quinta-feira, 9 de abril de 2009

Jass Store Fest na Trem Azul



ISSUE II - JAZZ STORE FEST

14, 15, 22, 23, 24 de Abril

A Trem Azul Jazz Store anunciou a realização da segunda edição do seu festival, dedicado ao jazz e à música improvisada. No programa, são apresentadas algumas das mais contemporâneas vertentes do Jazz e da Improvisação não idiomática. O intimismo e o rigor acústico da sala e um público entusiasta, proporcionam o ambiente perfeito para a fruição de cada um dos ensembles presentes.

Os bilhetes custam 5€ - excepto para o dia 15, 10€ - todas as entradas têm direito a 1 bebida

Trem Azul Jazz Store
http://www.tremazul.com/
Rua do Alecrim, 21-A, Lisboa
Metro/comboio: Cais do Sodré

Contactos: 21.3423141 jazzstore@tremazul.com
com o apoio da Piano Arte - www.pianoarte.com

14 ABRIL | 21h30
INSTANTÂNEOS



ANTÓNIO CHAPARREIRO - guitarra / NUNO REIS - trompete / EDUARDO LÁLA - trombone / JORGE SERIGADO - baixo / MIGUEL SÁ - laptop / RUI ALVES - bateria / PEDRO CASTELLO LOPES - percussões

Groovimpro é o termo que os Instantâneos usam para designar a música que fazem na qual, entre outras inspirações, estão presentes groove e improvisação livre.

http://instantaneos.podomatic.com

15 ABRIL | 22h00
IVO PERELMAN TRIO



IVO PERELMAN – saxofone tenor e soprano
TORBJÖRN ZETTERBERG – contrabaixo
DANIEL LEVIN - violoncelo

Como Charles Gayle, Ivo Perelman trouxe para os nossos dias o mesmo conceito que John Coltrane e Albert Ayler tinham para o saxofone tenor: tornar este instrumento no veículo ideal para a mais visceral das expressões, ainda que sublimada por todos os indizíveis da espiritualidade. Enquanto pintor, a sua outra actividade artística, é óbvio o alinhamento do músico brasileiro pelo expressionismo abstracto, muito marcado pelas cores dos trópicos, mas nos discos que gravou está igualmente claro que a sua adopção das coordenadas da “new thing” lhe servem os mesmos propósitos estéticos. O “grito” pode ser a característica mais notória do seu estilo pessoal, mas como em Gayle, Coltrane e Ayler, não se trata de uma manifestação de raiva. Na música de Perelman, o lirismo ganha uma crueza e um grão que os românticos do século XIX não poderiam ter imaginado como uma possibilidade. Os sons vêm-lhe das profundezas da alma e do corpo, sendo nessa medida o reflexo de uma enorme humanidade. Mas não é só: tal como acontece nas telas que pinta, o Brasil está presente na música que nos dá a ouvir. Evocações da bossa nova e do choro emergem dos temas que toca em trio com o violoncelista Daniel Levin e o contrabaixista Torbjörn Zetterberg. Tudo isto faz com que as propostas de Ivo Perelman sejam únicas e inimitáveis, surgindo aos nossos ouvidos com a relevância de algo que tinha inevitavelmente de existir. Porque se não existisse, ficaríamos mais pobres... Ivo Perelman nasceu em São Paulo no primeiro ano de uma década muito especial, 1961. Situando-se na melhor herança do saxofone tenor, a que começou por ser definida por Coleman Hawkins e Ben Webster, associa uma sonoridade forte a um grande apreço pelo trabalho melódico. Radicado em Nova Iorque desde a década de 1980, nem por isso o Brasil deixou de estar presente na sua música. Por exemplo, em “Man Of Forest” presta um original tributo ao compositor clássico brasileiro Heitor Villa-Lobos. Com uma discografia de 32 títulos e um percurso rico em colaborações com a nata da vanguarda jazzística nova-iorquina, Perelman é largamente elogiado pela imprensa internacional especializada. O recente álbum duplo "The Complete Ibeji Sessions" dá bem conta do seu gosto pela música popular e tradicional do Brasil, associando sambas, forrós e as melodias dos índios Tapebas. Mais recentemente, tem-se ocupado em fazer versões de temas da bossa nova e do choro em contexto de free jazz. Comparado em intensidade a Charles Gayle, é o Gato Barbieri dos anos áureos quem o saxofonista tenor (também guitarrista, violoncelista, pianista, clarinetista e flautista) mais faz lembrar devido ao tipo de associações a que procede, introduzindo exotismos afro-latinos no free jazz. Ivo Perelman desenvolve uma carreira paralela como artista visual, utilizando técnicas de "action painting" e "driping painting" inspiradas em Jackson Pollock.

www.ivoperelman.com
www.myspace.com/torbjrnzetterberg
www.daniel-levin.com

22 ABRIL | 21h30
JÚLIO RESENDE 4TETO



DESIDÉRIO LÁZARO – saxofone tenor
JÚLIO RESENDE – piano
JOÃO CUSTÓDIO – contrabaixo
JOEL SILVA – bateria

