domingo, 31 de janeiro de 2010
Portalegre JazzFest 2010
Portalegre JazzFest 2010
Festival Internacional de Jazz de Portalagre
18 a 27 de Fevereiro
Centro das Artes e Espectáculo de Portalegre
Irá decorrer de 18 a 27 de Fevereiro, no Centro das Artes e Espectáculo de Portalegre, a oitava edição do Portalegre JazzFest, Festival Internacional de Jazz de Portalegre.
Este ano o destaque internacional vai para a presença do pianista norueguês Tord Gustavsen, que subirá ao palco do grande auditório no dia 26, às 21.30h.
Destaca-se ainda a presença do trio Lokomotiv, de Carlos Barretto, no dia 19, também pelas 21.30h.
Paralelamente à música terá lugar, no dia 20 às 18.00h, uma conferência com a presença de José Duarte “À Conversa Com Os Meus Botões”, e ainda a habitual presença da Trem Azul e da Jazz.pt para a feira do disco de jazz.
Aqui fica o programa completo:
Quinta-feira, 18 de Fevereiro
14.30h – Open Gate 5 (Sound Art)
Sexta-feira, 19 de Fevereiro
21.30h – Grande Auditório
Lokomotiv - Carlos Barretto, Mário Delgado e José Salgueiro
23.30h - Café Concerto
Pocketbook of Lightning (Nuno Rebelo, Marco Franco, Tom Chant)
Sábado, 20 de Fevereiro
21.30h – Grande auditório
José James Quartet
23.30h – Café Concerto
Trio Lisboa-Berlim (Luís Lopes, Robert Landfermann, Christian Lillinger)
Sexta-feira, 26 de Fevereiro
21.30h – Grande Auditório
Tord Gustavsen Ensemble
23.30h – Café Concerto
The Fish (Jean-Luc Guionnet, Benjamin Duboc, Edward Perraud)
Sábado, 27 de Fevereiro
21.30h – Grande Auditório
Tony Malaby’s Apparitions Quartet
23.30h – Café Concerto
Toral/Nakatani Duo
Tord Gustavsen Trio
Carlos Barretto
Marc Copland a Solo em Torres Novas
Marc Copland - Alone
SÁBADO, 06 DE FEVEREIRO DE 2010 | 21H30
Teatro Virgínia (Torres Novas)
No jazz, o piano a solo é uma espécie de confissão musical. Num universo onde as interpretações são por natureza pessoais, o tocar a solo é a própria disciplina da intimidade. O pianista não tem onde se esconder. Nem em termos técnicos nem no que toca à interpretação. O eu expõe-se, sem pudor, nas teclas. E só uma forte personalidade musical torna a experiência gratificante. Um músico que tenha muito a dizer, que possa fazer nascer mundos encantadores, um músico que não só toque piano, mas que fale a sua linguagem.
Marc Copland tem tudo isso e faz tudo isso. Nascido em Filadélfia em 1948, começou a sua carreira musical nos anos 60 como saxofonista. Mas no fim dos anos 80 já era um pianista com uma estética única. O seu som funciona como refracções num prisma: música com um enorme espectro tonal e ao mesmo tempo com uma claridade cristalina.
Considerado um dos mais inventivos e populares pianistas na cena jazz internacional, com cerca de 20 discos mundial e unanimemente aclamados, este álbum Alone, revela-o na sua mais pura forma, frente a frente ao espectador.
Um músico brilhante num concerto imperdível!
Marc Copland & Gary Peacock - Calls and Answers
Agenda Semanal, 1 a 7 de Fevereiro
Terça-feira, 2 de Fevereiro
21.30h – Culturgest (Lisboa) – Josh White Jr.
Quarta-feira, 3 de Fevereiro
18.00h – Teatro da Trindade (Lisboa) – Paulo de Carvalho & Victor Zamora
Quinta-feira, 4 de Fevereiro
21.30h – Culturgest (Lisboa) – Elijah Wald
22.00h – CCB (Lisboa) – Zé Eduardo e Manuela Lopes
22.00h – Teatro Municipal da Guarda – Tim Lothar
23.00h – Maxime (Lisboa) - Kari Ikonen Quartet
Sexta-feira, 5 de Fevereiro
21.30h – Culturgest (Lisboa) – Henry Butler
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – André Carvalho Quinteto
23.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Kari Ikonen Quartet
Sábado, 6 de Fevereiro
21.00h – CCB (Lisboa) – Rão Kyao
21.00h – Auditório Reguengos de Monsaraz – Paulo de Carvalho & Victor Zamora
21.00h – Sociedade Carlista (Montemor-o-novo) – Big Band da Nazaré
21.30h – CCB (Lisboa) – Orchestrutopica Big Band e Mário Laginha
21.30h – Teatro Virginia (Torres Novas) – Marc Copland
21.30h – Basílica Nª Sª da Conceição (Castro Verde) – Mário Franco Ensemble
22.00h – Casa da Música (Porto) – Pedro Caldeira Cabral
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Kari Ikonen Quartet
Rasta Blues
Corey Harris & The Rasta Blues Experience
30 de Janeiro de 2010, 21.30h
Grande Auditório da Culturgest (Lisboa)
Apesar de ainda jovem, acabou de dobrar os quarenta, Corey Harris tornou-se uma referência na música norte-americana, muito por culpa do modo como abordou as suas raízes, particularmente as raízes negras e africanas do blues.
Antropólogo de formação, Harris viveu e estudou nos Camarões e no Mali, locais onde saciou a sua busca pessoal pelas raízes linguísticas e rítmicas da cultura afro-americana, nomeadamente com a grande guitarrista maliano, recentemente falecido, Ali Farka Touré, com quem gravaria, em 2003 para a Rounder, um grande disco de blues “Mississippi to Mali”.
Foi esta incessante busca da história do blues, um caminho meticulosamente seguido por Harris, que fez dele um dos mais inspirados guitarristas acústicos da sua geração, facto reconhecido por Martin Scorsese ao granjear-lhe o papel de protagonista num episódio da sua belíssima série “The Blues”, produzida em 2003 para a PBS (o episódio inicial da série, denominado “Feel Like Going Home”, realizado pelo próprio Scorsese e com Ali Farka Touré, Salif Keita, Son House, Taj Mahal, Keb Mo’ e outros mestres a partilharem o ecrã com Harris).
Mas nos últimos anos assistimos a uma viragem na carreira musical de Corey Harris. O seu desejo de investigar a história da música negra levou-o à Jamaica e ao encontro do Reggae.
Os seus dois últimos trabalhos discográficos para a Telarc, Zion Crossroads (2007) e blu.black (2009) foram gravados com recurso a músicos jamaicanos e fortemente influenciados pela filosofia e estética do Reggae, notória aliás na visível conversão do guitarrista ao Rastafarianismo.
A música de Harris ressentiu-se desta mudança. O blues histórico e acústico de álbuns anteriores deu lugar a uma estética eléctrica e de fusão que inclui elementos oriundos do delta blues, do Chicago blues, do zydeco, mas também das Caraíbas, particularmente do reggae jamaicano. Pelo meio sentem-se ainda algumas referências à música tradicional do noroeste africano.
O resultado, ainda que interessante, não deixa por isso de desiludir um pouco os amantes de blues, que viram em Harris um dos seus mais promissores executantes no início do século.
