terça-feira, 29 de setembro de 2009
FJAE 2009
Festival de Jazz da Alta Estremadura
15 a 25 de Outubro
Leiria e Marinha Grande
Já foi divulgado o programa da edição 2009 do Festival de Jazz da Alta Estremadura (FJAE) que, como habitualmente, decorrerá nas cidades de Leiria e da Marinha Grande, este ano, entre os dias 15 e 25 de Outubro.
O FJAE que se realiza desde os anos 90, é uma iniciativa da Associação Desenvolvimento e Cooperação Atlântida, dos Municípios de Leiria e Marinha Grande e conta com a actual equipa de produção desde 2001.
O FJAE tem tido desde o início, como linha condutora, três vertentes
principais:
1) A realização de "Workshops" abertos a todos os interessados mas destinados principalmente aos jovens músicos da região.
2) A apresentação de variados projectos portugueses. Por este Festival passaram já, mais de uma centena de músicos nacionais.
3) E a vertente internacional, da qual já fizeram parte grupos europeus e norte-americanos como são o caso de John Scofield, Mark Turner / Kurt Rosenwinkel, Paolo Fresu, Aaron Goldberg, Chris Potter, Ravi Coltrane, Don Byron, Dave Douglas, Fay Classen & Ivan Paduart, Geri Allen, Bill McHenry, John Ellis, Jim Hall, Enrico Pieranunzi, The Herbie Nichols Project, Perico Sambeat, Dave Holland, Adam Rogers, Grégoire Maret, Chris Cheek, Marc Copland, Drew Gress, Dan Weiss, FLY trio, Tom Harrell, John Abercrombie, Leo Tardin's GrandPianoramax, WHO trio, Matt Renzi,...
Este ano o Festival iniciar-se-á na quinta-feira, 15 de Outubro com um Workshop dirigido pelo trio do contrabaixista Zé Eduardo e encerrará no domingo, 25, com um concerto do quarteto liderado pelos saxofonistas Dave Liebman e Ellery Eskelin. Entre estas duas datas o Quinteto de Nelson Cascais, a Mingus Big Band, o trio BassDrumBone e o concerto de encerramento do Workshop, deverão ser razões suficientes para visitarem o evento.
Programa
Nelson Cascais “Guruka”
16 Outubro – 22h – Sexta-feira
Galeria Municipal da Marinha Grande
Pedro Moreira (st)
André Fernandes (g)
João Paulo (f-r)
Nelson Cascais (ctb)
Marcos Cavaleiro (bat)
Nelson Cascais é hoje um dos nomes mais sonantes no cenário do jazz nacional. Além de contrabaixista dotado de um som extremamente individual e de um apurado sentido de interacção, Nelson Cascais é um distinto compositor, qualidade à qual se junta a capacidade de, enquanto líder, fazer aflorar as mais importantes virtudes dos seus companheiros de grupo. Por outro lado, como fruto da sua versatilidade, a actividade de Nelson Cascais como “sideman” tem-se tornado cada vez mais intensa,tendo-se apresentado, em estúdio ou em concerto, ao lado de nomes como Carlos Martins, André Fernandes, Abe Rabade, Jorge Reis, Perico Sambeat, Jesus Santandreu, Maria João & Mário Laginha, Pedro Moreira, Benny Lackner, Bernardo Sassetti entre muitos outros.
"Guruka", o seu mas recente disco, vem acentuar o já notável reconhecimento do contrabaixista como compositor e “bandleader”, ao apresentar um sólido repertório onde a composição e a improvisação se equilibram num processo orgânico que, à imagem dos seus registos anteriores - "Ciclope" e principalmente "Nine Stories" -, se alimenta da forte voz pessoal de cada um dos elementos do grupo e de uma determinante permeabilidade às mais diversas influências estéticas.
