terça-feira, 23 de março de 2010

Festa do Jazz, 8ª Edição


8ª FESTA DO JAZZ DO SÃO LUIZ
16, 17 e 18 de Abril de 2010

Durante três dias o palco e o espaço de encontro do jazz é no São Luiz numa festa de jazz português, um estado da arte do que é ensinado, criado e interpretado ‘por cá’. Cruzam-se no São Luiz, nos dias da festa, nomes conhecidos e nomes desconhecidos, gente mais nova e gente mais velha, jovens promessas e reconhecidos valores do jazz nacional.

Direcção Artística Carlos Martins
Produção Executiva Luís Hilário
Co-organização SLTM ~ Associação Sons da Lusofonia

Apresentação

A 8ª Festa do Jazz do São Luiz, pretende, na continuidade do que aconteceu nas edições anteriores, ser um evento que, ao longo de 3 dias e de mais de 40 horas de espectáculos, vai animar 4 salas do referido Teatro, com Jazz feito no nosso país por alunos de Escolas de Música e por músicos profissionais, que em alguns dos casos, incluem, convidados estrangeiros de reconhecido mérito.

A proposta para a realização da 8ª edição da Festa do Jazz, assentou no indiscutível êxito das edições anteriores. Assim, manter-se-ão os 4 espaços do Teatro que ultimamente têm sido utilizados, incluindo consequentemente, o excelente espaço “conquistado” na edição de 2006 que é a Sala Estúdio Mário Viegas. Para esta sala serão programados, tal como tem acontecido, projectos esteticamente diversificados, que fundamentalmente por razões de mercado, não atingiram ainda a notoriedade que a nosso ver merecem. Como é facilmente compreensível a maioria dos músicos portugueses que se dedicam a esta expressão musical fazem parte deste grupo, merecedor de atenção.

No entanto e tal como nas edições anteriores, a 8ª Festa do Jazz tem como objectivo principal dar a conhecer o trabalho desenvolvido por uma boa parte das Escolas que de norte a sul do País se dedicam ao ensino desta música.
Esta mostra será mais uma vez, feita através da apresentação ao vivo de combos de alunos, sugeridos pelas respectivas escolas. Os referidos (13) combos actuarão, como tem sido habitual, na sala denominada Jardim de Inverno, no período compreendido entre as 14h00 e as 19h00 dos dias 17 e 18 de Abril. Tal como nos anos anteriores, um júri composto por 3 especialistas convidados, votará o Melhor Combo, o Melhor Instrumentista e prováveis Menções Honrosas.

As Escolas convidadas a participar, apoiarão (à semelhança do que aconteceu em edições anteriores) os seus alunos com o transporte até ao Teatro. A Festa do Jazz contribuirá com alojamento para os alunos que vivam fora da região de Lisboa e com um per-diem para todos estes participantes. Possibilitar-se-á também aos jovens estudantes, o livre acesso a todos os concertos e iniciativas da Festa do Jazz, assim como o contacto com outros músicos não só no convívio que a Festa proporciona, mas também através das “masterclasses”, e das “jam-sessions”.

Para além dos concertos, masterclasses e jam-sessions, outra vertente da Festa do Jazz é disponibilizar a todos os participantes e público, a possibilidade de adquirirem C.Ds de jazz, onde músicos nacionais e estrangeiros estão representados, criando para isso durante o decorrer do evento, uma Feira do Disco. Existirá também um espaço de exposição com equipamentos musicais.

Os Destaques de Carlos Martins

“Não sei se felicidade é a palavra certa é mais como uma energia positiva. É impossível simplesmente desistir.” Pina Bausch

É simplesmente impossível desistir. A energia positiva que se desprende de todos e de cada um é a Festa do Jazz do São Luiz. Para chegar a esta simplicidade foi necessário talento, trabalho, paixão e uma visão. Foi necessário criar comunidade e confiança, focagem e abertura. Algo difícil entre nós, portugueses. Mas que os músicos de “Jazz” e a organização da Festa conseguiram fazer em conjunto. É bom reter esta memória do trabalho colectivo. É impressionante como nos podemos surpreender após oito anos.