Uma das mais importantes forças da nova geração de músicos portugueses, o pianista Júlio Resende, foi inicialmente orientado por um dos mais significativos pedagogos do jazz nacional, Zé Eduardo, prosseguindo os seus estudos com Rodrigo Gonçalves e Pedro Moreira, outro grande pedagogo português. Resende tem também um background na Música Clássica mas cedo descobriu que não ficava satisfeito em ser apenas um intérprete de peças musicais em que não pudesse improvisar. Decidiu então estudar e trabalhar com os melhores mestres do Hot Clube, New School forJazz and Contemporary Music, Berklee College of Music, e a Bill Evans Academy entre o tempo que passou na Université de St. Denis em Paris. O seu primeiro disco “Da Alma” foi uma estreia promissora. Enraízado na tradição, mas com uma abordagem criativa, aberta e moderna, a sua música é brilhante, colorida, sedutora, intrincada e bela.
Este concerto versará sobretudo sobre composições do disco “Da Alma” e do novo disco que aí vem este ano.

www.julioresende.com

23 ABRIL | 21h30
RAFAEL TORAL SPACE COLLECTIVE 2



RAFAEL TORAL - circuito de ressonância, sintetizador modular, amplificador MT-10 modificado
RUBEN COSTA - sintetizador digital

Rafael Toral é actualmente uma das nossas figuras de proa na área da música dita experimental. Prova disso é a bem sucedida digressão mundial de 2008 por diversos países como a Coreia do Sul, Japão, Nova Zelandia e Australia. Este reconhecimento é fruto do trabalho continuado que Toral tem desenvolvido nos ultimos anos em torno do seu projecto de larga escala o “Space Program”. No Issue II, Toral faz-se acompanhar por Ruben Costa, um músico envolvido no projecto One Might Add.

www.myspace.com/rafaeltoral

24 ABRIL | 21h30
NOBUYASU FURUYA TRIO + NUNO REBELO



NOBUYASU FURUYA – saxofone tenor, clarinete baixo e flauta
HERNÂNI FAUSTINO – contrabaixo
GABRIEL FERRANDINI – bateria
NUNO REBELO – guitarra, electrónicas

Japonês de nascimento, mas presentemente a viver em Lisboa depois de uma estadia em Berlim, Nobuyasu Furuya veio agitar as águas da cena jazzística e improvisada portuguesa com o seu sopro ora extremamente possante (algures entre Archie Shepp e Peter Brotzmann), ora controlado com um rigor implacável (o mesmo das cerimónias de chá, das árvores bonsai e dos jardins de pedra tipicamente nipónicos), nos seus três instrumentos de eleição: o saxofone tenor, o clarinete baixo e a flauta. Interessou-se pela música clássica otomana, que estudou na Turquia. Por cá, teve muito aplaudidos encontros com três dos mais internacionais praticantes da improvisação, Carlos “Zíngaro”, Ernesto Rodrigues e Rodrigo Amado, mas foi com o contrabaixista Hernâni Faustino e o baterista Gabriel Ferrandini que formou o trio que ora se apresenta. Com tais músicos na secção rítmica, conhecidos pelo impacto das suas prestações, o seu propósito é claro: mostrar que a “new thing” nascida na década de 1960 ainda não morreu. Nuno Rebelo, após um início de carreira nos anos 1980 onde ganhou visibilidade como líder dos Mler Ife Dada, dedicou-se às músicas experimentais e à composição de música para dança, teatro e cinema. Foi o autor do hino da Expo’98 e é hoje reconhecido internacionalmente como um dos mais importantes guitarristas portugueses da música improvisada. Em 1993, começou a aplicar à guitarra portuguesa as técnicas até então desenvolvidas na guitarra eléctrica, tendo-a baptizado de guitarra portuguesa mutante.

www.myspace.com/nobuyasufuruya
www.myspace.com/nunorebelo



25 ABRIL | 21h30
PAULO CURADO + KEN FILIANO

PAULO CURADO – saxofone alto, soprano e flauta
KEN FILIANO – contrabaixo

A improvisação tem um idioma: o jazz. Nada de mais natural, tendo em consideração que este género musical cunhou um particular relacionamento entre o que é composto (escrito) e o que é improvisado e definiu uma boa parte das próprias técnicas improvisação, além de que formulou um (na verdade vários) modelo estético. Ser “músico de jazz” vai significando que se é um músico plural, e se verificarmos o percurso de Paulo Curado é isso precisamente o que confirmamos: responsável igualmente de múltiplas bandas sonoras para desenhos animados infantis (o que quer dizer que tem boas noções quanto à eficácia de uma melodia) e para teatro (o mesmo relativamente à criação de atmosferas), ele é bem o exemplo do artista aberto e sem preconceitos. O Sol e a Terra a dançarem um com o outro. Esta apresentação em dueto com o contrabaixista Ken Filiano, músico experimentado e sólido, que se move particularmente bem em contextos de maior liberdade surge depois do aclamado disco editado em 2007 pela Clean Feed: The Bird, The Breeze and Mr. Filiano com o trio O Lugar da Desordem.

www.myspace.com/paulocurado
www.myspace.com/kenfiliano

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