Por outro lado a sua inclusão como prato principal do ciclo Hootenanny, uma homenagem da Culturgest ao blues, não deixa por isso de ser um pouco paradoxal, na medida em que Harris se mostra actualmente pouco vocacionado para tocar o blues.
Ainda assim tivemos oportunidade de ouvir uma mão cheia de blues, três deles com Harris sozinho em palco e acompanhado apenas pela sua guitarra, numa concessão do guitarrista ao espírito da iniciativa da Culturgest que, claramente, constituiu o momento mais alto da noite.
Com a sua Rasta Blues Experience, Harris vagueou por entre o Reggae de Bob Marley e o Blues de Muddy Waters, com algumas interessantes incursões em territórios menos óbvios como o zydeco, o soul, o rhythm & blues ou o folk afro-americano, numa viagem mais abrangente que empolgante pelo legado musical da América negra.
Revelou contudo um saxofonista de enorme valia, Gordon T. Jones, que não posso deixar de destacar.
Faço votos pelo regresso rápido de Harris ao blues, o território musical em que verdadeiramente é um mestre e que levou algumas centenas de pessoas a ouvi-lo na Culturgest.
Corey Harris – Honeysuckle
Corey Harris - Special Rider Blues
Gordon T. Jones, com a DJ Williams Projekt
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Seia Jazz & Blues 2010
Richard Galliano e The Animals são as grandes atracções do Seia Jazz & Blues. O 6 º Festival Internacional de Jazz e Blues de Seia que o Município de Seia realiza nesta cidade de 25 a 27 de Fevereiro de 2010. No dia 26 à noite sobe ao palco da Casa Municipal da Cultura o quarteto do acordeonista francês Richard Galliano, um músico eclético com uma extensa discografia e uma carreira que conta com colaborações de alguns dos principais músicos de jazz europeus e norte-americanos. Do vasto currículo de Richard Galliano, destaca-se a nota de que em 1983, Astor Piazolla o convidou para interpretar a música que o mestre argentino compôs para a comédia francesa “Song d`une couleur nuit d`été”, inspirada na peça “Sonho de uma noite de Verão”, de Shakespeare. No dia 27 é a vez dos The Animals um grupo mítico que surgiu na década de 60, que ao lado dos Rolling Stones se tornou um dos principais nomes da British Invasion. A história do grupo teve várias mudanças de nomes no decorrer da carreira, mas ele é oriundo do Kansas City Five de Newcastle, formado por Alan Price (piano), John Steel (bateria) e Eric Burdon (voz). O programa do Seia Jazz & Blues contempla a iniciativa O Jazz Vai à Escola, várias Jam Session´s, Workshops e uma Feira do Livro e CD de Jazz.
Fonte http://www.turismo.guarda.pt/actualidade/eventos/Paginas/SeiaJazzBlues2010.aspx
InBlues – Festival de Blues da Guarda
Em Fevereiro regressa o InBlues – Festival de Blues da Guarda, que este ano conta com três estreias absolutas no nosso país: o francês Benjamin Tehoval, e os ingleses Sons of the Delta e Honeyboy Hickling. Entre 5 e 27 de Fevereiro, os Blues andam à solta no Teatro Municipal da Guarda.
A terceira edição do festival arranca com o one-man-band francês Benjamin Tehoval, no dia 5. Benjamin Tehoval é branco e nasceu em Estrasburgo mas canta Blues com todo o “feeling” dos negros. De Robert Johnson a Chuck Berry, o reportório deste músico é vasto e inclui também algumas composições originais. Paralelamente à sua carreira no mundo dos Blues, Benjamin Tehoval mantém colaborações em vários projectos musicais que vão do Jazz ao Rock, como Nancy Jazz Compulsion ou L’Echo des Bananes.
O festival prossegue no dia 20 com o projecto inglês Sons of the Delta, da dupla Mark Cole e Rick Edwards. Sons of Delta praticam Blues com uma mistura electro-acústica, baseados na música tocada nos cafés e nas ruas das localidades junto ao delta do rio Mississipi (EUA), berço deste género musical. O álbum de estreia desta dupla inglesa, datado de 2004, intitula-se “One for the road”. O segundo disco nasceu de uma digressão pelo sul dos EUA, intitula-se “Made in Mississippi”, um trabalho com sabor a Muddy Waters e também com claras evocações a John Lee Hooker. É este segundo trabalho que vêm apresentar.
O cartaz do festival conta ainda com uma presença portuguesa, no dia 26, do projecto Nobody’s Bizness que revisita clássicos dos Blues como Bessie Smith e Muddy Waters. Trata-se uma formação de blues acústico da zona de Lisboa. No repertório da banda regressa-se às raízes da música-mãe do jazz, ao blues rural, cru e acústico do início do século, retirando da História nomes menos conhecidos, mas nem por isso menos importantes, numa tentativa de recolher do fundo do Delta do Mississippi os personagens que deram vida ao blues tal como o conhecemos hoje.
O Inblues encerra com o virtuoso inglês Honeyboy Hickling, no dia 27. Especialista em harmónica, Honeyboy Hickling é um compositor, cantor e escritor de canções com uma respeitada carreira internacional no mundo dos Blues, e que se faz acompanhar no TMG por Bob Wilson, Tony Baylis e Tony Stuart. Hickling trabalhou com Steve Marriott, gravou com Bo Diddley e integrou o projecto de Anthony Thistlethwaites (ex- Waterboys) ‘Blue Stars’. Integrou também o projecto ‘Nine Below Zero’, com o qual fez digressões por toda a Europa.
fonte http://www.faroldanossaterra.net/inblues-%E2%80%93-festival-de-blues-da-guarda/
Corey Harris em Portugal
Corey Harris & The Rasta Blues Experience
29 de Janeiro de 2010, 21.30h - Teatro Virgínia (Torres Novas)
30 de Janeiro de 2010, 21.30h - Grande Auditório da Culturgest (Lisboa)
Um disco ouvido aos 12 anos com a mãe traçou a vida de Corey Harris. Na casa de Denver onde nasceu a 21 Fevereiro de 1969, uma lenda do blues enchia o ar de sons: Lightnin’ Hopkins. Iniciou assim um percurso que o levou desde os blues mais tradicionais até às mais contemporâneas expressões do género.
Formado em Antropologia, Corey Harris esteve nos Camarões, África, para uma pós-graduação em linguística e aí estudou as poliritmias complexas da música local. De regresso aos EUA começou a tocar profissionalmente em clubes de Nova Orleães.
Em 1995 gravou o primeiro disco para a Alligator. Between Midnight and Day é um álbum a solo, em torno do seu virtuosismo nas inúmeras variantes dos Delta Blues, o suficiente para ser apontado como um valor importante da nova geração de músicos de blues de invulgar versatilidade e cultura.
Em 1997 grava Fish Ain’t Bitin, onde mistura nas suas composições uma secção de sopros ao estilo típico de Nova Orleães. No ano seguinte colabora com a dupla Billy Bragg/Wilco no projecto Mermald Avenue, em torno da música de Woody Guthrie. Em 1999 grava Greens from the Garden com o pianista Henry Butler, que muitos críticos consideram ser o seu trabalho mais importante e onde os blues se misturam com o funk, R&B e até com reggae e hip-hop. No ano seguinte volta a gravar com Butler o soberbo álbum de blues do Delta intitulado Vu-Du Menz.
