sábado, 19 de setembro de 2009
10ª Edição do Seixal Jazz
Seixal Jazz
21 de Outubro a 7 de Novembro
Auditório Municipal
Seixal Jazz Club
Cinema São Vicente
Adriana Miki
16 de Outubro, 21.30h
Cinema São Vicente
Adriana Miki (voz),
Paulo Barros (piano),
Desidério Lázaro (saxofone),
Sérgio Crestana (baixo) e
Joel Silva (bateria)
Após uma bem sucedida digressão pelos clubes de jazz em Nova Iorque, Adriana Miki apresenta o seu CD de estreia em Portugal: “Sashimiki”, lançado pela editora americana Apria Records, que nos transporta para o universo do Jazz e da Bossa Nova.
Adriana Miki é descendente de japoneses e assim surgiu a ideia de misturar a palavra “sashimi” (peixe cru) ao seu apelido Miki. “Sashimiki” é composto por 10 temas: 5 originais e 5 versões para composições de eleição de Adriana Miki. A direcção musical ficou a cargo de Sérgio Crestana que divide a produção musical com Adriana Miki e o saxofonista-flautista Manuel Lourenço. O CD conta também com a participação dos músicos: Paulo Barros (piano), Ernesto Leite (piano em “Hoje” e “Que restet-il”), Jurandir Santana (guitarra), Sebastian Scheriff e Oli Savill (percussões), Paulo Rosa (bateria) e Carlos “Bisnaga” Lopes (acordeão).
Em Portugal, tem actuado em diversos palcos: Douro Jazz Festival, Rota Jazz Trofa, Sentir Jazz Penafiel, Centro Cultural de Belém, Casa das Artes de Famalicão, Teatro Municipal de Vila Real, Teatro de Almada, Teatro Municipal de Bragança, Casino de Estoril, Casino de Lisboa, Onda Jazz, BFlat Jazz Club, entre outros.
Carlos Barretto
Solos Pictóricos
17 de Outubro a 29 de Novembro
Galeria de Exposições Augusto Cabrita
Quando se fala de Jazz em Portugal, o nome de Carlos Barretto é uma referência de mérito incontornável. A crescente internacionalização da sua actividade artística tem levado a sua música a muitos destinos, tanto na Europa como no resto do mundo, sempre com rasgados elogios por parte da crítica especializada.
Depois de ter concluído o curso do Conservatório Nacional de Música de Lisboa, o Carlos Barretto residiu em Viena de Áustria (1980-1982) a fim de se especializar na música erudita, onde estudou com Ludwig Streischer, um dos grandes mestres mundiais do contrabaixo. Decide dedicar a sua carreira profissional à música improvisada, residindo em Paris (1984-1993), cidade a partir da qual teve oportunidade de trabalhar com grandes nomes do Jazz, actuando nos mais prestigiados festivais por toda a França, Alemanha, Suíça, Bélgica, Holanda, entre outros. De regresso em Portugal em 1993, iniciou os seus projectos como líder e compositor, tendo gravado 8 Cd’s em nome próprio e colaborado em mais de vinte da autoria de Bernardo Sassetti, Carlos Martins, Bob Sands, George Cables, Mário Delgado, etc. e actuado em inúmeros festivais portugueses e europeus, sendo notória a evolução estética da sua música, desde o neo-bop até ao jazz europeu dos nossos dias.
Solo Pictórico - Pintura e pequenos concertos por Carlos Barretto
Carlos Barretto interpreta sonoramente cada quadro previamente pintado por si, em solo absoluto de contrabaixo explorando ao máximo as possibilidades tímbricas do instrumento quer no arco, quer “pizzicato” ou recorrendo a efeitos electrónicos, criando sonoridades que nunca se esperariam que o contrabaixo pudesse reproduzir. Conta com um CD gravado (Solo Pictórico) e inúmeras performances/exposições realizadas em todo o país.
