quinta-feira, 10 de abril de 2008

A Nova Bossa Nova


Luciana Souza
The New Bossa Nova
Verve
Agosto 2007
14/20

Esta brasileira nascida em São Paulo, vive desde 1980 nos Estados Unidos e é filha de dois músicos importantes do movimento bossa nova, Walter Santos e Teresa Souza.
Estudou jazz no Berklee College of Music e no Conservatório New England, dividindo-se presentemente entre a carreira de cantora e o ensino.
Este disco, já o sétimo da sua lavra, é produzido (e muito bem produzido) pelo marido, Larry Klein, que assina igualmente os dois originais nele incluídos: Love is for Strangers e You and the Girl.
Conta ainda com a participação de excelentes músicos como Chris Potter no saxofone, Romero Lubambo na guitarra, Edward Simon no piano, Scott Colley no baixo, Matt Moran no vibrafone e António Sanchez na bateria.
O objectivo declarado da cantora foi pegar em grandes poetas e compositores dos últimos 50 anos e passá-los pela lente da bossa nova, num regresso às origens familares… Esses temas foram Down to You, de Joni Mitchell, Never Die Young, de James Taylor, Here it Is, de Leonard Cohen, When We Dance, de Sting, ou ainda Satellite de Elliot Smith, Living Without You, de Randy Newman ou I Can Let Go Now, de Michael McDonald.
Se porém o objectivo passava também pela renovação da bossa, como sugere o título, então tenho de afirmar que o álbum soa a dejá vu…
Na verdade é um disco calmo, intimista, um projecto pessoal muito bem servido por uma excelente produção e pela presença de grandes músicos. Mas não possui grande originalidade… Nada de particular o distingue de muitos outros projectos semelhantes que têm visto luz verde ao longo dos anos, desde que o genial Tom Jobim e seus pares criaram o ritmo brasileiro mais famoso em todo o mundo.
Eu diria mesmo que, comparativamente com outros trabalhos anteriores de Luciana Souza, este se apresenta mais conservador e menos original, sem um rasgo de ousadia que o eleve a outros patamares criativos.
Destaque contudo para o dueto com James Taylor no tema deste Never Die Young.
Ainda assim é um trabalho de inegável qualidade e que vale a pena ser ouvido, nem que seja só pela bela voz de Luciana Souza.

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