quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Simmons, Few e Kamaguchi em Portugal



Sonny Simmons e Bobby Few juntam-se ao contrabaixista Masa Kamaguchi para duas apresentações únicas em Portugal. Sexta, 10 de Outubro pelas 22h00 no Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra (primeira parte a cargo dos portugueses RED trio) e Sábado, 11 de Outubro pelas 23h00 na Zé dos Bois, em Lisboa. Uma oportunidade única para escutar duas figuras que fazem parte da história do jazz.

Sonny Simmons / Bobby Few / Masa Kamaguchi
Sonny Simmons - saxofone alto
Bobby Few - piano
Masa Kamaguchi - contrabaixo

Sonny Simmons liderou uma série de sessões marcantes na década de 60. Nascido em 1933, só em 1963 obteve a atenção merecida. A sua aparição ao lado de Sonny Rollins e de Eric Dolphy fizeram o resto para construir a sua reputação. Embora não se deva incluir nos vanguardistas irredutíveis, Simmons manteve uma perspectiva provocadora em relação à tradição, tendo marcado uma época. Com as dificuldades da "cena jazz" na Costa Oeste, no final da década 70, a sua carreira estagnou. Se o eclipse foi repentino, o regresso assumiu contornos espectaculares. Desde 1994 gravou dois discos pela Warner, outros dois pela CIMP, fundou os Cosmosamatics com Michael Marcus e tem mantido associações com Jeff Haydem e Bradon Evans, além de uma participação no sexteto de Anthony Braxton.

A trajectória de Bobby Few é indissociável da sua mudança para França, em 1969. Nascido em 1935, estudou música clássica no Cleveland Music Institute. Companheiro de infância de Albert Ayler, foi com este que rumou a Nova Iorque, no início da década de 60. Aí gravou com Booker Ervin. Com Ayler, participou nas gravações de Music is the Healing Force of the Universe. Já em Paris, encontrou o ambiente artístico propício para o desenvolvimento da sua arte. Logo após a sua chegada foi requisitado pelo resto do contingente americano, trabalhando com Archie Shepp, Frank Wrigth, Noah Howard, Alan Silva e Steve Lacy (com quem gravou dezenas de discos). Desde a década de 70 que Few desenvolve uma concepção única, bebendo de fontes como Errol Garner, Thelonius Monk, McCoy Tyner ou Cecil Taylor.

RED trio [1ª parte]
Rodrigo Pinheiro - piano
Hernâni Faustino - contrabaixo
Gabriel Ferrandini - bateria

"Para nós, jazz é sinónimo de improvisação e esta é a nossa forma de tocar, livre e que nada tem que ver com a tradição do trio de piano jazz, em que o piano tem sempre um papel preponderante, suportado por uma secção rítmica que raramente ganha o mesmo destaque. No nosso trio procuramos fazer uma improvisação simbiótica em que todos os elementos tenham uma participação forte, o que faz com que o nosso som se revele bastante equilibrado, sem haver a predominância de um instrumento sobre outro. [...] [A] nossa abordagem é muito depurada, com influências do jazz, sim, mas também da improvisação europeia e da música contemporânea."
Hernâni Faustino in jazz.pt #20 (Set/Out 2008)

Co-produção
Zé dos Bois
JACC - Jazz ao Centro Clube

Apoio
Teatro Académico de Gil Vicente
Rádio Universidade de Coimbra

Mais informação em www.jacc.pt (JACC - Jazz ao Centro Clube)

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