Nelson Cascais 5teto - 6ª feira 13
Zé Eduardo Unit
17 Outubro – 22h - Sábado
Galeria Municipal da Marinha Grande
Jesus Santandreu (st)
Zé Eduardo (ctb)
Bruno Pedroso (bat)
Zé Eduardo é um dos nomes incontornáveis do jazz português e europeu, pela sua obra como compositor e intérprete e também pelo papel que tem tido, na divulgação e promoção desta música através da criação e direcção de diversas escolas e orquestras. Do seu currículo consta para além de actuações com diversos músicos da cena internacional (Art Farmer, Harold Land, Tete Montoliu, Steve Lacy, Kenny Wheeler...), a histórica participação no primeiro disco de jazz editado em Portugal; “Malpertuis”, de Rão Kyao (1976). No final da década de setenta, fundou a Escola e a Orquestra de Jazz do Hot Clube de Portugal, antes de se mudar para Barcelona. Em 1986 e nesta cidade, cria o Zé Eduardo Unit.
“A JAZZAR é que a gente se entende”, nome dado a este concerto, reflecte o trabalho que o Zé Eduardo Unit tem desenvolvido desde 2002 e que consiste na “reinvenção”em linguagem jazz de temas musicais que fazem parte do imaginário colectivo. A base do espectáculo é a série de álbuns “A Jazzar”. O primeiro foi “A Jazzar no Cinema Português” (2002). Dois anos depois, revisitou a obra de José Afonso, no álbum “A Jazzar no Zeca”. O terceiro capitulo desta série, “ A Jazzar nos Cartoons” foi editado em 2008.
Nascido em 1970 em Carcaixent, província de Valencia, Jesus Santandreu, saxofonista tenor e compositor, é um dos mais importantes músicos espanhóis da geração de noventa. Bruno Pedroso, nascido em Lisboa em 1969, é unanimemente considerado um dos melhores bateristas do actual jazz português. Juntamente com Zé Eduardo formam este Unit.
Zé Eduardo, Jesus Santandreu, Jack Walrath e Marc Miralta - Birds Fly Free
"Birds Fly Free" - Ze Eduardo + Jack Walrath Quartet
OFJAE - Orquestra do Festival de Jazz da Alta Estremadura (workshop)
18 Outubro – 18h30 - Domingo
Galeria Municipal da Marinha Grande
A Orquestra do Festival de Jazz da Alta Estremadura (OFJAE) é uma ou várias formações resultantes de um workshop orientado pelos músicos Zé Eduardo, Jesus Santandreu e Bruno Pedroso, a decorrer entre os dias 15 e 18 de Outubro nas instalações do Museu do Vidro da Marinha Grande. O workshop culminará com este concerto da OFJAE, composta principalmente por jovens músicos dos Concelhos de Leiria e Marinha Grande.
Mingus Big Band
23 Outubro - 21h30 - Sexta-feira
Teatro José Lúcio da Silva
Lew Soloff (t)
Alex Sipiagin (t)
Earl Gardner (t)
Vincent Herring (sa)
Craig Handy (sa)
Seamus Blake (st, ss)
Wayne Escoffery (st,ss)
Jason Marshall (sb)
Ku-umba Frank Lacy (trb)
Andy Hunter (trb)
Earl McIntyre (trbb)
David Kikoski (p)
Andy McKee (ctb)
Donald Edwards (bat)
Considerada uma das melhores orquestras da actualidade, nesta série de concertos programados para a digressão de 2009, irá interpretar repertório de Charles Mingus, recentemente descoberto por Sue Mingus nos arquivos do músico, bem como composições incluídas em três dos famosos discos editados em 1959 ; "Blues and Roots", "Mingus Ah Um" e "Mingus Dinasty"...numa celebração dos 50 Anos desta música. Espera-se um acontecimento memorável !
