Segunda, 30 de Novembro 20.30h – Hotel Algarve Casino (Portimão) – Gal Costa 21.00h – São Luiz (Lisboa) – Manuel Paulo & Nancy Vieira 22.00h – Fanac GaiaShopping (Gaia) – Amarelo Manga 23.00h – Tertúlia Castelense (Maia) - Idrigba
Terça, 1 de Dezembro 21.30h – Teatro Aberto (Lisboa) - Big Band Costa Pinto & Hugo Alves 22.00h – Casa da Música (Porto) – Lisa Ekdhal
Quarta, 2 de Dezembro 21.00h – Casa da Música (Porto) – Gal Costa 21.30h – Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra) - Big Band Rags 21.30h – Teatro Sá da Bandeira (Santarém) - Joana Reais Pinto/Alex Bento Blues Trio
Quinta, 3 de Dezembro 23.00h – Hot Club (Lisboa) - Teun Verbruggen Quartet
Sexta, 4 de Dezembro 21.00h – CCB (Lisboa) – Gal Costa 21.00h – São Luiz (Lisboa) – Edson Cordeiro & Couple Coffee 21.30h – Centro de Congressos do Estoril – Lee Konitz Quarteto & André Fernandes 21.30h – CC Figueira da Foz – Madredeus e a Banda Cósmica 22.00h – Cantaloupe Bar (Olhão) - Mango Biche Jazz Band 22.00h – Universidade do Porto - Michael Lauren Quartet & Hugo Alves 23.00h – Hot Club (Lisboa) - Teun Verbruggen Quartet 23.00h – Ondajazz (Lisboa) - Remi Panossian Trio
Sábado, 5 de Dezembro 16.00h – Centro de Congressos do Estoril - Zé Eduardo Unit & Jack Walrath 16.30h – Centro de Congressos do Estoril - Dena DeRose Trio 21.00h – São Luiz (Lisboa) – Edson Cordeiro & Couple Coffee 21.30h – Centro de Congressos do Estoril - Ingrid Jensen Quartet 21.30h – Teatro Virgínia (Torres Novas) – Madredeus e a Banda Cósmica 21.30h – A Moagem (Fundão) – TGB 22.00h – Cantaloupe Bar (Olhão) - Mango Biche Jazz Band 22.00h – Fórum Fnac (Coimbra) – António Pinho Vargas 22.00h – Casa das Artes (Arcos de Valdevez) - Nicole Eitner 23.00h – Hot Club (Lisboa) - Teun Verbruggen Quartet 23.00h – Museu do Douro (Régua) - Cláudia Fier Trio 23.00h – Ondajazz (Lisboa) - Remi Panossian Trio
Domingo, 6 de Dezembro 18.00h – Centro de Congressos do Estoril - Phil Woods, Lew Soloff, Cedar Walton, Rufus Reid & Jimmy Cobb 21.00h – Casino do Estoril - Harlem Gospel Choir
Está para breve o lançamento do segundo álbum dos Desbundixie, uma formação leiriense dedicada ao dixieland, mas que promete surpreender pela inclusão de dois consagrados do jazz nacional neste seu novo trabalho: o pianista Filipe Melo e a cantora Maria João. Os mais impacientes podem reservar desde já este disco através do e-mail desbundixie@gmail.com. Ficamos à espera da apresentação ao vivo deste novo projecto dos Desbundixie.
A Arquitectura da Música Masterclass com Mário Laginha 10 de Dezembro de 2009, 17.00h Faculdade de Arquitectura e Artes Universidade Lusíada de Lisboa
Vai ter lugar no próximo dia 10 de Dezembro, pelas 17.00h, na sala 4X da Universidade Lusíada, em Lisboa, uma Masterclass pelo pianista e compositor Mário Laginha, subordinada ao tema "A Arquitectura da Música", com a colaboração da Licenciatura em Jazz e Música Moderna, da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais daquela universidade. Esta Masterclass será gratuita para os alunos da Lusíada e terá o preço simbólico de 5 euros para os restantes. Para mais informações poderão contactar o seguinte endereço de e-mail jazz.lusiada@gmail.com.
Carlos Barretto Trio Lokomotiv 26 de Novembro de 2009, 23.00h Hot Club de Portugal (Lisboa) Carlos Bica & João Paulo Duo 27 de Novembro de 2009, 21.30h Auditório Ruy de Carvalho (Carnaxide)
Esta foi a semana dos contrabaixistas. De uma só assentada pudemos assistir à apresentação, no Hot Club de Portugal, do trio Lokomotiv, liderado por Carlos Barretto, e do duo formado por Carlos Bica e João Paulo Esteves da Silva, no Auditório Ruy de Carvalho em Carnaxide, integrado no projecto Portugal Jazz. Toda a comparação corre o risco de ser injusta, tanto mais quanto se trata de dois dos melhores músicos de jazz nacionais, e indiscutivelmente duas referências incontornáveis do seu instrumento. Mas a coincidência cruzou estas duas excelentes apresentações e eu não resisto a fazer o mesmo nestas breves notas. Se ambos dispensam apresentações, os respectivos trabalhos como líderes têm merecido atenção diversa do público, sobretudo o internacional. Carlos Bica há muito se estabeleceu como compositor de referência, trabalhando habitualmente com músicos estrangeiros de enorme gabarito, como Frank Möbus e Jim Black, os seus parceiros do projecto Azul. Esta formação tem-lhe garantido uma maior (e justa) visibilidade internacional, fruto também da excelência das suas composições e da enorme sintonia encontrada com os restantes membros do trio, perfeitamente integrados no universo musical do contrabaixista, complementando-o e explorando todas as suas potencialidades com as suas reconhecidas qualidades técnicas e artísticas. O mesmo não tem sucedido (com alguma injustiça) com Carlos Barretto. Apesar de este projecto Lokomotiv ter nascido em 2003 com a participação do saxofonista francês François Courneloup, a verdade é que se tem desenvolvido sobretudo em terras nacionais e recorrendo aos dois restantes membros do quarteto inicial, os criativos José Salgueiro na percussão e Mário Delgado na guitarra. As razões para este défice de internacionalização poderão ser inúmeras e nem estarem directamente relacionadas com a qualidade musical do trabalho do trio. A verdade é que o universo criativo de Barretto e companhia se mostra sistematicamente mais complexo, mais elaborado, mais arrojado até, sobretudo pela forte componente electrónica que lhe é incutida pela guitarra de Mário Delgado. Não me interpretem mal. Eu sou um adepto incondicional das qualidades técnicas deste genial guitarrista, que considero mesmo um dos melhores (se não mesmo o melhor) da nossa cena jazzística. Tenho contudo mais dúvidas quanto ao seu talento como compositor, sobretudo quando decide fazer uso intensivo da sua panóplia de pedais e samplers, como sucede neste projecto Lokomotiv. O brilhantismo de algumas soluções passa então a alternar com o uso (e por vezes abuso) de arrojadas dissonâncias e de uma “sujidade” electrónica do som emitido pela sua guitarra, que nem facilitam a conquista de públicos mais vastos nem conseguem sequer obter o consenso dos jazzómanos inveterados. Experimental: é certo. Arrojado: sem dúvida. Plenamente conseguido: às vezes… De resto o trio só tem motivos para conquistar o público. Barretto é de uma suprema criatividade no contrabaixo, com um fraseado por vezes assombroso e de uma inventividade inultrapassável. Salgueiro é régio na percussão. Um dos mais completos e criativos percussionistas nacionais que, ao lado de Carlos Barretto, se sente como peixe na água.
