sexta-feira, 31 de julho de 2009

José Menezes no CCB


José Menezes Quarteto
30 de Julho de 2009, 22.00h
Cafetaria Quadrante - CCB (Lisboa)

José Menezes é já um histórico do jazz nacional. Nascido no Porto, em 1957, desperta para o jazz em 1971, com a primeira edição do Cascais Jazz. Começa a tocar saxofone como auto-didacta e tem as primeiras experiências musicais, ainda nos anos 70, com Rui Azul, Guilherme Eduardo, Mário Barreiros, Pedro Barreiros, Miguel Guerra, Pedro Abrunhosa e Eduardo Silva, pioneiros do culto do jazz na cidade invicta.
Inicia o estudo formal do instrumento na Escola de Música do Porto com o Prof. Américo Aguiar, de onde transita para o Conservatório de Música do Porto estudando com os professores Teresa Macedo, César de Morais e Costa Santos. Mais tarde obteria a licenciatura pela ESMAE.
Em 1981 estreia-se como músico profissional na Orquestra do Casino de Espinho, ano em que inicia igualmente a sua carreira como professor de educação musical no ensino oficial.
Nos anos 80 integrou várias formações de jazz, geralmente de duração efémera, como a Banda de Bolso, a Jazz Express, a Anima e o Quarteto de Saxofones do Porto, em que colaborou com músicos como Joaquin Iglésias, Pedro Abrunhosa, Miguel Guerra, Telmo Marques, Mário Barreiros, Eduardo Santos, Tomás Pimentel, Sávio Araújo, Manuel Beleza, Talaia, Firmino Neiva, José Nogueira, Edgar Caramelo e José Francisco.
Foi um dos co-fundadores da Escola de Jazz do Porto, juntamente com Mário e Pedro Barreiros, Pedro Abrunhosa e Isabel Dantas, onde leccionou saxofone e harmonia.
Nos anos 90 passou por inúmeras experiências musicais, nomeadamente no meio televisivo, destacando-se na área do jazz a participação no Ensemble de António Pinho Vargas, na Orquestra Nacional de Jazz e na Big-Band do Hot-Club de Portugal.
Actualmente José Menezes integra a CoolJazz Orchestra de Pedro Abrunhosa, o Decateto de Mário Laginha e o José Castro/Mário Franco ensemble. Lidera ainda o Sexteto Jazzexpress com Gonçalo Marques (t) Daniel Vieira (sa) Júlio Resende (p), Hugo Antunes (ctb) e Pedro Viana (bat).
Prossegue a carreira docente em várias escolas de jazz do país.
Para esta apresentação José Menezes foi buscar Gonçalo Marques no trompete, e uma secção rítmica de luxo, composta por Carlos Barretto no contrabaixo e José Salgueiro na bateria, para o acompanharem.
O resultado foi amplamente convincente. Além de um fraseado seguro, personalizado e bastante criativo de José Menezes, fomos presenteados com um inspirado Gonçalo Marques no trompete, capaz de arriscar quando se exige e de fazer uma boa companhia à ampla experiência do saxofonista. Claro está que Carlos Barretto e José Salgueiro estiveram à altura dos seus pergaminhos e deram o espectáculo que se esperaria de dois dos melhores profissionais nacionais nos respectivos instrumentos. Barreto com a habitual irreverência tecnicista que nunca cessa de surpreender e Salgueiro com uma batida forte e criativa, com o extremo bom gosto que o caracteriza.
Uma sala cheia que fez jus à valia dos músicos em palco, completou uma quinta feira de jazz memorável no CCB.
Um experiência que se recomenda.

Dados biográficos:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Menezes

Quarteto de Saxofones do Porto (1990)
José Menezes, José Nogueira, Edgar Caramelo e José Francisco

quarta-feira, 29 de julho de 2009

1º fim-de-semana do Jazz em Agosto 2009


1 a 9 de Agosto
Fundação Calouste Gulbenkian

Cumprindo um ciclo completo de 25 anos e, este ano, sob o conceito de Ícones e Inovadores, o Jazz em Agosto continua a proporcionar - no ambiente feérico que o caracteriza nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian - músicos referenciados na História do jazz, detentores de projectos musicais criativos, inovadores e visionários, apresentados pela primeira vez em Portugal.


O Jazz em Agosto 2009 inicia-se no sábado, 1, às 21h30 (Anfiteatro ao Ar Livre) com George Lewis e o seu projecto electro acústico Sequel. Trombonista registado em mais de 80 álbuns e que cultiva, em paridade, a vertente electrónica da Música, George Lewis volta ao Jazz em Agosto enquadrado no projecto experimental que estreou em Baden-Baden no New Jazz Meeting de 2004, sendo a segunda vez que o apresenta em público. Membro da Association for the Advancement of Creative Musicians (AACM), George Lewis é também autor do livro A Power Stanger than Itself - The AACM and American Experimental Music (Ed. The University of Chicago Press, 2008), obra que irá apresentar na conferência do dia seguinte, domingo, 2, às 16h30 (Auditório 3).

O Jazz em Agosto 2009 prossegue no domingo, 2, às 18h30 (Auditório 2) com o duo Rough Americana constituído pela italiana de descendência egípcia Giulia Loli, aka Dj Mutamassik e pelo guitarrista experimental americano Morgan Craft. Rough Americana esbate fronteiras da música via uma sampladélia provocante e revelando-se assertivo na política contemporânea através de sons que migram entre géneros musicais populares.


Lawrence D. “Butch” Morris conclui o 1º fim-de-semana do Jazz em Agosto no palco do Anfiteatro ao Ar Livre conduzindo a Nublu Orchestra, misto de vanguarda e irreverência e que reúne instrumentistas de origens variadas com ponto de reunião regular no Clube Nublu de Nova Iorque, um espaço underground multicultural. Com uma composição diferente em cada exibição pública, a Nublu Orchestra é a concretização do processo de condução de Lawrence D. “Butch” Morris, um conjunto de sinais transformados num vocabulário que o músico desenvolveu para dirigir os músicos da orquestra unindo as suas diferenças e desenhando direcções imprevisíveis.

O Jazz em Agosto 2009 regressa na quinta-feira, 6 de Agosto, com um concerto revelação…

Créditos das imagens:
- George Lewis Sequel : Claudio Casanova/AAJItaly
- Nublu Orchestra: Nublu Orchestra

http://www.musica.gulbenkian.pt/jazz/index.html.pt

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Maria Rita e OJM


Maria Rita e Orquestra Jazz de Matosinhos
1 de Agosto, 22.00h
Marginal de Matosinhos
5 de Agosto, 22.30h
Hotel Santa Eulália, Albufeira

A cantora brasileira Maria Rita aceitou o desafio da Orquestra Jazz de Matosinhos (OJM) e vai participar em dois concertos em Portugal acompanhada pela big band dirigida por Carlos Azevedo e Pedro Guedes.
Maria Rita e a Orquestra de Jazz de Matosinhos apresentam-se dia 1 de Agosto em Matosinhos, e a 5 de Agosto em Albufeira, no Grande Real Santa Eulália Resort, no âmbito do projecto Allgarve. O repertório inclui temas dos três discos da cantora com arranjos de Pedro Guedes.
O programa dos concertos é preenchido por cerca de uma dezena de temas, quase todos incluídos nos três discos de Maria Rita ("Maria Rita", de 2003, "Segundo", de 2005 e "Samba meu", de 2007), com arranjos originais para big band a cargo de Pedro Guedes. As canções a interpretar por Maria Rita são da autoria de compositores brasileiros como Milton Nascimento, Edu Lobo, Chico Buarque, Jean Garfunkel, Rita Lee, Marcelo Camelo, Caetano Veloso ou Rodrigo Maranhão, com uma única excepção, o tema "Soledad", do cantautor uruguaio Jorge Drexler.

Maria Rita e Quinteto em Branco e Preto – Num Corpo Só

Bennie Wallace em Serralves


Bennie Wallace
1 de Agosto, 18.00h
Fundação de Serralves (Porto)

"Bennie Wallace Plays Monk”

Este ano na sua 18ª edição, o Jazz no Parque dá continuidade ao interessante ciclo de concertos que se repete todos os anos no campo de ténis do parque da Fundação de Serralves.
Com uma programação da responsabilidade de António Curvelo, o Jazz no Parque 2009 encerra com o quarteto de Bennie Wallace, num programa dedicado às composições do genial Thelonious Monk, autor ao qual dedicou o registo Plays Monk, gravado em 1981. Neste espectáculo, que se antevê como o ponto alto desta edição de Jazz no Parque, Wallace conta com a preciosa colaboração de John Hebert (contrabaixo), Donald Vega (piano), e Yoron Israel (bateria).

Bennie Wallace Trio – Body And Soul

Chick Corea e Gary Burton à borla!


Chick Corea & Gary Burton
31 de Julho, 22.00h
Palácio de Cristal (Porto)

A dupla Chick Corea (piano) e Gary Burton (vibrafone) actua na próxima sexta-feira nos jardins do Palácio de Cristal, às 22 horas, integrados no Porto Blue Jazz. A entrada é livre.
Corea e Burton formam um dos mais famosos e produtivos duos de jazz. Encontaram-se pela primeira vez há 36 anos e, desde então, gravaram uma série de álbuns que tocam a sensibilidade mesmo daqueles que não se sentem atraídos pela linguagem jazzística.
Na presente digressão, os dois músicos norte-americanos estão a promover o álbum que editaram o ano passado, "The New Crystal Silence".
Uma oportunidade a não perder!

Chick Corea & Gary Burton – Waltz For Debby

James Taylor em Cascais


James Taylor
28 de Julho, 22.00h
Hipódromo de Cascais

É um dos cantautores mais amados e mais reconhecidos do country folk. Com 40 anos de carreira, James Taylor continua a cativar uma legião de fãs por todo o mundo.
A sua extraordinária capacidade de compor melodias memoráveis e a sua facilidade em contar as histórias através das suas composições, valeram-lhe milhões de álbuns vendidos, cinco Grammys e quase todos os maiores prémios de carreira da indústria musical mundial. Ainda este ano, a estação BBC Radio 2 premiou o cantor com o prémio de carreira. "Sweet Baby James" foi o trabalho que o deu a conhecer e é ainda um dos seus maiores êxitos a par de "Something In The Way She Moves", "You've Got a Friend" e "Fire and Rain".
São estes e outros os êxitos que de certo farão parte do repertório que o músico norte-americano trará a Cascais, fazendo-se acompanhar da sua inseparável guitarra e de um leque de músicos e vocalistas notável.