Actuações no âmbito da exposição (às 18 horas):
17 de Outubro (sábado) – A solo
31 de Outubro (sábado) – Duo com António Eustáquio (guitolão)
7 de Novembro (sábado) – Trio com Mário Delgado (guitarra) e José Salgueiro
Carlos Barretto In Loko
Joe Lovano
21 de Outubro de 2009, 21.30h e 23.30h
Auditório Municipal
Joe Lovano (saxofones tenor e soprano),
James Weidman (piano),
Esperanza Spalding (contrabaixo, voz),
Otis Brown III (bateria),
Francisco Mela (bateria e percussão)
Este é o novo agrupamento, em quinteto, do saxofonista e compositor Joe Lovano. Nascido em Cleveland, EUA, em 1952, Lovano tem uma voz única no saxofone tenor, das mais importantes dos anos 90.
Herdeiro de Coleman Hawkins e John Coltrane, soube estabelecer o seu próprio estilo, independentemente de tocar com Woody Herman, Mel Lewis, Paul Motian, Charlie Haden, John Scofield, Elvin Jones ou Dave Holland. Com ele colabora a excelente contrabaixista Esperanza Spalding, jovem instrumentista já conhecida do público português.
Este ano, lançou Folk Art, o seu 21.º álbum para a Blue Note e o primeiro composto na totalidade por temas de sua autoria. Lovano explora um amplo espectro de “cores, sons e sentimentos”, tirando o máximo partido das todas as variações rítmicas permitidas pelo quinteto com dois bateristas.
Joe Lovano
Zé Eduardo Unit
21 e 22 de Outubro de 2009, 23.00h e 24.00h
Seixal Jazz Club (Antigos Refeitórios da Mundet)
Zé Eduardo (contrabaixo),
Jesus Santandreu (saxofone tenor),
Bruno Pedroso (bateria)
O espectáculo “a JAZZAR é que a gente se entende” reflecte o trabalho que a Zé Eduardo Unit tem desenvolvido desde 2002 e que consiste na “reinvenção” em linguagem jazz de temas musicais que fazem parte do imaginário colectivo. A base do espectáculo é a série de álbuns “A Jazzar”, que aguarda a saída do seu terceiro capítulo, com a edição de “A Jazzar nos Cartoons”. Trata-se de um disco em que o trio apresenta a sua versão muito particular e sempre bem-humorada, de temas de séries de desenhos animados, como “A Abelha Maia”, “Noddy”, “Heidi” e “Dartacão e os Três Moscãoteiros”.
O primeiro capítulo da série foi “A Jazzar no Cinema Português” (2002), com versões de temas que fizeram parte de filmes portugueses de todas as épocas, desde “Se Eu Fosse Um Dia o Teu Olhar”, de Pedro Abrunhosa, a “Cantiga da Rua”, imortalizado por Milú. Dois anos depois, o Zé Eduardo Unit revisitou a obra de José Afonso, no álbum “A Jazzar no Zeca”, que inclui versões de temas tão marcantes como “Grândola Vila Morena”, “O Que Faz Falta” e “Traz Outro Amigo Também”.
Nestes concertos, a Unit interpreta temas de todos estes trabalhos, resgatando temas perdidos no “baú da memória”. É, certamente, caso para dizer: “in ZEU's we trust!”.
Zé Eduardo Unit
Kenny Werner
22 de Outubro de 2009, 21.30h e 23.30h
Auditório Municipal
Benjamin Koppel (saxofones alto, tenor e soprano),
Kenny Werner (piano),
Johannes Weidenmuller (contrabaixo),
Cindy Blackman (bateria)
Menino-prodígio no piano, aos 11 anos de idade gravou um single com uma orquestra de quinze instrumentos. Kenny Werner é uma força da natureza no jazz dos nossos dias, tanto no plano da improvisação como no da composição. Antigo aluno de duas das mais prestigiadas escolas de jazz dos EUA, o Berklee College of Music, em Boston, e a Manhattan School of Music, é hoje em dia professor de piano nessas escolas e também na New School of Music (New York).
Tocou com Charles Mingus, Archie Shepp, Joe Lovano, Ron Carter, Bob Brookmeyer e Dizzy Gillespie, tendo gravado com alguns destes músicos. Natural de Brooklyn, onde nasceu em 1951, Kenny Werner possui extensa discografia que atesta bem o seu excelente domínio do piano, com solos de uma enorme riqueza harmónica e rítmica.