Carlos Barretto - Solo Pictórico
Por contraste o universo musical de Bica é feito de silêncios, de subtilezas, de uma dramática contenção. O contrabaixista é um compositor extraordinário e sabe usar a mais simples e atraente das melodias e transformá-la num exercício de estilo notável. Em Bica a complexidade provém, na maioria das vezes, de um processo de redução, de decomposição da melodia, nos seus componentes mais essenciais, que ele explora com mestria, através da acentuação, do uso criterioso dos silêncios, da subtileza na construção harmónica. Com três ou quatro notas constrói uma canção notável e isso não só é um dom invejável, como poderá explicar a facilidade com que comunica com os mais variados públicos (como o provou esta apresentação em Oeiras, dirigida a um público claramente estranho ao universo jazzístico). A seu lado João Paulo Esteves da Silva tem sido uma constante. E nesta versão minimalista (de algum modo condicionada pelo trabalho a solo do pianista, no álbum White Works), em duo de piano e contrabaixo, a simbiose dos dois universos musicais parece plena. João Paulo apropriou-se pertinentemente do repertório de Bica e, despindo-o da exuberância exibida no projecto Matéria-prima, por exemplo, tornou-o uma experiência diferente. Mais íntima, mais profunda, ocasionalmente sublime. Já aqui escrevi, a propósito da apresentação de Matéria-prima na Culturgest, há cerca de um ano atrás, que a ligação de João Paulo à música de Carlos Bica, embora antiga e assente num profundo conhecimento mútuo, me parecia curiosa porquanto os músicos pareciam situar-se musicalmente nos antípodas um do outro. Não foi assim nesta apresentação em duo. João Paulo pegou tranquilamente no repertório de Bica gravado em White Works e moldou-o à sua imagem musical. A presença do contrabaixista em palco mais não fez do que enriquecer a apresentação com a sensibilidade que só o autor poderia emprestar às suas composições, mas nunca as levou para a exuberância de outros projectos. Manteve-se colado à subtileza da interpretação do pianista, numa contenção que não abdicou do dramatismo característico do compositor, mas pô-lo claramente ao serviço da melodia e do maior intimismo do piano. O resultado foi soberbo. Uma homenagem notável ao património que constitui a obra de Carlos Bica, para puro prazer dos ouvintes. Em suma, duas viagens completamente diversas conduzidas pelo mesmo instrumento. Duas propostas radicalmente diferentes de interpretar o jazz contemporâneo, imbuído da tradição musical lusitana, e apresentadas por dois dos seus maiores nomes. Uma semana demonstrativa da enorme vitalidade que o jazz português atravessa na actualidade.
CARLOS BICA & JOÃO PAULO "DUO" 27 DE NOVEMBRO, 21.30H AUDITÓRIO RUY DE CARVALHO (CARNAXIDE)
Carlos Bica, Contrabaixo João Paulo, Piano
É um jogo de admiração mútua e cumplicidade artística entre músicos o que materializa esta associação e que se fundamenta na ausência de rótulos na construção de uma música que se quer aberta. Um recente disco de João Paulo (White Works, Universal 2009) com composições de Carlos Bica, redefinidas e reinventadas, constitui o ponto de partida para um encontro em palco sobre o qual são fundadas as melhores perspectivas.
Joana Rios 28 de Novembro, 22.00h Centro Cultural Vila Flor (Guimarães)
Cantando em português e castelhano, Joana Rios faz-nos viajar por sonoridades intensas e cinematográficas que invocam tanto as raízes da música popular como as suas influências de cariz erudito, assumindo-se como figura de destaque na nova geração de cantautores portugueses.
Neste concerto no CCVF, a cantora e compositora apresenta o seu novo disco “3 Desejos”. Músicas como “Suave”, “Simples e Perfeito Aviso” ou “Pra dizer adeus” são cartões-de-visita de um disco cativante e maduro, o qual nos revela uma Joana Rios no auge das suas capacidades quer interpretativas quer composicionais, agora apresentado ao vivo.
Stacey Kent 27 de Novembro, 21.30h Centro Cultural de Ílhavo
Licenciada em literatura comparada pelo Sarah Lawrence College de Nova Iorque, Stacey Kent mudou-se para Londres em 1991 para estudar na Guildhall School of Music and Drama. Foi aí que conheceu o futuro marido, o saxofonista Jim Tomlinson, e iniciou uma fulgurante carreira como cantora de jazz. O seu primeiro disco foi editado em 1997 e denominou-se Close Your Eyes. Desde então mais oito álbuns se seguiram (sem contar com compilações e participações em discos de terceiros, como convidada), bem como um contrato com a prestigiada Blue Note. Stacey recebeu o prémio de melhor vocalista no British Jazz Award (2001) e BBC Jazz Award (2002) e o disco que fez juntamente com o marido, The Lyric (2005) recebeu igual prémio em 2006. Vai estar uma vez mais entre nós para um concerto no Centro Cultural de Ílhavo.
Wolfgang Haffner 26 de Novembro, 23.00h Ondajazz (Lisboa)
Nascido em 1965, em Wunsiedel, Alemanha, Wolfgang Haffner é hoje um dos mais respeitados músicos deste país, na área do denominado Nu Jazz. Filho de músico, iniciou os estudos aos 6 anos de idade, aprendendo piano e bateria. Aos 18 anos integrou a banda do mais famoso músico de jazz alemão da época, Albert Mangelsdorff. Posteriormente integrou as equipas de Klaus Doldinger, Joe Haider, Al Porcino, Chaka Kahn e ainda a banda de fusão Metro, com Chuck Loeb, Mitch Forman e Victor Bailey. Integra ainda a Nils Landgren Funk Unit desde 2002 e a banda do trompetista Till Brönner.
Carlos Barretto Lokomotiv 26, 27 e 28 de Novembro, 23.00h Hot Club de Portugal (Lisboa)
Quando se fala de Jazz em Portugal, o nome de Carlos Barretto é uma referência de mérito incontornável. A crescente internacionalização da sua actividade artística tem levado a sua música a muitos destinos, tanto na Europa como no resto do mundo, sempre com rasgados elogios por parte da crítica especializada. Depois de ter concluído o curso do Conservatório Nacional de Música de Lisboa, CB residiu em Viena de Áustria (1980-1982) a fim de se especializar na música erudita, onde estudou com Ludwig Streischer, um dos grandes mestres mundiais do contrabaixo. Decide dedicar a sua carreira profissional à música improvisada, residindo em Paris (1984-1993), cidade a partir da qual teve oportunidade de trabalhar com grandes nomes do Jazz, actuando nos mais prestigiados festivais por toda a França, Alemanha, Suíça, Bélgica, Holanda, entre outros. De regresso em Portugal em 1993, iniciou os seus projectos como líder e compositor, tendo gravado 8 Cd’s em nome próprio e colaborado em mais de vinte da autoria de Bernardo Sassetti, Carlos Martins, Bob Sands, George Cables, Mário Delgado, etc. e actuado em inúmeros festivais portugueses e europeus, sendo notória a evolução estética da sua música, desde o neo-bop até ao jazz europeu dos nossos dias. Esta semana no Hot Barretto irá apresentar o seu projecto Lokomotiv, com Carlos Barretto no contrabaixo, José Salgueiro na bateria e Mário Delgado na guitarra, um dos mais originais trios de jazz portugueses. A não perder.
2ª feira, 23 de Novembro 23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Quarteto de Pedro Teixeira
3ª feira, 24 de Novembro 21.00h - CCB (Lisboa) - Yamandú Costa & Pedro Jóia 21.30h – Salão Nobre Reitoria Universidade de Lisboa - Combo de Jazz 22.00h – O Teatrão (Coimbra) - 4Teto Luís Figueiredo & Júlio Resende 23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Messias & The Hot Tone Blues
4ª feira, 25 de Novembro 21.30h – Teatro Sá da Bandeira (Santarém) - The Angry Band of Jazz 23.00h – Hot Club (Lisboa) - Open SPEECH Trio 23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Les Gitanes
5ª feira, 26 de Novembro 16.00h – FNAC Colombo (Lisboa) - Alexandre Diniz Quarteto 18.30h – FNAC Colombo (Lisboa) – Rão Kyao 21.30h – Instituto Franco Portugais (Lisboa) - Alex Ensemble & Carlos Zíngaro 22.00h – FNAC Colombo (Lisboa) – Manuel Paulo & Nancy Vieira 22.00h – FNAC Vasco da Gama (Lisboa) – Rão Kyao 22.00h – FNAC Santa Catarina (Porto) - Sara Tavares 23.00h – Hot Club (Lisboa) – Carlos Barretto Lokomotiv 23.00h – Ondajazz (Lisboa) - Wolfgang Haffner 23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Catman meets Dan Hewson
6ª feira, 27 de Novembro 16.30h – FNAC Colombo (Lisboa) - Adriana Miki 17.00h – FNAC Guimarães – Manuel Paulo & Nancy Vieira 18.00h – FNAC Norteshopping (Matosinhos) – Rão Kyao 18.00h – FNAC Santa Catarina (Porto) - Jacinta 19.00h – APAV (Lisboa) - Abdul Moimême 20.30h – Casino de Monte Gordo (VR Santo António) – Gal Costa 21.30h – Centro Cultural de Ílhavo – Stacey Kent 21.30h – Auditório Ruy de Carvalho (Carnaxide) - Carlos Bica & João Paulo Duo 22.00h – FNAC Almada - Sara Tavares 22.00h – FNAC Guimarães – Jacinta 22.00h – FNAC Santa Catarina – Rão Kyao 23.00h – Hot Club (Lisboa) – Carlos Barretto Lokomotiv 23.00h – Museu do Douro (Régua) - Lilian Raquel & Cláudio César Ribeiro Duo 23.30h – Catacumbas (Lisboa) - The Ramblers
Sábado, 28 de Novembro 16.00h – FNAC Chiado (Lisboa) – Adriana Miki 16.00h – FNAC Santa Catarina (Porto) - Manuel Paulo & Nancy Vieira 17.00h – FNAC Colombo (Lisboa) – Jacinta 17.30h – FNAC Vasco da Gama (Lisboa) – Alexandre Diniz Quarteto 20.30h – Casino de Vilamoura (Loulé) – Gal Costa 21.30h – Casa das Artes (Famalicão) – Edu Miranda Trio 21.30h – Performas (Aveiro) - Axe Ensemble + Carlos Zíngaro 21.30h – Auditório Municipal de Olhão – Zoetrope 21.30h – Cine Teatro São Pedro (Abrantes) - Madredeus & A Banda Cósmica 22.00h – FNAC Coimbra – Rão Kyao 22.00h – FNAC Norteshopping (Matosinhos) - António Pinho Vargas 22.00h – Casa da Música (Porto) - João Bosco & Ricardo Silveira Trio 22.00h – CC Vila Flor (Guimarães) – Joana Rios 23.00h – Hot Club (Lisboa) – Carlos Barretto Lokomotiv 23.00h – Teatro Virgínia (Torres Novas) - Bukowski Blues Trío? 23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Groove 4tet
Domingo, 29 de Novembro 17.00h – FNAC Norteshopping (Matosinhos) – Amarelo Manga 21.30h – São Luiz (Lisboa) - Kota Cool Afrobeat Orkestra + Carmen Souza + André Cabaço Quinteto
Hank Jones Trio 15 de Novembro de 2009, 21.30h Grande Auditório da Culturgest (Lisboa)
Hank Jones é uma enciclopédia viva do jazz. Com quase 1000 discos gravados, como líder ou sideman dos mais importantes músicos que, desde a década de 30 do séc. XX, passaram pelo género. Gravou com Charlie Parker. Integrou a banda de Coleman Hawkins entre 1947 e 1951. Acompanhou Ella Fitzgerald entre 1948 e 1953. Integrou a orquestra de Benny Goodman. Foi ele quem acompanhou Marilyn Monroe no famoso “Happy Birthday Mr. President” cantado a John F. Kennedy. Durante a sua carreira tocou e gravou com quase todos os grandes nomes da história do jazz. O seu único lamento é não o ter feito mais com os irmãos, Thad e Elvin Jones, cada um deles uma lenda do jazz de direito próprio. É um dos poucos músicos vivos que integram a famosa fotografia de Art Kane, A Great Day in Harlem, tirada em 1958 e onde constam músicos como Count Basie, Art Blakey, Dizzy Gillespie, Coleman Hawkins, Gene Krupa, Charles Mingus, Thelonious Monk, Gerry Mulligan, Lester Young ou Sonny Rollins (outro sobrevivente).