Na nova editora, a Rounder, regista em 2002 Downhone Sophisticate, de sonoridade eléctrica e onde explora influências africanas e latinas; seguem-se o maravilhoso Mississippi to Mali em 2003 e Daily Bread em 2005.
Uma viagem à Jamaica acaba por ser decisiva para o som dos dois álbuns que se seguem, ambos para a Telarc: Zion Crossroads em 2007 e Blu, Black, já em 2009.
Corey Harris é o protagonista de um dos episódios da série televisiva Blues, produzida por Martin Scorsese.
Teclados Christopher Whitley
Voz, guitarra Corey Harris
Bateria Kenneth Joseph
Baixo Donovan Marks
Saxofone Gordon Jones
Corey Harris and the Rasta Blues Experience
MGT no Porto
MGT Trio
Wolfgang Muthspiel, Slava Grigoryan & Ralph Towner
30 de Janeiro de 2010, 22.00h
Casa da Música (Porto)
O trio MGT junta três guitarristas versáteis e imensamente originais. Ralph Towner é uma lenda norte-americana do fingerpicking em guitarra clássica e de 12 cordas, e um símbolo da editora ECM. O austríaco Wolfgang Muthspiel, vencedor do European Jazz Prize em 2003, é já uma referência do jazz europeu, levando a guitarra eléctrica e acústica a novos patamares de interacção com os recursos electrónicos. O trio completa-se com Slava Grigoryan, australiano que tem merecido amplo destaque no universo da guitarra clássica. A estreia em Portugal acontece menos de um ano após o lançamento do álbum de estreia From a Dream (Material Records).
Wolfgang Muthspiel, Slava Grigoryan & Ralph Towner - guitarra
Trio MGT - Icarus
Agenda Semanal, 25 a 31 de Janeiro
Segunda, 25 de Janeiro
21.30h – Culturgest (Lisboa) - Joe Morris e Barre Phillips
21.30h – Cine-Teatro Messias (Mealhada) – Sérgio Godinho
21.30h – Teatro Municipal Bragança – Joana Rios
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Quarteto de Pedro Teixeira
Terça, 26 de Janeiro
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Messias & The Hot Tones
Quarta, 27 de Janeiro
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Cláudia Franco Trio
Quinta, 28 de Janeiro
21.30h – Centro Cultural de Chaves – Saxacordeon
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Cláudia Franco Quarteto
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Catman meets Dan Hewson «All Tha Jazz»
Sexta, 29 de Janeiro
21.30h – Teatro Virgínia (Torres Novas) - Corey Harris & The Rasta Blues Experience
22.00h – Teatro Municipal de Portimão - Zé Manel Martins Quinteto
22.00h – Malaposta (Odivelas) - André Mota Quarteto
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Júlio Resende Convida
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Big Band Reunion
22.30h – Centro Cultural do Cartaxo – Maria João & João Farinha
23.00h – B Flat (Matosinhos) – Samuel Quinto Trio
23.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Miguel Sousa
Sábado, 30 de Janeiro
19.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) – Maria Anadom
21.30h – Culturgest (Lisboa) - Corey Harris & The Rasta Blues Experience
21.30h – Teatro Miguel Franco (Leiria) – Janita Salomé
21.30h – Teatro Municipal da Guarda – Maria João & Mário Laginha
21.30h – Teatro Sá da Bandeira (Santarém) – Luís Represas
21.30h – Fórum Cultural do Seixal – Cristina Branco
22.00h – Casa da Música (Porto) - MGT «From A Dream » - Wolfgang Muthspiel (g), Slava Grigoryan (g), Ralph Towner (g)
22.00h – Cine-Teatro Estarreja - Teresa Salgueiro com António Chaínho & Fernando Alvim
22.00h – Jazz ao Norte (Porto) – Sofia Vitória Quarteto
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – As 3 Marias
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Nicole Eitner
23.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Paula Sousa Quarteto
Domingo, 31 de Janeiro
22.30h - Braço de Prata (Lisboa) – Gonçalo Marques Trio
sábado, 23 de janeiro de 2010
Improvisando os Clássicos
Improvisation on Scarlatti's Sonata K208
Enrico Pieranunzi Plays Domenico Scarlatti
Camjazz, 2008
Enrico Pieranunzi é um dos mais destacados pianistas transalpinos. Nascido em 1949 tem alternado entre o universo clássico e o jazz, género em que actuou e gravou com alguns dos mais destacados músicos das últimas décadas, como Chet Baker, Joey Baron, Art Farmer, Jim Hall, Marc Johnson, Lee Konitz, Phil Woods, Charlie Haden ou Billy Higgins.
Enrico Pieranunzi plays Domenico Scarlatti, editado pela Camjazz em 2008, é um disco a solo onde Pieranunzi revela essa sua dupla faceta, porquanto embora trabalhe sob um repertório barroco do compositor que viveu em Portugal e foi mestre dos filhos de D. João V, antes de seguir para Espanha, para a corte de Fernando VI, acompanhando a princesa D. Maria Bárbara de Bragança, fá-lo de um modo livre e improvisado, buscando uma interpretação pessoal e actualizada desse repertório.
É pois um disco capaz de seduzir os adeptos do barroco com a mesma facilidade com que agrada aos jazzómanos.
Uma obra para redescobrir Scarlatti.
Enrico Pieranunzi – Improvisation on Domenico Scarlatti’s Sonata K208
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Um cheirinho a Hot
Kari Ikonen Quartet (Finlândia / Suécia)
Fredrik Carlquist - sax tenor
Kari Ikonen - piano
Marko Lohikari - contrabaixo
André Sumelius - bateria
4 de Fevereiro, 23.00h, Maxime
5 de Fevereiro, 22.30h, Fábrica Braço de Prata
6 de Fevereiro, 22.30h, Ondajazz
Apesar do futuro do Hot estar ainda cheio de pontos de interrogação o clube está a tentar, na medida do possível, minimizar o prejuízo causado aos músicos, sobretudo aos estrangeiros com viagens aéreas já adquiridas à data do incêndio e que solicitaram alguma compreensão e esforço para que estas viagens não ficassem completamente perdidas.
Assim, o Kari Ikonen Quartet, que tinha concertos marcados para o Hot no início de Fevereiro, vai estar mesmo entre nós para três concertos nos dias 4, 5 e 6. Não no Hot, infelizmente, mas sim no Maxime, na Fábrica Braço de Prata e no Ondajazz, respectivamente.
Não é ainda o retomar da programação normal do Hot, mas é um cheirinho... E para quem está há mais de um mês à míngua, vai saber muito bem!
O concerto de dia 4 (Quinta-feira) no Maxime, será a primeira oportunidade para todos os habituais frequentadores do Hot Clube, voltarem à Praça da Alegria.
Por isso marquem já nas vossas agendas.
Äkräs Trio & Verneri Pohjola em Estocolmo, com Kari Ikonen no piano
domingo, 17 de janeiro de 2010
Cuida tu Espíritu
Cuida Tu Espíritu
Marilyn Crispell
Vignettes (ECM, 2008)
Uma composição original de Jayna Nelson brilhantemente interpretada pela pianista norte-americana Marilyn Crispell, incluída no último trabalho da pianista para a ECM, denominado Vignettes e editado em 2008.
Um trabalho a solo, que se segue a três álbuns em trio, em que Crispell desenvolve a sua estética lírica, nostálgica, espaçosa, por vezes minimal, mas muito bela.
As fotos são da autoria da australiana Sue Robertson.
Marilyn Crispell - Cuida Tu Espíritu
Hot continua sem solução para breve
A reabertura do Hot Clube de Portugal, o histórico clube jazz da Praça da Alegria, continua sem data marcada. Deixo aqui o último comunicado divulgado pela Direcção do clube, na sequência das reuniões que teve com a Câmara Municipal de Lisboa.
Entretanto os jazzómanos continuam à espera da reabertura da catedral do jazz nacional.
E quem espera desespera...
"Comunicado
Na sequência de reunião tida com a Câmara Municipal de Lisboa a 5 de Janeiro de 2010 vimos informar os sócios das seguintes situações:
Sede Praça da Alegria nº 39
A Câmara Municipal de Lisboa, reconhecendo a relevância cultural do Hot Clube de Portugal para a cidade de Lisboa, assumiu o compromisso de integrar o edifício no Plano de Pormenor do Parque Mayer, da autoria do arquitecto Manuel Mateus. Este Plano de Pormenor prevê a reabilitação do Parque Mayer e passa a englobar a reabilitação do edifício do Clube e a sua conversão na Casa do Jazz. As questões do financiamento desta reabilitação foram deixadas para discussão posterior. A propriedade do Parque Mayer está pendente de uma discussão judicial com a Bragaparques pelo que o prazo para o início de uma obra não pode ser avançado.
Realojamento temporário do Clube
A Câmara Municipal de Lisboa dispõe de alguns locais devolutos nas imediações da Praça da Alegria que se disponibilizou a ceder ao Hot para reinstalação do Clube. A Direcção vai proceder desde já a visitas a estes espaços para verificar se algum deles se adequa a este propósito. Neste momento, sem conhecer se algum destes espaço é a solução, não é possível adiantar uma data para a reabertura do Clube.
Acreditamos que o saldo desta reunião é positivo. Só podemos esperar que a questão judicial pendente relativa à sede do Clube se resolva o mais depressa possível.
Um bom 2010.
A Direcção
6 de Janeiro de 2010"
Agenda Semanal, 18 a 24 de Janeiro
Segunda-feira, 18 de Janeiro
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – Trio de Paulo Lopes
Terça-feira, 19 de Janeiro
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Triângulo
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – Messias & The Hot Tones
Quarta-feira, 20 de Janeiro
22.00h – Centro Artes São Mamede (Guimarães) – Minnemann Blues Band + Rui Azul
22.30h – Fábrica Braço de Prata (Lisboa) – Mário Oliveira, piano solo
Quinta-feira, 21 de Janeiro
21.30h – Centro Cultural de Chaves – Dizzi Dulcimer Trio
21.30h – Teatro Viriato (Viseu) – Tom Zé
Sexta-feira, 22 de Janeiro
21.30h – Auditório Ruy de Carvalho (Carnaxide) – Ricardo Parreira
22.30h – Fábrica Braço de Prata (Lisboa) – Júlio Resende convida
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Nadine Rossello
23.00h – Fábrica Braço de Prata (Lisboa) – Spaghetti Jazz
23.00h – B Flat (Matosinhos) – Minnemann Blues Band
23.30h – Tertúlia Castelense (Maia) – The Gama GT Blues Project
Sábado, 23 de Janeiro
16.00h – Teatro de Vila Real – Dizzi Dulcimer Trio
21.30h – Centro de Arte de Ovar – Amélia Muge
21.30h – Casa das Artes (Famalicão) - Rui Veloso
21.30h – Museu do Oriente (Lisboa) – Pedro Jóia
21.30h – Centro Cultural de Campo Maior – Paulo de Carvalho & Victor Zamora
21.30h – Igreja de Santiago do Cacém – Jordi Savall e Pedro Estevan
22.00h – Fábrica Braço de Prata (Lisboa) – Orquestra de Ernesto Rodrigues
22.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) – Tom Zé
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Júlio Resende & Vânia Conde
22.30h – Museu do Douro (Régua) – Blues Quartet
Domingo, 24 de Janeiro
15.00h – Teatro Municipal de Bragança – Dizzi Dulcimer Trio
22.30h – Fábrica Braço de Prata (Lisboa) – Gonçalo Marques Trio
sábado, 16 de janeiro de 2010
Dom de Iludir
Dom de Iludir
Stefano Bollani Trio
Stone in the Water (ECM, 2009)
Stefano Bollani esteve entre nós, na passada semana, para um memorável concerto na Culturgest, cujas notas já tive ocasião de publicar nas presentes páginas.
Em jeito de homenagem, e bem assim para os que tiveram a prazer de estar presentes poderem recordar a apresentação, aqui fica um novo video do tema "Dom de Iludir", original de Caetano Veloso, incluído no mais recente trabalho discográfico do trio dinamarquês de Bollani, com Jesper Bodilsen no contrabaixo e Martin Lund na bateria, precisamente o que se apresentou em Portugal, chamado "Stone in the Water" e editado em 2009 pela ECM. As fotos são da autoria do australiano Lou Rozensteins.
Stefano Bollani Trio - Dom de Iludir
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Júlio Resende Convida
Júlio Resende 4teto
15 de Janeiro de 2010, 22.30h
Fábrica Braço de Prata (Lisboa)
Sexta-feira é dia de Júlio Resende na Fábrica Braço de Prata. Esta semana o talentoso pianista algarvio actuará ao lado do saxofonista Pedro Moreira, do incontornável João Custódio no contrabaixo e do jovem baterista Joel Silva.
Boa música em perspectiva.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
O Grande Bollani
Stefano Bollani Trio
Stone in the water
10 de Janeiro de 2010, 21.30h
Grande Auditório da Culturgest
Stefano Bollani é um dos mais versáteis pianistas do jazz contemporâneo, aventurando-se com igual facilidade em territórios de fusão, no denominado jazz mainstream ou ainda na música contemporânea, mais ou menos improvisada.
Com este trio que ora se apresentou em Lisboa, em que ao lado do pianista italiano surgem os dinamarqueses Jesper Bodilsen no contrabaixo e Morten Lund na bateria, gravou já três discos, Mi Ritorni in Mente, em 2003, e Gleda, Songs From Scandinavia, em 2005, ambos para a Stunt Records e ainda o álbum que dá nome ao espectáculo, gravado em 2008 e editado no ano seguinte pela alemã ECM.
Para a comunidade jazzística Stefano Bollani é conhecido sobretudo pelas suas colaborações com o trompetista Enrico Rava, com quem gravou Easy Living, Tati, The Third Man e New York Days, todos para a ECM, mas os seus compatriotas conhecem-no mais pelas suas incursões no pop, pelos extremos virtuosismo e versatilidade e pelas notórias capacidades de comunicação em palco, onde se assume como um completo entertainer.
Menino-prodígio do piano (começou a tocar como profissional aos 15 anos de idade, já licenciado em piano pelo Conservatório Luigi Cherubini em Florença) Bollani é um fenómeno. Pela técnica soberba, pela entrega única, pela superior capacidade de improvisação. Um verdadeiro animal de palco!
Stone in the water afigura-se assim, no disco, como uma obra de notável contenção, porquanto a sua atmosfera bucólica, nostálgica, por vezes quase ambiental contrasta em absoluto com a irreverência e exuberância naturais do pianista. Dir-se-ia que Manfred Eicher “domou” o génio de Bollani, encaixando-o na perfeição no estilo minimalista da sua editora.
Não que o álbum não deixe transparecer as notáveis qualidades do pianista. Longe disso! A técnica e a criatividade de Stefano Bollani estão lá bem evidentes. Apenas um decibéis abaixo do que seria expectável, numa clara opção estética pela pureza do som ECM.
Ao vivo tudo muda de figura.
Bollani solta-se e com ele também os músicos que o acompanham, com especial evidência para o bateria Morten Lund, o único com verdadeira pedalada para os desafios permanentemente lançados pelo pianista. A ponto de o espectáculo desenvolver um lado manifestamente lúdico que muito contribui para a conquista do público.
Ganha-se em energia e entrega o que porventura se perde em rigor.
Mas Stefano Bollani é assim mesmo, um desafio permanente, para quem o escuta como para quem o acompanha.
A título comparativo oiça-se I’m In The Mood For Love, o álbum que Bollani gravou apenas um ano antes com o seu trio italiano, composto por Ares Tavolazzi e Walter Paoli para a editora japonesa Venus. É outro músico. Os temas surgem com uma irreverência e criatividade tipicamente latinas. O lado negro que percorre as gravações de Eicher desaparece para dar lugar a uma alegria e um swing contagiantes.
Foi esse Bollani que surgiu em palco na Culturgest. Extrovertido, deconcertante, irreverente.
E ainda bem. Pois pudemos presenciar uma apresentação notável de um grande pianista de jazz.
Stefano Bollani Danish Trio
De Regresso ao PREC
Trem Azul
QUA.13.JAN | 19:30 |
PREC - Projecto Ressonante Experimental Criativo
Paulo Chagas - saxofones, clarinetes, oboé, flauta
Fernando Simões - trombones, objectos
Paulo Duarte - guitarras
Música improvisada numa abordagem electro-acústica que percorre oscaminhos do free-jazz e do avant-garde entre outros. A linguagem é a das fusões contemporâneas e desenvolve-se utilizando material proveniente do imaginário musical dos intérpretes, onde coabitam, em sucessivos flashes e de forma por vezes paradoxal, as estruturas caóticas e as soluções de referência.
entrada 3 euros
Jazz 6/4
Há um novo site de jazz em Portugal, dedicado especialmente à crítica discográfica.
Em cada edição, com periodicidade mensal, JAZZ 6/4 apresentará, para cada um de 4 CDs seleccionados, um conjunto de classificações e críticas da autoria de António Branco (Jazz.pt; Improvisos ao Sul), Leonel Santos (JazzLogical), Manuel Jorge Veloso (O Sítio do Jazz; Um Toque de Jazz - Antena 2), Paulo Barbosa (JAZZ XXI; Jazz.pt; Público); Raul Vaz Bernardo (Expresso) e Rui Duarte (Jazz.pt).
Podem visitá-lo em http://jazz6por4.pt.to/
Aqui fica a minha contribuição para a divulgação desta iniciativa e os meus votos dos maiores sucessos para ela e para todos os que com ela colaboram.
A bem do jazz em Portugal.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Agenda Semanal, 11 a 17 de Janeiro
Terça, 12 de Janeiro
19.30h – Casa da Música (Porto) – Daniel Bernardes Trio
Quarta, 13 de Janeiro
19.00h – CCB (Lisboa) – Orangotango
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Longitude Zero
22.00h – Teatro Viriato (Viseu) - Luís Figueiredo Trio
Sexta, 15 de Janeiro
21.30h – Cine Teatro São Pedro (Águeda) - Orquestra Jazz de Matosinhos
21.30h – Cine Teatro Avenida (Castelo Branco) – Janita Salomé
21.30h – Auditório Municipal de Albufeira - João Moreira e Orquestra do Algarve
22.00h – Culturgest (Porto) - Dave Burrell
22.00h – Cine Teatro S. Pedro (Abrantes) – Jorge Esperança Trio
22.00h – Casa do Curro (Monção) – Giselle Mendes Quinteto
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Júlio Resende
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Joana Machado
23.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Manuel Oliveira Trio
01.00h – Breyner 85 (Porto) - Daniela Maia Quarteto
Sábado, 16 de Janeiro
15.00h – Centro Graça Morais (Bragança) - Saxacordeon
18.00h - Fnac Chiado (Lisboa) - Desbundixie
21.30h – Auditório de Espinho – Drumming
21.30h – Cine Teatro Castro Verde – Sérgio Godinho
21.30h – Cine Teatro João Mota (Sesimbra) – La Farse Manouche
21.30h - Fnac Colombo (Lisboa) - Desbundixie
22.00h – Casa da Música (Porto) - João Paulo Esteves da Silva + Dennis González
22.00h – Espaço Pedro Remy (Braga) - Quarteto de Paulo Gomes/Fátima Serro
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Zeca Neves Quarteto
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Joana Machado
Domingo, 17 de Janeiro
15.00h - Fnac Alfragide (Oeiras) - Desbundixie
18.30h – Maxime (Lisboa) - Sei Miguel Edge Quartet & Dave Burrell
19.30h - Fnac Cascais - Desbundixie
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Janeiro no Braço de Prata
Sábado, 9 de Janeiro
22.00h, Sala Nietzsche - Júlio Resende 4teto com João Moreira
Domingo, 10 de Janeiro
22.00h, Sala Nietzsche - Mário Oliveira Quarteto
23.00h, Sala Prado Coelho – Kasutera (Miguel Leiria Pereira & Watanabe Teppe)
6ª feira, 15 de Janeiro
22.30h – Sala Nietzsche – Júlio Resende
23.00h – Sala Prado Coelho – Manuel Oliveira Trio
24.00h – Sala Nietzsche – Bossa e Outras Novas
24.00h – Sala Wittgenstein – Flamenco “El Camiño”
Sábado, 16 de Janeiro
22.00h – Sala Wittgenstein - Yami
22.30h – Sala Prado Coelho – Zeca Neves Quarteto
23.00h – Sala Visconti – Raspa de Tacho
4ª feira, 20 de Janeiro
22.30h – Sala Nietzsche – Mário Oliveira solo
6ª feira, 22 de Janeiro
22.30h – Sala Nietzsche – Júlio Resende
23.00h – Sala Prado Coelho – Spaghetti Jazz
24.00h – Sala Visconti – Mr. Blues
24.00h – Sala Wittgenstein – Boogie Woogie Band
Sábado, 23 de Janeiro
22.00h – Sala Nietzsche – Zé Ernesto Rodrigues
22.30h – Sala Nietzsche – João Paulo
24.00h – Sala Nietzsche – João Hydalgo
5ª feira, 28 de Janeiro
22.30h – Sala Prado Coelho – João Gil
23.00h – Sala Nietzsche – Marta Plantier
6ª feira, 29 de Janeiro
22.30h – Sala Nietzsche – Júlio Resende
23.00h – Sala Prado Coelho – Miguel Sousa
24.00h – Sala Visconti – Roda de Choro de Lisboa
Sábado, 30 de Janeiro
22.30h – Sala Prado Coelho – João Gil
24.00h – Sala Visconti – Groove da Villa
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Agenda Semanal, 4 a 10 de Janeiro
Quarta, 6 de Janeiro
21.30h – Coliseu (Porto) - Mississippi Gospel Choir
Quinta, 7 de Janeiro
21.30h – Theatro Circo (Braga) - Mississippi Gospel Choir
Sexta, 8 de Janeiro
21.30h – Museu do Oriente (Lisboa) – Adriana Miki
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Maria Anadom
22.30h - Braço de Prata (Lisboa) - Júlio Resende 4teto (com João Moreira)
Sábado, 9 de Janeiro
15.00h – Teatro Municipal de Bragança - Vozes da Bulgária: Tríada + Hristov
21.30h – Teatro Miguel Franco (Leiria) - Desbundixie + Maria João e Filipe Melo
22.00h – A Moagem (Fundão) - Tim Tim por Tim Tum
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Júlio Resende & Sofia Vitória
Domingo, 10 de Janeiro
21.30h – Culturgest (Lisboa) – Stefano Bollani Trio
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Júlio Resende em Trio
Júlio Resende Trio
2 de Janeiro, 22.30h
Fábrica Braço de Prata (Lisboa)
Entrei no novo ano jazzístico com o pé direito, assistindo à apresentação do trio de Júlio Resende na Fábrica Braço de Prata, em que o pianista surgiu acompanhado de João Custódio no contrabaixo e de Bruno Pedroso na bateria.
Confesso que sou um adepto fervoroso do trio de piano (quem já leu estas páginas não tinha quaisquer dúvidas a esse respeito) pelo que me agradou particularmente a possibilidade de ouvir o repertório de Júlio Resende neste formato, apesar da enorme valia dos saxofonistas que o têm acompanhado nos discos e em concertos anteriores.
Em trio, a música de Resende fica mais intimista, mais nostálgica, mais subtil até, com o piano e o contrabaixo a repartirem entre si as despesas melódicas da apresentação, superiormente entregues às competentes mãos de Júlio Resende e de João Custódio. Este último com um crescimento notável, tanto em termos técnicos como artísticos, nos últimos anos, que o colocam já entre os melhores intérpretes nacionais do double bass.
Também Bruno Pedroso esteve especialmente bem nesta apresentação, no seu estilo próprio de decompor os temas ritmicamente, de explorar texturas e de comunicar subtilmente com os demais intérpretes. Integrou-se na perfeição e soube enriquecer a apresentação de forma inteligente e personalizada.
Por outro lado este espectáculo permitiu ainda descobrir novos temas no repertório do pianista. Além dos seus originais oriundos do primeiro trabalho discográfico (do segundo curiosamente nada tocou), Resende juntou-lhes alguns standards com novas e interessantes roupagens (memorável a versão de um tema de Bud Powell) e alguns covers dos Radiohead, que acentuaram a sua faceta eclética, a espaços (bem) influenciada pela estética de Brad Mehldau.
Um valor seguro da nossa música, Júlio Resende, numa apresentação feliz e num formato amplamente recomendável.
Já faz falta um disco de Resende em trio.
Júlio Resende Quarteto - Sakatwala (Setúbal,2008)
Júlio Resende 4Teto - "Sakatwala" @ rendezvous 08 from RENDEZVOUSfilm on Vimeo.
Up2Nine
Desbundixie
Featuring Maria João e Filipe Melo
Up2Nine
Ed. Autor, 2009
A Dixieland constitui uma das mais antigas formas conhecidas de se tocar o jazz.
Terá surgido na cidade de Nova Orleans, na Louisiana, por volta de 1910, a Original Dixieland Jass Band, liderada pelo trompetista Dominick James La Rocca, a qual, segundo as palavras de Louis Armstrong, registadas em 1936, “were the hottest five pieces that had ever been known before”.
Com este quinteto o Jazz entrava para a história.
Em 1916 actuava com enorme sucesso, fazendo digressões e até gravando um primeiro disco, espalhando o novo género musical rapidamente até Chicago e Nova Iorque, ao longo da década.
Muitas vezes considerado como o verdadeiro jazz (é a primeira banda que usa o termo jazz – jass até 1917) o estilo Dixieland combinava o Ragtime e o Blues com a improvisação colectiva. Os seus Combos incluíam uma secção rítmica, baixo, trombone, trompete e clarinete. O som definitivo deste novo estilo é criado pela improvisação simultânea dos sopros.
Apesar de constituir um género nascido no seio da comunidade negra e recém libertada da Louisiana, desde cedo que a Dixieland atraiu igualmente músicos brancos, com um som melhor acabado do que os negros, mas menos expressivo. Era a técnica branca contra a alma negra. Era esse o caso da Original Dixieland Jazz Band (ODJB), pioneira desse novo estilo feito pelos brancos de New Orleans, utilizando a improvisação colectiva, sem exageros nos solos. Em 1917 faz sucesso em Nova Iorque e acaba dando o nome de Jazz ao novo género musical surgido no Sul dos Estados Unidos (Jass foi sendo substituído desde então por Jazz).
Foi a 26 de Fevereiro desse mesmo ano que a Original Dixieland Jass Band de Dominick La Rocca se instalou nos estúdios da Victor, em Nova Iorque, e gravou o primeiro disco de Jazz conhecido, intitulado “Livery Stable Blues”. Este vendeu cerca de um milhão de exemplares, batendo todos os recordes de vendas da época.
Os “fundadores” da ODJB, e auto-intitulados, de forma controversa, como os “Criadores do Jazz”, foram “Nick” La Rocca, Larry Shields, Eddie Edwards, Henry Ragas e Tony Spargo (ou Tony Sbarbaro).
A Original Dixieland Jazz Band constitui um marco importante para a história do jazz, pois para além de ser a responsável pelo uso do termo Jazz, foi também pioneira em diferentes sectores: foi a primeira banda a efectuar uma gravação em disco (em 1917, para Columbia e Victor); a vender mais de 1,5 milhões de discos; a viajar pela Europa em 1919 tocando o novo estilo musical; a aparecer num filme (“ The Good for Nothing”, em 1917, dirigido por Carlyle Blackwell e produzido por William Brady); e finalmente a tocar para os militares durante a primeira guerra mundial.
Não terão sido os criadores do jazz, porquanto este nasceu espontaneamente no seio da comunidade negra de Nova Orleans, mas foram os seus principais impulsionadores e divulgadores durante a década de 1910, contribuindo enormemente para o sucesso e implantação do género.
O desenvolvimento deste, primeiro através da Big Bands dos anos 20 e 30 e mais tarde com o nascimento do bop, do cool, do free jazz, e por aí adiante, nunca matou a Dixieland, relegando-a contudo para um controverso papel menor no seio da comunidade do Jazz. Uma espécie de curiosidade arqueológica, um vestígio dos primórdios mais populares do género.
A verdade é que nenhum dos sub-géneros posteriores do Jazz conseguiu transmitir alegria e comunicar com o público como a Dixieland, que ainda hoje constitui um dos mais seguros veículos de divulgação e aprendizagem da estética jazzística aos neófitos. Razão mais do que suficiente para que tantos músicos, um pouco por todo o mundo, a mantenham viva e a ela se dediquem com paixão.
Portugal não é excepção existindo dezenas de grupos de Dixieland, de norte a sul do país, com o Festival de Cantanhede a constituir, desde há 7 anos a esta parte, o ponto de encontro privilegiado para esta comunidade em expansão.
A Desbundixie – New Orleans Traditional Jazz Band – nasceu em Leiria há cerca de 9 anos atrás. Formaram-na jovens músicos oriundos das escolas e bandas locais que procuraram, sobretudo, uma forma divertida e estimulante de exprimirem a sua paixão pela música. Intuitos que a Dixieland serve na perfeição.