Kenny Werner Trio
Robert Glasper Trio
23 de Outubro de 2009, 21.30h e 23.30h
Auditório Muncipal
Robert Glasper (piano),
Vicente Archer (contrabaixo),
Chris Dave (bateria)
Nascido em Houston, em 1979, Robert Glasper tem recolhido aplausos ao longo do seu percurso no jazz, com um estilo que lembra grandes vultos do piano jazz contemporâneo, como Brad Mehldau e Keith Jarret. A sua mãe, Kim Yvette Glasper, foi a sua primeira e mais marcante influência musical. Dela herdou o gosto sofisticado por temas nos quais possa swingar plenamente. Aos 12 anos, Robert já tocava piano na igreja onde Kim Yvette também cantava.
“O Gospel é feito de emoção e espiritualidade: vamos à igreja e saímos a chorar”, afirma. Diz que foi assim que conseguiu chegar às pessoas, em sintonia com os sentimentos e a emoção da música. Experimentou também o Hip-hop e trabalhou com Bilali, The Roots, Jay Z, Mos Def ou Talib Kweli, entre outros.
Em 2003, lançou Mood, o seu primeiro álbum e dois anos depois foi chamado pela lendária Blue Note. Foi então que se juntou a um legado que remonta a 1939: Albert Ammons, Meade Lux Lewis, Thelonious Monk, Bud Powell, Herbie Hancock, McCoy Tyner, Chick Corea, Andrew Hill, Cecil Taylor, Gonzalo Rubalcaba, Jacky Terrasson, Jason Moran e Bill Charlap. Aos 30 anos é um dos mais brilhantes improvisadores do piano jazz.
Robert Glasper Trio
Blake Tartare
23 e 24 de Outubro de 2009, 23.00h e 24.00h
Seixal Jazz Club (Antigos Refeitórios da Mundet)
Michael Blake (saxofone tenor e soprano, clarinete baixo, kalimba),
Soren Kjaergaard (piano e efeitos),
Jonas Westergaard (contrabaixo),
Frands Rifbjerg (bateria)
De origem canadiana, mas residente em Nova Iorque, Michael Blake tem imposto o seu nome não só devido às capacidades instrumentais que lhe reconhecemos nos saxofones tenor e soprano ou no clarinete baixo, mas também como compositor e arranjador. Combinando a cada passo tradição e inovação, não hesita em incorporar no idioma jazz elementos provenientes de outras músicas. Pertenceu durante mais de uma década aos Lounge Lizards de John Lurie e o seu CD de estreia em nome próprio, “Kingdom of Champa” (1997), foi produzido por um nome lendário que esteve por detrás dos sucessos discográficos de Miles Davis, Teo Macero.
Envolvido em grupos como Herbie Nichols Project, Medicine Wheel e Peace Pipe, ganhou igualmente fama como autor de bandas sonoras para o cinema e a televisão ou a tocar com Tricky, Prince Paul e DJ Logic. Os seus Blake Tartare – nesta vinda a Portugal sem o baterista Kresten Osgood, com quem gravou recentemente em duo o álbum “Control This” e realizou o ano passado uma pequena digressão em Portugal - integram dois nomes fundamentais do jazz dinamarquês, o pianista Soren Kjaergaard e o contrabaixista Jonas Westergaard. Em substituição de Kresten Osgood vem um dos nomes emergentes do novo Jazz Nórdico, Frands Rifbjerg que já tocou ao lado de Clark Terry, Steve Swallow, Carla Bley, Phil Woods, Jon Faddis e Junior Mance. Espera-se um concerto onde a modernidade se acompanha em doses cuidadas de tradição.
Mingus Big Band
24 de Outubro, 21.30h e 23.30h
Auditório Municipal
Lew Soloff (trompete), Alex Sipiagin (trompete), Earl Gardner (trompete), Vicent Herring (saxofones alto), Craig Handy (saxofones alto), Seamus Blake (saxofones tenor e soprano), Wayne Escoffery (saxofones tenor e soprano), Jason Marshall (saxofone barítono), Ku-Umba Frank Lacy (trombone), Andy Hunter (trombone), Earl McIntyre (trombone baixo), David Kikoski (piano), Andy McKee (contrabaixo), Donald Edwards (bateria)
Indiscutivelmente uma das mais brilhantes orquestras de jazz dos EUA, esta é uma orquestra de reportório todo ele com origem no contrabaixista/compositor Charles Mingus. As obras interpretadas no corrente ano resultam de uma combinação inteligente entre reportório descoberto por Sue Mingus, viúva do contrabaixista, nos arquivos do mestre, e temas que se tornaram famosos na discografia de Mingus, particularmente alguns incluídos nos discos “Ah Um”, “Dinasty” e “Blues and Roots”, todos editados em 1959.