Musicalmente Hank Jones sempre integrou a denominada corrente mainstream do jazz norte-americano. Outra coisa não seria de esperar de um músico que integrou a Benny Goodman Orchestra e ficou indelevelmente associado à voz de Ella Fitzgerald. Mas quando se tem 91 anos de idade e mais de 70 de carreira isso não é um defeito, mas sim uma enorme coerência. Ainda hoje, e apesar das notórias limitações que a idade lhe impôs, Hank Jones é uma referência no swing. Ouvi-lo é viajar no tempo e ter o privilégio de ouvir o jazz como ele era tocado nos swing years. Apoiado em dois extraordinários músicos, o checo George Mraz, um dos grandes contrabaixistas da actualidade, e o norte-americano Willie Jones III (um “jovem” de 41 anos, meio século mais novo do que Hank Jones), Hank Jones consegue recriar a magia dos swingin’ sixties. Ouvimos as lendas de George Shearing, Dave Brubeck ou Oscar Peterson na Culturgest, através de outra lenda, Hank Jones. Desde a selecção dos temas (que percorreram alguns dos mais importantes compositores da história do jazz, de Charlie Parker a Sonny Rollins, passando por Thelonious Monk e tantos outros) até à opção estrutural e intencionalmente clássica da respectiva apresentação, tudo se conjugou para que o público assistisse a uma verdadeira lição da história do jazz. Aos 91 anos de idade Hank Jones sabe que está tecnicamente longe do seu apogeu. Mas a sua cultura musical e bom gosto é de tal forma extraordinária que seria lamentável que não fosse aproveitada para transmitir aos mais jovens uma preciosa lição de jazz. Por isso Hank Jones é um Jazz Master, distinguido pelo National Endowment of Arts, e uma Living Legend do Jazz Hall of Fame da American Society of Composers, Authors and Publishers, por isso recebeu um Achievement Award pelo Congresso Norte-Americano e um doutoramento honoris causa pela Universidade de Hartford. Mas a garra e exuberância que porventura lhe faltem no piano são amplamente compensadas pelo incomparável swing, e pelo enorme talento de George Mraz no contrabaixo, a verdadeira vedeta do trio, assumindo grande parte da despesa melódica da apresentação com uma personalidade e destreza só ao alcance dos grandes tecnicistas, mas também de Willie Jones III na bateria, perfeitamente integrado num repertório e estilo de um tempo que não é o seu, mas que sabe interpretar com talento e criatividade, revelando assim uma sensibilidade e cultura musical notáveis. Uma lição de jazz. - Thank you, Mr Jones.
Aaron Goldberg Trio Jardim de Inverno do Teatro São Luiz (Lisboa) 18 de Novembro, 23.30h
Aaron Goldberg, pianista de renome na cena do jazz nova-iorquino, apresenta-se com o seu trio para um concerto único no São Luiz. Nesta formação Goldberg conta com o contrabaixista Reuben Rogers e com o baterista Gregory Hutchinson. Neste concerto serão apresentados temas do último trabalho do grupo, Worlds, e de Home, trabalho a ser lançado em Fevereiro de 2010.
O trabalho de Aaron Goldberg é variado e vasto, tocou com, entre outros, Guillermo Klein, Terry Gibbs, Buddy DeFranco, Mark Turner, John Ellis, Jimmy Greene e Eli Degibri.
Paula Oliveira & Dixie Gang 17 de Novembro, 21.30h Auditório do Institut Franco-Portugais (Lisboa)
Dixiegang e Paula Oliveira estrearam este projecto no festival de Dixieland de Cantanhede, e apresentam-no agora ao público lisboeta no palco do IFP. Dedicado ao Jazz Tradicional da matriz de New Orleans, Dixiegang tem realizado numerosos concertos e participado em Portugal e no estrangeiro em Festivais de Jazz. Paula Oliveira é uma referência do Jazz português actual e uma presença habitual nos Festivais de Jazz mais prestigiados do país e em várias salas no estrangeiro.