James Taylor – Fire and Rain

Melody Gardot em Oeiras


Melody Gardot
27 de Julho, 22.00h
Jardins do Palácio Marquês de Pombal (Oeiras)

É já hoje que a cantora Melody Gardot vai estrear-se entre nós com um concerto nos Jardins do Palácio Marquês de Pombal, em Oeiras.
Despertou para a música aos 19 anos, depois de um acidente que a levou vários meses para uma cama de hospital. A recuperação deu-se lentamente e com a ajuda de terapia musical, que haveria de a levar a uma carreira musical internacional.
Estreou-se em disco em 2008, com o álbum Worrisome Heart, a que se seguiu, já este ano, My one and only thrill.
Com um estilo que mistura o jazz com o blues e o folk, sem esquecer algumas influências da bossanova, Gardot, agora com 24 anos, cultiva uma aproximação suave mas personalizada da experiência jazzística.

Melody Gardot – Baby, I’m a Fool

Salsa’n Jazz no Latin Jazz Corner


Tenho seguido atentamente a carreira do pianista brasileiro Samuel Quinto e já por diversas ocasiões tive ocasião de divulgar o seu excelente trabalho nestas páginas.
Apesar de, entre nós, o Samuel Quinto Trio continuar a obter um reconhecimento claramente abaixo do seu real valor, é com satisfação que constato que, fora de portas, há quem não tenha ficado insensível aos méritos deste projecto.
Não resisto assim a divulgar e transcrever parcialmente a crítica ao último álbum do trio, publicada no site norte-americano “Latin Jazz Corner”:

(...) "Pianist Samuel Quinto leads his trio with a bold and enthusiastic personality on Salsa’ N Jazz, delivering an exciting set that successfully explores a variety of approaches and influences.

(...) Quinto diversifies his repertoire on the remaining songs, presenting a mixed bag of influences that confirm the depth of his knowledge. The group mixes a funky groove with a cha cha cha on the bluesy “Quinto’s Rhumba,” recalling shades of Herbie Hancock and Mongo Santamaria.

(...) Quinto guides his trio through Salsa’ N Jazz with a fiery passion, firmly based upon his broad musicianship and accomplished performance skills. As a pianist, Quinto repeatedly displays highly developed technical abilities, a deep knowledge of harmony, and a keen insight into melodic creation. His improvisations scream with a fiery spontaneity and a jazz intensity while his melodic interpretations reflect a thoughtful and reflective musician. He often reveals a strong Michel Camilo influence with bits of Chick Corea and Chucho Valdes thrown into the mix. Quinto has built upon these references extensively though, forging his own voice through a creative investigation of these musicians. His compositions serve as perfect showcases for his skills, displaying the wide range of his musicianship in full view. He manages to prioritize expression throughout his writing, mixing his extensive technical ability with well-constructed ideas. Santiesteban and Borges act as an ideal rhythm section behind Quinto’s strong musical personality. They unobtrusively support his work at every turn, making musical choices that benefit each song. When given the opportunity to step into the spotlight, they appear as solid soloists with distinct personalities. With all these elements in place, Quinto holds the weight of the trio upon his shoulders with style and ease on Salsa’ N Jazz, strongly declaring the emergence of a new piano stylist.”


A crítica integral pode ser consultada no seguinte link: http://www.chipboaz.com/blog/2009/07/23/spotlight-salsa-n-jazz-samuel-quinto-trio/

Será desta que vamos conseguir ouvir o trio em Lisboa?

Samuel Quinto Trio - Ficou no Meio

domingo, 26 de julho de 2009

Agenda Semanal, 27 de Julho a 2 de Agosto


2ª feira, 27 de Julho
18.30h – Fnac Chiado (Lisboa) – Ivan Lins
22.00h – Jardins do Palácio Marquês de Pombal (Oeiras) – Melody Gardot

3ª feira, 28 de Julho
23.15 – Parque S. Mateus (Cantanhede) - Daniela Mercury + DJ Miguel Rendeiro
4ª feira, 29 de Julho
22.00h – Hipódromo Cascais – James Taylor
22.00h – Chapitô – Nuno Costa Trio
22.00h – Praça da Erva (Viana do Castelo) – António Pinho Vargas

4ª feira, 29 de Julho
21.30h – Estádio S. Luís (Faro) - Gilberto Gil + Martinho da Vila
22.00h – Teatro Municipal da Guarda - Minnemann Blues Band
23.15h – Parque S. Mateus (Cantanhede) - Mariza + DJ Cat + DJ The Other Face

5ª feira, 30 de Julho
21.00h – Pavilhão Atlântico (Lisboa) – Leonard Cohen
21.30h – Livraria Trama (Lisboa) – Nuno Costa Trio
22.00h – Praça da Erva (Viana do Castelo) – Phil King
22.00h – CCB (Lisboa) - UBU 4tet
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Mick Trovoada Quinteto
23.00h – Hot Club (Lisboa) - ATOS Trio

6ª feira, 31 de Julho
21.30h – Jardim Público (Montemor o Novo) - Edu Miranda Trio
21.30h – Teatro Constantino Nery (Matosinhos) - Margarida Reis, Jaime Mota e Job Tomé
22.00h – Hipódromo Cascais – Seal & Jon Allen
22.00h – Fábrica da Pólvora (Barcarena) – Ana Gonzalez y su gente
22.00h – Praça da Erva (Viana do Castelo) – Not So Standard
22.00h – Monumento Duarte Pacheco (Loulé) - Joss Stone
22.00h – Mercado de Santana (Leiria) - Mosca Tosca
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Júlio Resende
23.00h – Hot Club (Lisboa) - ATOS Trio
23.00h – Clube Literário do Porto - Jazz no Clube
23.30h – São Luiz (Lisboa) – Jon Luz
23.30h – Palácio de Cristal (Porto) - Chick Corea e Gary Burton
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – Couple Coffee
00.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Free Fucking Notes
01.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Spaghetti Jazz

Sábado, 1 de Agosto
15.30h – CCB (Lisboa) - Tarikavalli & Paulo Sousa & Makarand Tulankar
18.00h – Museu de Serralves (Porto) - Bennie Wallace Quartet
21.30h – Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa) - George Lewis Sequel
22.00h – Herdade dos Salgados Resort (Albufeira) – Seal
22.00h – Cerca do Convento (Loulé) - Mário Laginha Trio
22.00h – Anfiteatro Ponte de Sôr – Judith
22.00h – Praia da Manta Rota (Vila Real de Santo António) - Ana Gonzalez e Su Gente
22.00h – Teatro Sá de Miranda (Viana do Castelo) – Maceo Parker
22.00h – Marginal de Matosinhos - Maria Rita + Orquestra de Jazz de Matosinhos
22.00h – Jardim Público (Montemor o Novo) - Ramón Fabián e el Son de Cuba
22.00h – CCB (Lisboa) - Susheela Raman
22.30h – Vale de Cambra - Mosca Tosca + André Cabaço Trio
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Luís Figueiredo Trio
23.00h – Hot Club (Lisboa) - ATOS Trio
23.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Mr. Blues
00.30h – Breyner 85 (Porto) - Sean Khan Quintet

Domingo, 2 de Agosto
15.30h – CCB (Lisboa) - Tarikavalli & Paulo Sousa & Makarand Tulankar
17.00h – Parque Moinhos de Santana (Lisboa) - Percundim + DJ Andy H
18.30h – Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa) - Rough Americana
21.30h – Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa) - Nublu Orchestra & Butch Morris
22.00h – Praia da Manta Rota (Vila Real de Santo António) – Judith
22.30h – Quinta das Lágrimas (Coimbra) - Orquestra de Jazz de Matosinhos «As Noites do Harlem»
22.45h – Praça Dias Ferreira (Ferreira do Zêzere) - Desbundixie

sábado, 25 de julho de 2009

Relembrando o Holly Cole Trio


Serve o presente apenas para lembrar uma das minhas cantoras favoritas e que anda ultimamente um pouco esquecida dos circuitos internacionais de concertos e festivais: a canadiana Holly Cole.
Nascida em 1963, em Halifax, na Nova Escócia, Cole foi viver para Toronto, em 1983, em busca de uma carreira musical. Foi aí que encontrou o contrabaixista David Piltch e o pianista Aaron Davis, fundando o seu trio de jazz. O primeiro disco surgiria em 1989 (Christmas Blues) e o primeiro álbum um ano depois (Girl Talk). Os anos 90 foram o período áureo do trio, gravando Blame It On My Youth em 1992, Don’t Smoke in Bed (1993) e Temptation (1995), este um disco de homenagem a Tom Waits. Todos eles foram discos de ouro e platina no Canadá. Seguiu-se a gravação ao vivo “It Happened One Night”, de um concerto no St. Denis Theatre em Montreal (1996). Os projectos seguintes perderam um pouco do fulgor inicial, com uma progressiva aproximação à estética pop, mas ainda assim garantiram a obtenção de discos de ouro no Canadá, Dark Dear Heart (1997) e Romantically Helpless (2000). Pelo meio foi ainda editada em 1998, uma colectânea dos maiores sucessos do trio, Treasure (1989-1993).
A entrada no novo século trouxe o declínio do projecto protagonizado por Holly Cole, quer nas vendas quer na pujança criativa do trio, que entretanto deixara de o ser. Baby, It’s Cold Outside (2001) é um álbum de Natal que foi precedido por mais um best of The Best of Holly Cole (2000). Shade, editado em 2003, mostra já uma Holly Cole em busca de um novo estilo, extinto que estava o seu saudoso trio. O insucesso do projecto levou-a a uma ausência dos estúdios que duraria até 2007, data em que edita um álbum homónimo, também ele uma sombra da criatividade do trio dos anos 90.
Entretanto foi editada mais uma colectânea dos velhos sucessos dos anos 90, Holy Cole Collection Vol.I (2004).
Para todos aqueles, como eu, que sentem saudades dos belos temas do Holly Cole Trio, aqui fica uma colectânea dos seus maiores sucessos.