A Mingus Big Band, na celebração dos 50 anos daquelas obras, é constituída por músicos “mingusianos” de prestígio e alguns mais jovens que sentem o espírito da música do mestre e dominam essa linguagem tão característica que Charles Mingus soube criar.
Mingus Big Band & Frank Lacy
Paula Sousa Quarteto
29 de Outubro de 2009, 23.00h e 24.00h
Seixal Jazz Club (Antigos Refeitórios da Mundet)
Paula Sousa (piano),
Afonso Pais (guitarra),
Nelson Cascais (contrabaixo),
Luís Candeias (bateria)
Paula Sousa frequentou o Conservatório, passou pela música pop nacional e começou a tocar jazz no princípio do novo milénio. Estudou na Escola do Hot Clube e completou o curso em Jazz Performance na Berklee College of Music em Boston.
A sua música denota múltiplas influências para além do jazz. Paula Sousa, pianista e compositora, reúne numa formação standard do Jazz contemporâneo, a irreverência do rock, com a universalidade da música clássica, dando-lhe um peculiar sabor português.
Oferece um repertório de originais, em que a emoção dá lugar a uma liberdade artística honesta, fora dos compromissos estéticos habituais. Uma reciclagem de som luso, que reformula o conceito de importação.
Paula Sousa
Motif
30 e 31 de Outubro, 23.00h e 24.00h
Seixal Jazz Club (Antigos Refeitórios da Mundet)
Afle Nymo (saxofones, clarinetes),
Mathias Eick (trompete),
Havard Wiik (piano),
Ole Morten Vagan (contrabaixo),
Hakon Mjaset Johansen (bateria)
Não é mais um quinteto da Escandinávia que vamos receber. Os membros dos Motif pertencem ou pertenceram a formações de nomeada como Jaga Jazzist, os NCOJ de Bugge Wesseltoft, Atomic e Trondheim Jazzorchestra, o que quer dizer muito quanto ao seu estatuto. Atle Nymo (saxofones, clarinetes), Mathias Eick (trompete), Havard Wiik (piano), Ole Morten Vagan (contrabaixo) e Hakon Mjaset Johansen (bateria) estão entre o melhor que a Europa do Norte tem para nos oferecer. Uma escrita elegante e sofisticada conjuga-se neste projecto com largos espaços deixados à improvisação, e a impactante energia da música não anula a importância que é dada ao detalhe.
Com três discos publicados e um percurso de 10 anos que os levou já a países menos prováveis de serem incluídos em digressões internacionais de Jazz como a China e o Vietname, os Motif distinguem-se pelo facto de os seus membros terem perfis e percursos muito distintos. Nymo é um músico de sessão habilitado a tocar em qualquer contexto (fê-lo com Pat Metheny e Chick Corea, por exemplo), mas lidera os seus próprios combos, em parceria com instrumentistas do nível de Ingebrigt Haker Flaten e Magnus Broo. Eick é a nova estrela da ECM, depois de firmar o seu nome ao lado de figuras do relevo de Jon Balke e Jacob Young, integrando ainda grupos rock como os Motorpsycho e os Big Bang. Wiik é um pianista muito requisitado (Ken Vandermark convidou-o, por exemplo, para os seus Free Fall), dadas as suas extraordinária inventividade e capacidade de surpreender. Vagan tem um notável trajecto de acompanhamentos, indo de Arve Henriksen a Joshua Redman. Johansen está bem implantado na cena noruguesa e já tocou com gigantes como Jan Garbarek. Melhor cobertura da realidade jazzística “lá de cima” não podia haver...