Estarrejazz 2009 17 a 21 de Novembro Cine Teatro de Estarreja
Decorre este mês mais uma edição do Estarrejazz, onde se destaca a apresentação em Duo do pianista João Paulo e do contrabaixista Carlos Bica, duas referências incontornáveis do jazz nacionais, e também da Orquestra de Jazz de Matosinhos, que apresentará um trabalho dedicado à obra de Count Basie. Refere-se ainda a realização de um workshop de jazz que culminará numa apresentação de alunos e professores no palco do Cine Teatro de Estarreja, na quinta feira, dia 19. Aqui fica o programa completo:
17 TER ~ 19 QUI 18H00~20H00 | 21H30~23H30 | WORKSHOP ESTARREJAZZ’09 | INSCR. P/ TEL.234811300
2ª feira, 16 de Novembro 23.30h – Catacumbas (Lisboa) – Quarteto Paulo Lopes
3ª feira, 17 de Novembro 21.30h – Instituto Franco-Portugais (Lisboa) – Paula Oliveira & Dixiegang
4ª feira, 18 de Novembro 18.00h – Teatro da Trindade (Lisboa) – Fernando Tordo 22.00h – CC Vila Flor (Guimarães) – George Colligan Quintet 23.30h – São Luiz (Lisboa) - Aaron Goldberg Trio
5ª feira, 19 de Novembro 21.30h – Cine Teatro Estarreja - Concerto de Encerramento da Workshop/Concerto 6teto de Professores 22.00h – CC Vila Flor (Guimarães) – Overtone Quartet 23.00h – Hot Club (Lisboa) – Nuno Costa Quinteto 23.00h – Ondajazz (Lisboa) – Couleur Café 23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Spaghetti Jazz
6ª feira, 20 de Novembro 21.00h – Instituto Franco Portugais (Lisboa) - Steve Potts & Alunos do Hot Clube 21.30h – CC Cascais - Franco Chirife & João Maló & Maria Viana 21.30h – Cine Teatro Estarreja - Orquestra de Jazz de Matosinhos 21.30h – CAPA (Faro) - Filipa Pais 22.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Júlio Resende 22.00h – Chapitô (Lisboa) - Maria Morbey and Friends 22.00h – CC Vila Flor (Guimarães) – Cassandra Wilson 22.00h – Olga Cadaval (Sintra) – Pedro Abrunhosa & Comité Caviar 23.00h – Cine Teatro Estarreja - Carmen Dor 23.00h – Hot Club (Lisboa) – Nuno Costa Quinteto 23.00h – B Flat (Matosinhos) - Quinteto Sandro Norton 23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Anne Paceo Trio «Triphase» 23.45h – Contagiarte (Porto) - Aló Django
Sábado, 21 de Novembro 18.00h – CC Vila Flor (Guimarães) – Big Band da ESMAE 21.30h – Cine Teatro Estarreja - Carlos Bica & João Paulo Duo 21.30h – Auditório Maestro Manuel Maria Baltazar (Lourinhã) - Mário Laginha “Canções e Fugas” 21.30h – A Moagem (Fundão) - Axe Ensemble + Carlos Zíngaro 21.30h – CAE Figueira da Foz - Couple Coffee 21.30h – Cinema São Vicente (Seixal) - Ramón Fabián & Cuarteto Son de Cuba 22.00h – CC Vila Flor (Guimarães) - Dave Douglas & Blood Sweat Drum n Bass Big Band 22.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Luís Barrigas Quarteto 22.00h – CA Sines - Adriana 23.00h – Hot Club (Lisboa) – Nuno Costa Quinteto 23.00h – Cine Teatro Estarreja – Aló Django 23.00h – Museu do Douro (Régua) - Royal Jazz Band 23.30h – Maxime (Lisboa) - JP Simões + Mr. Mitsuhirato 23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Anne Paceo Trio «Triphase»
Domingo, 22 de Novembro 22.00h – Braço do Prata (Lisboa) - Trio de Gonçalo Marques 22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Mu Chebabi
KIND OF BLUE AT 50 11 de Novembro, 21.00h Grande Auditório do CCB (Lisboa)
Em 2009 celebra-se o quinquagésimo aniversário da data de lançamento da primeira edição de Kind of Blue, de Miles Davis. O baterista Jimmy Cobb esteve lá há 50 anos e hoje quer continuar a celebrar esta obra-prima universal. Passaram 50 anos desde o seu lançamento e Kind of Blue continua a vender cerca de 5000 discos por semana. Foi o mais vendido disco de jazz de todos os tempos e é tido por muitos, e não apenas os amantes do jazz, como o melhor álbum de sempre. Jimmy Cobb é o baterista que acompanhou Miles Davis durante vários anos e que com ele e com Bill Evans e John Coltrane, entre outros, gravou Kind of Blue. Hoje, Jimmy Cobb é o músico que resiste da formação inesquecível de Miles Davis e, obviamente, não pode deixar de celebrar esta obra-prima. Acompanhado por cinco excelentes músicos, Cobb traz ao CCB a música que tanto inspirou, não apenas o jazz, mas a música em geral nas últimas décadas.
JIMMY COBB bateria WALLECE RONEY trompete VINCENT HERRING sax alto JAVON JACKSON sax tenor LARRY WILLIS piano BUSTER WILLIAMS contrabaixo
Hank Jones Trio 15 de Novembro de 2009, 21.30h Grande Auditório da Culturgest (Lisboa)
Aos 91 anos, feitos a 31 de Julho passado, e em plena actividade, Hank Jones é dos poucos a que se aplica com propriedade a expressão “uma lenda viva do jazz”. Gravou centenas de discos como acompanhante e mais de sessenta como líder. Um dos grandes impulsionadores do estilo bebop, tocou com quase todos os grandes nomes da história do jazz, como, entre muitos outros, Coleman Hawkins, Ella Fitzgerald, Charlie Parker, Max Roach, Artie Shaw, Benny Goodman, Lester Young, Cannonbal Adderley, John Coltrane, Wes Montgomery, John Lewis, Tommy Flanagan, Ron Carter, Gato Barbieri, Eddie Gomez, Al Foster, Sonny Stitt, Oscar Peterson, Charlie Haden, Joe Lovano. Acompanhador solicitadíssimo pela rádio e televisão (The Ed Sullivan Show), é-o também por cantores e cantoras – para além de Ella Fitzgerald, tocou, por exemplo, com Frank Sinatra ou Diana Krall. Foi dos poucos que recebeu o título de Master of Jazz atribuído pelo National Endowment for The Arts, para além de muitas outras honras e homenagens que lhe foram concedidas. O mundo reconhece-o como um dos últimos sobreviventes daquele grupo de músicos excepcionais que ajudaram a forjar o jazz. Continua tocando pelo mundo inteiro, gravando, dirigindo masterclasses em Universidades como Harvard ou Nova Iorque. Os músicos que o acompanham no concerto desta noite são intérpretes de excepção, com uma carreira sólida. Mraz, checo de origem, já tocou com Oscar Peterson, Stan Getz, Tommy Flanagan, Chet Baker, entre outros. Willie Jones III trabalhou designadamente com Sonny Rollins, Bobby Hutcherson, Wynton Marsalis, Cedar Walton, Billy Childs, Eric Reed, Michael Brecker, Herbie Hancock. Uma oportunidade para ouvir ao vivo um dos grandes nomes da história do jazz.
Piano Hank Jones Contrabaixo George Mraz Bateria Willie Jones III
12 a 21 de Novembro Centro Cultural Vila Flor (Guimarães)
Kind of Blue @ 50 (com Jimmy Cobb, Buster Williams, Larry Willis, Javon Jackson, Wallace Roney e Vincent Herring), Hank Jones Trio, Branford Marsalis Quartet, Projecto TOAP/Guimarães Jazz (com Ohad Talmor, Bernardo Sassetti, Demian Cabaud e Dan Weiss), George Colligan Quintet, Overtone Quartet (com Dave Holland, Jason Moran, Chris Potter e Eric Harland), Cassandra Wilson e Dave Douglas and Blood Sweat Drum n Bass Big Band são os nomes que compõem o núcleo duro do cartaz do Guimarães Jazz 2009, no ano em que o festival celebra a sua 18ª edição.
Programa - Guimarães Jazz 2009
Quinta, 12 de Novembro | 22h00 Remembering the Miles Davis classic Kind Of Blue @ 50 Jimmy Cobb´s so what Band Featuring Wallace Roney, Vincent Herring, Javon Jackson, Larry Willis & Buster Williams
Editado em 1959 pelo lendário trompetista Miles Davis (1926-1991) e tido por muitos como uma verdadeira obra-prima da história do jazz, o álbum “Kind of Blue” cumpre este ano meio século de existência.
Em homenagem a este acontecimento, o famoso baterista Jimmy Cobb, único elemento ainda vivo da formação original da gravação, decidiu recordar a edição do disco, realizando uma série de concertos com uma formação que conta com a colaboração de um importante conjunto de músicos – Wallace Roney, Javon Jackson, Vincent Herring, Larry Willis e Buster Williams.
Ao mesmo tempo, surge no mercado uma edição comemorativa que inclui 2 CDs com a totalidade dos takes gravados no momento do seu registo discográfico, incluindo ainda um livro com textos e fotos, um documentário em DVD sobre “Kind of Blue” e um LP com a edição original do trabalho. "Kind of Blue" foi um dos discos mais vendidos de sempre, uma obra fundamental, olhado por muitos como o trabalho mais importante em toda a história do jazz. Em 2003 foi eleito pela revista "Rolling Stone" o 12º melhor álbum de todos os tempos (entre 500 títulos seleccionados), não sendo por isso de admirar que tenha tantas vezes sido considerado um álbum imprescindível em qualquer discografia. Nesse ano fantástico de 1959, durante o qual aconteceram grandes momentos musicais, importantes contributos para a consolidação de uma corrente estética e musical que haveria de ser essencial na afirmação definitiva do jazz, “Kind of Blue” juntava na 30th Street, Nova Iorque, nos estúdios da Columbia Records, alguns dos maiores improvisadores do século XX: Miles Davis (trompete), John Coltrane (saxofone tenor), Bill Evans (piano, excepto em “Freddie Freeloader” - Wynton Kelly), Paul Chambers (contrabaixo), Cannonball Adderley (saxofone alto) e Jimmy Cobb (bateria). A primeira sessão deu origem ao lado A do disco e decorreu a 2 de Março, gravando-se “So What”, “Freddie Freeloader” e “Blue in Green”. Um mês depois, a 22 de Abril, estes músicos voltaram a reunir-se para registarem “Flamenco Sketches” e “All Blues”. Produzido por Teo Macero, “Kind of Blue” é a soma de muitas genialidades: as de Miles Davis associadas às espantosas qualidades artísticas de cada um dos músicos presentes que revelaram uma da capacidade de improvisação fora de comum para a época. Segundo Jimmy Cobb, "Kind of Blue" foi "feito no céu". Segundo a opinião insuspeita do pianista Herbie Hancock, o disco é um acontecimento raro, uma junção de energias que se transformaram n’ “Um marco não só da história do jazz, mas também da história da música”.
