quarta-feira, 23 de julho de 2008

Espaço Para a Criatividade



Mário Laginha Trio
Espaço
Clean Feed, 2007

Em 2007 o pianista e compositor português Mário Laginha reuniu o seu trio, composto por ele próprio no piano, Bernardo Moreira no contrabaixo e o luso-brasileiro Alexandre Frazão na bateria, e gravou pela Clean Feed um dos mais admiráveis trabalhos da sua carreira, denominado Espaço.
Encomendado pela Trienal de Arquitectura de Lisboa 2007, “Espaço” é um trabalho musical inspirado pela arquitectura. A música como arquitectura líquida, nas palavras de Iannis Xenakis. As linhas contínuas e descontínuas, as superfícies planas e distorcidas, o espaço e a sua ausência são transferidos para o universo musical pelo génio criativo de Laginha e dos seus pares numa obra consistente e inspirada, plena de sensibilidade, eleita pela crítica como Melhor CD Jazz Nacional Novidade em 2007.
Já me tinha referido a ela nestas páginas num comentário à brilhante apresentação do trio no Maxime, faz agora um ano. A obra foi editada em 8 de Junho de 2007 e foi originalmente apresentada na Culturgest a 26 de Junho de 2007.



Laginha nasceu em Lisboa em 1960 e estudou piano no Conservatório Nacional com os professores Jorge Moyano e Carla Seixas, tendo terminado o Curso Superior de Piano com a classificação máxima. Foi um dos fundadores do Sexteto de Jazz de Lisboa, em 1984. O seu primeiro disco, HOJE, foi gravado em 1994, em quinteto com o saxofonista inglês Julian Argüelles, o guitarrista Sérgio Pelágio, o contrabaixista Bernardo Moreira e o baterista Alexandre Frazão, editado pela Farol.
Quer como pianista, quer como compositor, Mário Laginha tem estado directamente ligado à carreira de Maria João. Gravaram juntos dez álbuns e deram centenas de concertos por todo o mundo, em eventos tão prestigiados como Festival de Jazz de Montreux, Festival do Mar do Norte, Festival de Jazz de San Sebastian, Festival de Jazz de Montreal, entre muitos outros.
Em LOBOS, RAPOSAS E COIOTES compôs e arranjou para a Orquestra Filarmónica de Hannover, dirigida pelo Maestro Arild Remmereitt, em 1999 (Universal/Verve).
Como compositor, Mário Laginha tem escrito para diversas formações, como a Big Band da Rádio de Hamburgo, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Filarmónica de Hannover, Remix, Drumming e Orquestra Nacional do Porto.
Tem também tocado ao lado de prestigiados nomes, tais como Ralph Towner, Manu Katché, Dino Saluzzi, Cristof Lauer, Nguyen Lê, Julian Argüelles, Steve Argüelles, Kai Ekkart, Trilok Gurtu e Howard Johnson.
A ilustrar este trabalho de Mário Laginha deixo-vos com um dos mais belos temas do disco, denominado “Tanto Espaço”, acompanhado de belas fotos de Steve Morris, integradas num trabalho do fotógrafo a que chamou “Shrewsbury in soft light”.

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