quinta-feira, 24 de setembro de 2009
(Reticências)
Nuno Costa Quinteto
10 de Setembro, 22.00h
Festival Jazz.pt – Hot Club de Portugal (Lisboa)
Uma visita à página de Nuno Costa no Myspace esclarece-nos que o jovem guitarrista iniciou os seus estudos musicais na Academia de Amadores de Música em 1998.
Posteriormente, ingressou na escola do Hot Club de Portugal, tendo em 2002 recebido uma bolsa para a conclusão dos seus estudos nesta escola. Em 2003, novamente como bolseiro, prosseguiu a sua formação na Berklee College of Music, nos Estados Unidos, tendo terminado o curso de Film Scoring em 2005. Actualmente, pertence ao corpo docente da escola de Jazz Luís Villas-Boas e da Escola de Jazz do Barreiro. É ainda responsável por diversos projectos na área da música visual. Paralelamente, mantém um papel activo na cena jazzística nacional, tendo gravado recentemente o seu primeiro disco com alguns dos mais proeminentes músicos deste género musical.
O disco em questão chama-se (…) – é assim mesmo o nome – e foi editado já este ano pela TOAP de André Fernandes, com produção de Nuno Costa, mistura de André Fernandes e masterização de Michael Perez, nos Estados Unidos.
Os músicos que o acompanham neste projecto discográfico são João Guimarães no saxofone alto, Bernardo Moreira no contrabaixo, Óscar Graça no piano e Fender Rhodes e ainda Marcos Cavaleiro na bateria. Já esta apresentação do trabalho ao vivo, num concerto no jardim do Hot, integrado no Festival Jazz.pt, contou com João Moreira no trompete, em substituição do saxofone de Guimarães, e ainda com André Sousa Machado na bateria, no lugar de Cavaleiro.
Nuno Costa
(…)
TOAP, 2009
É notório o carácter cinemático da música de Nuno Costa, a que não será alheio o facto de ter cursado precisamente a temática da banda sonora em Berklee e bem assim o de se ter dedicado recentemente a vários projectos de “música visual”, como refere o guitarrista.
Esta característica cinematográfica da música de Nuno Costa tornou-se ainda mais evidente com a presença do trompete de João Moreira, que tão bem sabe cultivar a aptidão cool do seu instrumento, geralmente acoplado a alguns efeitos sonoros que acentuam ainda mais as notas impressionistas do trompete e das pautas do guitarrista.
O resultado é francamente convincente, sobretudo tratando-se de uma obra de estreia de um jovem compositor. Com um repertório exclusivamente constituído por originais, Nuno Costa aventura-se por áreas de fusão entre o jazz e a música contemporânea, lembrando mais sons do norte da Europa (oiça-se El Dorado – Diário de Uma Viagem, nas suas duas declinações) do que propriamente da sua Boston adoptiva ou sequer dos seus colegas docentes da escola do Hot.
É pois um projecto original e ambicioso que, pese embora acuse, a espaços, alguma juventude, não deixa de antever enormes potencialidades de desenvolvimento. Uma obra coesa, de enorme coerência e francamente apelativa.
Mais um jovem músico de grande talento, a somar aos muitos que têm saído das escolas de jazz nacionais nos últimos anos.
A seguir com muita atenção.
Nuno Costa - El Dorado: Diários de Uma Viagem (Intro)
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1 comentário:
Mais um jovem artista de jazz português a fazer um excelente trabalho... como estrangeiro a morar em Portugal, acho absolutamente fantástico o facto de existir uma cena de jazz como a que existe num país tão pequeno. Agora estou a escutar a sua música por primeira vez e transpira modernidade e uma força criativa que sugere grande alegrias para os amigos de jazz em Portugal. Os dois primeiros temas lembram-me ao jazz dos paises nordicos, mas com uma luz mais Lisboeta... Parabéns Nuno! Muita sorte no futuro, e fico à espera do seu próximo trabalho.
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