Matthias Eick
Júlio Resende Quarteto
5 de Novembro de 2009, 23.00h e 24.00h
Seixal Jazz Club (Antigos Reitórios da Mundet)
Júlio Resende (piano),
Desidério Lázaro (saxofone tenor e soprano),
João Custódio (contrabaixo),
Joel Silva (bateria)
Depois do sucesso de “Da Alma” vem a confirmação do estatuto a que chegou o jovem pianista Júlio Resende com um novo projecto, “Assim Falava Jazzatustra”, que conta com as colaborações de João Custódio (contrabaixo), Desidério Lázaro (saxofones tenor e soprano) e Joel Silva (bateria). Em disco com o mesmo nome, também ouvimos o saxofonista alto espanhol Perico Sambeat, o contrabaixista norueguês Ole Morten Vagan, e a cantora Manuela Azevedo, esta com percurso feito na pop e, designadamente, nos Clã. O objectivo é descartarem-se de tudo o que possa esconder ou alienar os seus próprios estilos pessoais, na busca da maior autenticidade musical. Por isso mesmo, o repertório tocado pelo quarteto é todo ele constituído por originais. Com uma excepção de peso: uma “cover” jazzística de um clássico do rock, “Shine On Your Crazy Diamond”, dos Pink Floyd.
Deste quarteto fazem parte alguns dos mais seguros valores da nova geração do Jazz em Portugal, João Custódio cimentou a sua posição como contrabaixista de primeiro plano nos grupos de Carlos Martins e Jorge Moniz, por exemplo. Um claro produto do ensino de jazz ministrado pelo Conservatório de Amesterdão, Lázaro depressa conquistou um lugar próprio entre os mais interessantes saxofonistas portugueses, dada a sua abordagem lírica dos instrumentos que toca. Silva teve formação na ESMAE do Porto e é cada vez mais uma presença regular no circuito dos clubes e dos festivais. Com tal junção de esforços em prol de uma música fresca e inventiva, se bem que sustentada na tradição, só é de esperar o melhor.
Sten Sandell Trio
6 de Novembro, 23.00h e 24.00h
Seixal Jazz Club (Antigos Refeitórios da Mundet)
Sten Sandell (piano),
Johan Berthling (contrabaixo)
Paal Nilssen-Love (bateria)
"Polytonalrytmic totalmusic" é como se pode definir a música do Sten Sandell Trio, ensemble que tem vindo a encantar a Europa desde 1999. A dobrar 10 anos de existência, este trio que inclui dois músicos suecos, Sten Sandell e Johan Berthling e um noruegês, Paal Nilssen-Love, e é justamente reconhecido como um dos mais importantes trios de piano do moderno jazz europeu, responsável por uma abordagem revolucionária desta clássica formação do Jazz desde Bill Evans, Paul Bley e Keith Jarrett. A música do trio acenta nos canones da música improvisada europeia mas detaca-se pela sua profundidade e não pelo volume de som. É uma música de detalhe e exploração e um feliz e delicado convivio entre o acústico e a electrónica.
Com três discos editados, "Standing Wave" (Sofa, 2001), "Flat Iron" (Sofa, 2004) e "Oval" (Intakt, 2007), o Sten Sandell Trio está longe de esgotar as suas capacidades criativas, é um grupo maduro mas longe de esgotado, prova disso são as gravações com o saxofonista John Butcher, "Strokes" (Clean Feed, 2007) e "The Godforgottens" (Clean Feed, 2009) com Magnus Broo no trompete.
Sten Sandell, de Estocolmo, colabora habitualmente com o grupo Gush, Mats Gustafsson, Evan Parker e Low Dynamic Orchestra, para além de ser muito solicitado para concertos a solo. A sua forma de tocar é inspirada em Cecil Taylor mas se calhar é ainda mais influenciada pela música contemporânea e compositores como Morton Feldman e John Cage. Toca música improvisada há 25 anos nos maiores festivais desta música em toda a Europa e EUA.
Johan Bertling, também de Estocolmo, tornou-se um dos mais importantes contrabaixistas da música improvisada Sueca dos ultimos anos onde toca regularmente com Raymond Strid, Fredrik Ljungkvist e David Stackenäs e com os grupos TAPE, LSB, Folke e Göran Kaifes. Influenciado por William Parker, Berthling é um contrabaixista poderoso e muito seguro. Dirige também a editora Häpna.
Paal Nilssen-Love, de Oslo, é considerado por muitos o mais importante baterista europeu dos ultimos anos e um revolucionário da bateria como há muito não se via. Com pouco mais de trinta anos de idade, Nilssen-Love tem uma carreira ao mais alto nível há mais de 10, tocando e gravando intensamente ao lado de músicos como Frode Gjerstad, Mats Gustafsson, Håkon Kornstad, Joe McPhee e integra os grupos The Thing, School Days, Atomic, 4 Corners. Lendárias são já as suas aparições ao lado do saxofonista Ken Vandermark.
Luis Lopes Humanization Quartet
7 de Novembro, 23.00h e 24.00h
Seixal Jazz Club (Antigos Refeitórios da Mundet)
Luís Lopes (guitarra),
Rodrigo Amado (saxofone tenor),
Aaron González (contrabaixo),
Stefan González (bateria)
A primeira qualidade de um músico que improvisa é a sua capacidade para comunicar com as outras pessoas. A música improvisada começa a acontecer antes mesmo de qualquer nota ser tocada, e um músico que não consegue comunicar com os outros fora do palco ou do estúdio certamente que não conseguirá fazê-lo também num auditório, inserido num colectivo. Essa qualidade encontramo-la nos quatro membros desta formação – interagem uns com os outros com alegria e cometimento, e sabem transmitir essas boas vibrações aos seus ouvintes.
Vindo de um “background” no rock e nos blues – com toda a evidência, o seu “herói” é Jimi Hendrix –, cedo o guitarrista Luís Lopes se interessou pelo jazz aberto, e isso quer dizer que nunca quis, simplesmente, interpretar os “standards”. Em consequência, concebeu o seu trabalho composicional para servir os talentos improvisacionais dos músicos que envolve nos seus projectos e não para os circunscrever em estruturas rígidas e pré-estabelecidas. Lopes é um cultor do desconhecido e enfrenta este com genica e predisposição.
Os seus companheiros são o saxofonista Rodrigo Amado, um valor em ascensão na cena internacional do free bop, e a poderosa secção rítmica providenciada pelos irmãos Stefan e Aaron González, filhos do trompetista Dennis González e parceiros deste na banda Yels at Eels. Desta combinação resultam execuções intensas e uma criatividade aventureira. A música tocada pode por vezes atingir níveis de abstraccionismo, mas é sempre “groovy” e as melodias entram-nos no cérebro para lá se fixarem.
Humanization Quartet
http://www.cm-seixal.pt/seixaljazz/2009/
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2 comentários:
Boa Noite
Percebo que os músicos não vêem de borla, que há custos, mas acreditava eu que o principal motivo que subjaz a uma organização detas é a divulgação do Jazz, atrair mais jovens (sobretudo estes) a uma música tão especial a que não estão habituados a ouvir nas rádios e nos CD.
Porém, ao ver os preços dos bilhetes fiquei positivamente siderado.
Um desafio à organização: contarem quantos assistem pela primeira vez a um espectáculo de Jazz; contarem quantos vão ouvir Jazz pela primeira vez.
Depois digam-me o resultado.
Ai que saudades do Festival de Cascais, no frio Pavilhão do Dramático, que nessas noites era quente como tudo.
Meu Caro Orlando,
Antes mais agradeço o seu comentário e a sua visita.
Concordo consigo que bilhetes caros afastam os jovens do jazz. No entanto não me parece que o Seixal Jazz seja o exemplo mais criticável. Os principais concertos têm bilhetes a 15€ e toda a programação da Mundet é gratuita.
Por comparação os bilhetes do Cascais Jazz custaram o dobro, preço aliás praticado habitualmente pelo CCB (por vezes até superior. A culturgest cobra 20€ pela entrada, embora com muitos descontos possíveis.
Enfim em termos comparativos e considerando a qualidade do cartaz, 15€ não me parece exagerado.
Os jovens estão habituados a pagar bem mais do que isso para qualquer festival de rock.
E sempre podem ir à borla assistir aos muitos concertos do Clube, instalado nos refeitórios da Mundet.
Abraço,
Ricardo Ramalho
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