Gostaria de realçar três pontos nesta oitava edição:

- Decidimos dedicar um dia, o primeiro, ao Hot Club de Portugal.
Depois da catástrofe que foi o encerramento da histórica cave que deixou muitos músicos de jazz sem a sua “casa”, sentimos que a partilha da perda entre músicos, artistas, redes sociais, imprensa, etc, revelou, nesta irónica mutilação, o reconhecimento da sua sublime importância. O que durante mais de 60 anos se passou, nas linhas e entrelinhas das variadas vivências daquele espaço, a influência que teve na vida artística e cultural de Lisboa e do País e a generosidade e altruísmo que emanaram do fundador, Luiz Villas-Boas, são razões mais do que suficientes para esta homenagem ao “Hot na Festa”. Esta “energia positiva” levou à criação de um espectáculo único com participações de várias áreas artísticas.

- O critério que presidiu à escolha dos músicos e grupos convidados em 2010 para os principais concertos dos dias seguintes, têm a ver com a produção de novos discos, recentemente editados ou a editar em breve, com a ajuda da Festa do Jazz (alguns destes trabalhos integram músicos internacionais de grande qualidade, algo que incentivamos para que no próximo ano nos dediquemos à internacionalização do jazz português). Acreditamos que podemos assim realçar a importância da preservação da memória fonográfica de um dos melhores períodos da história do jazz português para o qual a Festa do Jazz tanto tem contribuído. As raras excepções, que resultam de novas propostas por nós apadrinhadas, sublinham a regra deste ano.

- Continuamos a promover o único concurso entre escolas de jazz do País. O que começou por ser uma simples apresentação do trabalho realizado por alunos e professores nas escolas de jazz nacionais, transformou-se numa saudável competição entre os combos mais avançados dessas escolas. A simplicidade da mostra mantém-se. O que melhorou exponencialmente e tornou mais complexa a tarefa do júri, foi a qualidade dos grupos e dos solistas. Os prémios ou menções honrosas, que têm um valor simbólico e não monetário, são altamente estimulantes no início de carreira. Para alguns há um antes e um depois do qual, esperamos, “é impossível simplesmente desistir”.

Carlos Martins
Director Artístico


Programa

16 de Abril
19.00h - Jardim de Inverno - Big Band Escola Luiz Villas-Boas HCP
Big Band Escola Luiz Villas-Boas
Direcção: Luís Cunha

A Escola de Jazz Luiz Villas-Boas / Hot Club de Portugal, promove um ensino baseado na prática e na experiência em conjunto. Em 2009, a direcção pedagógica da escola decidiu, reactivar a disciplina de Big Band com a finalidade de proporcionar aos alunos o contacto directo com o repertório característico das Orquestras e a especificidade da prática musical numa formação deste tipo. Esta Big Band, ainda em fase de formação, será dirigida e coordenada por Luís Cunha e iniciará a sua preparação em regime de estágio, poucos dias antes deste concerto. A sua constituição será anunciada no dia da abertura da 8ª Festa do Jazz do São Luiz, “A Festa do Jazz Português”.

21.00h - Sala Principal - O Hot na Festa
Espectáculo com a participação de: António José Barros Veloso, Bernardo Moreira, Bernardo Sassetti, Camané, Carlos Bechegas, Carlos Martins, Inês Laginha, João Farinha, João Lencastre, João Paulo, José Duarte, Luís Lucas, Manuel Jorge Veloso, Maria João, Nelson Cascais, Paulo Curado, São José Lapa, Tiago Bettencourt, Tiago Maia, Vera Mantero, entre outros.

O “Hot na Festa” do Jazz é um pequeno episódio da grande série de frequências que ao longo dos vários anos habitaram as noites da cave da Praça da Alegria. Entre alguns amigos e reconhecidos frequentadores pensámos criar este espectáculo como um contributo de várias áreas artísticas que são ocupação de uma grande variedade de pessoas que pelas noites e madrugadas do Hot passaram e sobreviveram. É um tributo ao Hot Clube de dentro e de fora, com artistas/pessoas que fazem ou fizeram música e outros que fazem e refazem outras artes com uma coisa em comum: o brilho das memórias de partilha, aprendizagem e divertimento que algumas sessões nos proporcionaram. Um tributo também à pluralidade e cidadania que o Hot nos transmitiu. Um espectáculo colectivo com Pop, Movimento, Representação, Poesia, Fado, Jazz, Performance e “desInstalações”.” Carlos Martins

