domingo, 29 de março de 2009

Jazz'n'Gaia 2009



Teatro Avenida Jazz'n'Gaia 2009
3.º Festival Internacional de Jazz de Gaia

Pinho Vargas e Al Di Meola

A abertura marca o regresso a Gaia de um dos seus (muitos) filhos ilustres, pois o primeiro a pisar o palco do Teatro d'Avenida é António Pinho Vargas, «um dos compositores e músicos mais importantes do Portugal pós-25 de Abril», como foi recentemente descrito por Boaventura de Sousa Santos. O concerto insere-se na promoção do seu mais recente disco - "Solo" - que é também o regresso aos terrenos do jazz após 12 anos, desta vez com piano solo.



Autor de livros sobre música e doutorando em Sociologia da Cultura, Pinho Vargas é licenciado em História e diplomado em Composição pelo Conservatório de Roterdão, leccionando esta cadeira na Escola Superior de Música. O também comendador da Ordem do Infante D. Henrique estudou ainda Composição com Emmanuel Nunes, John Cage, Louis Andriessen, Gyorgy Ligeti e Franco Donatoni. Já tocou com a sua banda em diferentes continentes e compõe para cinema (João Botelho e José Fonseca e Costa) e teatro (Carlos Avillez).

António Pinho Vargas - Tom Waits


É, assim, um erudito que antecede o chamado "cigano distinto" Al Di Meola (alcunha derivada do nome do seu segundo álbum, "Elegant Gypsy", de 1977), norte-americano descendente de imigrantes italianos. Celebrizado pela guitarra e cujos primeiros passos discográficos o levaram pelo latino flamenco ao jazz de fusão, Di Meola tocou nas bandas de Miles Davis e de Chic Corea e ainda com o baixista Stanley Clarke, o violinista Jean-Luc Ponty e os também guitarristas John McLaughlin e Paco de Lucía, tendo ganho por quatro vezes o título de Melhor Guitarrista de Jazz da revista "Guitar Player". As influências latinas permanecem e contribuem também para o seu êxito entre nós, chegando a Gaia ?armado? não só com a guitarra mas com «o melhor grupo de músicos até agora na minha carreira», como o próprio designa o seu novo quarteto New World Sinfonia.



O acordeonista Fausto Beccalossi, o guitarrista italiano Peo Alfonsi e o baterista cubano Gumbi Ortiz são os parceiros preciosos da nova viagem em quarteto, mais uma vez e declaradamente influenciada pelo contacto directo com o mestre do tango Astor Piazzolla.

Al di Meola - Señor Mouse


Joel Xavier e Gal Costa

No segundo dia, o festival começa também ao som da guitarra de raiz latina e dimensão mundial, mas desta vez com sotaque nacional: Joel Xavier.



Estamos perante o melhor guitarrista português de 2006 (já tinha sido um dos cinco melhores dos EUA em 1994), que começou a estudar guitarra aos 15 anos como autodidacta e gravou o primeiro disco aos 17, com a BMG.

Joel Xavier - Saravá


O Festival Internacional de Jazz de Havana em 2000, onde tocou ao lado de nomes míticos a convite de Chucho Valdés, foi apenas um dos eventos de grande prestígio em que participou. E integrou o Trio Acústico de Richard Galliano com Jean Phillipe Viret. Tudo antes de completar 30 anos.

Elogiado pelas lendas vivas Toots Thielemans e Ron Carter (com quem gravou em 2004), o músico português afasta-se agora um pouco das raízes do fado e casa o jazz com os sons afro-brasileiros em "Saravá", o seu oitavo disco, com lançamento em Fevereiro. É uma homenagem ao Brasil e mesmo a propósito do segundo concerto da noite, pois Joel Xavier cederá o palco à diva Gal Costa.



A baiana Gal não se resume porém a MPB (e já não seria pouco...). É mais Bossa Tropical e ainda há dois anos e pouco fez uma temporada no templo novaiorquino Blue Note, onde também gravou, pelo que vamos ter oportunidade de (re)descobrir a outra faceta de uma grande artista. Mas "Baby" de Caetano Veloso, o seu primeiro grande sucesso a solo (já lá vão 40 anos), poderá voltar a ouvir-se em Gaia...

Gal Costa - Aquarela do Brasil


Carlos Bica e Manhattan Transfer"

Na terceira noite, a programação começa novamente com um lusitano de reflexos internacionais, o contrabaixista e compositor Carlos Bica.



Com influências de diferentes universos, da música erudita contemporânea ao folk, ao rock, ao jazz e às músicas improvisadas, Bica é já uma referência do jazz europeu. Envolveu-se em diversos projectos, destacando-se o seu Trio Azul cujo primeiro disco foi logo considerado em 1996 uma das melhores edições nacionais de jazz de sempre. "Twist" (1999), "Look what they've done to my song" (2003) e "Believer" (2006) foram igualmente muito bem recebidos, nomeadamente a nível internacional.

Carlos Bica & Azul - Azul é o Mar


Mas Bica vem a Gaia com o projecto Matéria Prima, um quinteto onde o seu contrabaixo defronta o piano de João Paulo Esteves da Silva, a guitarra de Mário Delgado, a bateria de João Lobo e o trompete de Matthias Schriefl, todos estes músicos com grande rodagem aquém e além-fronteiras.

Refira-se que Carlos Bica tocou durante anos com Maria João, artista que inaugurou o Jazz'n Gaia em 2007, além de outros portugueses, e participou em inúmeros festivais de jazz internacionais em colaboração com músicos como Kenny Wheeler, Ray Anderson, Aki Takase, Alexander von Schlippenbach, Lee Konitz, Mário Laginha, Albert Mangelsdorf, João Paulo, Matthias Schubert, Paolo Fresu, António Pinho Vargas, Steve Arguelles ou John Ruocco.



O 3º Festival Internacional de Jazz de Gaia termina com a estrondosa e contagiante presença de um quarteto cujas vozes já arrecadaram cerca de uma dúzia de Grammy's: The Manhattan Transfer.

The Manhattan Transfer - A Nightingale Sang in Berkeley Square


Após uma digressão de Inverno pela Europa, iniciada no The Blue Note Jazz Club de Milão, chega a vez de Gaia vibrar com os intérpretes de "Birdland", "Operator" e "Route 66", entre tantos e tantos êxitos acumulados ao longo de 35 anos de carreira que parece ter ainda muito para dar. É ouvir!

Organização: Pelouro da Cultura/Património e Turismo de Vila Nova de Gaia/ Municipio de Vila Nova de Gaia

Horário
21h45

Contactos
22 377 18 20

Local
Teatro D'Avenida - Praça do Eixo Atlântico

Preço:
20 Euros/ dia (15 euros /dia com Passaporte Cultural - aquisição apenas no Auditório Municipal de Gaia)

Agenda Semanal - 30 de Março a 5 de Abril


2ª feira, 30 de Março
23.30h - Catacumbas (Lisboa) - Quarteto de Paulo Grilo

3ª feira, 31 de Março
18.30h - Fnac Colombo (Lisboa) - Mistura Pura
22.30h - Ondajazz (Lisboa) - Big Band Reunion
23.30h - Catacumbas (Lisboa) - Messias & The Hot Tone Blues
Messias (voz, g), Carlos Talhão (tec), Rui Miranda (b), Paulo Grilo (bat)

4ª feira, 1 de Abril
19.30h - Trem Azul - Diatribes e Abdul Moiméme
21.30h - São Jorge (Lisboa) - Mão Morta + Murdering Tripping Blues
22.00h - Teatro Viriato (Viseu) - Michael Blake / Kresten Osgood Duo
22.30h - Maxime (Lisboa) - Luís Desirat (bat), Zé Lencastre (s), Luís Vicente (t)

5ª feira, 2 de Abril
22.00h - Teatro d’Avenida (Gaia) - António Pinho Vargas/ Al di Meola
Fausto Beccalossi (ac),Peo Alfonsi (g), Gumbi Ortiz (bat), ADM (g)
22.00h - Aula Magna (Lisboa) - Cinematic Orchestra
22.00h - CCB (Lisboa) - Hugo Alves/ Greg Burk
23.00h - Hot Club (Lisboa) - Michael Blake/Kresten Osgood
23.00h - Maxime (Lisboa) - Woods + Diatribes
23.30h - Ondajazz (Lisboa) - Filipe Gonçalves & The Gents

6ª feira, 3 de Abril
22.00h - Teatro d’Avenida (Gaia) - Joel Xavier / Gal Costa
22.00h - Cantaloupe Bar (Olhão) - Sweet Punk & Jazz
Beatriz Portugal (voz), Nuno Ferreira (g)
22.30h - Teatro Sá da Bandeira (Porto) - Cinematic Orchestra
23.00h - Zé dos Bois (Lisboa) - Luis Lopes/ Gabriel Ferrandini
23.00h - Braço de Prata (Lisboa) - Diatribes + Miguel Mira e João Camões
23.00h - Hot Club (Lisboa) - Luís Figueiredo Trio
Luís Figueiredo (p), Nelson Cascais (ctb), Bruno Pedroso (bat)
23.00h - Salão Brazil (Coimbra) - The Soaked Lamb
23.30h - Ondajazz (Lisboa) - Katt Tait
Katt: voz, Dan Hewson: piano, Massimo Cavalli: contrabaixo, Joel Silva: bateria

Sábado, 4 de Abril
21.30h - Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha - Zoetrope - Rui Horta e Micro Audio Waves
22.00h - Teatro d’Avenida (Gaia) - Carlos Bica “Matéria Prima” / Manhattan Transfer
22.00h - Cantaloupe Bar (Olhão) - Sweet Punk & Jazz
Beatriz Portugal (voz), Nuno Ferreira (g)
23.00h - A Moagem (Fundão) - Michael Blake/Kresten Osgood
23.00h - Hot Club (Lisboa) - Luís Figueiredo Trio
23.00h - Salão Brazil (Coimbra) - Diatribes + João Pedro Viegas e Bruno Parrinha
23.30h - Ondajazz (Lisboa) - TC e Ana Rita Inácio & The Shortcuts

Domingo, 5 de Abril
23.00h - Fábrica do Som (Porto) - Diatribes + convidados

Nova Temporada no CCB, com muito jazz!



Além dos Dias da Música em Belém, objecto de artigo autónomo nas presentes páginas e de cujo programa ressaltam, no que concerne ao jazz, a presença entre nós do Uri Caine Trio e do Jacques Loussier Trio, outros concertos estão programados para os meses de Abril, Maio e Junho no CCB, dedicados ao jazz.



Desde logo se destaca a continuidade dada ao projecto Dose Dupla que, às quintas-feiras e na recepção do módulo I do CCB, sempre às 22.00h e com entrada livre, tem juntado alguns dos mais interessantes e imprevistos pares de jazz nacionais e estrangeiros.

Em Abril vamos ter:




Dia 2 – Hugo Alves (trompete) e Greg Burk (piano)

O duo de Grek Burk e Hugo Alves nasceu de um encontro em Itália, país onde os músicos partilharam palcos e se cruzaram como professores. A simbiose atingida levou a que os dois músicos ambicionassem algo mais, e o reencontro acontece agora no DOSE DUPLA. Neste concerto assistiremos a uma leitura muito própria dos standards e à interpretação de temas originais de Alves e Burke. A promessa é de um verdadeiro happening e de uma fusão de linguagens.




Dia 9 – Jeffery Davis (vibrafone) e Pascal Schumacher (vibrafone)

Tudo pode acontecer quando dois músicos que oficiam com mestria um mesmo instrumento – o vibrafone – se encontram em palco pela primeira vez para improvisar em torno do jazz. Detentores de uma sólida formação clássica e jazzística, aperfeiçoada com mestres como Gary Burton e Stefon Harris, Davis e Schumacher são actualmente dois expoentes do vibrafone, tendo conquistado individualmente vários prémios e distinções na Europa e nos EUA.




Dia 16 – Paulo Gomes (piano) e Xosé Luís Miguélez (saxofone tenor)

O duo de Paulo Gomes e Xosé Luís Miguélez junta percursos musicais paralelos e muito abrangentes. Embora ambos sejam intrinsecamente músicos de jazz têm-se também exprimido através da música popular portuguesa e galega, passando pela música erudita, o rock e as músicas do mundo. O concerto assenta sobretudo num repertório de originais desta dupla e em standards, tendo por objectivos a improvisação, o diálogo e a diversão com o imprevisível.



Com o fim do Dose Dupla regressa, em Maio, o Jazz às Quintas, na Cafetaria Quadrante e com entrada livre, a partir do dia 7 e sempre às 22.00h:

Dia 7 - Avram Fefer (saxofone tenor e clarinete baixo), Carlos Barretto(contrabaixo) e Harris Eisenstadt (bateria)

Dia 14 - Nobuyasu Furuya Trio - Nobuyasu Furuya (saxofone tenor, clarinete baixo e flauta), Hernâni Faustino (contrabaixo) e Gabriel Ferrandini (bateria)

Dia 21 - Elliot Sharp solo - Elliot Sharp (guitarra koll de 8 cordas)

Dia 28 - Nelson Cascais Quinteto "Guruka" - André Fernandes (guitarra), João Paulo (Fender Rhodes), Pedro Moreira (saxofones e flauta), Nelson Cascais (contrabaixo) e Marcos Cavaleiro (bateria)

Para Junho estão agendados os seguintes concertos:

Dia 4 - Daniel Levin Quartet - Nate Wooley (trompete), Daniel Levin (violoncelo), Mat Moran (vibrafone) e Peter Bitenc (contrabaixo)

Dia 11 - João Lencastre Group - Ben Van Gelder (saxofone alto), André Fernandes (guitarra), Nelson Cascais (contrabaixo) e João Lencastre (bateria)

Dia 18 - Jorge Moniz Quarteto - Mário Delgado (guitarra), Júlio Resende (piano), João Custódio (contrabaixo) e Jorge Moniz (bateria)

Dia 25 - João Paulo solo - João Paulo Esteves da Silva (piano)

Destaca-se ainda a programação "O São Luiz Noutros Palcos". O histórico teatro do Chiado vive até Junho em casa emprestada, enquanto decorrem as obras estruturais no palco e que obrigaram igualmente ao adiamento da tradicional Festa do Jazz do São Luiz deste ano para o mês dos santos populares.



18 de Abril - Kronos - Cristina Branco
Apresentação do mais recente trabalho discográfico de uma das mais mediáticas vozes nacionais no estrangeiro. Depois do trabalho Abril, em que a fadista juntou a música de José Afonso ao jazz, com arranjos de Ricardo Dias, desta feita é a vez de José Mário Branco, Sérgio Godinho, Amélia Muge, Rui Veloso, Vitorino e Janita Salomé, Victorino d'Almeida, Carlos Bica, João Paulo e Ricardo Dias verem temas seus adaptados ao fado jazz de Cristina Branco.
A direcção musical continua entregue ao pianista e acordeonista Ricardo Dias, o qual surgirá acompanhado pela guitarra portuguesa de Bernardo Couto, a viola de Alexandre Silva e a viola baixo de Fernando Maia, contando ainda com a participação especial do contrabaixista Bernardo Moreira e do guitarrista Mário Delgado.

Cristina Branco - Redondo Vocábulo




25 de Maio - Mariana Aydar
Uma jovem cantora de música popular brasileira em estreia no nosso país. Vai apresentar o seu novo disco "Cool Chic" integrada no projecto Estreias Internacionais - Novas Músicas no São Luiz, coproduzido pelo São Luiz e a UGURU.

Mariana Aydar & Mayra Andrade - Tunuka

De entre a programação própria do CCB destacam-se nesta temporada e na área do jazz e da world music os seguintes concertos:



26 de Maio - Saravá - Joel Xavier e Randy Brecker
Apresentação do mais recente trabalho do guitarrista português, gravado ao vivo no ano passado no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz, desta feita acompanhado pela lenda viva do trompete mundial, o norte-americano Randy Brecker.