Jimmy Cobb's So What Band - Kind of Blue
Sexta, 13 de Novembro | 22h00 Hank Jones Trio
Aos 91 anos, Hank Jones é uma lenda viva do jazz. A sua carreira é feita de sete décadas como pianista e compositor com centenas de discos gravados, quer acompanhando os mais variados tipos de artistas, quer como líder, registando mais de sessenta trabalhos.
Primogénito de sete irmãos, nasceu em 1918, no estado do Mississippi, no contexto de uma família destinada a ter uma profunda relação com o jazz. É irmão do famoso baterista Elvin Jones e do trompetista e compositor Thad Jones, infelizmente já desaparecidos. Hank Jones foi um dos grandes impulsionadores do bebop e tocou com quase todos os grandes nomes da história do jazz como Coleman Hawkins, Ella Fitzgerald, Charlie Parker, Max Roach, Artie Shaw, Benny Goodman, Lester Young, Cannonbal Adderley, John Coltrane, Wes Montgomery, John Lewis, Tommy Flanagan, Ron Carter, Gato Barbieri, Eddie Gomez, Al Foster, Sonny Stitt, Oscar Peterson, Charlie Haden e Joe Lovano. Durante a sua carreira acompanhou Ella Fitzgerald, assim como Frank Sinatra e Diana Krall. Muito poucos deverão saber que Hank Jones foi o pianista que acompanhou Marilyn Monroe quando esta cantou o célebre “Happy Birthday Mr. President” a John F. Kennedy. Apesar de ter pensado em reformar-se em 1987, Hank Jones continua activo e prolífico, tocando pelo mundo inteiro, gravando e dirigindo masterclasses em inúmeras universidades, como Harvard ou Nova Iorque. O mundo confirma-o como um dos últimos sobreviventes daquele núcleo de músicos excepcionais que ajudaram a consolidar o jazz em todas as partes do planeta. Para além de muitos outros prémios e homenagens, recebeu o título de Master of Jazz, atribuído pelo National Endowment for The Arts - um prémio que consagra a sua dedicação e paixão por esta música. Neste concerto, Hank Jones sobe ao palco acompanhado por dois intérpretes de excepção: George Mraz e Willie Jones III.
Hank Jones - Willow Weep For Me
Sábado, 14 de Novembro | 22h00 Branford Marsalis Quartet
Branford Marsalis é um prestigiado saxofonista, um homem que se movimenta por dentro de inúmeros interesses musicais do jazz, blues e funk, a projectos de música clássica como o conhecido Marsalis Brasilianos, a partir da exploração do imaginário musical de Heitor Villa-Lobos.
Três vezes galardoado com um Grammy, tem desenvolvido a sua carreira como instrumentista de excepção, compositor dotado e director da Marsalis Music, uma editora por si fundada em 2002, através da qual tem produzido os seus próprios projectos, assim como os de artistas jovens, considerados novos talentos em ascensão do mundo do jazz. Oriundo de Nova Orleães, Branford Marsalis nasceu em 1960, no seio de uma família, considerada uma das maiores referências musicais da cidade: o patriarca/pianista/professor Ellis Marsalis e os seus filhos Wynton, Delfeayo e Jason. Começou a adquirir notoriedade quando integrou os Art Blakey’s Jazz Messengers e participou em inúmeros concertos com o quinteto do irmão Wynton Marsalis, no início dos anos 80, antes mesmo de ter formado o seu próprio grupo. Acompanhou e gravou com grandes lendas da história do jazz, como Miles Davis, Dizzy Gillespie, Herbie Hancock e Sonny Rollins. Conhecido pelo seu espírito inovador e pela sua visão musical muito abrangente no que diz respeito aos géneros, estilos e tipos de música, a sua actividade tem vindo a ampliar-se nos últimos anos, tendo-se tornado um solista de referência nas famosas orquestras sinfónicas de Chicago, Detroit, Dusseldorf e Carolina do Norte. Os seus interesses diversificados reflectem a sua cultura e as muitas actividades que tem realizado nos mais diversos contextos. Passou dois anos em digressão, tendo gravado com Sting e foi director musical do “The Tonight Show with Jay Leno”. Durante dois anos, colaborou com os Grateful Dead e Bruce Hornsby, participou nos filmes “Throw Mama from the Train” e “School Daze”, fez a banda sonora para “Mo’ Better Blues”, entre outros filmes, e foi o anfitrião do programa Jazz Set da National Public Rádio. O seu último CD, “Metamorphosen”, lançado em Março deste ano, assinala o 10º aniversário do quarteto de Branford Marsalis, um dos grupos mais poderosos e inventivos do jazz actual. Este grupo trabalha a improvisação como um bloco de sonoridades, retirando ideias de todos os géneros de música. Este conjunto de instrumentistas está junto há muitos anos e é capaz de criar, em simultâneo, formas antagónicas de estruturação musical que nalguns momentos surgem extremamente enérgicas, noutros intensamente melódicos.
Domingo, 15 de Novembro | 22h00 Projecto TOAP/Guimarães Jazz 09 Ohad Talmor, Bernardo Sassetti, Demian Cabaud, Dan Weiss
O projecto TOAP/Guimarães Jazz prossegue este ano com mais um concerto único que envolve músicos portugueses e estrangeiros, concebido para ser registado e posteriormente editado.
No projecto TOAP / Guimarães Jazz 09 estão associados quatro importantes músicos que vão trocar experiências e construir, a partir desse momento de partilha, uma música capaz de exprimir o imenso processo de interacção fomentado por este encontro. Deseja-se atingir novos níveis de conjugação musical, provenientes das inúmeras competências adquiridas por cada um dos artistas presentes.
Ohad Talmor nasceu em 1970, em Lyon - França. Cresceu em Genebra - Suíça, numa casa onde constantemente se ouvia música clássica. Em 1995 começou a sentir um crescente interesse pela composição e pelos arranjos, uma vontade que o levou a frequentar a Manhattan School of Music. Recebeu o seu diploma de composição em 1997 e, desde então, continuou a viver em Brooklyn - Nova Iorque, trabalhando em inúmeros projectos quer como instrumentista, quer como director musical, compositor e arranjador.
Bernardo Sassetti nasceu em Lisboa, em Junho de 1970. Em 1987 começou a sua carreira profissional ao participar em inúmeros concertos do quarteto de Carlos Martins e do Moreiras Jazztet. Nos primeiros 15 anos de carreira desenvolveu uma intensa actividade como instrumentista, acompanhando por todo o mundo importantes músicos como Art Farmer, Kenny Wheeler, Freddie Hubbard, Paquito D´Rivera, Benny Golson, Curtis Fuller, Eddie Henderson, Charles McPherson, Steve Nelson e a United Nations Orchestra. No quinteto de Guy Barker, registou o CD "Into the blue" (Verve), nomeado para os Mercury Awards 95 - Ten albuns of the year. Em Novembro de 1997, também com Guy Barker, gravou "What Love is", acompanhado pela London Philarmonic Orchestra, tendo tido como convidado Sting. O seu primeiro trabalho discográfico como líder, “Salsetti” (Groove/Movieplay), foi gravado em 1994 com a participação de Paquito D’Rivera. O trabalho "Nocturno", lançado pela editora Clean Feed em 2002, foi distinguido com o Prémio Carlos Paredes. As obras "Indigo" e "Livre" são outras das suas mais recentes gravações discográficas, neste caso em piano solo.
Demian Cabaud nasceu em 1977, na Argentina. Estudou no Institute of Technological Contemporary Music com Hernan Merlo e Miguel Angel Villarroel. Em 2000 foi-lhe atribuído o prémio de Excelência do Conservatório Musical Souza Lima, São Paulo – Brasil. No ano seguinte recebeu uma bolsa de estudos para o Berklee College of Music em Boston. Durante a sua carreira teve a oportunidade de tocar, estudar e gravar com vários artistas dos quais se destacam Joe Lovano, Hal Crook, Ed Tomassi, Dave Samuels, Dave Santoro, John Lockwood, Whit Brown, George Garzone, Danilo Perez, entre outros.