I Can See Clearly Now


Calling You


Make It Go Away


Espectáculo “It happened one night”, a 28 de Junho de 1995, no St. Denis Theatre em Montreal, Quebec, Canada

Cry (If You Want To)


Train Song


Little Boy Blue


Live at Blue Note

Get Out of Town


Larger Than Life

A Caixa de Mário


Saiyuki Trio
24 de Julho, 21.30h
Museu do Oriente (Lisboa)

Diz uma antiga lenda grega que Epimeteu, apesar de alertado pelo irmão Prometeu para os perigos das ofertas de Zeus, aceitou Pandora como sua esposa, enviada pelo pai como oferenda ao irmão. Na sua bagagem levava uma caixa a qual, aberta por Epimeteu, libertou todos os males do mundo e pôs fim à idade de ouro da humanidade.
Em Maio de 2008 Mário Laginha estreou um espectáculo para a inauguração do auditório do Museu do Oriente em Lisboa, para o qual convidou o guitarrista vietnamita Nguyen Lê, o tablista indiano Prabhu Edouard e o percussionista japonês Joji Hirota. Apesar dos dois primeiros músicos habitarem ambos em Paris, nunca tinham tocado juntos nem tão pouco se conheciam. Foi o convite do Museu do Oriente e do português Mário Laginha que os uniu num projecto musical que haveria de frutificar.
Tive ocasião de assistir a um desses concertos (foram quatro os espectáculos apresentados) e deixar notas entusiasmadas do resultado nas presentes páginas.
Mário Laginha também abriu uma caixa de Pandora ao juntar estes dois músicos. Mas ao contrário da caixa aberta por Epimeteu, a de Mário Laginha revelou-se bem mais afortunada. Libertou as maravilhas da colaboração musical de dois músicos fenomenais, que souberam conjugar as suas imensas capacidades para a criação de um sublime universo criativo em que as antigas tradições musicais da Índia, da Indochina e do Japão se fundem com a estética do jazz e originam um dos mais belos sons produzidos.
Na ausência do português e do japonês Hirota, os dois parisienses foram buscar a japonesa Mieko Miyazaki, exímia tocadora de koto, a cítara tradicional japonesa, introduzido no Japão no século VI, vindo da China da dinastia T’ang, e criaram o trio Saiyuki. Este instrumento estranho no aspecto mas de sonoridade bela, adapta-se maravilhosamente a esta fusão oriental, porquanto além de reproduzir na perfeição as sonoridades tradicionais nipónicas, pertence à família das cítaras, bem presentes na tradição musical da Índia e da Indochina.
Não há assim qualquer ruptura no casamento do koto com a tabla, nem tão pouco com as composições de Prabhu ou de Lê. Antes se complementam na perfeição, criando um som único que funde a ideia oriental, pelo menos tal como esta se apresenta, com todo o seu exotismo, aos ouvidos ocidentais.
O trio age verdadeiramente como tal, tocando composições da autoria dos três membros, actuando Nguyen Lê como um aglutinador das várias influências, responsabilizando-se pela maioria dos arranjos.
O que mais me surpreende neste projecto, à semelhança aliás do que já tinha sucedido com o quarteto “oriental” liderado por Mário Laginha, é o modo como a guitarra eléctrica, nas mãos de Nguyen Lê, perde toda a agressividade e se conjuga maravilhosamente com a acústica e subtileza do koto e da tabla. O virtuosismo do vietnamita, e bem assim a sua paixão pela electrónica, permitem-lhe domesticar este instrumento (que ele também usa para tocar temas de Jimmy Hendrix!) e interagir o seu som característico com os ragas indianos e com a subtileza das cordas de seda e da madeira de kiri do koto. Simplesmente sublime.
O resto é o talento na composição de todos os membros do trio, que escolheram temas tradicionais do Japão, da Índia e canções de embalar vietnamitas, e a sua enorme criatividade interpretativa que fazem. Nunca o jazz foi tão oriental nem a tradição musical desta região do mundo abraçou de forma tão conseguida o universo jazzístico.
Uma obra original, deslumbrante e totalmente conseguida.
Nguyen Lê e Prabhu Edouard abriram a caixa de Mário e libertaram as maravilhas do jazz oriental.
A descobrir brevemente num disco a editar pela ACT.
A não perder, claro está.
À falta de videos do trio, oiçam como Prabhu Edouard casou a tabla indiana com a guitarra de 12 cordas de Javier Mas.

Javier Mas & Prabhu Edouard - Rupak

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Um Talento Bem Visível


Aaron Parks
Invisible Cinema
Blue Note, 2008

Nascido em Seattle, no ano de 1983, Aaron Parks foi um menino-prodígio da música e dos computadores. Aos 14 anos de idade foi admitido na Universidade de Washington, frequentando simultaneamente os cursos de ciências informáticas e de música. Aos 16 anos mudou-se para Nova Iorque para frequentar a Manhattan School of Music.
Ainda estudante começou a acompanhar o trompetista Terence Blanchard, gravando com ele três álbuns para a Blue Note, incluindo "A Tale of God's Will (A Requiem for Katrina)”, vencedor de um Grammy.
Participou igualmente em várias bandas sonoras de filmes, nomeadamente três películas de Spike Lee, “Inside Man”, “She Hate Me” e “When the Levees Broke”.
Actualmente integra a equipa do guitarrista Kurt Rosenwinckel, e tem contrato com a editora Blue Note. Entre as várias distinções obtidas destacam-se a “Jas Hennessy Piano Solo Competition” em Montreux (3º classificado), o “Thelonious Monk International Jazz Piano Competition” (3º classificado) e o “Cole Porter Fellow of the American Pianists Association” (1º classificado).
“Invisible Cinema” é já o seu quinto álbum como líder, depois da estreia em 1999 com “The Promisse” (tinha então apenas 16 anos de idade!), seguido de “First Romance” em 2000, “The Wizard” em 2001 e “Shadows” em 2002. É contudo o primeiro editado pela Blue Note.
Para acompanhá-lo escolheu Matt Penman no contrabaixo, o extraordinário Eric Harland na bateria e ainda Mike Moreno na guitarra eléctrica.
O álbum abre com “Travelers”, uma composição onde se destaca o diálogo invulgar entre o piano e a bateria. De ritmo vivo e contagiante não prescinde contudo de um apelativo envolvimento melódico. Segue-se “Peaceful Warrior”, um dos mais belos temas do disco. Um misto da magia oriental com o exotismo nativo americano, de fusão entre a estética criativa do jazz e a riqueza melódica da música popular e étnica. Em “Nemesis” o tema cresce numa toada repetitiva e ritmada do piano. Quase minimalista, abre contudo espaço para a riqueza dos solos, deconstrutiva, evocativa de um “Largo” de Brad Mehldau. Um hino dionisíaco, um raga: belo e infinito. “Riddle Me This” é outro tema onde se sente a influência de Mehldau ou dos Bad Plus. Crescente mas melodioso, ritmado mas complexo. A estética pop é revisitada, mas com uma imaginação e criatividade só ao alcance de quem domina a composição e a improvisação jazzística. “Into the Labyrinth” é uma visita saudosista a uma estética clássica do tipo “late night piano bar”… Tecnicamente sedutora, melódica, envolvente. Uma pausa bem-vinda no corrupio rítmico do disco. Logo a seguir, em “Karma”, renasce a estética contemporânea de fusão, comandada pela endiabrada bateria de Harland. Uma balada em que o baterista não se cansa de puxar, de empurrar, de conduzir para ritmos mais vivos, até que, finalmente, o piano liberta-se, acompanhando o frenesi da secção rítmica. Fá-lo criativa e deconstrutivamente, não descurando o uso ocasional da dissonância. Um tema experimental mas sedutor. “Roadside Distraction” visita o blues. Monocórdico, ressoante, lânguido. É a guitarra de Moreno quem primeiro assume as despesas criativas, com riffs dramáticos que abrem caminho ao solo do piano. Aqui é a americana que é citada, fazendo lembrar as incursões explorativas de Bill Frisell. “Harvesting Dance” propõe o regresso ao universo primordial de “Peaceful Warrior”. Mas o exotismo é mais contido. Há uma toada popular de fundo que poderia ser de Zeca Afonso, mas quando o tema finalmente abre é uma dança pagã que surge. Esta colheita tem algo de magrebino e de andaluz. Um flamenco inspirador, mas claramente transposto para o outro lado do Atlântico. Telúrico mas civilizado, exótico mas com uma fortíssima marca urbana, introduzida sobretudo pela guitarra eléctrica. Envolvente e litânico. Decompõe-se nos gemidos finais da guitarra, sobrepostos pelo ritmo infernal da bateria. Outra pérola!
Há ainda tempo para “Praise”, uma balada carregada de lirismo e de nostalgia latina, bela e doce. Feminina mesmo. Lembra obras de Charlie Haden e Gonzalo Rubalcaba. E bem assim para “Afterglow”, um encerramento do disco a negro. Escuridão existencial e nórdica. Gélida mas bela. A pouco e pouco surge uma luz, singela e frágil. Uma réstia de esperança, de romantismo, que brota poeticamente do nada.
Um grande álbum de um pianista que vai dar muito que falar.
A não perder!

Invisible Cinema


Aaron Parks - Nemesis

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Jazz no Verão do Museu do Oriente


Reserva de Bilhetes:
Telefone: 213 585 244
Fax: 213 585 215
E-mail: info@museudooriente.pt
http://www.museudooriente.pt/790/concertos-de-verao.htm


João Paulo
Piano solo
7 Agosto – 19.00
Auditório Museu do Oriente (Lisboa)

Preço: € 5,00
M/ 6
Duração aprox: 90’, sem intervalo
Co-produção: Fundação Oriente/Incubadora d’Artes

Na música de João Paulo Esteves da Silva, o improviso ganha dimensões de complexidade que nenhum compositor clássico imaginaria poder colocar no papel.
É provavelmente um dos pianistas que melhor interpreta a harmonia entre a música clássica e o jazz, dando-lhe um respirar, uma complexidade e um bom gosto raros.
João Paulo vem de uma formação clássica (20 valores no Conservatório de Lisboa e vários prémios de excelência interpretativa em França), tendo precisamente a escrita musical como modelo e, se não quis seguir uma carreira de executante, foi porque ler partituras lhe pareceu menos interessante do que criar música no momento, sem outras mediações além das do próprio instrumento. As suas actuações a solo revelam, aliás, essa harmonia de duas escolas distintas mas que se complementam na perfeição.


Rodrigo Gonçalves “Tribology Vol. 2”
Rodrigo Gonçalves (piano, Fender Rhodes e composição), Jesús Santandreu (sax tenor), Mário Delgado (guitarra), Bernardo Moreira (contrabaixo), Carlos Miguel (bateria).

28 Agosto – 19.00
Auditório Museu do Oriente (Lisboa)

Preço: € 5,00
M/ 6
Duração: 75’, sem intervalo

“Tribology” é o projecto concebido, escrito e dirigido pelo pianista Rodrigo Gonçalves que materializa o seu universo musical pessoal. No primeiro disco do projecto, editado em 2004 (Capella) e que conta com a participação dos saxofonistas Perico Sambeat e Mark Turner, o jazz contemporâneo funde-se com sonoridades ibéricas. O projecto foi apresentado em vários festivais e nele colaboraram, para além de Perico Sambeat, Mário Delgado, Paco Charlín e Alexandre Frazão, os saxofonistas Llibert Fortuny e Chris Cheek. Após um interregno de dois anos para se dedicar a outros projectos, o grupo foi agora reactivado e reformulado (Vol. 2).

domingo, 19 de julho de 2009

Crystal Silence no Allgarve


Chick Corea & Gary Burton
26 de Julho, 22.00h
Monumento Duarte Pacheco (Loulé)

O duo de Chick Corea (piano) e Gary Burton (vibrafone) remonta a 1973, ano em que estes músicos começaram a colaborar e gravaram para a ECM o clássico e aclamado LP Crystal Silence, registo revisitado em 2008 com a edição do The New Crystal Silence. Dois expoentes nos respectivos instrumentos, os seus concertos ao vivo reflectem a excelência da improvisação no jazz e constituem momentos de grande empatia e cumplicidade musical. Este duo actuou pela primeira vez em Portugal em Setembro de 2006, exibindo-se perante um vasto auditório no Coliseu dos Recreios.

Chik Corea & Gary Burton - Rhumbata

Carnaval em Portimão


Carlinhos Brown
24 de Julho, 22.00h
Zona Ribeirinha de Portimão

Antônio Carlos Santos de Freitas, nascido em Salvador, a 23 de novembro de 1962, aliás Carlinhos Brown, é hoje uma referência incontornável da música brasileira. Um dos seus músicos mais aclamados e admirados internacionalmente. Iniciado na música através de Osvaldo Alves da Silva, o Mestre Pintado do Bongô, os seus primeiros instrumentos, que marcariam toda a sua carreira e estilo musical, foram os de percussão, no desenvolvimento das células rítmicas provenientes dos terreiros de candomblé.
Durante 3 dias Portimão vai ser a capital da folia, e a Zona Ribeirinha da cidade o cenário para esse espectáculo multiétnico e multicultural que vai ter Carlinhos Brown, Netinho e Daniela Mercury como cabeças de cartaz. Para além do Carnaval, onde não vai faltar o Rei Momo e a Rainha do Carnaval, a Bahia será representada pela sua música autêntica, pelos ritmos contagiantes e pelas danças, mas também pela deliciosa gastronomia, artesanato e as singulares “Lembranças da Bahia”. Para ver a partir das 18h00 e até às 02h00 entre os dias 24 e 26 de Julho na Zona Ribeirinha de Portimão.

Dia 24 - Carlinhos Brown
Dia 25 - Netinho em Trio Electrico
Dia 26 - Daniela Mercury

Carlinhos Brown - Garoa

Chucho Valdés em Sines


Chucho Valdés Big Band
23 de Julho, 23.00h
Castelo de Sines

Jazz latino por um dos melhores pianistas do mundo.
O ramo latino do jazz na sua linhagem mais nobre chega a Sines. Filho de Bebo Valdés, um dos mais destacados artistas cubanos do século XX, Chucho Valdés não é menos importante na história da música de Cuba das últimas décadas, com mais de 50 discos gravados e cinco Grammys conquistados, entre 14 nomeações. Nascido em 1941, Chucho começou a tocar piano de ouvido aos 3 anos de idade e formou o seu primeiro trio de jazz aos 15. Estreou-se em disco com “Chucho Valdés y su Combo”, em 1963, e sete anos mais tarde, em 1970, foi considerado um dos cinco melhores pianistas de jazz do mundo, com Bill Evans, Oscar Peterson, Herbie Hancock e Chick Corea. Em 1973, fundou o grupo mítico do jazz cubano, Irakere, sendo seu pianista, compositor, arranjador e director até hoje. Com um percurso repartido entre os Irakere e múltiplas outras formações e colaborações, toca no FMM com a sua “big band”, onde está presente a sua irmã, a cantora Mayra Valdés, e mais sete instrumentistas, com forte representação dos metais. Quente, complexo, virtuoso, um concerto fundamental.

Chucho Valdés, piano
Lázaro Rivero Alarcón, baixo
Juan Carlos Castro Rojas, bateria
Yaroldi Abreu, percussão
Gérman Velazco, sax alto
Carlos Manuel Miyares Hernandez, sax tenor
Elpidio Chappottin Delgado, trompete
Julio Padrón, trompete
Mayra Caridad Valdés, voz

Chucho Valdés - no filme Calle 54 de Fernando Trueba

Jeff Davis no Hot


Jeffery Davis Quartet
23, 24 e 25 de Julho, 23.00h
Hot Club de Portugal (Lisboa)

Nascido no Canadá, em 1981, cresceu contudo em Portugal, onde deu os primeiros e decisivos passos na aprendizagem musical, primeiro na Escola Profissional de Música de Espinho e depois na ESMAE no Porto, concluindo o curso com a nota máxima. Integra o projecto Drumming e após um prémio no Concours International de Jazz, em Paris, obtém uma bolsa de estudo para frequentar o Berklee College of Music, em Boston. Termina o curso em 2006 carregado de distinções. Obtém ainda do IAJE (International Association for Jazz Education) o prémio de Outstanding Musicianship. Nos Estados Unidos tem a oportunidade de trabalhar com músicos de jazz, como Hal Crook, Joe Lovano, Gary Burton, Dave Liebman, Dave Samuels, Phil Wilson, Terence Blanchard, Michel Camilo, Steve Swallow, Bob Mintzer, Ed Saindon, Vitor Mendoza, Roswel Rudd, Alex Terrier e Brian Baker, entre outros.
É pois um músico jovem mas excepcional que podemos ouvir esta semana no Hot. Uma das mais sérias promessas internacionais no jazz português.
O vibrafonista Jeff Davis irá actuar acompanhado pelo seu quarteto, formado por André Fernandes, na guitarra eléctrica, Nelson Cascais no contrabaixo e Marcos Cavaleiro, na bateria, apresentando o seu primeiro disco como líder, denominado "Haunted Gardens", a editar brevemente pela Tone of a Pitch.

Jeffery Davis - com David Potaux-Razel na guitarra, Alex Terrier no sax, Moto Fukushima no baixo e Kota Nakamura na bateria

SMV em Oeiras


SMV
Stanley Clarke, Marcus Miller & Victor Wooten
24 de Julho, 22.00h
Jardim do Palácio Marquês de Pombal (Oeiras)

Uma superbanda formada em 2008 por três grandes baixistas.
A colaboração surgiu por ocasião do festival da revista "Bass Player" em Nova Iorque, em que Miller e Wooten se juntaram a Clarke em palco, para o presentearem com um "Lifetime Achievemente Award".
A ideia pegou e em 2008 o trio gravou um álbum, "Thunder", que tem promovido em concertos por todo o mundo.
Para ouvir em Oeiras na próxima 6ª feira.

Stanley Clarke, Marcu Miller & Victor Wooten - sobre o projecto SMV


Nguyen Lê no Museu do Oriente


Saiyuki Trio
24 de Julho, 21.30h
Auditório do Museu do Oriente (Lisboa)

Nguyen Le (guitarra),
Mieko Miyazaki (koto),
Prabhu Edouard (tablas)

O projecto Nguyên Le Trio - com Nguyen Le, na guitarra, Mieko Miyazaki, no koto, e Prabhu Edouard, nas tablas - é uma fusão muito feliz do jazz com a musica étnica de cariz asiático, onde a harmonia e o ritmo se fundem numa combinação perfeita, criando uma sonoridade tradicional/contemporânea única.
Nascido em Paris de pais vietnamitas, Nguyên LE começou a tocar bateria aos 15 anos mas cedo percebeu que o seu instrumento de eleição era a guitarra eléctrica. Os anos seguintes foram dedicados ao circuito de clubes de jazz de França e de outros países europeus, tendo criado, em 1983, o grupo Ultramarine cujo primeiro CD, DÉ, foi considerado, em 1989, o melhor álbum de worldmusic.
Como improvisador, sente-se confortável num leque muito variado de influências, desde o rock, funk e jazz tradicional e contemporâneo à música étnica, tendo trabalhado ao longo dos últimos anos com nomes sonantes nestas áreas.
O projecto Saiyuki Trio é uma fusão feliz do jazz com a música étnica de cariz asiático, onde a harmonia e o ritmo se fundem numa combinação perfeita, criando uma sonoridade tradicional/contemporânea única.
Co-produção: Fundação Oriente/Incubadora d’Artes

Nguyên Lê - Maghreb Friends Project

Découvrez mondomix.com le magazine des musiques en couleurs!

Agenda Semanal, 20 a 26 de Julho


2ª feira, 20 de Julho
19.00h – Goethe Institut (Lisboa) - Guntert Hampel Music & Dance Improvisation
22.00h – CCB (Lisboa) – Jam Sessions
22.00h – Centro das Artes (Sines) - Portico Quartet + Mor Karbasi
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Quarteto de Pedro Teixeira

3ª feira, 21 de Julho
19.00h – Goethe Institut (Lisboa) - Carlos Bica & João Paulo Duo
21.30h – Cine-teatro de Alcobaça - Grupo de Percussão da ESMAE
21.45h – Teatro Sá da Bandeira (Santarém) - Kirk Lightsey Trio
22.00h – Parque Marechal Carmona (Cascais) – Mafalda Veiga
22.00h – CCB (Lisboa) – Jam Sessions
22.00h – Centro das Artes (Sines) - Carmen Souza + Corneliu Stroe & Aromanian Ethno Band
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Heritage Blues Band

4ª feira, 22 de Julho
18.30h – Centro das Artes (Sines) - Mamer
19.00h – Goethe Institut (Lisboa) - Gunter Hampel e Crianças do Workshop de Música
19.00h – Instituto Franco-Portugais (Lisboa) - Olivier Chauzu
21.00h – Pavilhão Atlântico (Lisboa) – Eagles
21.00h – Castelo (Sines) - Acetre + Uxía + Janita Salomé + Trilhos
22.00h – FNAC NorteShopping (Matosinhos) – António Zambujo
22.00h – FNAC (Braga) – Lucía Martinez
22.00h – Hipódromo (Cascais) - Katie Melua
22.00h – CCB (Lisboa) – Jam Sessions
22.00h – Chapitô (Lisboa) – Dissidentes
22.00h – Espaço Cultural Pedro Remy (Braga) - Quarteto de Lucia Martinez
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Pedro Syrah e Burton Greene
22.30h – Praça dos Pescadores (Albufeira) – Cesária Évora
02.30h – Av. Vasco da Gama (Sines) - L'Enfance Rouge

5ª feira, 23 de Julho
18.00h – Centro das Artes (Sines) - Assobio
19.00h – Goethe Institut (Lisboa) - Gunter Hampel Music & Dance Improvisation Company
19.30h – Av. Vasco da Gama (Sines) - Narf & Manecas Costa
20.00h – BES Arte & Finança (Lisboa) - Jacinta Canta Songs Of Freedom
21.00h – CCB (Lisboa) - Septeto Férias com Jazz
21.30h – Castelo (Sines) - Kasaï Allstars + Chucho Valdés Big Band + Hanggai & Mamer
22.00h – Parque Marechal Carmona (Cascais) - Lisa Ekdahl
22.00h – CCB (Lisboa) – LAMA
22.00h – Largo 1º de Maio (Águeda) - Amsterdam Klezmer Band
22.00h – Casa da Música (Porto) - António Zambujo e Ricardo Parreira
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Fernando Diniz solo
22.30h – Praça dos Pescadores (Albufeira) - Kumpania Algazarra
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Jeffery Davis Quartet
23.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Kasutera e Amigos do Japão
23.00h – Maxime (Lisboa) - Yemanjazz
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Carl Nevitt Trio
02.30h – Av. Vasco da Gama (Sines) - Ramiro Musotto & Orchestra Sudaka

6ª feira, 24 de Julho
18.00h – Centro das Artes (Sines) - Paulo Sousa
18.00h – CCB (Lisboa) - Concerto de Encerramento - Férias com Jazz
18.30h – FNAC Cascais – Lisa Ekdahl
19.30h – Av. Vasco da Gama (Sines) - Njava
21.00h – CCB (Lisboa) - Zé Soares & Maria Morbey
21.00h - CCB (Lisboa) - Concerto de Encerramento - Férias com Jazz
21.30h – Museu do Oriente (Lisboa) - Saiyuki Trio
21.30h – Castelo (Sines) - Cyro Baptista + Debashish Bhattacharya + Warsaw Village Band
21.45h – Casino Estoril – Zoey Jones Quartet
22.00h – Rossio (Aveiro) - Amsterdam Klezmer Band
22.00h – Theatro Circo (Braga) - Pedro Abrunhosa
22.00h – CCB (Lisboa) – Jam Sessions
22.00h – Olga Cadaval (Sintra) - Ester Gattoni e Ensemble de Harpas
22.00h – Zona Ribeirinha de Portimão – Carlinhos Brown
22.00h – Fábrica da Pólvora (Barcarena) - Cacau Brasil
22.00h – Largo 1º de Maio (Águeda) - Danças Ocultas
22.00h – Jardim Palácio Marquês de Pombal (Oeiras) - Stanley Clarke & Marcus Miller & Victor Wooten
22.00h – Parque S. Mateus (Cantanhede) - Deolinda + Yves Larock + DJ Martin + DJ Star Pink
22.00h – Auditório de Espinho – Cantar Lontano
22.00h – Arena Dolce Vita (Ovar) – André Sarbib
22.00h – Malaposta (Odivelas) - Nuno Costa Quinteto
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Catarina Santos
22.40h – Braço de Prata (Lisboa) - Longitude Zero Menos Quatro
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Jeffery Davis Quartet
23.00h – Casino da Figueira da Foz – Rui Reininho
23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Jay Corre
00.30h – Breyner 85 (Porto) - Miguel Martins World Trio
00.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Lama
00.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Paula Sousa Duo
02.30h – Av. Vasco da Gama (Sines) - Chicha Libre

Sábado, 25 de Julho
18.00h – Centro das Artes (Sines) - Melech Mechaya
18.00h – Pinhal de Ofir (Esposende) - Daniela Mercury + Natiruts + TT + Angélico
18.00h – Museu de Serralves (Porto) - Donny McCaslin Group
19.30h – Av. Vasco da Gama (Sines) - Bibi Tanga et Le Professeur Inlassable
21.00h – Pavilhão Atlântico (Lisboa) - Anastacia
21.30h - Fundação da Liberdade (Santarém) - José Carreras
21.30h – Complexo Ténis da Maia - Jorge Palma + Rita Redshoes + Ekus
21.30h – Castelo (Sines) - Lee Scratch Perry + Alamaailman Vasarat + James Blood Ulmer
22.00h – Monumento Duarte Pacheco (Loulé) - Al di Meola World Sinfonia
22.00h – Anfiteatro (Ponte do Sôr) - Cacau Brasil
22.00h – Casa da Música (Porto) - Mário Laginha & Bernardo Sassetti
22.00h – Auditório do Cirac (Santa Maria da Feira) - Swing & Jazz
22.00h – Zona Ribeirinha de Portimão – Netinho
22.00h – Praça 5 de Outubro (Torres Novas) - Dazkarieh
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Kasutera
22.30h – Teatro Vila Real - Always Drinking Marching Band
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Jeffery Davis Quartet
23.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Tangos Nuna Noite de Verão (Daniel Schvetz e Ramon Maschio)
23.15h –Parque S. Mateus (Cantanhede) - Rui Veloso + DJ Rita Mendes
23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Jay Corre
02.30h – Av. Vasco da Gama (Sines) - Speed Caravan

Domingo, 26 de Julho
17.00h – Fnac Colombo (Lisboa) - Martinho da Vila
17.00h – Jardim Campo Grande (Lisboa) - Dino & The Soul Motion + DJ Tiago Santos
21.30h – Anfiteatro de Seia - Mafalda Veiga e João Pedro Pais
21.30h – Centro Cultural das Caldas da Rainha – Danças Ocultas
22.00h – Monumento Duarte Pacheco (Loulé) - Chick Corea & Gary Burton
22.00h – Praia da Manta Rota (Vila Real Santo António) - Cacau Brasil
22.00h – Casa da Música (Porto) - Cristina Branco e Hélder Moutinho
22.00h – Zona Ribeirinha de Portimão - Daniela Mercury
22.30h – Bacalhoeiro (Lisboa) - Klariguib Duo
22.30h – Praça dos Pescadores (Albufeira) - Amália Hoje

sábado, 18 de julho de 2009

ESTA


ESTA
17 de Julho de 2009, 22.00h
Fábrica da Pólvora de Barcarena (Oeiras)
***,5

Nascido em 1979, o grupo ESTA é já um histórico da música popular de Israel. Inspirado pela música tradicional dos “pais” do Estado hebraico, vindos da Bulgária, do Iraque, da Síria, da Turquia, o grupo adiciona-lhe uma enorme criatividade no uso dos instrumentos tradicionais do médio oriente e de outros criados pelos seus elementos, como o zurnaphone, a bometa, a suz guitar, a darbuka falante e o bandutar, não rejeitando um frequente piscar de olhos aos géneros modernos como o pop ou mesmo o jazz.
Para tal serve-se das inegáveis qualidades dos seus instrumentistas, com especial destaque para o percussionista Shlomo Deshet e para Amir Gwirtzman, um saxofonista e flautista de enormes recursos que muda de instrumentos em palco como quem troca de camisa: zorna, ney, duduk, gaita de foles, são alguns dos muitos instrumentos com que enriquece o som desta original formação israelita.
Uma banda que tem corrido o mundo divulgando a música tradicional do seu país, num périplo que já incluiu a Casa Branca, no tempo de Bill Clinton, o festival WOMAD de Peter Gabriel, o Dranouter Folkfestival na Bélgica, a Radio France em Paris, o Red Sea Jazz Festival em Israel, o New Music Seminar em Nova Iorque ou o Festival L'Art De La Paix na Bélgica. Grandes nomes da música popular de todo o mundo já tocaram com eles, como a canadiana Suzanne Vega, a israelita Noa, os irlandeses The Chieftains e Sinead O'Connor, o indiano Lakshminarayanan Shankar ou o franco-argelino Cheb Mami.
Uma estreia em Portugal através de uma mini digressão no âmbito do Festival Sete Sóis Sete Luas, com passagens pela Praia da Manta Rota em Vila Real de Santo António, pela Fábrica da Pólvora de Barcarena e pela Feira de Odemira.
Um grupo liderado pela bela voz de Yarona Harel e que vale a pena conhecer.
Fiquem com um dos mais conseguidos temas desta banda israelita, denominado "Turkish Western", acompanhado de magníficas fotos de Marrocos, da autoria do fotográfo francês Claude Renault (podem ver o seu trabalho em http://www.pbase.com/clodreno).

ESTA - Turkish Western


ESTA

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sete Luas em Barcarena


7 Luas Orkestra
10 de Julho de 2009, 22.00h
Fábrica da Pólvora de Barcarena (Oeiras)
***,5

O Festival Sete Sóis Sete Luas é um evento internacional, promovido por uma rede cultural de 30 cidades de 10 países, Cabo Verde, Croácia, Espanha, França, Grécia, Israel, Itália, Marrocos, Portugal e Brasil, que este ano se apresenta já na décima sétima edição, e que promove a música popular contemporânea e as artes plásticas dos países participantes com o apoio da União Europeia.
Dada a sua relevância intercultural a presidência honorária do festival é pertença de dois prémios Nobel da Literatura: o português José Saramago e o italiano Dario Fo.
Em Portugal a iniciativa passa, nesta edição, por diversos palcos: a Fábrica da Pólvora de Barcarena, no concelho de Oeiras, o Forte de Santa Catarina na Ilha do Pico, a feira de São Teotónio, em Odemira, a Praia da Manta Rota, em Vila Real de Santo António, o Cine Teatro Municipal de Castro Verde e a Zona Ribeirinha da vila de Ponte de Sôr.
Uma oportunidade excelente para ouvir boa música popular do Mediterrâneo e não só, com entrada franca.
Entre os músicos portugueses participantes na edição de 2009 do Festival, destaco os nomes da acordeonista e cantora Celina da Piedade (colaboradora habitual de Rodrigo Leão, Mayra Andrade e outros projectos), a cantora açoriana Arminda Alvernaz, a fadista Margarida Guerreiro, o guitarrista Custódio Castelo, o contrabaixista Carlos Meneses, a fadista Ana Laíns e os conhecidos grupos Navegante e Xaile.
Nesta minha primeira visita à edição de 2009, na Fábrica da Pólvora de Barcarena, assisti a um belíssimo espectáculo do grupo 7 Luas Orkestra, constituído especialmente para esta edição do Festival e composto por músicos de cinco países diferentes: de Portugal estavam a acordeonista Celina da Piedade e a cantora Arminda Alvernaz, de Espanha o multi instrumentista Efrén López (oud, sanfona, guitarra) e o percussionista Manuel Cabrales, da Croácia o baixista e vocalista Marko Kalcic, de Creta, na Grécia, a belíssima Kelly Thoma e a sua lira cretense, e finalmente da Sicília, em Itália, o cantautor Mário Incudine.
O repertório do grupo assenta numa mistura de temas populares dos vários países representados e bem assim em originais dos músicos presentes. Liderados pela boa disposição de Incudine e pela enorme valia técnica de Efrén López, o grupo rubricou uma apresentação plenamente conseguida, marcada pelo exotismo dos instrumentos tradicionais do médio oriente (o oud e a sanfona entregues a López e a lira de Thoma) a que se juntou a criatividade interpretativa de todos, com destaque para o acordeón de Piedade e para as vozes de Incudine e Alvernaz.
Um projecto que vai percorrer os vários palcos do Festival e que vale a pena conhecer.
Como amostra fiquem com dois videos bem demonstrativos da qualidade dos músicos envolvidos, no caso o valenciano Efrén López e a cretense Kelly Thoma.
O grupo vai andar este mês por Itália, para regressar em Setembro para um espectáculo na Praia da Manta Rota, em Vila Real de Santo António.

Efrén Lopez – Sabir Onoma


Ross Daly & Kelly Thoma - Ussak Saz Semaisi

Subsequências


Afonso Pais Trio
9 de Julho de 2009, 23.00h
Hot Club de Portugal (Lisboa)
***,5

Afonso Pais é já, apesar da juventude, um dos mais reputados guitarristas nacionais. Aluno da Escola de Jazz do Hot Club de Portugal e, mais tarde, bolsista no Berklee College of Music de Boston, acabou por se licenciar no Mannes College de Nova Iorque, onde foi aluno de Peter Bernstein, Kurt Rosenwinkel e Vic Juris.
Regressado a Portugal iniciou os projectos Experimentália, com Joana Machado, e Terranova, no qual colaborou com Peter Bernstein, Peter Zak, Perico Sambeat, Marc Miralta, Chris Higgins, Albert Sanz, Alexis Cuadrado, Carlos Barretto e Alexandre Frazão.
Foi com o projecto Terranova, em trio com Carlos Barretto e Alexandre Frazão, que gravou o seu primeiro disco, em 2004 pela editora Clean Feed. Foi igualmente o responsável pela direcção musical dos dois álbuns já editados pela cantora madeirense Joana Machado, Crude e Na Casa do Óscar.
Exerce funções docentes na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto, no Conservatório do Funchal e ainda na Escola de Jazz Luís Villas-Boas do Hot Club de Portugal.
Subsequências é o seu segundo disco como líder, repetindo a secção rítmica de luxo, Carlos Barretto no contrabaixo e Alexandre Frazão na bateria (que partilha com o trio de Bernardo Sassetti), mas mudando a editora, que passou a ser a alemã Enja, que lhe permitirá seguramente uma maior visibilidade internacional.
A complementar a maior ambição do projecto surge o nome do brasileiro Edu Lobo, que empresta a voz a dois temas originais do guitarrista: Considerando e Roda Dentada, este último já gravado pela cantora Joana Machado.
Desde logo é de realçar a opção do guitarrista pela formação em trio, reveladora de uma confiança pouco usual em primeiros trabalhos. A mesma obriga à assumpção exclusiva (ou quase, já que em qualquer dos discos há músicos convidados para alguns temas) das tarefas melódicas, que Afonso Pais assegura de forma personalizada. Mas também é digna de destaque a aposta quase exclusiva em originais para ambas as gravações, reveladora de uma faceta plenamente conseguida de compositor, por parte do guitarrista.
Gravado em 2006, no Estúdio de Mário Barreiros em Vila Nova de Gaia, Subsequências teve de esperar dois anos para chegar aos escaparates das discotecas, mas fê-lo através de uma prestigiada editora internacional. Nele Afonso Pais revela ainda inesperados dotes como pianista, porquanto um dos temas, precisamente o que dá nome ao álbum, é um blues interpretado por si ao piano e no qual pretende homenagear três pianistas que se revelaram importantes influências na sua formação musical: Hank Jones, Thelonious Monk e António Carlos Jobim.
Destacam-se também o arranjo para jazz do tema Inside, da autoria dos britânicos Nooday Underground e bem assim Considerando, uma balada sofisticada da autoria do guitarrista e arranjada em parceria com Edu Lobo, que lhe dá voz.
Um disco que confirma o talento de Afonso Pais, já conhecido de trabalhos anteriores, mas que lhes acrescenta uma maior maturidade, na composição, nos arranjos e no alargamento da sua paleta musical e instrumental.


Afonso Pais Trio
Subsequências
Enja, 2008

Na sua apresentação ao vivo no Hot, Carlos Barretto foi substituído por Nelson Cascais, sem que o som do trio sofresse significativamente com a troca. Faltaram os arrojos de virtuosismo de Barretto, mas a solidez do contrabaixo de Cascais permitiu ao guitarrista assumir, como se esperava, a liderança clara do projecto, temperada pela exuberância criativa de Alexandre Frazão na bateria.
A ilustrar este trabalho, fiquem com o tema Inside acompanhado da irreverência do olhar do alemão Guenter Eh, expresso nas suas fotos de Paris.


Afonso Pais Trio - Inside

terça-feira, 14 de julho de 2009

Cacto



Cacto
15 de Julho, 19.30h
Trem Azul Jazzstore (Lisboa)

Os CACTO são um projeto de Ricardo Jacinto e Nuno Torres. Um encontro que remonta ao ano de 2003 e que finalmente vai trazer a sua obra às prateleiras das lojas (a partir de 12 de Setembro) atravês da edição do seu 1º disco. Uma edição limitada em vínil de belo recorte. No concerto da Trem Azul fazem-se acompanhar pela versátil Shiori Usuri uma compositora Japonesa que empresta aqui os seus dotes vocais aos sons texturais dos Cacto. Esta colaboração tenciona, também, vir a resultar numa futura edição.

Nuno Torres saxofone alto
Ricardo Jacinto violoncelo
Shiori Usui voz

entrada 3 euros

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Stones World, by Tim Ries


The Rolling Stones World Project
Cinema São Jorge (Lisboa)
9 de Julho, 22.00h
****