Randy Brecker - Blue Moon




7 de Junho - Mayra Andrade
Apresentação do novo disco da menina bonita da música cabo-verdiana, gravado em Janeiro e Fevereiro deste ano em São Paulo, no Brasil, com produção de Alê Siqueira, o produtor dos Tribalistas e de Marisa Monte.



8 de Junho - Quase..."All of Me" - Laurent Filipe
Concerto comemorativo dos 30 anos de carreira do trompetista luso-brasileiro, que se vai apresentar acompanhado pela Swing City Orchestra e ainda vários convidados surpresa.

La Vie en Rose - Les Copains d'Abord (Voz: Sylvie C., trompete Laurent Filipe)




15 e 16 de Junho - Carta Branca a Camané
O fadista vai apresentar-se desta feita acompanhado pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direcção do maestro Cesário Costa, com arranjos da autoria do pianista Mário Laginha que irá igualmente participar como músico convidado.



15 de Junho - Rui Caetano Trio
Depois de editar em 2008 o disco Reflexos é a vez do trio liderado pelo pianista Rui Caetano o apresentar ao vivo no pequeno auditório do CCB. Acompanhado pelo contrabaixista Bernardo Moreira e pelo baterista Marco Franco, Rui Caetano vai apresentar-nos a sua versão contemporânea do trio de jazz, fortemente influenciada pela estética ECM de Manfred Eicher.

Rui Caetano Trio - Luísa

Bobadela’s Story



LA Jumping Pulgas
28 de Março de 2009, 23.00h
Hot Club de Portugal (Lisboa)
****

Lars Arens, trombone, eufónio
Mário Delgado, guitarra eléctrica
Bernardo Moreira, contrabaixo
Bruno Pedroso, bateria

Contrariamente ao que o nome poderia fazer supor, este bem-humorado grupo não vem da cidade dos anjos, na mediática Califórnia! Nem sequer da notável freguesia do concelho de Loures sugerida pelo título, protegida pelo orago de Nossa Senhora dos Remédios e banhada pelos rios Tejo e Trancão, que lhe guardam as fronteiras da sempre rival São João da Talha, da qual se desmembrou, em audaz acto emancipatório, no já longínquo ano de 1989!
Por LA deve ler-se Lars Arens, um exuberante alemão, líder desta formação, que toca trombone e um estranho instrumento chamado eufónio. E convém não esquecer, também os ferrinhos…
Sempre com a constante e inspiradora presença da novel freguesia da Bobadela, local eleito para os ensaios pelo trombonista (mais precisamente a “Dela”, porque para se ir para a “Boba” é preciso atravessar a linha de comboio, como toda a gente sabe!), (e não se admirem com a escolha, pois se já el-rei D. Manuel I, o Venturoso, aí passou largas temporadas, em busca de bons ares e das suas afamadas águas medicinais, aquando dos surtos periódicos de peste ocorridos na capital durante o seu reinado) Lars Arens construiu um mundo musical inspirado e inspirador. Pela enorme criatividade, pela originalidade do casamento do trombone e do eufónio com a guitarra eléctrica e distorcida de Mário Delgado, mas também pela ousadia da assumpção de um papel liderante com dois instrumentos pouco habituados a tais protagonismos, no jazz ou em qualquer outro género musical (excepção feita talvez aos subvalorizados brass ensembles, geral e injustamente associados a iniciativas, bem intencionadas mas musicalmente limitadas, promovidas pelo Exército de Salvação durante a quadra natalícia).
É verdade que já Sérgio Carolino tinha casado a tuba com a guitarra de Mário Delgado e a bateria de Alexandre Frazão, no premiado projecto TGB. Mas a tuba assume aí essencialmente (embora não exclusivamente) funções rítmicas, substituindo por assim dizer o contrabaixo na típica formação do trio de guitarra. Aqui a subversão vai mais longe… remete-se a guitarra para funções rítmicas e harmónicas e entrega-se a melodia aos aerofones! O resultado é tudo menos banal.
A reforçar o projecto temos ainda a invejável capacidade criativa do alemão na composição, assinando todos os temas do espectáculo.
Lars Arens nasceu na Alemanha em 1975 e começou por estudar bateria. Foi apenas aos 15 anos que mudou para o trombone estudando com o professor Ulrich Plettendorff. Passou por várias orquestras como a “Westfälische Wilhelmsuniversität” big band, a orquestra de Bob Lanese e a Bundesjugendjazzorchester (orquestra de jazz da juventude alemã). Passou depois pelo Hilversums Conservatorium, na Holanda e por workshops com nomes como Erik van Lier, Maria Schneider, Jim McNeely, Jiggs Wigham, John Clayton & Jeff Hamilton e Vince Mendoza.
Na Holanda conheceu a música Cabo Verdiana (Lars Arens integra igualmente a banda do compositor cabo-verdiano Tito Paris, com quem tem feito várias digressões por terras africanas) que o trouxe até Portugal.
Entre nós fundou a Tora Tora Big Band, o Duôkapi com o guitarrista brasileiro Virgílio Gomes e estes LA Jumping Pulgas, com Bernardo Moreira, Mário Delgado e Bruno Pedroso. Integra também a Big Band do Hot Club de Portugal, a European Jazz Youth Orchestra e a European Movement Jazz Orchestra, além de desempenhar funções docentes em escolas superiores de música de Lisboa e do Porto.
A sua música é irreverente e criativa, numa tentativa permanente de fuga aos clichés. Ritmicamente forte, por vezes mesmo exuberante (Bruno Pedroso e Bernardo Moreira têm aqui papel de relevo, também eles inusitados protagonistas deste ousado projecto musical), a música destas pulgas saltitantes não hesita em recorrer a onomatopias e mesmo ao humor como forma de comunicar com o público. Um vale tudo que começa por estranhar mas acaba por seduzir e mesmo entusiasmar, num dos mais originais e divertidos projectos musicais surgidos em Portugal, nos últimos tempos.

sábado, 28 de março de 2009

Sob a Égide de Bach



Dias de Música em Belém
24, 25 e 26 de Abril de 2009
Centro Cultural de Belém (Lisboa)

Nesta terceira edição dos Dias da Música em Belém, procura-se explorar as pegadas do grande mestre do barroco reveladas pela influência que a sua música teve noutros compositores. Como compositor-charneira, Johann Sebastian Bach, para lá de absorver e transformar à sua maneira a música que havia sido feita no passado, influenciou determinantemente todas as gerações futuras de compositores, até aos dias de hoje.
E o jazz não escapa à sua influência.
No que toca à música improvisada, o cartaz também é de luxo. Músicos incontornáveis como Uri Caine e Jacques Loussier (que no CCB vai comemorar os 50 anos do disco que o tornou famoso - Play Bach), vão dividir os palcos com os não menos conceituados Mário Laginha, Bernardo Sassetti, João Paulo Esteves da Silva, e os contrabaixistas Carlos Bica e Carlos Barretto que aqui estrearão o projecto Bach Bica Barretto.
Neste contexto, o CCB fez duas encomendas: coube a António Pinho Vargas o desafio de compor um segundo andamento para o Concerto Brandeburguês n.º 3 e a João Madureira o de se aventurar numa recomposição de A Arte da Fuga. Mais ainda, o projecto Bach Bem Temperado, que estreará várias pequenas encomendas a compositores portugueses, sempre com Bach em pano de fundo.

Glenn Gould - Goldberg Variations


Sarah Chang - Air on the G String


Andres Segovia: Saraband and Gavotte en Rondeau


INFORMAÇÕES GERAIS

N.º DE CONCERTOS E PREÇOS
São 80 concertos em 7 salas.
Os preços são os seguintes: Grande Auditório ‹ 8€ (galerias 5€)
Todas as outras salas ‹ 6€; Sala Amália Rodrigues e concertos para as Famílias 4€; Bilhete de entrada no recinto 3€, com acesso exclusivamente às actividades complementares: concertos informais, encontros com os artistas “Aqui há conversas...” na Sala de Leitura, venda de livros e CD e nas zonas de restauração.

HORÁRIOS
SEXTA-FEIRA DIA 24 – abertura às 18:00 – concertos têm início às 20:00
SÁBADO DIA 25 - abertura às 11:00 – concertos têm início às 12:00
DOMINGO DIA 26 – abertura às 10:00 – concertos tem início às 11:00



24 Abr 2009 - 23:30
sexta-feira
GRANDE AUDITÓRIO

PREÇO 8€
Galerias 5€

As Variações de Goldberg

URI CAINE TRIO
URI CAINE piano
BEN PEROWSKY bateria
JOHN HEBERT contrabaixo



25 Abr 2009 - 23:30
sábado
GRANDE AUDITÓRIO

PREÇO 8€
Galerias 5€

Jacques Loussier’s Play Bach
50º Aniversário de “Play Bach”

JACQUES LOUSSIER piano
ANDRÉ ARPINO bateria
BENOIT DUNOYER DE SEGONZAC contrabaixo

Jacques Loussier Trio - Toccata And Fugue in D Minor





25 Abr 2009 - 14:00
sábado
PEQUENO AUDITÓRIO

PREÇO 6€

Música improvisada com base numa leitura pessoal de J.S.Bach e Thelonious Monk.

BERNARDO SASSETTI piano



25 Abr 2009 - 20:00
sábado
PEQUENO AUDITÓRIO

PREÇO 6€

Canções e Fugas

MÁRIO LAGINHA piano



25 Abr 2009 - 22:00
sábado
PEQUENO AUDITÓRIO

PREÇO 6€

Carta Branca a Uri Caine

Música de MOZART, MAHLER e VERDI.

URI CAINE TRIO
URI CAINE piano
BEN PEROWSKY bateria
JOHN HEBERT contrabaixo



26 Abr 2009 - 19:00
domingo
PEQUENO AUDITÓRIO

PREÇO 6€

Contratema

JOÃO PAULO piano



26 Abr 2009 - 15:00
domingo
SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

PREÇO 6€

Bica Bach Barretto

CARLOS BICA contrabaixo
CARLOS BARRETTO contrabaixo



Béla Fleck - Prelude from Bach Violin Partitia #3

Terras de Ouro



André Ceccarelli
Golden Land
Cam Jazz, 2007

André Ceccarelli nasceu em Nice há 53 anos, dos quais mais de quarenta passou atrás da bateria. Aos 13 anos de idade rumou a Paris e começou a tocar. Ainda durante os anos 60 fez parte da Orquestra de Aimé Barelli, no Mónaco, por onde passaram igualmente Maurice Vander e Martial Solal. Depois de um breve interregno por Itália regressa a Paris, no início dos anos 70, onde toca com alguns nomes referenciais do jazz: Eddy Louiss, Maurice Vander, Dexter Gordon, Stan Getz, René Thomas, Lou Bennett, Toots Thielemans, Slide Hampton e Phil Woods, entre outros. Inicia também, nesta fase, uma impressionante carreira como músico de estúdio. Até meados dos anos 80 grava mais de 1000 discos(!), com os mais variados artistas de vários quadrantes musicais: do jazz ao pop. Depois de uma passagem pela ONJ, dirigida por Antoine Hervé, inicia em 1987 uma importante colaboração com a cantora norte-americana Dee Dee Bridgewater, que mantém até ao presente.
Como líder Ceccarelli gravou três discos nos anos 70, regressando apenas ao estúdio nos anos 90 com cinco álbuns gravados em outros tantos anos: “Dansez sur moi” (Phonogram, 1990), “Hat Snatcher” (Polygram, 1992) e “3 around 4” (Polygram, 1994) com Thierry Eliez e Jean-Marc Jafet (“Hat Snatcher” valeu-lhe o Django d’Or em 1993), “Init” (Polygram, 1993) com François Moutin, Nguyen Lê e Bob Berg e “From The Heart” (Polygram, 1995) com Sylvain Beuf, Jean-Michel Pilc e Thomas Bramerie. Em 1997 gravou “West Side Story” para a BMG, com Sylvain Beuf (saxofone), Rémi Vignolo (contrabaixo) e Antonio Faraó (piano). Em 1998 recebe o Grande Prémio de Jazz Sacem. Em 1999 foi a vez do disco “61.32’”, também para a BMG, em que volta a colaborar com Sylvain Beuf, Rémi Vignolo e Antonio Faraó e ainda com o guitarrista Sylvain Luc, o pianista Thierry Elliez, o trompetista Stéphane Belmondo e ainda o percussionista argentino Minino Garay. Depois de vários anos de tournée com o Trio Sud e Stéfano di Battista volta apenas a gravar como líder em 2004,mas foi um regresso em grande: o álbum denominou-se “Carte Blanche” e foi um disco duplo com Baptiste Trotignon, Thomas Bramerie, Biréli Lagrène, David El Malek, Sylvain Luc, Rémi Vignolo, Enrico Pieranunzi, Richard Galiano, John McLaughin, Stefano Di Battista, Eric Legnini, Flavio Boltro, Laurent De Wilde, Bernard Arcadio, Valérie Barouille, Didier Lockwood, Benoît Sourisse e ainda o resto da família Ceccarelli (Jean, Jean-Paul, Régis), desta feita para a Dreyfus Jazz. Foi agraciado em 2005 com o título de Cavaleiro das Artes e Letras, pelo Governo Francês. Os seus trabalhos mais recentes são "Avenue des Diables Blues", editado pela Dreyfus em 2006, com Bireli Lagrène et Joey De Francesco e este "Golden Land" editado pela Cam Jazz em 2007 e que conta com Elisabeth Kontomanou na voz, Enrico Pieranunzi no piano, Hein Van De Geyn no contrabaixo e David El Malek no saxofone.
Golden Land é claramente uma obra colectiva, na medida em que o génio musical dos seus principais intervenientes se sente de modo manifesto.
Há três temas improvisados, um em solo de bateria (1er Novembre), outro em trio com Pieranunzi, Ceccarelli e Van de Geyn (Free Three) e outro em quarteto (a que se junta o saxofone de David el-Malek – Maybe Sunday Night, a fechar o disco). Há também dois temas compostos pela dupla André Ceccarelli e pelo pianista Baptiste Trotignon: um belíssimo free jazz em que el-Malek assina um dos seus melhores registos no disco (This Side Up) e um magnífico blues (Just One Thought and a Half) onde é a vez de Pieranunzi brilhar, mostrando-se tão versado na linguagem musical de Ennio Morricone como de Thelonious Monk! Aliás Pieranunzi consegue tocar bop sem nunca prescindir do seu tradicional lirismo romântico (oiça-se Five Plus Five ou o já citado This Side Up). Mas com uma técnica fabulosa!
Já David el-Malek sente-se muito mais à vontade em ambiente free jazz do que nas baladas onde se pedia um blues mas, ao inverso, sai um som de fusão a puxar para o smooth jazz… O pior exemplo é Though Dreamers Die, uma bela balada da autoria de Hein Van De Geyn e que, na minha opinião, recebe um tratamento melancólico a roçar a facilidade. Melhor aparece Malek em Golden Land (versão com voz) em que é a sua presença no solo e bem assim a de Pieranunzi que salvam esta balada da autoria da cantora Elisabeth Kontomanou e da dupla Ceccarelli-Trotignon, de cair igualmente no smooth jazz mais enjoativo. Ainda assim sobram uns laivos impressionistas que preferiria substituídos por uns riffs de blues!
Do mesmo mal padece o único standard do álbum: o clássico de 1931, da autoria de Matty Malneck, Gus Kahn & Joseph "Fud" Livingston e imortalizado pelas vozes de Ella Fitzgerald e Marilyn Monroe (em 1959, no filme Some Like It Hot, lembram-se …), I’m through with love. Uma versão fria e menos conseguida, com uma Elisabeth Kontomanou longe do furor sensual que demonstrou, por exemplo, na sua apresentação na Culturgest de Junho de 2007 e que tive oportunidade de elogiar nas presentes páginas. O tema é revisitado numa versão instrumental em trio, mais homogénea, mas fortemente marcada pelo romantismo do piano de Pieranunzi.
Falta apenas falar precisamente do pianista italiano que contribui com dois originais para o álbum, a valsa Love Whispers que abre o disco e que Ceccarelli tem ocasião de colorir com grande criatividade rítmica, e ainda o bop Five Plus Five onde uma vez mais Ceccarelli brilha na bateria, desta feita acompanhado pelo sax de el-Malek, aqui claramente nas suas sete quintas…
Um disco com altos e baixos mas com um saldo amplamente positivo: só pelos dois originais de Pieranunzi e da dupla Ceccarelli-Trotignon, valeria a pena a sua audição. Afinal de contas estamos perante a fina flor do jazz franco-italiano!

Fiquem com o tema Love Whispers acompanhado de belas imagens da autoria de Jean-Daniel Beley. Podem admirar o seu trabalho em http://www.pbase.com/djailledie/root

André Ceccarelli - Love Whispers

Nova Temporada da Culturgest com Pouco Jazz...

Sexta 17 de Abril de 2009
21h30 · Pequeno Auditório



Alípio C. Neto Quartet
The Perfume Comes Before the Flower

Saxofones Alípio C. Neto
Trompete Herb Robertson
Contrabaixo Ken Filiano
Bateria Michael TA Thompson

Desde a sua chegada a Lisboa, o brasileiro naturalizado português Alípio C. Neto é uma das figuras da cena do jazz criativo em Portugal. Depois de liderar duas formações internacionais (Imi Kollektief e Wishful Thinking) com trabalhos editados desde 2006, Alípio fez uma incursão muito proveitosa a Nova Iorque onde tocou e gravou as suas composições, editadas no CD The Perfume Comes Before the Flower (Clean Feed, 2007), que está na base do concerto desta noite.
Este passo revelou-se decisivo para o seu reconhecimento internacional. Os magníficos músicos que o acompanham neste quarteto interpretam as composições de Neto absorvendo-as primeiro para depois lhe dar um cunho muito pessoal. O resultado musical da banda é tanto rítmico como textural, abstracto e concreto, numa combinação de personalidades com percursos musicais muito diversos.
Alípio Carvalho Neto nasceu em Floresta, Sertão de Pernanbuco, Brasil e veio para Portugal para fazer um doutoramento na Universidade de Évora sobre a poética literária e sua relação com a poética musical. E foi em Portugal que se decidiu definitivamente pela música. No Brasil estudara com Hermeto Pascoal, Roberto Sión, Carlos Eduardo Pimentel (Boogie), Dilson Florêncio, Guilherme Vaz e Ian Guest, entre outros. Ao longo da sua carreira tocou e gravou com diversos compositores, grupos e orquestras de música brasileira, africana e jazz, entre os quais Armando Lôbo, BRAPO – Brasília Popular Orquestra, Clarence Becton, Brian Groder, Torbjörn Zetterberg, Carlos Zíngaro, Scott Fields, Patrick Brennan, Jean-Marc Charmier, Carlos Barretto, Adam Lane, Michael Attias, Gregg Moore, Angelo Olivieri, Fabrizio Spera, Alex Maguire. Lidera vários projectos como IMI Kollektief (Snug As A Gun, Clean Feed), Wishful Thinking (Wishful Thinking, Clean Feed), Alípio C. Neto Trio (com Masa Kamaguchi e Federico Ughi) e Alípio C. Neto DIGGIN’. Editou recentemente pela Creative Sources PAURA The Construction of Fear (com Ernesto Rodrigues, Guilherme Rodrigues, Dennis González e Mark Sanders). Alípio acredita que a música deve expressar para além da cosa mentale, a cosa trascendentale, uma poética dinâmica do artifício humano.

Terça 19 de Maio de 2009
21h30 · Grande Auditório



Paul Bley
Solo

Paul Bley nasceu em Montreal, Canadá, em 1932. Muito novo estudou música clássica com vários professores. Aos 5 anos dava recitais de violino, aos 7 começou a estudar piano. Durante a juventude tocou na sua cidade natal em vários grupos de jazz, alguns dos quais dirigiu. Em 1950, com 18 anos, foi para Nova Iorque – passando desde então a viver nos Estados Unidos – estudar na Julliard School e começou a apresentar-‑se com músicos como Charlie Parker, Sonny Rollins, Ben Webster e outros. Durante a sua longa carreira Paul Bley terá sido, a seguir a Miles Davis, o músico de jazz que trabalhou com mais artistas de primeiro plano com opções musicais muito variadas. A sua discografia, com cerca de 100 títulos, é disso testemunho. Para além dos já citados, nomes como Charles Mingus, Lester Young, Chet Baker, Steve Swallow, Gary Peacock, John Scofield, Gary Burton, Pat Metheney, Paul Motion, Billy Hart, John Surman, Lee Konitz, Bill Evans, Cecil Taylor, Ornette Coleman, Charlie Haden, fazem parte da extensa lista de jazzmen com quem tocou e gravou.
Bley esteve ligado à vanguarda do jazz dos anos de 1960, sendo um dos seus elementos mais activos. Foi igualmente precursor na utilização do sintetizador, tendo dado o primeiro concerto da história com esse instrumento em 1969 no Philarmonic Hall de Nova Iorque. Em meados da década de 1970, com a artista de vídeo Carol Goss, iniciou uma colaboração pioneira entre músicos de jazz e artistas de vídeo.
O seu primeiro disco de piano solo foi gravado em 1972 para a editora ECM.
Paul Bley apresenta-se, desde há muitos anos, em concertos por todo o mundo, a solo ou com formações muito diversas, tocando composições suas, standards, ou lançando-se em solos espontâneos, improvisados no momento.



Quarta 3 de Junho de 2009
22h00 · Culturgest Porto



Joe McPhee

Nascido em Miami em 1939, aos 8 anos tocava trompete. A partir de finais dos anos 1960 iniciou-se numa grande variedade de instrumentos (todo o tipo de saxofones, clarinete, trombone, piano), explorando tanto a música acústica como a electrónica.
Neste concerto apresenta-se a solo, registo em que tem trabalhado e editado desde meados dos anos 1970, tendo iniciado carreira em nome próprio no ano de 1969, com o clássico do free jazz Underground Railroad.
Influenciado por John Coltrane, Albert Ayler e Ornette Coleman (figura essencial no arranque do seu percurso), Joe McPhee é um dos mais relevantes espíritos livres e transgressores da forma e do vocabulário do jazz e de áreas que ele mesmo ajudou a tornar adjacentes. Colaborando desde cedo com músicos com preocupações estéticas e espirituais semelhantes, em direcção ao desconhecido e ao vibrante, trabalhou com a vanguarda da música electrónica dos anos de 1970, caso da Deep Listening Band de Pauline Oliveros, pioneira da música contínua.
O currículo de McPhee conta com mais de meia centena de álbuns, entre os quais muita obra em seu nome próprio na editora de jazz HatHut, fundada precisamente para lançar a sua música. Trabalhou com uma lista interminável de artistas seminais da música das últimas quatro décadas, sendo hoje, tanto ou mais do que no passado, um barómetro dos novos terrenos por onde o jazz caminha.

