quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Scattering Poems, por E. E. Cummings
Julia Hülsmann e Rebekka Bakken
Scattering Poems
ACT 2003
Nascida em Bona, em 1968, Hülsmann estudou na Academia de Artes de Berlim com mestres como Walter Norris, Aki Takase e David Friedman. Estudou ainda em Nova Iorque com Maria Schneider, Richie Beirach, Gil Goldstein e Jane Ira Bloom. Depois de passar pela Orquestra Nacional da Juventude alemã, sob a direcção de Peter Herbolzheimer, passou por diversos projectos de Big Bands de jazz, de fusão e até de pop, antes de formar o seu trio de jazz em 1997, um dos mais subtis e distintos do panorana actual do jazz alemão.
Rebekka Bakken nasceu em Oslo dois anos depois. A sua carreira começou como vocalista de grupos de rock e funk. Em 1995 mudou-se para Nova Iorque onde tentou a sorte como cantora rock. Mas só a encontraria em 1998 quando iniciou uma frutuosa colaboração com o guitarrista Wolfgang Muthspiel. A sua voz evoca nomes como Joni Mitchell e Sidsel Endresen e acabou por conquistar um lugar entre as mais populares cantoras de jazz da actualidade.
Este trabalho preconiza uma visita à poesia do poeta, pintor, ensaísta e dramaturgo norte-americano E.E. Cummings. Segundo Hülsmann a sua poesia é possuidora de uma tal riqueza pictórica e rítmica que a música como que brota naturalmente dos seus versos. Foi pois com naturalidade que musicou oito poemas de Cummings aos quais juntou mais dois temas: uma versão instrumental de A Thousand Years de Sting e um cover do tema "Same Girl" de Randy Newman.
A acompanhá-la estão Marc Muellbauer no contrabaixo, Heinrich Köbberling e Rainer Winch na bateria.
Este é um jazz eminentemente feminino. Poético, suave, por vezes com um lirismo comovente. As melodias brotam fluentemente do piano de Hülsmann para a voz expressiva de Rebekka Bakken as interpretar com requinte.
Mas não pensem que se trata de um trabalho saudosista, embebido dos maneirismos tradicionais do jazz vocal. Longe disso. A tradição para Júlia Hülsmann reside no profundo respeito pela melodia. Mas o modo como a trata é verdadeiramente original e contemporâneo. Devedor tanto do universo erudito de Ravel como do popular de Monk ou Hancock.
Uma obra madura que afirma as suas protagonistas como figuras maiores do jazz europeu contemporâneo.
Deixo-vos com um vídeo do tema Love Is More Thicker Than Forget, um dos mais belos temas do disco e uma sentida homenagem ao amor, nas suas diversas variantes, pelos versos de E. E. Cummings, pela música de Júlia Hülsmann e pela voz de Rebekka Bakken, mas também pela objectiva de dez fotógrafos, das mais variadas proveniências: Shutternutz, Vikas, Phil M, Marcav, Zenmatt, Jim Larkin, SimplePhotography, Glen Sansoucie, Faye White e Linda Alstead. As suas obras podem ser visitadas nos seguintes links:
Shutternutz - http://www.pbase.com/cslr_challenge/cslr15
Vikas, Phil M e Marcav - http://www.pbase.com/cslr_challenge/cslr15_eligible
Zenmatt - http://www.pbase.com/zenmatt/and_joy_follows_like_a_shadow
Jim Larkin - http://www.pbase.com/jjlarkin39/pad
SimplePhotography - http://www.pbase.com/simplephotograph/a_love_story
Glen Sansoucie - http://www.pbase.com/gsansoucie/2008_peso&page=21
Faye White - http://www.pbase.com/fayewhite
Linda Alstead - http://www.pbase.com/lindarocks/root
Julia Hülsmann Trio with Rebekka Bakken - Love Is More Thicker Than Forget
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário