Old Scotch

Mark Knopfler
Kill To Get Crimson
Mercury/Universal
Setembro 2007
15/20

Este guitarrista escocês, já com 58 anos de idade, é mais conhecido pelo seu trabalho como líder da banda Dire Straits, mas tem um currículo impressionante, onde para além dos 10 álbuns gravados com aquele grupo, se incluem seis álbuns a solo, sete bandas sonoras de filmes, oito álbuns de colaboração (com artistas desde Bob Dylan a Chet Atkins e Emmylou Harris, passando pelos ex-companheiros de banda John Illsley e o irmão David Knopfler), vários Grammys, mais de 110 milhões de discos vendidos e de quatrocentos concertos em mais de 30 países por todo o mundo…
Os seus trabalhos mais recentes são marcados sobretudo pelas influências folk, que neste último álbum são encarnadas pelas melodias e instrumentos tradicionais célticos (escoceses e irlandeses).
É um álbum intimista, calmo e recheado de baladas, num conjunto convincente e fortemente homogéneo. Os temas mais conseguidos são talvez Heart Full of Holes, para além de True Love Will Never Fade, The Scaffolder’s Wife e In The Sky.
Fazendo uso de instrumentos tradicionais, como o acordeão, o violino ou a flauta, para além da sua inconfundível guitarra, a maturidade musical de Mark Knopfler parece ser preenchida por um retorno às suas raízes musicais escocesas, onde imperam temas tradicionais célticos, por vezes com arranjos que fazem lembrar os Dire Straits, como em We Can Get Wild, Punish the Monkey ou Behind With the Rent.
Será talvez uma obra que desilude os fans mais revivalistas dos Dire Straits, mas apela de tal forma aos valores mais elementares e universais da música, tratando-os com a simplicidade e a eficácia de quem contempla tranquilamente uma longa carreira recheada de sucessos, que não pode deixar indiferente nenhum melómano autêntico.
Mark Knopfler é sem dúvida um grande músico, cujo talento será seguramente recordado por muitos anos, e este álbum é a prova tranquila e madura disso mesmo. Para desfrutar devagar, de preferência com um bom Porto velho…