22.30h - Sala Principal - Septeto de Jazz Hot Clube de Portugal
Septeto Hot Clube de Portugal
Bruno Santos - guitarra
João Moreira - trompete
Claus Nymark - trombone
Pedro Moreira - sax tenor
Rodrigo Gonçalves - piano
Bernardo Moreira - contrabaixo
André Sousa Machado - bateria

O Septeto do Hot Clube de Portugal foi criado em 2001 e é composto por docentes da Escola de Jazz Luiz Villas-Boas. Com músicos reconhecidos no panorama musical nacional, este grupo pretende ir ao encontro de um dos objectivos do Hot Clube, tal como foi idealizado pelo seu fundador: a divulgação da Música Jazz. Tendo já actuado um pouco por todo o país: AngraJazz, FozJazz, Madeira, Festival Jazz Valado, etc... , passando como não poderia deixar de ser, pela “velha”(agora, extinta) sala de concertos do Clube, este Septeto, em 2008 - ano em que o Hot Clube de Portugal comemorou os 60 anos de existência - apresentou um repertório original de Bruno Santos, seu actual director musical. Influenciado pelas sonoridades de músicos como
Wayne Shorter, Joe Henderson, Herbie Hancock ou Dave Douglas, o seu actual estilo pode ser considerado como uma fusão de correntes "mainstream" com novas tendências. Este repertório foi recentemente editado no primeiro disco do Septeto.

24.00h - Jardim de Inverno - Jam-session Hot Clube
Jam-Session Hot Clube
Daniel Hewson - piano + Zeca Neves - contrabaixo + Pedro Viana - bateria

Todas as noites a Festa do Jazz termina em Jam-Session! Pretende-se que nestas jams participem alunos e professores, músicos consagrados e em princípio de carreira. É esta troca de conhecimentos e sensibilidades musicais que tem servido de mote à Festa do Jazz, desde a primeira edição.
O primeiro dia da Festa, dedicado neste momento particular e por razões óbvias, à mais antiga instituição que em Portugal se dedica à divulgação do Jazz, o Hot Clube de Portugal, terá uma jam-session promovida pelo Clube. Espera-se que muitos dos seus músicos amigos, possam estar presentes e que nela participem. O Trio “base” que dará inicio à jam-session será constituído por Daniel Hewson , Zeca Neves e Pedro Viana. Dois deles, são actualmente professores da Escola do Hot Clube, Zeca Neves, foi aluno, professor e membro de uma das bandas que representaram a instituição entre 1990 e 95.

17 de Abril

14.00h/19.00h - Jardim de Inverno - Concertos com os Combos das Escolas de Jazz

15.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Masterclass com Jorge Rossy
Jorge Rossy , nasceu na Catalunha e começou a tocar bateria com 11 anos de idade. Entre 1982 e 89 toca por toda a Espanha, com músicos da cena local como Perico Sambeat, Chano Domínguez, Tete Montoliu, Carlos Benavent, entre outros e também com músicos “internacionais” como Woody Shaw, Jack Walrath, Sal Nistico, Dave Schnitter ou Kenny Wheeler. Em 1989 muda-se para os EUA e pouco tempo depois integra o trio do pianista Danilo Perez e o Paquito D’Rivera (clarinete) Quartet. A partir de 1991 começa a trazer a Espanha, os seus colegas, Joshua Redman, Mark Turner, Brad Mehldau, Kurt Rosenwinkel, Seamus Blake, Chris Cheek, Kevin Hayes,... Em 1995 o Brad Melhdau Trio, com Larry Grenadier e Jorge Rossy, grava pela primeira vez para a Warner Bros. Esta colaboração iniciou uma série de mais de 10 CDs, considerados por muitos como uma nova abordagem na arte do Piano Trio, depois da produzida por Keith Jarrett. Para além da bateria, Rossy tem-se dedicado também ao piano com o qual se tem apresentado em concerto. Até hoje, Jorge Rossy gravou mais de 80 discos como “sideman” e dois como líder do seu próprio grupo.

16.00h - Spot São Luiz - Gonçalo Prazeres + Ricardo Barriga
Gonçalo Prazeres / Ricardo Barriga
Gonçalo Prazeres - sax alto
Ricardo Barriga - guitarra

Este Duo de saxofone alto e guitarra é formado por dois amigos e colegas que partilham o gosto pela procura de novos universos musicais e desafios de improvisação. Gonçalo Prazeres e
Ricardo Barriga apesar de liderarem projectos distintos são também cúmplices nas suas influências eclécticas, baseando o repertório do Duo em temas originais e arranjos de “standards”Jazz e músicas Pop/Rock.

17.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Jorge Moniz “Deambulações”
Jorge Moniz “Deambulações”
Mário Delgado - guitarra
Júlio Resende - piano, melódica
João Custódio - contrabaixo
Jorge Moniz - bateria
convidado: Hugo Alves - trompete, fliscorne

Jorge Moniz, para além de activo baterista da cena nacional, tem também desempenhado um importante papel como pedagogo. Com o seu disco de estreia “Deambulações”, Moniz mostra-nos um irrepreensível bom gosto no desenho dos temas, nos arranjos, na precisão das intervenções e na escolha dos parceiros musicais: Júlio Resende, Mário Delgado, João Custódio e Hugo Alves. O disco conta ainda com Carlos Barretto (contrabaixo) como convidado especial. Como escreveu António Branco nas notas da capa de “Deambulações”,... “escutado o disco, fica particularmente claro que, para Jorge Moniz, a música não tem fronteiras, sendo antes terreno fértil para cruzamento de linguagens e vivências. Motiva-o o impulso da descoberta e da mudança. Esquivando-se a catalogações, a sua música é elegante e límpida, mas nem por isso menos desafiante.”

18.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Demian Cabaud Quarteto
Demian Cabaud Quarteto
João Guimarães - sax alto
José Pedro Coelho - sax tenor
Demian Cabaud - contrabaixo
Marcos Cavaleiro - bateria

O mais recente CD do contrabaixista Demian Cabaud, “Ruínas”, mostra-nos várias facetas deste musico argentino, que vindo dos EUA há já 5 anos, se integrou com naturalidade e competência na cena jazzística portuguesa. Este grupo, um quarteto sem instrumento harmónico, constituído por excelentes músicos oriundos do norte do país, membros inquestionáveis da Orquestra de Jazz de Matosinhos, já certezas do jazz nacional, interpretará melodias escritas por Demian e outros momentos improvisados que completam a narrativa que é o CD “Ruínas”. Esta música soa-nos sempre natural e no registo discográfico a presença em algumas das faixas de um quinto elemento, o pianista Leo Genovese, vem preencher espaços que não sabíamos existir, e adiciona magia a momentos já brilhantes por si só.

19.00h - Sala Principal - Saxofínia + Banda da Armada Portuguesa
Saxofínia + Banda da Armada Portuguesa
José Massarrão - sax soprano
José Lopes - sax alto
Mário Marques - sax tenor
Alberto Roque - sax barítono
Banda da Armada : Direcção - Maestro Délio Gonçalves convidados: André Santos - guitarra / Iuri Gaspar - piano

O Quarteto de Saxofones “Saxofínia” surgiu em 1987 no Conservatório Nacional de Lisboa, na classe de saxofone do Professor Vítor Santos e desenvolve a sua actividade promovendo a música original para este tipo de formação, bem como encomendando obras a compositores portugueses. As suas áreas musicais abrangem as músicas ditas “Clássica”, “Jazz” e “Contemporânea”, tendo nesta última expressão realizado estreias absolutas de obras de António Pinho Vargas, Christopher Bochmann, Daniel Schvetz, Eurico Carrapatoso e José António Lopes.
Em 1903 a “Banda dos Marinheiros” realizou aquelas que são as primeiras gravações efectuadas em Portugal, num total de 26 temas (e outros tantos discos) dos quais existe um exemplar no nosso país e os restantes 25 nos arquivos da EMI em Inglaterra. Desde então, a Banda da Armada tem desenvolvido um trabalho de grande interesse público, tanto ao nível do cerimonial militar e do protocolo de Estado, como no âmbito cultural. Tendo realizado concertos por todo o território português e no estrangeiro, a Banda da Armada tem-se pautado por uma constante evolução e inovação, como é exemplo a inclusão de elementos exteriores ao seu quadro, em variadas apresentações públicas. Actuações conjuntas com a Orquestra Metropolitana de Lisboa e vários grupos corais, assim como vozes e instrumentos solistas são disso exemplo. Fazem parte dos seus quadros alguns dos melhores instrumentistas portugueses da actualidade e ao longo da sua história têm despontado nas suas fileiras, vários compositores de reconhecido mérito. Actualmente, a Banda é dirigida pelo Maestro Délio Gonçalves (1º Tenente Músico, subchefe da Banda da Armada).
O concerto da Festa do Jazz é mais um exemplo dessa evolução e interesse na troca de experiências que a Banda da Armada tem promovido. A ideia teve como ponto de partida os instrumentos de sopro, património comum entre o Jazz e a música erudita, sendo o principal “motor” do concerto a obra “Minton´s Playhouse”, inspirada no homónimo clube de Jazz existente nos anos 40 em Nova Iorque, importante promotor do estilo Bebop. Esta obra invoca a essência do Bebop, integrando num discurso moderno uma orquestração menos frequente na
prática do Jazz. O concerto desta noite que conta também com a participação dos convidados André Santos (guitarra) e Iuri Gaspar (piano), consiste das seguintes obras:
1) Stan Kenton Today ( K.Hanna / P.Rugolo - arr. Koos Mark).
2) Chicago Concerto, para Orquestra e Saxofone Barítono (Richard Peaslee).
Solo dedicado a Gerry Mulligan. Solista - Alberto Roque.
3) Concerto para Saxofone Alto (Mike Mower). Solista - Mário Marques
4) Minton’s Playhouse (James Syler).
5) Sing, Sing, Sing (Louis Prima - arr. Diek Ravenal).

19.00h - Spot São Luiz - Gonçalo Prazeres + Ricardo Barriga

20.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Nuno Costa Quinteto
Nuno Costa Quinteto
João Moreira - trompete
Nuno Costa - guitarra
Oscar Graça - piano, teclados, laptop
Bernardo Moreira - contrabaixo
Marcos Cavaleiro - bateria

Nuno Costa iniciou os seus estudos musicais na Academia de Amadores de Música, em 1998. Posteriormente, ingressou na Escola do Hot Clube Portugal, tendo em 2002 recebido uma bolsa para a conclusão dos seus estudos. Mais tarde, novamente como bolseiro, prossegue a sua formação na Berklee College of Music (EUA), tendo terminado o curso de “Film Scoring” em 2005. Actualmente é responsável por diversos projectos de música para imagens. Paralelamente, mantém um papel activo na cena jazzística nacional tendo estreado recentemente o seu primeiro CD "Reticências entre Parênteses", com edição da TOAP. Considerado um dos melhores discos do ano de 2009, nele transparece uma forte componente visual, fugindo a fórmulas e estruturas pré-definidas. Intimamente ligado ao universo cinematográfico e com um repertório exclusivamente constituído por originais , “este disco revela um projecto original e ambicioso...Uma obra coesa, de enorme coerência e francamente apelativa."

21.00h - Sala Principal - Bernardo Sassetti Trio “Motion”
Bernardo Sassetti Trio - Motion
Bernardo Sassetti - piano
Carlos Barretto - contrabaixo
Alexandre Frazão - bateria

“ Hoje, enquanto escrevo este texto, vivo uma relação profunda entre música e imagem, da fotografia e do cinema, às quais me tenho dedicado com verdadeiro entusiasmo na última década....Passaram 12 anos, desde o nascimento deste Trio. A música para ele composta nasce do nada, apenas ideias que decorrem do pensamento e da imagética do inconsciente. E tal como as palavras de uma obra poética, revelam-se lugares imaginários, e descobre-se um espírito elevado de partilha em volta de movimentos circulares - muitas vezes repetitivos - como se existisse a necessidade de perpetuar um momento ou um determinado espaço, tornando-os de alguma maneira palpáveis...Interpretar histórias em trio, com três instrumentos diferentes que se complementam de forma tão subtil, é para mim a representação máxima da ficção, da introdução do espaço e do momento, do diálogo simultâneo, da provocação artística e da procura conjunta de novos caminhos...Muito do que hoje sei devo-o a este Trio, ao Carlos - irreverente como poucos, sempre em constante diálogo com os outros, "astrológico" - e ao Alexandre - simultaneamente pela força e subtileza que se ouve nas sonoridades da sua bateria e pela energia que dá à dinâmica do Trio. É por esta energia - quase telepática - e pelos caminhos da música no momento que nos deixamos levar, onde eles nos fizerem chegar “.
Excertos de um texto de Bernardo Sassetti, 2009