Tim Ries é um versátil saxofonista e pianista, formado pelas Universidades do North Texas e do Michigan, ex-docente das New School, City College of New York e Mannes College of Music e actualmente professor de saxofone e jazz combo na Rutgers e Universidade de New Jersey City. Possui uma já longa carreira na qual se destacam, na área do jazz, as colaborações com Phil Woods, Tom Harrell, Al Foster, John Patitucci, Dave Liebman, Danilo Perez, Maynard Ferguson, Red Garland, Badal Roy, Maria Schneider e Donald Byrd. O álbum que gravou com a Joe Henderson Big Band recebeu um Grammy em 1998. É igualmente um exímio compositor, quer na área clássica como no jazz, tendo já estreado várias composições da sua autoria com diversas orquestras sinfónicas norte-americanas, como a Brooklyn Philharmonic que acompanhou ao prestigiado Carnegie Hall.
Nos últimos anos destacou-se ainda pelas colaborações com vários músicos pop e rock de nomeada, com os Rolling Stones à cabeça, com quem já efectuou duas tournées mundiais!
Ries é também um apaixonado pela world music, pelo que, no decurso desses longos périplos musicais, na companhia dos Stones e do seu repertório, se lembrou de ir gravando, nos muitos locais onde passava, originais da banda em novas versões da sua autoria, tocadas na companhia de alguns músicos locais que ia contactando.
O resultado foi um grande número de gravações (este é já o segundo volume do projecto e consta de um disco duplo gravado em Nova Iorque, Lisboa, Porto Rico, Tóquio, Paris, Londres, Barcelona entre outras cidades) e um conjunto extremamente original de covers de temas dos Stones, com artistas como os portugueses Ana Moura, Custódio Castelo e Jorge Fernando, o porto-riquenho Eddie Palmieri, os malianos Tidawt, o indiano Badal Roy, os franceses Thomas Bramerie e Franck Amsallen, os japoneses Kazumi Watanabe, Kenji Hino, Terumasa Hino e Minako Yoshida, os espanhóis Marc Miralta, Mario Montoya e Jordi Bonell ou o brasileiro Milton Nascimento. Sem esquecer os inúmeros convidados ilustres do jazz norte-americano, como Bill Frisell, John Patitucci, Clarence Penn, Jack deJohnette e James Genus, e ainda os próprios Rolling Stones, Charlie Watts, Keith Richards, Mick Jagger e Ronnie Wood, a que se junta a magnífica voz de Bernard Fowler, um membro de luxo do coro da banda de Jagger e companhia.
O resultado é apaixonante! Uma reviravolta estimulante em temas como Under My Thumb, tranformado em mambo pela mão de Palmieri e Ries, No Expectations e Brown Sugar com um toque de fado pela voz de Ana Moura e a guitarra portuguesa soberbamente entregue a Custódio Castelo, Fool to Cry com um toque de jazz imposto pela mão de Franck Amsallen e temperado pela voz soul de Fowler, Jumpin’ Jack Flash proposto numa excelente viagem ao flamenco, ao som dos passos da dançarina Sara Badas ou ainda o clássico Angie, levado até à Índia ao som da tabla de Badal Roy.
Um verdadeiro desfile de estrelas servido com enorme imaginação e grande capacidade técnica e criativa por Tim Ries, nos saxofones, arranjos e direcção musical.
Claro está que o espectáculo ficou muito longe do disco…
Só os Rolling Stones poderiam imaginar levar ao palco (e não seria seguramente ao do São Jorge!) tamanho desfilar de estrelas dos quatro cantos do mundo!
Tim Ries fez-se apenas acompanhar por Jordi Bonnell na guitarra, Darryl Jones no baixo eléctrico, um jovem baterista finlandês cujo nome não retive e ainda a magnífica voz de Bernard Fowler. Como convidados surgiram ainda Ana Moura, Custódio Castelo e Jorge Fernando, que asseguraram o toque exótico num projecto, em tudo o mais, pálido face à riqueza do disco.
Ficou a indiscutível competência dos músicos em palco, com destaque para os saxofones de Ries e o baixo de Jones, e a chamada de atenção para um projecto merecedor dos maiores elogios.
Uma descoberta que se impõe.


Stones World
The Rolling Stones Project II
Tim Ries
Sunny Side, 2008

Tim Ries & Bernard Fowler – Wild Horses


Ana Moura e os Rolling Stones – No Expectations

Greg Osby no CCB


CONCERTO DE ABERTURA LISBON JAZZ SUMMER SCHOOL 2009
GREG OSBY – 9 LEVELS
17 Jul 2009 - 21:00 - Grande Auditório do CCB (Lisboa)

Greg Osby apresenta o seu novo trabalho, 9 Levels, no concerto de abertura da segunda edição da Lisbon Jazz Summer School.

Depois de 16 anos como músico da Blue Note Records, Greg Osby surge agora com 9 Levels, o primeiro trabalho lançado pela sua editora Inner Circle Music. Saxofonista, compositor, produtor e professor, Greg Osby tem deixado nos últimos 20 anos uma marca indelével no jazz contemporâneo, como líder dos seus grupos e como músico convidado de aclamados grupos de jazz. Notável pela genialidade e inovação das suas composições e da sua performance, Osby é um ícone junto da nova geração de músicos de jazz. E é de um grupo de grandes músicos da nova geração que Osby se faz acompanhar neste concerto, entre eles a portuguesa Sara Serpa, revelação internacional do jazz vocal.

GREG OSBY saxofone alto e soprano
SARA SERPA voz
ADAM BIRNBAUM piano
NIR FELDER guitarra
JOSEPH LEPORE contrabaixo
JOHN DAVIS bateria

Greg Osby por Easton

CCB Fora de Si


CCB Fora de Si
Julho e Agosto de 2009
Centro Cultural de Belém (Lisboa)

Este Verão o CCB convida a desfrutar os seus magníficos espaços ao ar livre: as praças, as esplanadas e os jardins virados para o Tejo.
Nas noites quentes de Verão a oferta passa pela descoberta de expressões artísticas remotas, que devolvem a Lisboa a dimensão cosmopolita e aberta a todos os povos e culturas do mundo.


16 de Julho
LA Jumping Pulgas
Cafetaria Quadrante, 22.00h
Entrada livre

Lars Arens tem um longo percurso de colaborações com figuras tão representativas da imensa variedade do jazz como John Taylor, Mike Richmond e Vince Mendoza. Radicado em Portugal desde 2001, fundou com o igualmente alemão Johannes Krieger a Tora Tora Big Band, dedicada a um groove jazz dançável. Mário Delgado é um dos mais notáveis guitarristas nacionais, ligando a linguagem do jazz à influência de Jimi Hendrix, Bruno Pedroso revela a sua versatilidade criativa na bateria e, por sua vez, André Carvalho é ainda um nome pouco conhecido do jazz em Portugal por ter estudado em Berlim, mas decididamente surpreenderá no contrabaixo. Com tais músicos, tudo é possível.

18 e 19 de Julho
Clube de Jazz – com Zé Soares e Maria Morbey
Fábrica das Artes, 15.30h e 11.30h

20 a 24 de Julho
Workshop de Jazz – com Zé Soares e Maria Morbey
Jardim das Oliveiras, Espaço CCB e Fábrica das Artes
10.00h às 13.00h ou 15.00h às 18.00h


20, 21 e 22 de Julho
Jam Session
Cafetaria Quadrante, 22.00h
Entrada livre

Nas Jam Sessions, os participantes da LJSS, tanto do Curso de Verão como do Férias com Jazz, vão ter a oportunidade de tocar com os colegas e com os formadores de ambos os cursos. Estas Jam Sessions são também abertas ao público em geral.


23 de Julho
LAMA
Cafetaria Quadrante, 22.00h
Entrada livre

Sedeado em Roterdão, na Holanda, mas composto por dois portugueses e um canadiano que aí completam estudos musicais, o trio LAMA toca um jazz electroacústico que ignora ostensivamente as linhas de separação entre mainstream e vanguarda. Aos instrumentos acústicos dos seus elementos associa-se a electrónica digital, num misto de improvisação e sound-scaping que resulta fresco, singular e desafiante.

SUSANA SANTOS SILVA trompete
GONÇALO ALMEIDA contrabaixo
GREG SMITH bateria e electrónica

24 de Julho
Café Concerto – com Zé Soares, Maria Morbey e convidados
Jardim das Oliveiras, 21.00h
Entrada livre

24 de Julho
Jam Session
Cafetaria Quadrante, 22.00h
Entrada livre

25 e 26 de Julho
Clube de Jazz – com Zé Soares e Maria Morbey
Fábrica das Artes, 15.30h e 11.30h


30 de Julho
José Menezes Quarteto
Cafetaria Quadrante, 22.00h
Entrada livre

Sem tempos mortos, mas com sentido de pormenor e nuance e uma saudável noção de espaço, o jazz do José Menezes Quarteto é intenso, agitado, senão mesmo marcado pela irrequietude, e definido pelas suas estratégias de comunicabilidade, capaz de mover e entusiasmar o público. Melhor secção rítmica não podia haver do que a formada por Barretto e Salgueiro e a dupla de sopros constituída por Menezes e Marques é eloquente, afirmativa, por vezes até pujante, em constante diálogo e desafio. Um prazer para os ouvidos, mas também para os olhos.

JOSÉ MENEZES saxofone tenor, clarinete baixo
GONÇALO MARQUES trompete
CARLOS BARRETTO contrabaixo
JOSÉ SALGUEIRO bateria


1 de Agosto
Susheela Raman
Praça do Museu, 22.00h
Entrada livre

Inglesa de origem indiana que passou parte da juventude na Austrália, reúne na sua música os vários continentes que formam a sua identidade. Detentora de uma extraordinária voz é reconhecida pelas suas performances intensas e únicas. Susheela traz ao CCB uma sonoridade única que reúne a inevitável influência da música tradicional indiana com os ritmos folk, jazz, pop e rock. Surpreendente!

Susheela Raman - Maya



2 de Agosto
F/F – Hajime Fujita & Nobuyasu Furuya
Dança e Música Improvisada
Cubo de Vidro, 16.30h
Entrada livre

Qual é a função da arquitectura urbana? De que forma afecta o nosso dia-a-dia?
O projecto f/f é uma sessão improvisada de música e dança que pretende estimular o nosso olhar sobre a cidade e criar uma observação renovada dos espaços a que estamos habituados e que perderam por isso a capacidade de captar a nossa atenção.
O coreógrafo e bailarino japonês Hajime Fujita, actualmente a residir em Portugal, encontrou no Centro Cultural de Belém o espaço ideal para apresentar um projecto que procura pensar a dança e a arquitectura com a ajuda da música de Nobuyasu Furuya.


Durante este fim-de-semana, o CCB Fora de Si oferece-lhe um vislumbre sobre a fascinante cultura da Índia. Venha saborear o chá e as especiarias deste país rico em tradição e rituais. Conheça histórias de deuses e deusas hindus e descubra alguns dos segredos musicais do sitar. Por fim, ao cair do dia, deixe-se levar pela Bharata Natyam, a dança sagrada do sul da Índia, numa oficina que terminará com uma demonstração no Jardim das Oliveiras.