Quinta 4 de Junho de 2009
21h30 · Grande Auditório



João Paulo
toca Carlos Bica

João Paulo nasceu em Lisboa em 1961. Começou muito cedo os seus estudos musicais, na Academia de Santa Cecília, iniciando-se rapidamente no piano. Posteriormente, ingressou no Conservatório Nacional, onde, em 1984, obteve o diploma do Curso Superior de Piano com a classificação máxima.
Entretanto, tinha uma intensa actividade nas áreas do jazz e da música popular, participando em grupos de jazz, ensinando na escola do Hot Clube, apresentando-se no Cascais Jazz, acompanhando artistas como Fausto, José Mário Branco e Sérgio Godinho em espectáculos e gravações.
Foi para Paris aprofundar os seus estudos no Conservatório de Rueil-Malmaison onde obtém as mais altas distinções. E ficou por mais quatro anos, dando vários recitais em França e Estados Unidos, dos quais se destacam os de Nova Iorque (Carni Hall em 1986 e Carnegie Hall em 1989).
De volta a Portugal em 1992 continuou a colaboração com artistas como Sérgio Godinho, Vitorino, Filipa Pais, entre outros.
Na área do jazz tem trabalhado, por exemplo, com Tomás Pimentel, Mário Laginha, Maria João, Carlos Martins, André Fernandes, Carlos Barretto, Carlos Bica, Jorge Reis, Mário Franco, José Salgueiro, Bruno Pedroso e numerosos músicos estrangeiros, apresentando-se frequentemente em concerto, nacional e internacionalmente. A sua discografia enquanto líder conta com 9 álbuns.

Sexta 19 de junho de 2009
21h30 · Pequeno Auditório



Rafael Toral, John Edwards e Tatsuya Nakatani

Amplificador MT-10 modificado, sintetizador modular e circuito de ressonância modulada Rafael Toral
Contrabaixo John Edwards
Percussão Tatsuya Nakatani

O Trio formado por Rafael Toral, John Edwards e Tatsuya Nakatani aparece no ciclo “Isto é Jazz?” em estreia mundial, desafiando os limites do jazz, da música improvisada e electrónica. É um ensemble em que todos estão em pé de igualdade, com resultados tão imprevísiveis como a riqueza dos músicos que o compõem deixa supor.
Este tipo de formação (electrónica com contrabaixo e percussão) pode induzir em erro quem pensar que se trata de uma internacionalização do Space Trio de Toral, um grupo de inspiração free. Aqui apenas existe a junção de três músicos e três mundos muito pessoais. Não há dúvidas sobre a capacidade de qualquer um dos três em se relacionar com o jazz, cada um à sua maneira, mas este é um concerto que leva bem longe a resposta à pergunta que dá nome ao título deste ciclo.
Rafael Toral é um músico e artista que se notabilizou pelo trabalho com guitarra e electrónica, tendo sido considerado nos anos 1990 pelo Chicago Reader “um dos guitarristas mais dotados e inovadores da década”. Colaborou com John Zorn, Jim O’Rourke, Alvin Lucier, Roger Turner e Evan Parker, mantendo uma importante e duradoura parceria musical com Sei Miguel. Em 2004 lança o Space Program, uma pesquisa de longo curso sobre performance, silêncio, disciplina e estruturação do discurso musical com instrumentos electrónicos experimentais, numa abordagem marcada pelo valor da expressão física do corpo. Traçando uma orientação sem precedentes conhecidos, centra na “música electrónica pós-free jazz” o seu campo de trabalho.
John Edwards tem estado envolvido numa grande diversidade de projectos, seja na música escrita como na improvisada. É um dos mais solicitados baixistas da cena jazzística londrina. O seu nome figura em mais de 80 gravações e muito recentemente editou o seu primeiro CD a solo.
Tatsuya Nakatani é um dos mais originais percussionistas da actualidade, inventando muitos dos instrumentos que toca e desenvolvendo novas técnicas. A sua linguagem baseia-se na música experimental e improvisda, jazz, free jazz, rock, noise e também na música tradicional japonesa. Tem tocado por todo o mundo e em várias palcos de grande nome.

sexta-feira, 27 de março de 2009

In The Bleak Midwinter



John Taylor Trio
Grande Auditório da Culturgest – Lisboa
26 de Março de 2009, 21.30h
*****

John Taylor nasceu em Manchester em 1942 e desde 1969 que é figura de proa do jazz europeu, quando iniciou uma colaboração com os saxofonistas Alan Skidmore e John Surman (esta que dura até ao presente). Daí para cá gravou mais de 80 discos, quatro deles a solo, e tem participado em inúmeras colaborações de grande relevo, com nomes como Jan Garbarek, Enrico Rava, Gil Evans, Lee Konitz ou Charlie Mariano. Mas a mais mediática de todas terá sido o trio Azimuth, com a cantora Norma Winstone e o trompetista Kenny Wheeler, no já longínquo ano de 1977.
Kenny Wheeler é aliás a mais importante referência de Taylor ao longo da sua carreira, pelas colaborações frequentes entre os dois músicos e pela notória simbiose que alcançaram. Kenny Wheeler está sempre presente na música de Taylor, mesmo quando não toca! Tal facto foi notório nesta apresentação da Culturgest onde vários temas de Wheeler foram tocados pelo trio ao longo da noite (Everybody’s Song But My Own… que Taylor transformou em Everybody owns thing song, but me!).
Outra referência incontornável de Taylor é sem dúvida o universo musical de Bill Evans. O que não surpreende porquanto o norte-americano marcou indelevelmente toda uma geração de músicos de jazz da qual faz parte John Taylor (e deixando marcas que ainda perduram mesmo nos mais jovens…). O lirismo de Evans está sem dúvida presente na música de Taylor embora, fruto dos tempos, o britânico lhe junte um sedutor abstraccionismo, bebido na tradição impressionista e nas correntes europeias da música contemporânea, que manifestamente têm influenciado o seu trabalho nos últimos anos. De Evans aparece também a predilecção pelo trio de piano, mas Taylor remete-se para tarefas menos exuberantes, permitindo o brilho dos excelentes músicos que o acompanham e conquistando o público pela subtileza da sua paleta melódica e harmónica. Na memória ficou o belíssimo “In The Bleak Midwinter”, uma adaptação ao jazz de um hino litúrgico inglês no qual John Taylor e os seus pares construíram um verdadeiro monumento à enorme sensibilidade e bom gosto que caracterizam a sua música, alargando amplamente os horizontes (já excelentes) da versão gravada do tema.
A acompanhá-lo neste trio (que já gravou dois álbuns para a italiana Cam Jazz, o último dos quais em 2007, o brilhante “Whirlpool”, considerado pela Jazz Magazine como um dos melhores álbuns do ano e que serviu de base à apresentação desta noite) estiveram o sueco Palle Danielsson no contrabaixo e o britânico Martin France, na bateria.
Danielsson é um extraodinário músico da mesma geração de Taylor (nasceu em 1946) e que chegou a tocar com Bill Evans em 1965. Nos anos 60 percorreu a Europa integrado no grupo do trombonista Eje Thelin, mas foi sobretudo a sua utilização por Keith Jarrett no seu “quarteto europeu”, com quem gravou vários álbuns nos anos 70 e do qual faziam igualmente parte o saxofonista norueguês Jan Garbarek e o pianista sueco Bobo Stenson, que o colocou nos anais do jazz. Depois disso trabalhou ainda com o “regressado” Charles Lloyd e com o recentemente falecido Michel Petrucciani, antes de assentar nos projectos do britânico John Taylor, o trio com o baterista dos Weather Report, Peter Erskine, e este trio Cam Jazz com o mais jovem Martin France, um baterista com ampla experiência em diversos contextos musicais, dentro e fora do jazz, dos Loose Tubes à nossa Maria João, com importantes projectos na área da música sinfónica e do pop, de que são exemplo as colaborações com o ex-Pink Floyd David Gilmour ou com o mediático Elvis Costello.
Embora assente sobretudo no trabalho Whirlpool, o mais recente gravado pelo trio (depois de Angel of Preasence, em 2006. Taylor gravou entretanto um álbum a solo, também para a Cam Jazz), o concerto permitiu ainda apresentar alguns temas novos, ainda não gravados, e sobretudo brindar o público com novas versões “ao vivo” de temas antigos, onde a criatividade dos músicos, a sua extraordinária capacidade de improvisação e reconhecida classe não deixaram ninguém indiferente.
Uma oportunidade de “ouro” para ver e ouvir três enormes músicos de jazz, que vai repetir-se esta noite em Viseu, no Teatro Viriato.

