domingo, 7 de junho de 2009

DomancichAvenelGoubert



DAG
Sexta-feira, 5 de Junho de 2009, 21.45h
Convento dos Capuchos (Almada)
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Sophia Domancich - piano
Jean Jacques Avenel - contrabaixo
Simon Goubert - bateria

DAG são as iniciais dos apelidos dos membros deste trio francês, formado pelo piano de Sophia Domancich, pelo contrabaixo de Jean-Jacques Avenel e a bateria de Simon Goubert.
Domancich teve uma formação clássica, adquirida no Conservatório Nacional de Paris onde ingressou aos 11 anos de idade. Mas rapidamente enveredou por outros caminhos musicais, acompanhando músicos africanos e caribenhos nos clubes da capital francesa, e músicos de jazz, como Bobby Few, Steve Lacy, Bernard Lubat, Ann Ballester e Mimi Lorenzini.
Nos anos 80 formou o trio Davenport, com Charles Calamel no contrabaixo e Bernard Drouillet na bateria. Em 1984 rumou a Inglaterra integrando-se na cena jazzística britânica. Integrou o grupo Equip’Out de Pip Pyle, com Didier Malherbe, Hugh Hopper e Elton Dean e colaborou noutros projectos do saxofonista falecido em 2006, entre eles Soft Bounds com o baterista Simon Goubert. Integrou ainda formações com Richard Sinclair, Phil Miller, John Greaves, Robert Wyatt, Vincent Courtois, Paul Rogers, Tony Levin, Paul Dunmall e Evan Parker.
Entre 1997 e 2000 integrou a prestigiada Orchestre National de Jazz, liderada pelo contrabaixista Didier Levallet, experiência que alargou consideravelmente os horizontes musicais da pianista, a sua linguagem e paleta de sons.
Integrou depois o Flowers Trio, com o baterista Ramon Lopez e o contrabaixista Joëlle Léandre, o trio do saxofonista Eric Barret (onde colaborou com o contrabaixista Jean-Jacques Avenel) e o quarteto de Simon Goubert, com Michel Zenino e Boris Blanchet.
Em 1999 editou o seu primeiro álbum a solo, Rêves Familiers.
Fundou em 2000 o quinteto Pentacle, com Jean-Luc Cappozzo no trompete, Claude Tchamitchian no contrabaixo, Simon Goubert na bateria e Michel Marre no eufónio, o qual já gravou dois álbuns, um epónimo em 2003 e Triana Moods em 2006.
O projecto DAG surge em disco também em 2006, um trio de piano verdadeiramente colaborativo, em que nenhum dos instrumentos assume uma liderança clara, antes alternando no protagonismo, não apenas nos solos mas sobretudo na composição e arranjo dos temas.
Domancich é uma pianista de jazz que deixa bem claras a sua formação clássica e o gosto pelo experimentalismo contemporâneo. Recorre frequentemente a padrões repetitivos e sincopados, numa busca exploratória das potencialidades do instrumento, para o que não hesita em utilizar directamente as cordas do piano. Ainda assim o seu fraseado é contido, lírico, por vezes melancólico.
Nisso contrasta com a exuberância de Goubert e sobretudo de Avenel. Se o baterista alterna o experimentalismo textural com o free jazz, já o contrabaixista impressionou pela extraordinária capacidade técnica e domínio do instrumento, conseguindo assumir, a espaços, uma inegável liderança da apresentação, de tal modo se mostrou virtuoso e soube enriquecer, mesmo aos níveis melódico e harmónico, a música do trio.
DAG mistura free jazz com música de câmara contemporânea. Mas raramente o faz de modo frio e minimalista. A sua sonoridade é rica e contagiante. Provocatória sem nunca perder um sentido melódico. Virtuosa mesmo, por vezes, sem cair na soberba.
Uma revelação, por três músicos de ampla experiência, mas pouco conhecidos da maioria dos jazzómanos lusitanos.

DAG - Pourquoi Pas?
Live at the New Morning (PARIS) the 1st dec 2008

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