1 e 2 de Agosto
Música Indiana – com Paulo Sousa e Makarand Tulankar
Jardim das Oliveiras, 15.30h
Entrada livre

1 e 2 de Agosto
Bharata Natyam
Oficina de Dança
Fábrica das Artes, 16.00h
Entrada Livre

1 e 2 de Agosto
Bharata Natyam
Demonstração de Dança – com Tarikavalli e Makarand Tulankar
Jardim das Oliveiras, 18.00h
Entrada livre

Abhinaya in Bharata Natyam



6 de Agosto
Kris Davis Solo Piano
Cafetaria Quadrante, 22.00h
Entrada livre

Que o jazz de Nova Iorque está em ebulição já sabia quem atenta no que por lá se passa, mas se quisermos falar de autênticas surpresas aí a acontecer por estes dias temos de referir um nome em especial: Kris Davis. 2008 foi o ano da consagração desta pianista, compositora e improvisadora nascida no Canadá, devido ao lançamento de dois discos magistrais, ambos editados na Península Ibérica: Rye Eclipse (pela editora espanhola Fresh Sound New Talent) e Fiction Avalanche (pela portuguesa Clean Feed). A generalidade da crítica internacional não tem sido contida no elogio ao refrescamento desta área musical trazido pelo surgimento em cena desta extraordinária performer, falando-se muito em especial do seu “espírito de aventura”.


8 de Agosto
Ama, Yungchen Lhamo
Praça do Museu, 22.00h
Entrada livre

Após mais de uma década de surpreendentes performances, aclamação internacional e colaboração com os músicos Sheryl Crow, Michael Stipe ou Annie Lennox, Yungchen Lhamo tornou-se para muitos a voz do Tibete. Nasceu em Lhasa, mas aos 23 anos fugiu da opressão chinesa atravessando os Himalaias e estabelecendo-se na Índia. Foi na Índia que iniciou a sua carreira musical, recordando as canções tradicionais que aprendera com a mãe e avó. Hoje, reside em Nova Iorque e a sua música reflecte a confluência da pureza e autenticidade da tradição tibetana e da contemporaneidade das sonoridades urbanas do melting pot nova-iorquino.

Yungchen Lhamo - Happiness



13 de Agosto
Andrea Wolper com Ken Filiano e Kris Davis
Cafetaria Quadrante, 22.00h
Entrada livre

Mesmo com um repertório de standards a que junta temas pouco utilizados dos grandes compositores do jazz, Andrea Wolper é uma cantora que se destaca com naturalidade entre as dezenas que nos últimos anos têm conquistado os palcos e os hits das vendas discográficas. Pode não ser muito conhecida internacionalmente, mas tal deve-se apenas ao facto de não vergar a qualidade das suas prestações a critérios comerciais e de agrado fácil. Os músicos que a acompanham neste trio denotam bem a seriedade dos seus investimentos: Kris Davis, a nova coqueluche do piano na cena nova-iorquina, e Ken Filiano, um dos gigantes do contrabaixo na actualidade.

ANDREA WOLPER voz
KEN FILIANO contrabaixo
KRIS DAVIS piano


14 de Agosto
Catarina dos Santos, no Balanço do Mar
Praça do Museu, 22.00h
Entrada livre

A portuguesa Catarina dos Santos nasceu para a música com o jazz, em Nova Iorque, aprendendo com os grandes mestres e tocando pelos bares da cidade. Mas a música africana e brasileira estava na sua alma e o português, para ela, não tem apenas um sotaque. A sua música, mesmo recebendo influências do jazz no sentido da harmonia e da improvisação, usa ritmos de Portugal, Brasil e Cabo Verde,
cantada em português de sons vários e em crioulo.


15 de Agosto
Tora Tora Big Band
Praça do Museu, 22.10h
Entrada livre

Em 2001, a cidade de Lisboa serviu de inspiração à formação da Tora Tora Big Band, uma orquestra de jazz que reúne músicos de múltiplas nacionalidades, num poderoso naipe de metais e uma secção rítmica estrondosa. Através de um repertório que cruza o jazz e a world music, a aposta desta vibrante formação passa pela renovação do velho conceito das antigas big bands que tocavam música para dançar, apresentado desta vez com elementos e tendências sonoras bem recentes, como afro, latin, funk, arabic, trance, reggae e drum’n bass.

Trompetes Miguel Gonçalves | Johannes Krieger
Saxofones Zé Maria
Trombones Lars Arens | Luís Cunha
Baixo Francesco Valente
Teclados Filipe Raposo
Percussão Hugo Menezes
Bateria Davide Rodrigues

Tora Tora Big Band no Pleno Out Jazz em 2008



16 de Agosto
Groove 4tet
Praça do Museu, 22.00h
Entrada livre

O Groove 4tet, formado em 2006, surgiu da necessidade que quatro músicos e amigos tinham de criar algum espaço sonoro onde pudessem expor as suas influências e ambições musicais e encontrar o equilíbrio para as suas diferentes raízes, sonoridades e direcções. Partiram do gosto comum pela música soul, blues, funk e jazz, que aliaram à vontade de trazer de novo a dança aos clubes de jazz. O repertório explora temas de artistas precursores neste género, como John Scofield, Joshua Redman, Soulive, Stevie Wonder, Herbie Hancock, entre outros, mas assenta acima de tudo em temas originais deste jovem quarteto.

Fred Martinho guitarra
Pedro Pinto contrabaixo
Joca bateria
Daniel Lima teclados

Convidados
Dj Nery pratos
Zé Maria saxofone

Groove 4tet



20 de Agosto
Noah Preminger Quartet
Cafetaria Quadrante, 22.00h
Entrada livre

Rodeado de músicos já bem rodados, como Russ Johnson, Ben Monder, Frank Kimbrough, John Hebert e Ted Poor, nesse disco de estreia Noah Preminger, com apenas 22 anos, apresentou uma voz muito pessoal, com matriz no pós-bop e sem medo de entrar por terrenos de maior liberdade improvisacional.
Nesta sua primeira vinda a Portugal junta-se a André Matos, amigo e cúmplice em associações que certamente darão que falar no futuro, e a dois emigrantes do jazz que encontraram em Portugal o seu segundo país, o argentino Demian Cabaud e o brasileiro Alexandre Frazão. O gosto de Preminger pelas situações de jam não deixará de se fazer sentir e, com esta companhia, é de se esperar o melhor.

NOAH PREMINGER saxofone tenor
ANDRÉ MATOS guitarra
DEMIAN CABAUD contrabaixo
ALEXANDRE FRAZÃO bateria


21 de Agosto
P.I. (Pays) – Julie Dossavi
Praça do Museu, 22.00h
Entrada livre

Misturando formas de dança africana contemporânea com saltos elegantes e cultura urbana, Julie Dossavi apresenta uma colecção de solos e duetos acompanhada por percussionistas africanos, voz e electrónica. A bailarina e coreógrafa francesa recorre à ginástica, aos rituais tribais e às origens da música electrónica para moldar uma criação distinta, étnica e contemporânea, cheia de vida e expressividade. Colaborou com vários coreógrafos influentes, como Philippe Decouflé e Joseph Nadj, entrando também no mundo do vídeo e da moda, em projectos com Jean-Paul Gaultier e Nina Ricci.


22 de Agosto
Etran Finatawa
Praça do Museu, 22.00h
Entrada livre

Oriundo do Níger, um dos países mais pobres do mundo, o grupo Etran Finatawa é uma formação de tuaregues e wodaabe, dois povos nómadas com culturas e sonoridades muito diferentes que coabitam nesta região africana. A música dos Etran Finatawa (literalmente “as estrelas da tradição”) combina a riqueza de duas linguagens: tradicionalmente, os wodaabe não utilizam instrumentos e centram-se na voz e ritmos que convidam à dança; por sua vez, os tuaregues sempre recorreram a violinos e tambores para animar as suas músicas e danças.

Agonia voz
Anivolla voz / guitarra solo
Bouga voz / percussão / odilirou (flauta)
Tankari percussão / acompanhamento vocal
Jamil tender (tambor) / guitarra / acompanhamento vocal

Etran Finatawa - Surbajo



23 de Agosto
Terrakota
Praça do Museu, 22.00h
Entrada livre

A fusão de uma imensidão de influências musicais, do reggae à música árabe, passando pelos ritmos afro-cubanos e pela música mandinga e o uso de instrumentos provenientes dos mais variados pontos do globo fazem deste grupo um projecto único em Portugal. Os Terrakota têm actuado um pouco por todo o mundo, conquistando plateias com a sua energia e entusiasmo e, ao mesmo tempo, espalhando uma mensagem socialmente responsável e positiva.

ROMI ANAUEL voz
JÚNIOR voz ⁄ guitarra ⁄ percussão
ALEX guitarra ⁄ percussão
DAVIDE RODRIGUES bateria ⁄ percussão ⁄ flauta ⁄ voz
NATANIEL MELO percussão
MARC PLANNELS teclados ⁄ sitar ⁄ alaúde ⁄ percussão
FRANCESCO VALENTE baixo

Terrakota – É verdade



27 de Agosto
Gonçalo Prazeres Quarteto
Cafetaria Quadrante, 22.00h
Entrada livre

Os temas – todos originais do líder deste quarteto – são abertos e concebidos à partida para fomentar a espontaneidade criativa de todos os membros do grupo, desenvolvendo uma música orgânica e fluida que fuja às delimitações do que habitualmente se considera como mainstream ou “vanguarda”.
Aluno do Berklee College of Music, Gonçalo Prazeres estudou com saxofonistas tão distintos (mas unânimes na forma inclusiva, e não exclusiva, como tocam) quanto George Garzone, Tony Malaby e Steve Lehman, deles tendo herdado a flexibilidade discursiva e a ausência de preconceitos relativamente a materiais, estilos, técnicas, etc.
Com ele estão Nuno Costa, Bernardo Moreira e Luís Candeias, nomes cada vez mais consensuais do jazz feito em Portugal.

GONÇALO PRAZERES saxofone alto
NUNO COSTA guitarra
BERNARDO MOREIRA contrabaixo
LUÍS CANDEIAS bateria

Zurugudu - A Fuga, ao vivo no Hot Club (com Gonçalo Prazeres no sax)