Os sete magníficos da Desbundixie são, presentemente, os irmãos César e Flávio Cardoso (saxofone e clarinete), Manuel Sousa (trompete), Ricardo Carreira (trombone), Pedro Santos (banjo e voz), Daniel Marques (tuba) e João Maneta (bateria), a que se juntaram, para este disco, dois convidados de luxo: a mediática voz de Maria João e a irreverência do pianista Filipe Melo.
Depois da estreia discográfica em 2007 com “Kick’n Blow” este “Up2Nine” é um trabalho de continuidade, mas consegue também ser muito mais do que isso. Além da forte aposta em dois nomes consagrados do nosso jazz, seguramente capazes de aumentar a visibilidade do projecto dentro e fora de portas, é notório o amadurecimento musical de alguns dos membros da banda, de que o exemplo do saxofonista César Cardoso será porventura o mais evidente. Nestes dois anos César rumou a Lisboa, passou pela Escola de Jazz Luís Villas-Boas, frequenta presentemente a ESML e fundou o seu próprio quinteto (com Filipe Melo, Bruno Santos, Bruno Pedroso e Demian Cabaud), que deixou já excelentes indicações na sua apresentação no Hot Club de Portugal, seguramente confirmadas no seu primeiro trabalho discográfico, a gravar já este mês de Janeiro, constituído quase exclusivamente por originais do saxofonista.
Tais circunstâncias reflectem-se essencialmente a dois níveis neste novo disco da banda: por um lado no alargamento do repertório, que deixa de incidir exclusivamente na Dixieland para aflorar, ainda que esporadicamente, outras fontes jazzísticas (aproveitando talvez os novos horizontes abertos pela inclusão do piano e da voz de Maria João); mas também pela maior criatividade e protagonismo expressos pelo saxofone, ainda que, na maioria dos temas, as funções melódicas continuem a ser entregues ao excelente trompetista Manuel Sousa.
Se a alegria contagiante da Dixieland continua a brotar, em temas como “The Original Dixieland One-Step”, “Sweet Georgia Brown”, “Rose Hill”, ou “Muskrat Ramble”, já em “Baby, Won’t You Please Como Home?”, a introdução de “After You’ve Gone”, “West End Blues” ou principalmente “What a Wonderful World” não se cingem à Dixieland e buscam novos caminhos para o som do grupo, fruto não apenas da adição do piano mas também da assumpção pelo saxofone de funções por vezes quase bopistas.
Ao aumento da visibilidade do saxofone correspondeu contudo algum apagamento do clarinete, o que é de lamentar atentas as enormes qualidades como solista de Flávio Cardoso, já demonstradas no trabalho anterior e nas apresentações ao vivo da banda. Ainda assim destacam-se alguns solos dignos de registo, como no tema que encerra o disco “China Boy”.
É pois um novo passo seguro na carreira da Desbundixie, a quem é fácil antever amplos sucessos face à qualidade, consistência e ambição do seu trabalho.
São os meus votos sinceros.
Sobre a história da Dixieland:
AS RAÍZES DO JAZZ E A ORIGINAL DIXIELAND JAZZ BAND
MARIA CRISTINA AGUIAR
CLÁUDIA CRISTINA MARQUES VASCONCELOS BORGES
http://www.ipv.pt/millenium/millenium29/19.pdf
Desbundixie – That’s a Plenty
sábado, 2 de janeiro de 2010
Camel Walk
Maria Kannegaard Trio
Camel Walk
Jazzland, 2008
Nascida em 1970, em Copenhaga, mas criada na Noruega desde os 10 anos de idade, Maria Kannegaard começou cedo os seus estudos no piano, logo aos 5 anos. Aos 6 iniciou-se na composição.
Após um início clássico, rapidamente começou a interessar-se pelo jazz, sobretudo por influência de pianistas como Keith Jarret e Bill Evans, que lhe abriram um novo mundo de possibilidades harmónicas. O seu interesse pela harmonia levou-a a estudar aprofundadamente pianistas não melódicos, como Geri Allen ou Herbie Nichols, este último objecto da sua tese final de curso.
Aluna do Conservatório de Trondheim em 1992, acabaria o curso em 1997, ano em que formou igualmente o seu trio com Mats Eilertesen no contrabaixo e Thomas Stronen na bateria. A estreia discográfica ocorreria em 2000, através da editora alemã ACT, com o álbum Breaking the Surface.
Seguir-se-iam Quiet Joy, em 2005, editado pela Jazzland, Maryland em 2007, com chancela da Moserobie, onde Kannegaard junta ao trio o saxofone de Hakon Kornstad e, finalmente, este Camel Walk, editado em 2008 pela Jazzland. Nas gravações mais recentes Ole Morten Vagan (o mesmo que gravou recentemente com o pianista português Júlio Resende) e Hakon MjaJohansen tomaram o lugar, respectivamente, de Eilertsen e Stronen no contrabaixo e bateria.
A música de Kannegaard constitui uma abordagem muito pessoal do jazz. Longe de delinear preciosamente solos e improvisações, a sua música é feita de pequenas nuances, de evoluções graduais e por vezes quase hipnóticas, de composições da sua autoria, numa abordagem colectiva e interactiva.
Maria constrói, a partir de melodias relativamente simples, temas circulares, repetitivos, num claro apelo a uma estética abstracta e, frequentemente, minimalista. Mas não se fica por aqui. Sobre o tema desenvolve então as suas ideias musicais, em cumplicidade com os restantes membros do trio, privilegiando quase sempre o ritmo e sobretudo a harmonia, à melodia.
O resultado é um jazz acústico, frequentemente ambiental, onde as imagens se vão sucedendo. Cada música é quase um quadro, uma fotografia, uma impressão sonora de um tempo e de um espaço. Cada nota uma cor, uma pincelada, uma sombra.
Em Camel Walks as impressões sucedem-se sugeridas até pelos títulos inequívocos: contemplativos como Drifting Down the Nile, A Cup of Coffee and Some Danish Pastries ou Traveling Pass, enérgicos como Haunted ou Camel Walk ou minimalistas como Bits ou Sliding Doors.
Maria Kannegaard desafia assim os fundamentos do tradicional trio de piano sem recorrer a estéticas pop ou ao puro vanguardismo conceptual. A sua música é livre, inconvencional, mas segura, assente nas bases sólidas da tradição jazzística. E por isso consegue atravessar convenções a surgir apelativa a vários tipos de público.
Gostei.
Maria Kannegaard Trio
Braço de Prata
Hot Club Songwriter Series 1
Masterclasses com Moderação de Mafalda Costa
A escola do Hotclube de Portugal vai receber, durante uma semana, 6 figuras emblemáticas da música nacional - 6 escritores de canções e intérpretes de renome. Nestas masterclasses serão abordados diversos temas: escrita de canções e de letras, gestão de carreira, interpretação e métodos de trabalho.
JANEIRO
11 Fernando Ribeiro e Pedro Paixão (Moonspell)
12 Tiago bettencourt
13 Camané
14 Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves (Clã)
15 Sérgio Godinho
16 Sam the Kid
17 Manuel João Vieira
Esta série de Colóquios estará aberta ao público em geral e pretende derrubar as barreiras que existem entre os diversos géneros músicais e estimular a diversidade e musicalidade dos ouvintes, missão constante no Jazz e na música improvisada.
