes do Centro Cultural de Belém em Lisboa (a 5 de Dezembro), é a vez do Teatro Académico Gil Vicente receber a visita de Maria João e Mário Laginha, acompanhados de Julian Argüelles no saxofone, Bernardo Moreira no contrabaixo e Alexandre Frazão na bateria.
Um concerto a não perder!
Em jeito de aperitivo aqui fico o mais novo vídeo do duo, do tema I've Grown Accustomed to His Face, extraído do álbum Chocolate (Universal, 2008).

Maria João & Mário Laginha - I've Grown Accustomed to His Face

Agenda Semanal, 24 a 30 de Novembro


2ª feira, 24 de Novembro
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Quarteto de Paulo Grilo

3ª feira, 25 de Novembro
21.30h – Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra) – Maria João e Mário Laginha
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Big Band Reunion
23.00h – Espaço Celeiros (Évora) – Terças Jazz
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Catman & Friends Play The Blues

4ª feira, 26 de Novembro
18.30h – FNAC Vasco da Gama (Lisboa) – Maria Alice
19.30h – Trem Azul (Lisboa) – Luís Lopes
21.30h – Jazz ao Norte (Porto) – Trio Pedro Madaleno
21.30h – Casa da Música (Porto) - HARMOS Festival
22.00h – FNAC (Coimbra) – Maria João e Mário Laginha
22.00h – Teatro Municipal da Guarda – Melech Mechaya
22.00h – São Jorge (Lisboa) – Cesária Évora
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Triângulo
22.30h – Parágrafo (Almada) – Flow
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Carl Nevitt Trio

5ª feira, 27 de Novembro
19.00h - Espaço APAV & Cultura (Lisboa) - Rodrigo Amado & Miguel Mira & Gabriel Ferrandini
21.00h – Aula Magna (Lisboa) – Gatham Brothers
21.30h – CCC Caldas Rainha – 4 corners
22.00h – FNAC Santa Catarina (Porto) – Maria João e Mário Laginha
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Paula Sousa Quinteto
23.00h – Ondajazz (Lisboa) - Rui Caetano Trio
23.00h – Zé dos Bois (Lisboa) - Tora Tora Big Band
23.00h - Glory's Bar (Ovar) - Trio Michaël Maia
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Zoey Jones Trio

6ª feira, 28 de Novembro
18.00h – FNAC Alfragide (Amadora) – Maria Alice
18.00h – Fnac Vasco da Gama (Lisboa) – Afonso Pais Trio
18.30h – FNAC Cascais – Luís Represas
20.00h – São Jorge (Lisboa) - André Fernandes 5teto (Festival Lisboa Mistura)
20.00h – São Jorge (Lisboa) - Marta Hugon (Festival Lisboa Mistura)
21.30h - Teatro Lethes (Faro) - Trio Maria Viana
21.30h – Culturgest (Lisboa) – 4 corners
22.00h – FNAC Cascais – Maria João e Mário Laginha
22.00h – Malaposta (Odivelas) - Yeti Project Jazz
22.00h – Casa da Música (Porto) - Júlio Resende Quarteto
22.30h – Fnac Chiado (Lisboa) – Afonso Pais Trio
23.00h – Fnac Colombo (Lisboa) – Luís Represas
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Paula Sousa Quinteto
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – Couleur Café

Sábado, 29 de Novembro
21.30h – Casa das Artes (Famalicão) – Tito Paris
21.30h – Centro de Artes e Espectáculos de Portalere – 4 corners
23.00h – Alla Scalla (Braga) - Budda Power Blues
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Paula Sousa Quinteto
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – Múcio Sá Trio
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Messias & The CrossRoads Blues Band

Domingo, 30 de Novembro
22.00h – Crew Hassan (Lisboa) – Jazz na Crew
22.00h – Casa da Música (Porto) – 4 corners
22.00h – Ondajazz (Lisboa) – Noite de Fusão
23.00h – Alla Scalla (Braga) - Budda Power Blues
23.00h – Tertúlia Castelense (Maia) - AP Quarteto
00.00h – Music Box (Lisboa) - Big Band & Friends

sábado, 22 de novembro de 2008

Yaron Herman Trio no CCB



Yaron Herman Trio
21 de Novembro de 2008, 21.00h
Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém
****,5