Mingus Big Band - Song With Orange
“BassDrumBone”
24 Outubro - 22h - Sábado
Teatro Miguel Franco
Ray Anderson (trb)
Mark Helias (ctb)
Gerry Hemingway (bat)
BassDrumBone é muitas vezes definido como um “super-grupo”. Este Trio com uma formação pouco usual, é um verdadeiro colectivo com sonoridade única e uma abordagem muito própria, tanto do ponto de vista da composição como da improvisação. O somatório de sinergias do contrabaixista Mark Helias, do baterista Gerry Hemingway e do trombonista Ray Anderson, resulta numa música plena de energia e inovação, numa sonoridade que nos pode transportar do estilo New Orleans a conceitos de Vanguarda. Nesta formação todas as partes são iguais, seria fácil pensar num trio de trombone + secção ritmica. A música resultante de uma colaboração com mais de 30 anos, continua a prender-nos a atenção. Juntos, continuam a fazer “New Jazz“, tão caloroso como inteligente.
Gerry Hemingway, compositor e percussionista, nasceu em 1955. Durante os anos 70 tocou com Anthony Davis, Leo Smith, George Lewis e Anthony Braxton, do qual integrou o Quarteto entre 1983 e 94. Fez também parte do Reggie Workman Ensemble e do Anthony Davis' Episteme Ensemble, tocou em dueto com o pianista Cecil Taylor e gravou com um número significativo de músicos como são o caso de Derek Bailey, Leo Smith, Oliver Lake, Kenny Wheeler, George Lewis, John Cale,... A sua colaboração em trios inclui o GRH com o pianista alemão Georg Graewe e o violoncelista holandês Ernst Reijseger, o WHO (trio que já “visitou“ o Festival de Jazz da Alta Estremadura) com o pianista suíço Michel Wintsch e o contrabaixista Baenz Oester e o CGH com a pianista Marilyn Crispell e o contrabaixista Barry Guy. O “collective“ BassDrumBone com Anderson e Helias data do final da década de 70.
Ray Anderson é descrito pelo crítico Gary Giddins como "one of the most compellingly original trombonists" e pelo Penguin Guide como "the most exciting slide brass player of his generation". Anderson foi nomeado 5 vezes pela revista Down Beat como “Best Trombonist” e já liderou ou integrou grupos que vão do jazz tradicional ao experimental. Nascido em 1952,começou a tocar trombone influenciado por discos Dixieland no entanto e ainda jovem experimentou os novos sons desenvolvidos em Chicago pelos ilustres membros da então recém criada “Association for the Advancement of Creative Musicians“(AACM). Em 1973, já em NY estudou e tocou com Jimmy Giuffre, Barry Altschul e Anthony Braxton. Desde então, integrou dezenas de projectos como os de David Murray, Charlie Haden's Liberation Music Orchestra, Dr. John, George Gruntz Concert Jazz Band, Bennie Wallace, Henry Threadgill, John Scofield, Roscoe Mitchell, Sam Rivers' Rivbea Orchestra... Dos projectos liderados ou co-liderados por Anderson podem-se destacar para além do BassDrumBone, os Slickaphonics, Alligatory Band, Pocket Brass Band, Lapis Lazuli Band, o quarteto de trombones Slideride, assim como o concerto a Solo.
O contrabaixista e compositor Mark Helias tem estado envolvido num processo de inovação musical desde o início da sua carreira, em meados dos anos 70. Para além do projecto BassDrumBone e de uma longa associação com o baterista Ed Blackwell, Helias colaborou intensamente com músicos como Anthony Davis, Dewey Redman, Don Cherry, Oliver Lake, Arthur Blythe, Abbey Lincoln, Cecil Taylor, Barry Altschul, Don Byron, Marty Ehrlich,... Mais recentemente, Helias lidera e colabora em vários projectos: Solo Bass, The Marks Brothers (dueto com Mark Dresser), Attack the Future, e Open/Loose, que é um trio com os saxofonistas Ellery Eskelin ou Tony Malaby e os bateristas Tom Rainey ou Gerald Cleaver.
