sábado, 2 de maio de 2009
Assim Falava Jazzatustra
Júlio Resende, Carlos Barreto & Alexandre Frazão
6ª feira, 1 de Maio de 2009, 22.30h
Fábrica de Braço de Prata – Sala Nietzsche
Assim Falava Jazzatustra – Júlio Resende convida
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Artista residente na Fábrica Braço de Prata, o pianista Júlio Resende dispõe habitualmente da Sala Nietzsche às sextas-feiras, para apresentações a solo ou acompanhado, sob o mote “Júlio Resende convida”.
Esta semana Júlio Resende convidou uma secção rítmica de luxo! Dois dos melhores e mais experientes músicos nacionais nos respectivos instrumentos: Carlos Barretto no contrabaixo e Alexandre Frazão na bateria. Ocasião de ouro que o pianista algarvio não desperdiçou, rubricando uma excelente apresentação e aproveitando igualmente para introduzir no seu repertório alguns novos temas, da autoria ou com arranjo de Carlos Barretto, como sucedeu com a magnífica versão de “Lisboa que Amanhece”, de Sérgio Godinho, agora transformada em blues, com arranjo do contrabaixista.
Esperava-se ainda que a ocasião servisse para desvendar alguns dos novos temas que o pianista vai incluir no seu próximo disco, a gravar ao vivo neste mês, precisamente na Fábrica Braço de Prata, e que deverá ver os escaparates das lojas no próximo mês de Setembro, numa provável edição da Trem Azul.
Contudo apenas um novo original a incluir na gravação, que contará com o espanhol Perico Sambeat no saxofone, o norueguês Ole Morten Vågan no contrabaixo e o português Joel Silva na bateria, foi apresentado. Talvez fruto do menor entrosamento com o pianista e o seu repertório (já que Barretto e Frazão estão bem habituados a tocar juntos, ambos integram o trio de Bernardo Sassetti), optaram antes por standards e originais de Resende, repescados do seu primeiro álbum “Da Alma”, editado em 2007.
Ainda assim o resultado foi aliciante. Desde logo porque me parece, e admito que a minha predilecção pelo formato de trio de piano ajude nesta conclusão, que a música de Júlio Resende brilha mais alto quando tocada em trio. Nada tenho contra o saxofone, ainda para mais nas mãos hábeis de Perico Sambeat ou de outros experientes saxofonistas que têm acompanhado Júlio Resende. Mas sendo o seu repertório essencialmente formado por originais compostos ao piano, a sua música brota mais profunda, mais natural, mais apelativa, quando interpretada em trio.
E que trio…
Alexandre Frazão é o mais completo e exuberante baterista nacional. Virtuoso, ousado, com uma notável capacidade de adaptação a todos os universos musicais. Capaz de rubricar as mais impetuosas exibições a solo e bem assim de se integrar com a maior pertinência num largo ensemble, contribuindo altruisticamente para um som comum (como sucedeu no projecto Unreal Sidewalk Cartoon, de Bernardo Sassetti). A sua presença enriquece ritmicamente qualquer projecto e esta participação no trio de Júlio Resende não foi seguramente excepção.
O mesmo se poderia dizer textualmente de Carlos Barretto. Também ele um líder nato no seu instrumento, com uma técnica e criatividade fabulosas. Nas suas mãos o contrabaixo assume a liderança de qualquer ensemble. Assegura a indispensável base rítmica com uma segurança tal, que os solistas ganham asas (como no Red Bull) e crescem aos ouvidos do público. E raro foi o tema em que não fomos presenteados com um dos seus admiráveis solos, onde a arte e a técnica se fundem de modo invulgarmente belo.
Júlio Resende é um jovem cheio de talento. Pianista de enorme qualidade e exímio compositor. Ao escolher músicos deste gabarito para o acompanhar está a investir fortemente no seu futuro. Cada sessão é uma workshop. Ganha a experiência e o currículo.
Mas ganha sobretudo o público, onde afortunado, me inclui.
Júlio Resende - piano
Carlos Barretto - contrabaixo
Alexandre Frazão -bateria
www.julioresende.com
Wise Up
Deep Blue
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3 comentários:
vou ficando viciada neste seu espaço.
:))
Já somos dois...
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