Dan Weiss começou a receber lições de piano, aos seis anos, com Jeff Krause. Enquanto frequentava a Manhattan School of Music onde aprendia bateria e composição, continuou também a estudar piano clássico. Acompanhou músicos como David Binney, Lee Konitz, Dave Liebman, Rudresh Mahanthappa, Vijay Iyer, Miguel Zenon, Wayne Krantz, Kenny Werner, Ritchie Beirach, Ben Monder, Uri Caine, Ravi Coltrane, entre outros, tendo gravado trabalhos com muitos deles e tocou na Village Vanguard Orchestra. Sob a orientação de Pandit Samir Chatterjee, estudou tabla e contactou com a cultura musical indiana. O conhecimento da música clássica indiana, permitiu-lhe acompanhar músicos como Ramesh Mishra, Mandira Lahiri, Subra Guha, Anoushka Shankar, KV Mahabala e Steve Gorn e tocar nos mais diversos lugares do mundo, desde a Índia aos Estados Unidos. Dan Weiss tem duas gravações como líder, sendo uma delas, um trabalho a solo que contém um repertório de tabla tradicional, transposto para bateria.
Quarta, 18 de Novembro | 22h00 George Colligan Quintet
George Colligan, considerado “um dos segredos mais bem guardados no jazz”, é acompanhado nesta formação por quatro notáveis músicos do jazz actual – Michael Blake, Jaleel Shaw, E.J. Strickland e Josh Ginsburg.
George Colligan nasceu no mês de Dezembro de 1969, em New Jersey. Por influência de uma professora, começou a ouvir diferentes estilos musicais, em particular o jazz e a música contemporânea. Assim cresceu o seu interesse pelo jazz, levando-o a tocar trompete em hotéis e clubes da cidade. Trabalhou com diversos artistas entre os quais Cassandra Wilson, Gary Bartz, Gary Thomas, Steve Coleman, Eddie Henderson, Ralph Peterson, Vanessa Rubin, Steve Wilson, Jane Monheit, Lenny White, Michael Brecker, Mike Clark, Sheila Jordan, Billy Hart e Charles Fambrough. Possuidor de um estilo muito eclético e aberto, George Colligan desenvolve uma música que vai desde a livre improvisação, ao funk, ao jazz e à música contemporânea, percorrendo desta forma todos os géneros, tendo-lhe sido atribuídos alguns prémios pela qualidade do seu trabalho. Já participou em festivais de jazz em todo o mundo, dos quais se destacam o North Sea Jazz Festival, Edinburgh Jazz & Blues Festival, Vancouver International Jazz Festival, e Cancun Jazz Festival.
Michael Blake nasceu em Montreal - Canadá, em 1964. Do soul ao reggae, da música tradicional Africana à Vietnamita, Michael Blake explora as potencialidades estéticas de uma música inspiradora, mantendo-se fiel a este projecto artístico que tem vindo a desenvolver. No entanto, a sua notoriedade é alcançada no jazz e é onde se nota mais a sua presença. Gravou e tocou com muitos artistas, entre os quais Oliver Lake, Grachon Moncour III, Medeski Martin e Wood, Ray LaMontagne, The Gil Evans Orchestra, Ben E. King, Tricky, Prince Paul, The Groove Collective, Jack McDuff, Steven Bernstein, Dr. Lonnie Smith, Sir Coxsone Dodd e Pinetop Perkins.
Jaleel Shaw, considerado um dos mais promissores músicos de jazz pela Associação de Jornalistas de Jazz no verão de 2008, nasceu em Filadélfia – Pensilvânia, em 1978, onde aprendeu saxofone com os professores Rayburn Wright e Robert Landham. Estudou também com o professor Lovette Hines e acompanhou, em digressões regulares, o contrabaixista Christian McBride, o organista Joey Defrancesco, os bateristas Johnathan Blake & Ari Hoenig, o vocalista Bilal, o trompetista Daud El-Bakara e o teclista Kamal do The Roots. Contudo, Jaleel Shaw desenvolveu a sua actividade musical principalmente em três grupos: The Roy Haynes Quartet, The Mingus Big Band e nos seus próprios Quarteto e Quinteto.
Na bateria, EJ Strickland é descrito por Thomas Conrad, da Downbeat Magazine, como “um campo de energia acumulada com um poder de uma tempestade que se aproxima”. Nascido em Gainesville, em 1979, cresceu em Miami – Florida. Encontrou grandes referências artísticas em bateristas como Elvin Jones, Philly Joe Jones, Roy Haynes, Tony Williams, Jeff "Tain" Watts, Brian Blade e muitos outros. Registou mais de 25 álbuns com vários artistas e em Maio deste ano lançou finalmente o seu tão aguardado álbum de estreia como líder, – “In This Day”.
Josh Ginsburg percorreu o mundo, tocando ao lado de músicos notáveis como Kenny Barron, Terence Blanchard, Tom Harrell, Mulgrew Miller, Bobby Watson, Ralph Peterson, Mark Turner, Kurt Rosenwinkle, George Colligan, Marcus e E.J. Strickland, Robert Glasper, Craig Handy, Mark Whitfield, Winard Harper, John Ellis e Jeremy Pelt. Nasceu em Baltimore, Maryland, em 1976, e foi membro da Jazz Ahead no Kennedy Center e da Thelonious Monk Institute's Jazz Colony no Snowmass.
Al Foster 5tet (com George Colligan)- Jean-Pierre
Quinta, 19 de Novembro | 22h00 Overtone Quartet Jason Moran, Dave Holland, Chris Potter & Eric Harland
O Overtone Quartet é uma formação composta por Dave Holland, uma referência fundamental da história do jazz, e três excelentes músicos – Chris Potter, Jason Moran e Eric Harland.
Dave Holland nasceu em Wolverhampton - Inglaterra, em 1946, e é considerado pela crítica um dos mais influentes e criativos contrabaixistas do jazz. O trajecto musical desta grande personalidade fala por si; teve o privilégio de tocar com nomes cimeiros do jazz como Miles Davis, Chick Corea, Anthony Braxton, Stan Getz, Thelonious Monk, Jack DeJohnette, Herbie Hancock, Pat Metheny, Wayne Shorter, entre outros. A carreira de Dave Holland tem sido distinguida pelas suas qualidades artísticas e pela sua associação com excepcionais instrumentistas, tendo-lhe proporcionado a realização de obras discográficas marcantes para o jazz. A solo, em trio, em quarteto, em quinteto, em octeto ou integrado numa Big Band que dirige há alguns anos, Dave Holland é uma presença única e notável que preenche palco.
Chris Potter nasceu em Chicago, em 1971, mas a sua "escola" fez-se na cidade de Nova Iorque, onde chegou com 18 anos. Começou a tocar com o trompetista Red Rodney, personagem essencial do jazz que acompanhou Charlie Parker no seu período áureo. Foi aluno do pianista Kenny Werner, tendo depois tocado com ele. Chris Potter já acompanhou Jim Hall, Ray Brown, Marian McPartland, James Moody, Steve Swallow, Larry Carlton, Paul Motian, John Patitucci ou os Steely Dan e toca ocasionalmente na Mingus Big Band. Considerado um dos jovens saxofonistas mais brilhantes da cena jazzística actual, Chris Potter entusiasma as assistências em toda a parte onde se apresenta porque detém um invulgar domínio técnico do instrumento, capaz de influenciar a qualidade da sua performance, aliando a tudo isto uma capacidade inventiva fora de comum.
Jason Moran é um pianista e um compositor de reputação invejável. Nasceu em Houston, em 1975, e vive actualmente em Nova Iorque. O estilo intimista é visível na forma como executa o piano no seu trio “The Bandwagon” e como desenvolve as suas ideias quando acompanha artistas como Cassandra Wilson, Steve Coleman, Greg Osby e Stefon Harris. Quer como líder, quer como solista, já recebeu, por parte da crítica, os mais diversos elogios pelas suas actuações nos mais importantes clubes e festivais de jazz de todo o mundo.
O baterista Eric Harland nasceu em Houston, em 1978. Apesar de muito jovem já tocou e gravou com inúmeros músicos, entre os quais se devem destacar Betty Carter, Wynton Marsalis, Terence Blanchard, Stefon Harris, Joe Henderson, Greg Osby, Kenny Garrett, Michael Brecker, Ravi Coltrane, Geri Allen, McCoy Tyner, entre muitos outros. Segundo o New York Times, Eric Harland "marca o ritmo do futuro do jazz".
Overtone Quartet - Berlim 6 de Novembro de 2009
Sexta, 20 de Novembro | 22h00 Cassandra Wilson
Cassandra Wilson iniciou a sua carreira nos anos 70, explorando as suas capacidades vocais por uma variedade de ritmos e de estilos musicais, tendo atingido um enorme sucesso nos anos 90.
Nessa década foi considerada uma das maiores cantoras da cena jazzística mundial, estatuto que mantém até aos dias de hoje. Premiada este ano com um Grammy na categoria de “Melhor Disco de Jazz Vocal”, Cassandra Wilson é possuidora de uma voz singular, dotada de um conjunto de características muito próprias que a colocam como uma das referências fundamentais desta música. Editado pela Blue Note, o álbum "Loverly" que lhe valeu o segundo Grammy da sua carreira, foi descrito pela crítica americana como "absolutamente imperdível". Responsável pela produção deste trabalho, Cassandra Wilson escolheu uma casa na sua cidade natal, em Jackson – Mississippi, para compor o material sonoro contido neste álbum: "já trabalhei com grandes produtores, mas este era um trabalho tão pessoal que quis produzi-lo eu mesma".