Bassdrumbone - Soft Shoe Mingle
Liebman / Eskelin Quartet - “Different But The Same”
25 Outubro – 22h - Domingo
Teatro Miguel Franco
Dave Liebman (st,ss)
Ellery Eskelin (st)
Anthony Marino (ctb)
Jim Black (bat)
Liebman/Eskelin Quartet é um grupo onde o “mainstream” e o “free jazz” claramente se misturam. “Different But the Same“ demonstra que Dave Liebman e Ellery Eskelin, músicos e saxofonistas de gerações distintas, partilham muito mais do que se poderia esperar. Revela também que mesmo que dois músicos tenham um objectivo comum, o caminho que cada um deles toma para lá chegar pode ser consideravelmente diferente. Neste grupo, cada um dos saxofonistas trás consigo um músico com o qual mantém uma associação de longa data – no caso de Liebman é o baixista Tony Marino e no de Eskelin o versátil baterista Jim Black (nosso conhecido, pela longa colaboração com o contrabaixista Carlos Bica).. David Liebman nasceu em NY em 1946 e o seu interesse pelo jazz foi inspirado pelas famosas sessões de John Coltrane a que assistiu nos clubes desta cidade.
Depois de ter integrado vários grupos, entre eles o “Ten Wheel Drive”, um dos primeiros grupos de “fusion jazz”, Liebman foi convidado para o grupo do lendário baterista Elvin Jones. Mais tarde, entre 1970 e 74 integrou o famoso grupo de Miles Davis. Na mesma altura começou a trabalhar com o seu próprio “Open Sky Trio”, com Bob Moses e com o “Lookout Farm”, com o pianista Richie Beirach. Este grupo foi reconhecido em 1976 como número um na categoria “Group Deserving of Wider Recognition” pela revista Down Beat. Liebman tocou e gravou com inúmeros músicos, formou o David Liebman Quintet com John Scofield e Kenny Kirkland e em 1981 com George Mraz e Al Foster formou o grupo “Quest”. Mais tarde este grupo incluíu também Ron McClure (b) e Billy Hart (bat). Em 1990 forma novo grupo, desta vez com Phil Markowitz (p), Vic Juris (g), Jamey Haddad (bat) e Tony Marino (b). Para além de uma extensa carreira como educador, de diversos prémios e nomeações para um Grammy, Liebman é frequentemente incluido no top 5 dos saxofonistas soprano.
Ellery Eskelin nasceu em 1959 e aos 10 anos começou a tocar saxofone tenor. Em 1983 estudou com George Coleman e Dave Liebman. Na mesma altura, Eskelin foi membro de uma “quase rock band“. A sua estreia em disco deu-se com o grupo cooperativo, “Joint Venture“ com Paul Smoker (tp), Drew Gress (b) e Phil Haynes (bat). Em 1992 ingressou no projecto “Baron Down“ do baterista Joey Baron e em 1993 gravou "Figure of Speech", um trio com Joe Daley na tuba e Arto Tuncboyaciyan nas percussões. Em 1994 formou a sua “working band“ que inclui a acordeonista Andrea Parkins e o baterista Jim Black. A música resultante desta formação apesar de conter elementos jazz pode não ser considerada jazz no sentido mais restrito do conceito.
A Down Beat Magazine nomeou Eskelin como um dos 25 “Rising Stars for the Future“ na sua edição de Janeiro de 2000. E muito mais tem sido dito sobre este excelente saxofonista: "Eskelin continues to be the most inventive American tenor player in creative music", “...one foot firmly in the tradition, the other in the cosmos", “...is without a doubt one of the most important figures in modern jazz improvisation".
Dave Liebman, Steve Davis, Rufus Reid & David Hazeltine - Footprints
Direcção Artistica: Pedro Moreira
Coordenação de Produção: Luís Hilário
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