domingo, 3 de maio de 2009

El Narigón



Daniel Melingo
4 de Maio, 22.00h, Cinema São Jorge (Lisboa)
5 de Maio, 20.00h, Auditório de Espinho

Nas inspiradas palavras de Rémy Kolpa Kopoul Daniel Melingo é um fenómeno. Com uma pitada do tango apaixonado de Roberto Goyeneche, da má semente underground de Nick Cave, da ousadia artística de Tom Waits e da personalidade de Serge Gainsbourg. Uma voz rouca e mal humorada, uma imagem poética e diabólica. Uma relíquia precoce. Quase um anacronismo.
Melingo teve formação clássica mas foi no rock, nos anos 80 durante a ditadura militar, que alcançou o sucesso com os grupos Los Abuelos de la Nada e Los Twist. Mas a maturidade fê-lo descobrir o tango e as suas profundas raízes na cultura argentina. Bebeu os clássicos a aprendeu a subvertê-los.
José Luis Borges escreveu que o tango faz o que quer de nós. Melingo aprendeu a fazer o que quer do tango. Injectou-lhe sangue novo, uma renovada impertinência, chamou os poetas malditos da sua terra e musicou o realismo argentino. Os pequenos “pichotes” de Buenos Aires, as prostitutas de rua, os dramas de faca e alguidar, as novelas de Corin Tellado, “south american way”.
A música de Daniel Melingo é incorrecta, sexista, marialva. Uma verdadeira bofetada na cara!
Mas apetece sempre dar a outra face… Maldito Tango!

Daniel Melingo - Narigón

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