Direccionada a músicos e não músicos, poderão ser colocadas todas as questões aos artistas convidados, que gentilmente acederam ao convite de partilhar a sua experiência directamente com o público.
Para informações adicionais: filipemelojazz@gmail.com ou 91 635 7372
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Por Terras Polacas II
Marcin Olak Trio
Simple Joy
4Ever Music, 2008
Do piano para a guitarra e para outro jovem talento do jazz polaco: Marcin Olak.
Licenciado pela Academia Musical Frederic Chopin, em Varsóvia, em guitarra clássica, Olak tem oscilado entre o repertório clássico e jazzístico, frequentando masterclasses com guitarristas consagrados de ambos os universos musicais, David Russell, Jorge Cardoso, Ralph Towner e Jarosław Smietana.
As suas incursões jazzísticas revestem-se porém do maior interesse porquanto é um dos poucos guitarristas actuais que mostra clara preferência pela guitarra acústica, em detrimento da eléctrica, integrando-a de modo particularmente feliz no jazz contemporâneo.
Recorrendo sobretudo a composições da sua autoria, a música de Olak revela-se contudo devedora das principais influências do jazz norte-americano, onde além do tecnicismo de Ralph Towner, se ouvem ecos da fusão de Pat Metheny ou de John McLaughlin e, ocasionalmente, de alguma americana de Bill Frisell ou do grupo Oregon.
Apesar de demonstrar recursos técnicos notáveis é contudo notório que Olak não é oriundo da escola jazzística. Ao lado de temas mais swingados e onde abre espaços para alguma improvisação, como Dancing Lion ou Song 4.2, surgem outros de matriz clássica onde vem à tona a sua formação erudita, como Backstage Song.
Além deste trio, com Maciek Szczyciński no baixo e Krzysztof Szmańda na bateria, com quem propõe incursões no jazz, Marcin Olak mantém projectos a solo, em ensemble clássico e até acompanhado por orquestra sinfónica.
Simple Joy é o segundo trabalho do trio depois de Zealot, editado em 2005.
Um tecnicista notável que vale a pena descobrir.
Marcin Olak Trio: Simple Joy
Por Terras Polacas I
Piotr Wyleżoł
Piano Trio, 2007
O jazz polaco permanece entre nós pouco mais do que desconhecido.
Se excluirmos o veterano Tomasz Stanko, que se transformou, nos últimos anos, numa das estrelas da ECM, com concertos um pouco por todo o mundo (esteve na Culturgest em Fevereiro de 2008, num memorável espectáculo) e os seus sidemen Marcin Wasilewski no piano, Slawomir Kurkiewicz no contrabaixo e Michal Miskiewicz na bateria, emancipados por Manfred Eicher num projecto em trio, denominado Simple Acoustic Trio, já com dois álbuns editados pela ECM (o segundo em 2009 sob o nome Marcin Wasilewski Trio), e ainda o jovem e brilhante pianista Leszek Mozdzer, apresentado ao público internacional pela também alemã ACT, em duo com o experiente contrabaixista sueco Lars Danielsson, pouco mais oriundo do jazz polaco mereceu edição portuguesa ou mesmo internacional.
Mas o jazz polaco promete muito mais, com vários jovens músicos de enorme qualidade a surgirem, após carreiras académicas impressionantes, integrados em formações internacionais.
É o caso do pianista e compositor Piotr Wyleżoł, nascido em 1976 e que, aos 10 anos de idade, já tocava concertos para piano de Mozart e Beethoven, acompanhado pela Rybnik Philharmonic Orchestra!
Concluiu em 1995 o curso de piano da escola musical de Katowice e em 2000 a licenciatura em jazz da Academia Karol Szymanowski, na mesma cidade, onde foi aluno de Wojciech Niedziela.
Em 2007 foi integrado como docente na Academia Musical de Cracóvia, como responsável pelo Departamento de Jazz e Música Contemporânea.
Desde cedo apontado como um pianista de excepção, integrou, ainda estudante, formações de destacados músicos de jazz polacos, como Janusz Muniak, Jarosław Śmietana e Marek Bałata, sendo presença assídua nos projectos actuais de Nigel Kennedy, Jarosław Śmietana, e Ewa Bem.
Entretanto fundou o seu trio, com o qual lançou um primeiro disco como líder em 2001, denominado Yearning, com Łukasz Żyta na bateria e o baixista Adam Kowalewski. A esta estreia seguiu-se, em 2006 (editado em 2007), este Piano Trio, em que Kowalewski foi substituído por Michał Barański. Já em 2009 surgiu o primeiro trabalho para uma editora estrangeira, a espanhola Fresh Sound Records, denominado Children's Episodes, em que o pianista mantém a formação de Piano Trio.
Neste disco Wyleżoł revela-se um brilhante compositor e invejável tecnicista. O álbum abre com Definitely, um tema com fortes influências do hard bop norte-americano e onde se adivinharia (erradamente) uma formação Berkleyiana… A boa influência de Bill Evans sente-se na partilha entre os músicos, com Barański e Żyta a alternarem no protagonismo do tema, revelando, também eles, qualidades assinaláveis nos respectivos instrumentos. Um jazz adulto e com o pianista e compositor a demonstrar que conhece bem as boas referências do género.
Segue-se uma balada, curiosamente denominada Mojo (uma palavra que lembra Austin Powers e Quincy Jones). Uma vez mais vêm ao de cima as assinaláveis qualidades técnicas e de composição do pianista. Bela, imaginativa, superiormente arranjada e com um desenvolvimento em crescendo que mostra capacidade de improvisação dos três músicos.
Em Taboo to Love Wyleżoł insiste nas baladas, agora com uma pulsação latina de fundo. Melódica e cativante é, uma vez mais, a herança de Evans que vem à lembrança. Um belíssimo solo de contrabaixo demonstra que este trio é muito mais do que um mero acompanhamento do virtuosismo do pianista.
À pergunta Who Am I? o pianista responde com uma inspirada composição onde o bop e a fusão se conjugam pelo virtuosismo dos solos. Seguramente recursos e cultura musical não faltam a este trio!
Lonesome Dancer regressa a uma toada mais nostálgica mas servida por uma exímia capacidade melódica e uma superior criatividade. Mais uma balada de sonho, em blues, que revitaliza os clássicos e demonstra o quanto o jazz actual è deles devedor.
Em By the Way o trio aventura-se por territórios mais ambientais, mostrando, a propósito, que o seu léxico abrange igualmente as linguagens jazzísticas norte-europeias, onde aliás se integra por direito próprio.
Mas para que a depressão se não apodere do ouvinte segue-se um regresso seguro ao universo bop, em Double Exposure. Improvisação, criatividade e swing, qb.
Há ainda tempo para uma valsa Stolen Waltz, que, se é roubada, não consta que tenham sido apresentadas queixas. Se bem que o fantasma de Bill Evans e da sua Waltz for Debby estejam à espreita… E ainda para Dr. Holmes em que o hard bop é revisitado com enorme criatividade, destacando-se a excelente composição rítmica de Żyta, a fechar com chave de ouro um disco memorável.
Um excelente trio de piano em qualquer parte do mundo.
Recomenda-se.
Piotr Wylezol Trio feat Kenny Wheeler "Where Do We Go From Here"
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