Nascida em Dezembro de 1955, Cassandra Wilson estudou piano e guitarra, antes de se concentrar na voz e lançar o seu primeiro disco "Point of View", há mais de vinte anos. Depois de um ano em Nova Orleães, mudou-se para Nova Iorque, em 1982, e começou a trabalhar com Dave Holland e Abbey Lincoln. Conhece Steve Coleman e passa a ser a voz principal do movimento M-Base. Trabalhou com o grupo New Air e gravou o seu primeiro álbum como líder, em 1985. Desde então, a publicação de novos álbuns sucede a um ritmo considerável, apresentando uma música caracterizada por um estilo bastante próprio, com uma musicalidade distinta e versátil. Cassandra Wilson foi considerada pela revista Time, “a mais importante e ousada vocalista de jazz” no mesmo ano em que recebeu o seu primeiro Grammy pelo álbum “New Moon Daughter”. Ao longo da sua carreira Cassandra Wilson soube encontrar novas formas de abordagem musical sobre temas populares e reinterpretar de uma maneira criativa e renovada, velhos sucessos do country, blues e folk music. Em 1997 integrou o projecto de Wynton Marsalis, "Blood on the Fields" e em 2000 gravou "Traveling Miles" – um excelente tributo a Miles Davis.
Sábado, 21 de Novembro | 18h00 Big Band da ESMAE dirigida por George Colligan
Após uma semana de workshop, os alunos da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto sobem ao palco do Pequeno Auditório do Centro Cultural Vila Flor para formarem uma big band conduzida por George Colligan e apresentarem um concerto concebido para o Guimarães Jazz 2009. Nos festivais realizados entre 1998 e 2003 desenvolveram-se vários projectos de Big Band, que incluíam uma orquestra formada por músicos portugueses e europeus. Este grupo alargado de instrumentistas preparava durante três dias de intensivos ensaios, um programa musical delineado exclusivamente para o Festival. A orquestra era dirigida por um compositor/director convidado, internacionalmente reconhecido. Esta experiência foi muito útil porque deu aos vários elementos da organização do Guimarães Jazz a possibilidade de prepararem várias produções para o acontecimento, podendo testar a sua capacidade de resposta perante os projectos desenvolvidos, assim como a competência da sua concretização no conjunto das rotinas necessárias à produção de espectáculos. Em 2005 sentiu-se a necessidade de fazermos algumas mudanças no processo e, mantendo a ideia original, iniciou-se a preparação de um novo projecto para Big Band, utilizando-se então a Big Band da ESMAE (Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo). Esta orquestra composta por jovens músicos em formação cumpre uma intensa semana de ensaios, na preparação de um concerto integrado no programa do Festival.
Sábado, 21 de Novembro | 22h00 Dave Douglas and Blood Sweat Drum n Bass Big Band “A Single Sky, Dave Douglas with Blood Sweat Drums and Bass Big Band with Jim McNeely direction” - 1ª Parte “Blood Sweat Drums and Bass Big Band with Dave Douglas” - 2ª Parte
Dave Douglas, um dos músicos de referência do jazz actual, sobe ao palco do Grande Auditório do CCVF com a Blood Sweat Drum'n Bass Big Band para encerrar o Guimarães Jazz e apresentar um espectáculo concebido para a edição deste ano que conta com a participação de uma grande formação de jovens músicos dinamarqueses e com a direcção musical de Jim McNeely – um pianista e director de orquestra internacionalmente reconhecido.
Este concerto apresenta o novo projecto de Dave Douglas para big band com a direcção de Jim McNeely e a música da Blood Sweat Drum'n Bass Big Band, tendo Dave Douglas como músico solista. Nomeado duas vezes para os prémios Grammy, Dave Douglas é indiscutivelmente o mais prolífico e original trompetista da sua geração, assim como um excelente compositor, colhendo elogios tanto dos sectores mais antigos e conservadores, bem como dos mais actuais e contemporâneos. Nasceu em New Jersey, em 1963, e estudou em Boston, primeiro na Berklee School of Music e depois no New England Conservatory. Mudou-se para Nova Iorque em 1984, onde se inscreveu na New York University e estudou com Carmine Caruso. Rapidamente ganhou estatuto, tanto a nível nacional como internacional, sendo aclamado como trompetista, compositor e “artista do ano” pelas revistas Downbeat e Jazz Times. Começou a sua carreira a solo em 1993, com “Parallel Worlds na etiqueta Soul Note” e em 2005 lançou a sua própria editora - a Greenleaf Music - tendo sido no mesmo ano premiado com um Guggenheim Fellowship. Dave Douglas é actualmente director artístico do Workshop in Jazz e do Creative Music no Banff Center, Canadá, e co-fundador e director do Festival of New Trumpet Music, que este ano comemora 7 anos. Para além dos seus próprios grupos musicais, Dave Douglas integra ainda o John Zorn Masada Quartet e trabalha com Anthony Braxton, Don Byron, Joe Lovano, Miguel Zenon, Uri Caine, Bill Frisell, Cibo Matto, Mark Dresser, Han Bennink e Misha Mengelberg. O seu estilo é caracterizado pela utilização de uma estética muito pessoal que reflecte um enorme campo de influências diversas, indo de Igor Stravinsky a Stevie Wonder e a John Coltrane. Como compositor, Dave Douglas adapta e sintetiza formas musicais pouco usadas, utilizando elementos sonoros díspares e contrastantes. Como trompetista, possui uma técnica de execução abrangente, mas o aspecto mais expressivo nele existente é a integração de uma abordagem peculiar e pessoal usada na composição cujos conceitos improvisados têm marcado os seus trabalhos mais recentes.
A Blood Sweat Drum'n Bass Big Band é uma big band experimental, que desenvolve um interessante trabalho de redefinição musical do campo de actuação mais ou menos atribuído a grandes grupos de instrumentos. Dave Douglas executará composições da sua autoria e participará como solista convidado na execução de temas do repertório desta grande orquestra. Com este concerto pretende-se expandir ainda mais os horizontes conferidos a este formato musical, incrementando novas visões e novas experiências.
Blood Sweat Drum n Drum Big Band - Roskilde 2007
Actividades paralelas
15 de Novembro | 23h00 aprox. (no final do concerto do Projecto TOAP/Guimarães Jazz) Lançamento do CD "Guimarães Jazz/TOAP Colectivo Vol.3"
O concerto deste ano do Projecto TOAP/Guimarães Jazz é marcado pelo lançamento do CD “Guimarães Jazz/TOAP Colectivo Vol.3” gravado em directo no concerto do Festival do ano transacto, que contou com a participação de Ben Monder (guitarra), Matt Pavolka (contrabaixo), Peter Rende (piano), Alexandre Frazão (bateria) e João Moreira (trompete).