Para quem não pôde ouvir John Taylor ao vivo, aqui fica um vídeo do tema Rosslyn, extraído do disco homónimo gravado em 2002 para a ECM e comm John Taylor no piano, Marc Johnson no contrabaixo e Joey Baron na bateria. As fotos são da autoria do polaco Pawel Kepa. Podem ver o seu trabalho em http://www.pbase.com/pawel_kepa

John Taylor Trio - Rosslyn

quarta-feira, 25 de março de 2009

Demien Cabaud na Trem Azul



Trem Azul JazzStore | QUI.26.MAR | 19:30 | DEMIAN CABAUD

João Guimarães saxofone alto
José Pedro Coelho saxofone tenor
Demian Cabaud contrabaixo
Marcos Cavaleiro bateria

Demian Cabaud, contrabaixista argentino residente em lisboa desde 2004. Faz parte do grupo da cantora Maria Joao no projecto "Joao" e da Orquestra de Jazz De Matosinhos. Tocou com Joe Lovano, Lee Konitz new nonet, Chris Cheek, Mark Turner, Rich Perry, Rick Margitza, Ohad Talmor, Perico Sanbeat, David Schnitter, Phil Grenadier, Darren Barret, Bill Carrothers, Albert Sanz, Mario Laginha, John Riley, Jorge Rossy, Gerald Cleaver, Francisco Mela, Dan Weiss, Ferenc Nemeth,Nuno Ferreira, Afonso Pais, Andre Fernandes, Andre Matos,Jorge Reis,
Pedro Moreira, Joao Moreira,entre outros. Editou o seu disco "Naranja" em 2008 na TOAP music. Participou no cd de Leo Genovese "haikus II" , fresh sound new talent records, Andre Matos "small worlds", fresh sound new talent records, Andre Matos "rosa shock" , TOAP music , Orquestra Jazz de Matosinhos "invites Chris Cheek", fresh sound new talent records, Lee Konitz-Ohad Talmor big band featuring OJM "portology", omnitone records, Gonzalo del Val-Miguel Fernandez Vallejo "symploke quintet", indie, Joana Rios "Universos Paralelos", MDE records, Carmen Marsico "Sonho", Beartones records, Joao Lencastre and Communion "One", fresh sound new talent records, Francisco Pais "school of enlightenment", POI records, Laurent Filipe "Flick Music", iPlay, Andre Fernandes "Imaginario", Toap music.

www.myspace.com/demiancabaud

terça-feira, 24 de março de 2009

Exposição Nuno Boavida



Os mais atentos já tiveram seguramente oportunidade para apreciar, nas páginas deste blogue, as magníficas fotografias de Nuno Boavida, que tive ocasião de utilizar, com a amável autorização do autor que muito agradeço, para a elaboração de dois vídeos: As Palavras Que Nunca Te Direi, trabalho que utilizei para a elaboração de um vídeo do Trio de Bernardo Sassetti e Out of Gas, trabalho que usei no video do Trio Elf.
É precisamente o belíssimo trabalho "As Palavras que Nunca te Direi", com a modelo Cátia Duarte e inspirado na obra "Message in a Bottle" de Nicholas Sparks que Nuno Boavida vai expor em Leiria, nos dias 27, 28 e 29 de Março, na Cervejaria Camões.
Se puderem dêem um salto a Leiria, pois vale bem a pena... Pelas belas fotos do Nuno Boavida (e também pelos suculentos bifes da Cervejaria Camões, claro)!

As Palavras Que Nunca te Direi - Nuno Boavida

domingo, 22 de março de 2009

André Sarbib & Antonio Serrano



ANDRÉ SARBIB (PORTUGAL) PIANO/VOZ
ANTÓNIO SERRANO (ESPANHA) HARMÓNICA
26 Mar 2009 - 22:00h - CCB (Lisboa) - Recepção Módulo I
27 Mar 2009 - 21.30h - Centro Cultural de Cascais

Há mais de oito anos que estes dois proeminentes músicos se encontram regularmente,actuando em formação de quarteto e somando já várias experiências em duo, o que tem resultado numa combinação de excelência. Este concerto revela uma performance invulgar, uma vez que a harmónica é um instrumento pouco ouvido em Portugal, principalmente pela forma como é abordada por António Serrano, um músico fora de série, tal como André Sarbib, um dos mais respeitados pianistas portugueses da actualidade.

André Sarbib - La Valse Des Lilas


Antonio Serrano & FEDERICO LECHNER TANGO & JAZZ TRIO - Gringo

Dianne Reeves em Ílhavo



Dianne Reeves
27 de Março, 21.30h, Centro Cultural de Ílhavo

Dianne Reeves foi descoberta pelo trompetista Clark Terry em 1976, quando a viu cantar numa banda da Universidade do Colorado, onde estudava. Despontou nos anos 80 e em pouco tempo conquistou uma grande reputação como cantora de jazz nos Estados Unidos. É considerada a herdeira directa das divas Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald.
Vencedora de 4 Grammy, Dianne Reeves apresenta-se em formação de quinteto, com músicos de primeira linha, interpretando um conjunto de temas do seu ultimo disco “When you Know”, num espectáculo único em Portugal, que marcará o público com uma actuação mágica e inesquecível.

Dianne Reeves - In Your Eyes (Live Bern Jazzfestival 2000)

John Taylor em Portugal



John Taylor Trio
26 de Março 2009, 21.30h - Grande Auditório Culturgest (Lisboa)
27 de Março 2009, 21.20h - Teatro Viriato (Viseu)
John Taylor (p), Palle Danielsson (ctb), Martin France (bat)

John Taylor nasceu em Manchester em 1942, revelando-se ao público em 1969, quando tocou com os saxofonistas Alam Skidmore e John Surman. Na sua longa carreira – um crítico do sítio All About Jazz considera-o um dos mais importantes pianistas dos últimos quarenta anos – tocou com músicos como Roni Scott, Jan Garbarek, Enrico Rava, Gil Evans, Lee Konitz, Charlie Mariano e Maria Pia de Vito. Faz parte, regularmente, dos quartetos de Kenny Wheller e John Surman e do trio de Peetr Eskine.
Para além de actuar e gravar a solo (Taylor gravou mais de 80 discos, muitos dos quais para a editora ECM) , foi líder de diversos grupos. O mais recente é o trio com que se apresenta na Culturgest.
Palle Danielsson é sem dúvida o mais conhecido contrabaixista sueco que tocou, entre muitos outros, com Bill Evans, Keith Jarrett (integrou o ‘quarteto europeu’ de Jarrett), Jan Garbarek ou Charle Lloyd. O jovem baterista inglês Martin France tem tido uma carreira fulgurante, actuando e gravando com, por exemplo, Kenny Wheeler, Ralph Towner, Lee Konitz, Dave Holland e Maria Schneider.
Este trio gravou dois discos para a Camjazz, Angel of Presence (2006) e Whirpool (2007) e ambos foram recebidos com entusiasmo pela crítica. Whirpool, que estará na base do concerto desta noite, foi distinguido, pela Jazz Magazine com o Disque d’émoi (que designa os discos com as melhores críticas da revista). Martin Cladu, no All About Jazz, escreveu “Whirpool offers a good taste of contemporary jazz’s most brilliant musical minds” rematando, “Splendid!”. John Kelman, no mesmo sítio, chama-lhe uma obra estelar.

John Taylor, John Abercrombie, Kenny Wheeler, Palle Danielsson & Peter Erskine - Budapest 1992




JAZZ Minde 2009



28 DE MARÇO, SÁBADO, 22:00H
CINE-TEATRO SÃO PEDRO - ALCANENA
XARAL´S DIXIE
LUME BIG BAND

Lisbon Underground Music Ensemble


LUME BIG BAND
Lisbon Underground Music Ensemble

"LUME (Lisbon Underground Music Ensemble) é um colectivo de quinze músicos com backgrounds e experiências diversas nos campos do jazz, pop, rock, música clássica, contemporânea e improvisada.
Assumindo referências muito diversas que vão do Funk à música textural, do boogie woogie a ambientes impressionistas, o grupo procura aliar de forma sinérgica elementos de escrita com factores de improvisação, num contexto que se pretende esteticamente eclético e formalmente especulativo na concepção estrutural heterogénea.
O projecto é liderado pelo compositor Marco Barroso que leva a cabo o trabalho de direcção e composição."