22.30h - Sala Principal - Júlio Resende “International” Quartet
Júlio Resende International Quartet “Jazzatustra”
Perico Sambeat - sax alto, soprano
Júlio Resende - piano
Ole Morten Vägan - contrabaixo
Joel Silva - bateria
convidada: Manuela Azevedo - voz

Júlio Resende International 4tet é o novo grupo do pianista e “Assim Falava Jazzatustra” o seu novo disco. “Da Alma” (“From the Soul”) o seu primeiro disco foi uma excelente estreia. O mais recente CD, “Assim Falava Jazzatustra”, saiu em Outubro de 2009, contando com os músicos que aqui o acompanham. Perico Sambeat, um dos melhores, talvez o melhor, saxofonista do país vizinho, Ole Morten Vägan conceituado contrabaixista norueguês e Joel Silva, baterista português, pertencente a uma nova geração de excelentes músicos, confirmam-nos a qualidade deste projecto. Por fim e como convidada especial, o Quarteto contará ainda com a participação de Manuela Azevedo, a voz da reconhecida banda portuense, Clã.

24.00h - Jardim de Inverno - Combo 2009 da Escola de Jazz do HCP
Combo Escola Luiz Villas-Boas / HCP - 2009
André Murraças - sax tenor
Tiago Machado - guitarra
Íris Sarai - piano
Francisco Brito - contrabaixo
Vasco Furtado - bateria

Este Quinteto que aqui se apresenta, foi premiado na edição de 2009 da Festa do Jazz, como o melhor Combo de entre os que representaram as diversas Escolas de Música (cursos não Superiores) no concurso que a Festa desde sempre realiza.
Nem todos os elementos deste grupo, continuam alunos da Escola do HCP, no entanto e seguindo uma já tradição da Festa do Jazz este concerto é uma consequência e também um complemento ao prémio que mereceram no concurso da 7ª Festa do Jazz.

01.00h - Jardim de Inverno - Jam-Session

18 de Abril

14.00h/19.00h - Jardim de Inverno - Concertos com os Combos das Escolas de Jazz

15.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Masterclass com Bill McHenry
Bill McHenry nasceu no Maine (EUA) em 1972. Começou a estudar saxofone aos 10 anos de idade e aos 14 entrou na Interlochen Arts Academy onde esteve 4 anos até ingressar no New England Conservatory. Em 1992 mudou-se para Nova Iorque e começa a tocar regularmente com Reid Anderson, Ethan Iverson, Guillermo Klein, Rebecca Martin, Chris Lightcap ou Ben Waltzer, assim como a liderar o seu próprio grupo com o guitarrista Ben Monder, ao qual se juntam Reid Anderson (contrabaixo) e Paul Motion (bateria). Com esta formação gravou “Bill McHenry Quartet, featuring Paul Motion” e actou variadissimas vezes no clube Village Vanguard. Ao longo da sua carreira McHenry tocou com músicos com Charlie Haden, Andrew Cyrille, Henry Grimes, John Abercrombie ou Norah Jones.
Ben Ratliff, crítico de música do New York Times, escreveu: “There are tons of young jazz saxophonists out there pursuing ideas of harmony and structure and rhythm, but he has something rare going for him. He has a sound. Mr. McHenry is a fresh new voice: He can play with unorthodox structure and get as free as you want, but he maintains a ripe, lovely tone straight out of the 1950's. Lyrical is probably the most overused word in jazz criticism, but if anyone deserves the word, Mr. McHenry is the one."

16.00h - Spot São Luiz - Daniel Vieira + João Custódio
Daniel Vieira / João Custódio
Daniel Vieira - sax alto
João Custódio - contrabaixo

Daniel Vieira e João Custódio são dois jovens músicos que fazem parte de uma geração já com grande experiência profissional. Fazendo ambos parte de projectos diversos não é por acaso que se reencontram neste Duo. Aqui apresentam um trabalho que estilísticamente tem muitos pontos em comum. Apesar de no passado já se terem encontrado em bastantes projectos, é neste formato que podem partilhar de uma forma mais intensa, o gosto por uma procura constante de novas sonoridades.