Afirmar que Yaron Herman é um fenómeno, é hoje um lugar comum. De facto atingir o nível técnico apresentado por este israelita, de apenas 27 anos, em tão pouco tempo, é no mínimo invulgar, sobretudo se considerarmos o facto de Herman tocar piano há apenas 11 anos.
Mas, mais do que as suas precoces habilidades no teclado, o que impressiona em Herman é a sua notável capacidade para inovar, para criar algo de fresco e pessoal naquilo que toca. Isso, no jazz, é ainda mais raro atingir aos 27 anos (por vezes leva-se uma vida inteira sem o conseguir…).
Pode dizer-se que Herman se insere numa estética a que, por vezes, se chama o jazz-pop (expressão que não gosto particularmente mas que, à falta de outra melhor, me forço a usar), corrente que já atraiu músicos como Brad Mehldau (sobretudo no álbum Largo), os suecos do Esbjörn Svensson Trio, o trio norte-americano The Bad Plus (com Ethan Iverson ao piano) ou os alemães do Trio Elf (com Walter Lang ao piano).
Mas se adaptar Toxic de Britney Spears ao jazz (aliás, brilhantemente) ou Message in a Bottle dos Police é uma ousadia a que outros já se permitiram, através de adaptações de temas dos Queen, dos Radiohead, de Björk (Herman inclui também no seu último disco uma versão de Army of Me) ou até dos Blondie, já a forma como essa adaptação é feita e sobretudo a diversidade de fontes de que bebe este trabalho em trio, não é tão comum.
Na verdade Yaron Herman não se limita a capturar a energia do pop e a armazená-la em potentes versões jazzísticas de temas que fizeram as delícias dos tops de vendas, por esse mundo fora. Vai muito mais longe, cristalizando, numa sucessão rica e diversa de temas, outras influências colhidas ao longo da sua formação musical e que vão desde a música barroca ao simbolismo russo (há uma deliciosa versão do Prelúdio Nº 2 em Si Bemol Maior, Opus 35, de Alexander Scriabine no disco “A Time For Everything”) e desde o impressionismo francês ao minimalismo de Stockhausen (este já traduzido para o jazz por músicos como o próprio filho do compositor alemão, o trompetista Marcus Stockhausen, ou o suíço Nik Bartsch). Nem as fontes populares ficaram esquecidas com o inevitável blues e a música tradicional do médio oriente a marcarem presença, aproximando-se neste particular da obra do seu compatriota Avishai Cohen.
O trabalho de Herman é assim de uma riqueza e diversidade estonteantes.
O que poderá contudo constituir a única crítica a apontar-lhe. A obra surge algo dispersa. Manifestação inequívoca de uma ânsia de mostrar conhecimentos, facilmente justificável à luz dos seus 27 anos de idade.
Todos os males fossem esse.


Yaron Herman Trio
A Time For Everything
Laborie Records, 2007

Mas esta viagem musical não foi solitária. A acompanhar Herman estiveram o contrabaixista Matt Brewer e o baterista Thomas Crane (substituto na apresentação ao vivo de Gerald Cleaver, que gravou o disco).
Matt Brewer é um jovem contrabaixista norte-americano (tem apenas 25 anos) de enorme classe. Manifestou um virtuosismo de grande sobriedade, que por vezes contrastou com a exuberância interpretativa de Herman e Crane, mas que contribuiu decisivamente para a solidez e coerência musical do projecto. De uma fluência e criatividade invejáveis nos solos, soube contudo contrapor-lhes o rigor na assumpção das tarefas rítmicas do trio, sobretudo quando os focos estavam apontados para os seus colegas de palco. Uma exibição notável. Apenas lhe posso apontar o menor acerto na escolha de um instrumento de pequena dimensão. Se é certo que andar a correr mundo com um contrabaixo às costas não deve ser tarefa fácil (a avaliar pelo tratamento habitualmente dado à bagagem comum nos aeroportos, de dimensões liliputianas face ao mastodôntico contrabaixo, deve até ser muito difícil…) não posso ainda assim deixar de referir que o uso de um instrumento dotado de uma caixa de ar de outra envergadura traria benefícios óbvios à apresentação, designadamente nos momentos de maior explosão rítmica, que foram muitos.
Já Crane mostrou trabalho menos regular. Se por um lado se assumiu como o verdadeiro motor do trio, quando era preciso injectar adrenalina na apresentação, já nos momentos menos enérgicos não conseguiu manter esse nível, com algumas limitações criativas no que respeita às estéticas texturais, por vezes exigidas pela diversidade do repertório. Diria que neste projecto se impunham dois bateristas: Crane para as versões pop e Gerald Cleaver para as outras, manifestando este último, no disco, uma riqueza, um detalhe e uma subtileza criativa de outra envergadura.
Finalizo com um lamento dedicado ao som do Pequeno Auditório do CCB. Pareceu-me pouco acertada a opção pelos tons suaves e polidos de um concerto de câmara. Quase soaram nasalados.
Uma obra desta amplitude rítmica carecia de algumas arestas vivas, que acentuassem os contornos explosivos por vezes extraídos pelos músicos dos seus instrumentos. Ainda para mais apresentando-se o trio em versão exclusivamente acústica, abdicando dos efeitos sonoros adicionados no disco por Jean Pierre Taleb.
Uma situação a rever.
Ver videos de Yaron Herman
Aqui fica um tema deste álbum e deste concerto, o clássico "In The Wee Small Hours of the Morning" da autoria de Bob Hilliard e David Mann, popularizado por Frank Sinatra. As fotos são da austríaca Claudia Schweizer. Podem ver o seu trabalho em http://www.pbase.com/c_schweizer/night_variations.

Yaron Herman Trio - In The Wee Small Hours oF The Morning