Direction - Composition - Piano: MARCO BARROSO Flute: MANUEL LUÍS COCHOFEL, Clarinet:, PAULO GASPAR, Soprano Saxophone: JORGE REIS Alto Saxophone: JOÃO PEDRO SILVA Tenor Saxofone: JOSÉ MENEZES Baritone Saxophone: ELMANO COELHO Trumpets: JORGE ALMEIDA, JOÃO MOREIRA, PEDRO MONTEIRO Trombones: LUIS CUNHA, EDUARDO LÁLA, PEDRO CANHOTO, Electric Bass - Double Bass:, MIGUEL AMADO, Drums: ANDRÉ SOUSA MACHADO

LUME Big Band - Reticências


03 DE ABRIL, SEXTA, 22:00H
AUDITÓRIO JAIME CHAVINHA - MINDE
MESSIAS & THE HOT TONE BLUES
DOWN HOME
[BARCELONA]

MESSIAS & THE HOT TONE BLUES

Voz / Guitarra Eléctrica - MESSIAS; Keyboards - DIOGO; Baixo - RUI MIRANDA, Bateria - PAULO GRILO

“It’s a real honour, to write and sing blues songs. Blues is the true evidence of people lifes and only testimony of an entire era and society. It’s up to us, blues musicians, to keep the blues flowing, never allowing its stream to stop. Generation after generation blues still remain the most incredible musical expression of feeling, sadness, happiness and most of all, genuinity...
. ..lets keep it that way!"
Messias

MESSIAS & THE HOT TONE BLUES - Key to the Highway


Down Home (Barcelona)

Os Down Home constituíram-se em 2001, numa parceria entre o contrabaixista sérvio Ivan Kovacevic e o guitarrista argentino Hernán Senra, mais conhecido como "Chino". Mais tarde juntaram a saxofonista sérvia Duska Miscevic, o baterista catalão Roger Guàrdia e o saxofonista Gilberto Rivero das Canárias. As suas influências musicais estão diluídas entre swing, boggie, ska e jump blues, com algumas canções dos clássicos Louis Prima e Louis Jordan.
O seu trabalho discográfico "Running out of time" editado pela Toro Records deu-lhes o reconhecimento para o grande público. A música dos Down Home é de tal forma enérgica que é impossível assistir-se sentado aos seus concertos. Os Down Home participaram no Festival Internacional de Blues de Cerdanyola, Festival de Jazz de Albacete, no Festival de Blues de Nou Barris, no Festival Nietos del Swing e actuaram nas penitenciárias Modelo de Barcelona e de Huelva.

Voz e Guitarra, Hernan "Chino" Senra, Sax Alto, Duska Miscevic, Sax Tenor, Pol Prats, Contrabaixo, Ivan Kovacevic, Bateria, Marti Elias

Down Home - Running out of time


04 DE ABRIL, SÁBADO, 22:00H
AUDITÓRIO JAIME CHAVINHA, MINDE
MIGUEL MARTINS KALEIDOSCÓPIO
PAULA SOUSA QUINTETO




MIGUEL MARTINS KALEIDOSCÓPIO
Em 2004 nasce Miguel Martins "Kaleidoscópio", devido à necessidade de intervir, através da música improvisada. A sua cumplicidade musical com o contrabaixista Carlos Barretto e o finlandês Markku Ounaskari na bateria, faz com que a química entre estes músicos seja intensa e interactiva.
Este trio tem como objectivo despertar sensações no público e faze-lo viajar através da música improvisada no momento, com o intuito de alertar para problemáticas humanas. O "Kaleidoscópio" será a ferramenta que ilustra várias percepções e realidades abstractas, procurando assim afastar a mente da realidade podre e degradante que a humanidade vive actualmente. Através de retratos experienciais de vida, caracterizações de personagens, sítios imaginários, o Free jazz, o Rock e a Worldmusic são as ferramentas "Kaleidoscópicas" de expressão interventiva.

Guitarra, Miguel Martins, Contrabaixista, Carlos Barretto, Baterista, Joel Silva

O ovo - Hermeto Pascoal & Miguel Martins


Paula Sousa Quinteto


Pianista e compositora, Paula Sousa completou o curso de piano no Conservatório de Musica do Porto. Entre diversas actividades como pianista, integrou algumas bandas com as quais gravou: Stick, Ban, Repórter Estrábico e Três Tristes Tigres.
Mais tarde, estuda jazz no Hot Clube de Portugal, após o que faz a sua graduação em Jazz Performance, na Berklee College of Music, em Boston. Vive em Lisboa, onde lecciona piano clássico e jazz. Toca em várias formações assim como com os seus próprios projectos: Quinteto, Quarteto Trio, 4EvanSake (tributo a Bill Evans) e Monk Dreamers (tributo a Thelonious Monk)
A sua música denota múltiplas influências para além do jazz. Paula Sousa, pianista e compositora, reúne numa formação standard do jazz contemporâneo, a irreverência do rock, com a universalidade da música clássica, dando-lhe um peculiar sabor português. Oferece um repertório de originais, em que a emoção dá lugar a uma liberdade artística honesta, fora dos compromissos estéticos habituais. Uma reciclagem de som luso, que reformula o conceito de importação

Piano, Paula Sousa, Voz, Rita Martins, Guitarra, Afonso Pais, Contrabaixo, Massimo Cavali, Bateria, Joel Silva

Paula Sousa - Valsa Para Terri


05 DE ABRIL, DOMINGO,18:00H
AUDITÓRIO JAIME CHAVINHA - MINDE
GROOVE 4TET
XARAL´S BAND


GROOVE 4TET


Guitarra, Frederico Martinho, Hammond, Daniel Lima, Contrabaixo, Pedro Pinto, Bateria, João Correia

O ponto de partida é o amor que demonstram pela música soul, blues, funk e jazz, aliado à necessidade de trazer de volta a dança aos clubes de jazz, visto que inicialmente o propósito desta música era dançar. A componente de improvisação e de busca está sempre presente em cada música, em cada espectáculo.
O que resulta desta fusão é uma sonoridade crua, carregada de emoção, por vezes leve e dançável, outras vezes mais densa e experimental, mas sempre sincera sem quaisquer pretensões de afirmação técnica, cujo único intuito é a fruição do momento por parte de todos os presentes na sala.

Groove 4tet - Show Reel
Groove 4tet show reel


XARAL'S BAND/ XARAL'S DIXIE
Participação especial:
XARAL'S DIXIE
Direcção Musical
JOÃO CARLOS CHAVINHA


Minde desde há muitos anos que é conhecida por ser uma terra de músicos. Desde 1915 que conta com uma Banda Filarmónica, a Sociedade Musical Mindense. A direcção no activo no ano de 2007, apadrinhou prontamente a ideia de alguns dos músicos da banda filarmónica, em formar uma Orquestra Ligeira, com o intuito de ocupar uma lacuna que existe actualmente no meio musical da região.
Foi assim que, no dia 15 de Setembro de 2007 a orquestra realizou o seu primeiro ensaio para que a sua apresentação pública ocorresse em Abril de 2008, na Quinta do Moinho, em Alvados. A orquestra é formada por alguns elementos que constituem a Banda Filarmónica da Sociedade Musical Mindense e também por alguns músicos profissionais, totalizando dezasseis músicos.
Com várias actuações no seu jovem currículo, destacam-se as realizadas no aniversário do Cine-Teatro São Pedro, em Alcanena, no CCB, em Lisboa e na Alfandega do Porto.
A banda Xaral's Dixie está a dar os primeiros passos e tem origem no seio da Xaral's Band. Os músicos são excelentes e aí estão eles para animar o JAZZminde 2009. Venha o DIXIE que o projecto promete !!!

Mais informação em http://minde.eu/JAZZminde/home.html