17.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Gonçalo Marques Trio + Bill McHenry
Trio de Gonçalo Marques + Bill McHenry
Gonçalo Marques - trompete Bill McHenry - sax tenor Demian Cabaud - contrabaixo Bruno Pedroso - bateria

Gonçalo Marques estudou na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal e no Berklee College of Music (EUA). Considera que os professores que mais o influenciaram foram João Moreira e John McNeill. Actualmente, para além de estar activamente envolvido no meio Jazzístico português, é professor da Escola do Hot Clube, da ESML e director pedagógico do "Férias com Jazz", uma iniciativa do CCB. O Trio de Gonçalo Marques nasceu há cerca de 3 anos e tem-se apresentado com regularidade um pouco por todo o país. Este concerto tem como referência e temática a gravação do seu primeiro CD "Da Vida e da Morte dos Animais" para a editora TOAP. O seu repertório é composto exclusivamente de temas originais e conta com a participação de Bill McHenry, um dos mais originais saxofonistas do Jazz actual. Será um privilégio para podermos também contar com ele neste concerto da Festa do Jazz do São Luiz.

18.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Alexandre Diniz Quarteto “Alba”
Alexandre Diniz Quarteto “Alba”
Alexandre Diniz - piano
António Pinto - guitarra
Massimo Cavalli - contrabaixo
Carlos Miguel - bateria

O Alexandre Diniz Quarteto nasceu em 2007 da vontade de criação de temas originais que reflectissem um som contemporâneo, partindo do chamado jazz americano, para uma exploração de elementos mais comuns no jazz europeu. “Alba”, o primeiro disco de Alexandre
Diniz como líder deste quarteto, é quase todo constituído por composições suas e do guitarrista António Pinto, além de duas versões, “Slink” e “Dienda”, respectivamente de Lyle Mays e Kenny Kirkland. Na essência de “Alba” está a busca de um som de quarteto, quase sempre sem dobragens, em que o único instrumento eléctrico é a guitarra. “Alba” reflecte ainda a ideia de que o jazz é uma música do mundo, em que cada cultura a observa da sua perspectiva e para ela contribui.

19.00h - Sala Principal - Orquestra de Jazz de Lagos
Orquestra de Jazz de Lagos
Direcção: Hugo Alves António Flosa, Paulo Rodrigues, Pedro Rijo, José Santos, Eveline Sakkers - saxofones Roger Clarke, Helder Vicente, Luciano Santos, Ray Charsley - trombones Hugo Alves, Claúdio Gomes, José Fernando Santos - trompetes Ricardo Coelho - piano / Hugo Santos - contrabaixo / Filipe Sequeira - bateria José Ribeiro - voz

A Orquestra de Jazz de Lagos / Associação Músicas No Sul, nasceu em 2004 de uma ideia do músico Hugo Alves, contando desde o início com o Alto Patrocínio da Câmara Municipal de Lagos. Três meses após o seu primeiro ensaio, a OJL apresentou-se ao público, também pela primeira vez, com uma formação que incluía 18 músicos. Seu mentor e director, Hugo Alves, trompetista importante da cena jazzística, já com três CDs editados em seu nome, tem com esta formação, a possibilidade de pôr em prática toda a experiência adquirida em Big Bands, ao longo de vários anos de actividade. Hoje, a OJL executa mais de 150 temas em permanência, organizados em cinco repertórios que visam a maior parte dos clássicos de Big Band (Ellington, Basie, Miller, Nestico...). Com uma média de 50 concertos/ano a OJL, já actuou em diversos contextos tendo contado com inúmeros convidados, como Bobby Medina, Ricky Taylor, José Menezes, Luís Cunha, Lars Arens, entre outros. A OJL detém Declaração de Elevado Interesse Público, atribuída pelo Ministério da Cultura.

19.00h - Spot São Luiz - Daniel Vieira + João Custódio

20.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Tetterapadequ “Quartet”
“Tetterapadequ”
Daniele Martini - sax tenor Giovanni Di Domenico - piano Gonçalo Almeida - contrabaixo João Lobo - bateria

"Tetterapadequ é um quarteto de jazz direccionado para uma vertente de improvisação livre, que representa o encontro entre dois músicos lisboetas, Gonçalo Almeida e João Lobo, e dois músicos romanos, Giovanni Di Domenico e Daniele Martini. Duas latitudes diferentes que se cruzaram na Holanda , quando os quatro músicos aí estudavam nos conservatórios de Haia e Roterdão e que originou a formação deste quarteto, em 2005. Em 2008 o quarteto lançou o seu primeiro disco "and the missing R" pela editora portuguesa Cleanfeed.

