Christian "Swing" McBride

Christian McBride Quinteto
Domingo, 5 de Julho - 19:00
Centro de Congressos do Estoril
Estoril Jazz 2009
****,5

Christian McBride é um dos melhores contrabaixistas da sua geração.
Nascido em Filadélfia, a 31 de Março de 1972, pode dizer-se que começou a sua formação musical em casa, com o pai, Lee Smith, e o tio avô, Howard Cooper, ambos contrabaixistas. Passou pelo ensino clássico e concluiu o liceu na High School for the Creative and Performing Arts (C.A.P.A.), na sua cidade natal, após o que se mudou para Nova Iorque e para a prestigiada Juilliard School, através de uma bolsa de estudos. O seu mentor em Nova Iorque foi Homer Mensch.
Desde os tempos de escola que McBride está habituado a acompanhar grandes músicos. Exibições em clubes da Big Apple e tournées com Bobby Watson, John Hicks, Kenny Barron, Larry Willis e Gary Bartz, sucederam logo no primeiro ano na Juilliard. Não admira pois que no ano seguinte abandonasse os estudos para integrar a banda de Roy Hargrove. Em 1990 foi a vez de integrar a equipa de Freddie Hubbard, com quem permaneceria durante três anos e fez a primeira visita a Portugal.
Em 1991 foi a vez de Ray Brown e John Cayton, no projecto Superbass a que se seguiu Pat Metheny e o seu Special Quartet (os outros dois eram Billy Higgins e Joshua Redman). Em 1994 assinou pela Verve e em 1996 estreou-se como actor de cinema no filme Kansas City, de Robert Altman.
Desde então McBride tem sido requisitado por nomes sonantes de vários géneros musicais: de Sting a Queen Latifah, de Uri Caine a Sonny Rollins, de Diana Krall a Chick Corea. Uma verdadeira parada de estrelas.
Para esta apresentação no Estoril Jazz McBride veio acompanhado pelo seu quinteto “Inside Straight” composto pelo saxofonista Steve Wilson, pelo vibrafonista Warren Wolf e pelos “suplentes” Peter Martin no piano e Ulisses Owens Jr. na bateria, que substituíram os programados e usuais Eric Reed e Carl Allen.
Com uma simplicidade e bonomia contagiantes, o contrabaixista rubricou uma exibição de excelente nível, conquistando com facilidade o público que não chegou a encher o Centro de Congressos do Estoril.
O seu jazz é directo, construído nas mais sólidas raízes históricas do género, carregado de swing e de uma notável capacidade criativa e de comunicação dos vários membros do quinteto. A liderança clara da secção rítmica, Ulisses Owens, apesar da juventude, mostrou-se bem à altura do chamamento, foi bem complementada pela dobragem melódica dos saxofones de Wilson e do vibrafone de Wolf (o qual, apesar de tocar apenas com duas baquetas, indício claro da opção por funções melódicas em detrimento de outras, deixou excelentes indicações técnicas) e bem assim do piano entregue a Peter Martin, com uma execução sólida e bem assente na tradição blues.
Um concerto assumidamente conservador na abordagem jazzística, mas magnificamente executado e ritmicamente irresistível.
Quem afirmou que o “velho” jazz morreu nunca ouviu tocar o quinteto de Christian McBride!

Christian McBride & Niels Pedersen - Bye Bye Blackbird