12, 13 e 14 de Novembro | 24h00 Jam Sessions Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor
15 de Novembro | 24h00 16 e 17 de Novembro | 22h00 Jam Sessions São Mamede – Centro de Artes e Espectáculos
19, 20 e 21 de Novembro | 24h00 Jam Sessions Convívio Associação Cultural
16 e 17, 19 e 20 de Novembro | das 14h30 às 17h30 Oficinas de Jazz George Colligan Quintet
2ª feira, 9 de Novembro 23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Quarteto de Pedro Teixeira
3ª feira, 10 de Novembro 21.00h – CCB (Lisboa) - Gilberto Gil & Bem Gil & Jacques Morelembaum 22.00h – Coliseu (Lisboa) – Macy Gray 22.00h – Cinema São Jorge (Lisboa) - Kimi Djabaté 23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Messias & The Hot Tone Blues
4ª feira, 11 de Novembro 21.00h – CCB (Lisboa) - Jimmy Cobb's So What Band (Kind of Blue at 50) 21.30h – Culturgest (Lisboa) - Micro Audio Waves (Zoetrope) 22.00h – Coliseu (Porto) – Macy Gray
5ª feira, 12 de Novembro 21.30h – Teatro Cinema de Fafe - Andy Mckee 21.30h – FNAC Colombo (Lisboa) - António Pinho Vargas 21.30h – Museu do Douro (Régua) - Quarteto Douro 22.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - Jimmy Cobb's So What Band - Kind of Blue @ 50 22.00h – ECV Fiat Garage (Lisboa) - Rafael Toral & Staalplaat Sound System 23.00h – Ondajazz (Lisboa) - Couleur Café 23.00h – Hot Club (Lisboa) - Art Jazz Trio 23.00h – Teatro de Vila Real - Quarteto Noé Gavina 23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Nações Unidas
6ª feira, 13 de Novembro 21.00h – CCB (Lisboa) - Júlio Pereira 21.30h – Centro Cultural de Cascais - Rui Azul & Wolfram Minnemann 22.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - Hank Jones Trio 22.00h – Zé dos Bois (Lisboa) - Bass Clef & Gabriel Ferrandini & Infinite Livez & DJ Sniff & Team Brick & Katapulto & Alfredo Carajillo & Whit 22.00h – FNAC (Coimbra) - Cristina Branco 23.00h – Hot Club (Lisboa) - Art Jazz Trio 23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Groove, Inc
Sábado, 14 de Novembro 16.30h – FNAC Norteshopping (Matosinhos) - Cristina Branco 21.00h – CCB (Lisboa) - Oumou Sangaré 21.30h – Teatro Municipal da Guarda - Rodrigo Leão & Cinema Ensemble 21.30h – Auditório Augusto Cabrita (Barreiro) - Paulo de Carvalho 22.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - Branford Marsalis Quartet 22.00h – Clube Rio de Janeiro (Lisboa) - Mistura Pura + Andrea Vertessen + Mister Beat Romanov 22.00h – Cine Teatro (Estarreja) - Andy Mckee 22.00h – Cine Teatro Constantino Nery (Matosinhos) - Cristina Branco 23.00h – Music Box (Lisboa) - Gasparov + Bass Clef + Andre Wakko 23.00h – Hot Club (Lisboa) - Art Jazz Trio 23.30h – Ondajazz (Lisboa) - L'Herbe Folle 00.00h – Mercado Negro (Aveiro) - Bukowski Blues Trio
Domingo, 15 de Novembro 16.00h – Auditório Beatriz Costa (Mafra) - Virgílio Gomes Trio 17.00h – FNAC (Braga) - Jacinta Canta Songs Of Freedom 19.30h – Bacalhoeiro (Lisboa) - Spaghetti Jazz 21.30h – Culturgest (Lisboa) - Hank Jones Trio 22.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - Projecto TOAP - Ohad Talmor & Bernardo Sassetti & Demian Cabaud & Dan Weiss
Miguel Zenón Quartet 5 de Novembro de 2009, 22.00h Auditório Municipal Ruy de Carvalho (Carnaxide)
Nas suas próprias palavras, Esta Plena representa, para Miguel Zenón, não apenas mais uma viagem a casa, mas uma verdadeira redescoberta da música de Porto Rico. Galardoado em 2008 com duas importantes bolsas de investigação, da Guggenheim e da MacArthur Foundation, Miguel Zenón regressou às origens, que já tinha visitado no seu projecto Jíbaro, de 2005, com o objectivo expresso de aprofundar o estudo e a pesquisa das raízes afro-europeias da música tradicional de Porto Rico. Esta viagem levou-o à Plena, um género nascido no século XIX na cidade de Ponce, fruto do cruzamento dos ritmos africanos levados pelos escravos para o Caribe, com as melodias e harmonias europeias introduzidas em Porto Rico, ao tempo sua colónia, pelos espanhóis. Mas Miguel Zenón é, antes de mais, um músico de jazz. Pelo que este trabalho, se bem que assente numa sólida investigação etno-musical e por isso incorporando diversos elementos directamente extraídos do folclore porto-riquenho, sobretudo na área rítmica (pelo uso das palmas e do pandeiro) e na inclusão da voz em cerca de metade dos temas, é essencialmente uma obra de jazz. No entanto, longe dos estereótipos do jazz latino-americano, aqui não há salsa nem rhumbas, apenas uma ou outra incursão, por sinal feliz, no território do bolero que, como não podia deixar de ser, também integra o imaginário musical popular deste Estado Livre Associado dos Estados Unidos da América, desde 1898 (os porto-riquenhos recusaram, por referendo realizado em 1998, a sua integração plena na União que faria de Porto Rico o 51º Estado Norte-Americano). Se em Jíbaro Zenón tinha realizado uma viagem mais genérica pelo seu próprio imaginário musical de infância, passada em Porto Rico, em Esta Plena assume-se como musicólogo dedicado expressamente ao estudo e desenvolvimento da Plena, associando-a à sua cultura musical do jazz, adquirida nos Estados Unidos da América (Zenón estudou no Berklee College of Music de Boston e obteve o masters na Manhattan School of Music, em 2001). Para tal usa essencialmente dois grupos, um conjunto de pleneros, formado por músicos porto-riquenhos, e o seu quarteto de jazz composto por ele próprio no saxofone, pelo venezuelano Luis Perdomo no piano, o austríaco, radicado nos EUA, Hans Glawischnig no contrabaixo, e o baterista norte-americano Henry Cole, com um percurso musical quase idêntico ao de Zenón, pois formou-se no Conservatório de San Juan em Porto Rico antes de rumar ao Berklee College de Boston e à Manhattan School of Music, onde foi aluno de John Riley. Um quarteto com uma consistência adquirida ao longo de mais de cinco anos de colaboração.
Miguel Zenón Esta Plena Marsalis Music, 2009
O resultado é uma clara aproximação à pureza tradicional do património musical porto-riquenho que não impede porém, quer Zenón quer os restantes músicos do seu quarteto, de o desenvolverem, técnica e artisticamente, em arranjos e solos de elevada complexidade e onde os seus reconhecidos talentos podem efectivamente brilhar. Porém, nesta apresentação no âmbito do Festival Som da Supresa, o músico apresentou-se apenas em quarteto, o que claramente reforçou o carácter jazzístico do projecto, sem que este alguma vez tenha perdido as referências populares e étnicas, sobretudo ao nível melódico e rítmico. Luís Perdomo, no piano, esteve em evidência, com uma mão direita fabulosa nos solos. O mesmo sucedeu com Henry Cole na bateria, manifestamente loquaz na exploração rítmica das composições. Afinal de contas este homem não só estudou percussão em Porto Rico como está habituado a acompanhar alguns dos mais importantes músicos do jazz latino-americano da actualidade: Jerry Gonzalez, Claudia Acuña, Danilo Perez, William Cepeda, Chico O'Farril, Ray Barreto e Paquito d’ Rivera, entre muitos outros. A acompanhá-lo no contrabaixo Hans Glawischnig demostrou que os germânicos também podem tocar, e bem, jazz latino-americano, revelando um entendimento notável com os restantes membros do quarteto, fruto de muito trabalho em conjunto ao longo destes cinco anos de colaboração. Mas o prato forte, sem dúvida, sobretudo para os jazzómanos, foram os solos fabulosos de Miguel Zenón. Um artista do saxofone dotado de uma técnica invulgar e de uma notável capacidade interpretativa. Uma extraordinária noite de jazz, que aliou o privilégio de ouvir alguns dos seus melhores intérpretes à descoberta de novos sons e ritmos vindos das Caraíbas.
Miguel Zenón Quartet 5 de Novembro, 22.00h Auditório Ruy de Carvalho (Carnaxide)
Miguel Zenon, saxofone alto Luis Perdomo, piano Hans Glawischnig, contrabaixo Henry Cole, bateria
Miguel Zenon nasceu em San Juan, Porto Rico, em 1976. Quando estudava na Escuela Libre de Musica de San Juan, ganhou uma bolsa de estudo que o levou para o Berklee College em Boston e, mais tarde, para a Manhattan School of Music, onde obteve o masters em 2001. Após colaborações iniciais com a Bob Moses’ Mozamba e a Either/Orchestra, em Boston, e com os grupos de Ray Barretto e David Sánchez, em Nova Iorque, formou o seu próprio ensemble, com o pianista Luis Perdomo, o contrabaixista Hans Glawischnig e o baterista Antonio Sanchez (substituído em 2005 por Henry Cole). O primeiro disco do quarteto saiu em 2002, pela editora espanhola Fresh Sound New Talent, e denominou-se Looking Forward. Um ano depois assinou pela nova editora de Branford Marsalis, a Marsalis Music, com quem já editou quatro discos: Ceremonial em 2004, Jibaro em 2005 (uma homenagem à música tradicional de Porto Rico), Awake em 2008 e Esta Plena em 2009. Paralelamente tem trabalhado com alguns importantes colectivos do jazz como a banda SFJazz Collective, de que é co-fundador, a Charlie Haden’s Liberation Music Orchestra e ainda a Guillermo Klein’s Los Gauchos. Entre os muitos prémios recebidos foi designado embaixador do jazz pelo Kennedy Center, recebeu o prémio rising star alto saxophone pela Down Beat em 2004, 2006 e 2008, e bolsas de investigação da Guggenheim e da MacArthur Foundation, designadamente para o estudo da música plena, tradicional de Porto Rico. Um concerto a não perder por um dos mais importantes músicos da nova geração do jazz latino norte-americano.