21.00h - Sala Principal - André Fernandes Peter Rende Matt Pavolka Jorge Rossy
“Fernandes - Rende - Pavolka - Rossy”
André Fernandes - guitarras eléctrica e acústica
Peter Rende - piano, fender rhodes, acordeão
Matt Pavolka - contrabaixo, baixo-eléctrico
Jorge Rossy - bateria

“Este grupo foi imaginado a pensar primeiro no Peter Rende, nas suas cores, sensibilidade e sons. Será uma estreia nesta edição da Festa do Jazz e o plano é fazer deste encontro um novo CD. A história é longa; conheci-o, entre tantos sítios possiveis, em Tel-Aviv, há 14 anos. Desde logo ficámos amigos e pouco tempo depois começámos a tocar juntos, em Portugal, em Nova Iorque, onde nos encontrássemos. A música parece juntar pessoas com as mesmas afinidades, de uma forma natural. Também com sentido de humor comum. Gravou três dos meus discos, e foi crucial na descoberta da minha identidade musical. Creio que nem ele, na sua genuína
humildade, sabe disto. Através do Pete, conheci muitos músicos que vivem a música da mesma forma que nós, e através desses, muitos outros. Um deles foi o Matt Pavolka. O seu mundialmente conhecido mau feitio (e simultânea simpatia e sentido de humor) transparecem no seu som cheio, preciso, humano, sólido e solto como só acontece em artistas que são o que tocam e vice-versa. E através dos dois, conheci agora o Jorge Rossy, com quem há já muitos anos, ambicionava tocar. Não sei o que vai acontecer, mas tenho esperança “.
André Fernandes.

22.30h - Sala Principal - Carlos Bica + “Matéria Prima”
Carlos Bica & Matéria Prima
João Paulo - acordeão, teclados, piano
Mário Delgado - guitarra
Carlos Bica - contrabaixo
João Lobo - bateria
Matthias Schriefl - trompete

Ao longo do seu percurso musical, Carlos Bica tem tido a oportunidade de tocar com músicos de diferentes nacionalidades, provenientes das mais diversas escolas e estilos musicais. Independentemente das suas qualidades individuais como instrumentistas, segundo o próprio Bica, o que desde sempre o mais motivou foi a inteligência emocional que diferencia alguns desses músicos; “essa habilidade para contar histórias que vivem de emoções através da matéria-prima que é o som”. Apesar da universalidade que a música possui, poder-se-á falar da existência de um “portuguesismo” na música improvisada feita no nosso país. O actual projecto, apesar da presença do trompetista Matthias Schriefl, um dos mais notáveis jovens talentos do jazz feito na Alemanha, surgiu dessa vontade de fazer nascer um colectivo musical constituído na sua essência por músicos portugueses. Amigos de longa, ou menos longa data, todos eles gostam de ser surpreendidos por esta Matéria-Prima tão única que é... o Som.

24.00h - Jardim de Inverno - Entrega dos Prémios aos Combos de 2010 + Combo 2009 da ESMAE
Ensemble da ESMAE - 2009
Fernando Bouzón - sax tenor Ismael Silva - vibrafone Bruno Macedo - guitarra Juan Buenafuente - piano João Cação - contrabaixo João Martins - bateria

Este Sexteto foi convidado para este concerto, na sequência do prémio com que foram agraciados na 7ª edição do concurso de Combos que a Festa do Jazz realiza. Representantes da Escola Superior da Musica e das Artes do Espectáculo do Porto, este Sexteto foi premiado na edição de 2009, como o melhor Combo de entre os que as diversas Escolas Superiores de Música, fizeram participar. É um privilégio poder voltar a reunir um ano depois, todos os elementos desse grupo. Integrando músicos portugueses e da Galiza, este Sexteto é sem dúvida mais um digno representante da ESMAE que não deixará de nos prendar com música de excelente qualidade.

01.00h - Jardim de Inverno - Jam Session

Livre-Trânsito a 15, 25 e 30 euros respectivamente para 1, 2 e 3 dias.
As masterclasses e os concertos do Spot São Luiz e Jardim de Inverno têm entrada gratuita.

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