quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Canções Labirínticas



Sting & Edin Karamazov
Songs From The Labyrinth
Deutsche Grammophon, 2006

De Sting já toda a gente ouviu falar. E arrisco mesmo afirmar que poucos não saberão trautear pelo menos um dos seus muitos sucessos, dos Police ou da já sua longa e prolífica carreira a solo.
O que já nem todos conhecerão é a versatilidade musical do ex-vocalista e baixista dos Police, que o tem levado a temerárias incursões por territórios musicais pouco usuais em músicos pop, como sejam o jazz, a world music ou a música clássica.
Uma das mais insólitas incursões de Gordon Matthew Thomas Sumner (assim se chama o senhor, nascido em Wallsend em Inglaterra, no ano de 1951) por territórios musicais menos conhecidos deu-se em 2006, quando gravou um disco pela Deutsche Grammophon (a famosa editora alemã de música clássica) dedicado ao compositor britânico renascentista John Dowland (1563-1626), na companhia do alaúde do músico bósnio Edin Karamazov.
Este trabalho não terá contribuído em muito para os mais de 100 milhões de discos vendidos por Sting, nem tão pouco para os 16 Grammys já conquistados por si, mas é seguramente revelador de uma versatilidade invulgar.
Songs from the Labyrinth, assim se denomina o disco, foi acolhido de forma irregular, entre aclamações seguidistas e críticas dos mais canónicos puristas.
Confesso que achei o trabalho interessante, não me sentindo minimamente intimidado ao ouvir a inconfundível voz rouca de Sting arranhar as melancólicas melodias elizabetianas de Dowland. Além de um notável trabalho de Karamazov no alaúde, o disco revela apurados arranjos vocais que, além de tornarem porventura mais acessível, aos não iniciados nos meandros da música antiga (onde modestamente me incluo), a obra de Dowland, a exprimem de forma particularmente bela e apelativa.
O estimado leitor que julgue por si.

Sting & Edin Karamazov - Come Again

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