segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Paco Ibañez em Portugal
Paco Ibañez
Grande Auditório da Culturgest (Lisboa)
6ª feira, 21.30h
Paco Ibáñez (Valência, 20 de Novembro de 1934) tem dedicado integralmente a sua já longa carreira artística, a musicar poemas de autores espanhóis e ibero-americanos, clássicos e contemporâneos. Exilado em França desde a Guerra Civil Espanhola, regressa a Espanha com a mãe aos 14 anos de idade, para San Sebastian, deixando o pai anarquista preso em França, num campo de trabalho para republicanos espanhóis. A família apenas se reunirá em 1948 em Perpignan, depois de uma ousada travessia clandestina da fronteira. Esses tempos foram recordados por Ibañez no seu disco Oroitzen —Recordando—, cantado em euskera, a língua basca. Instalam-se em Paris no início dos anos 50 onde Paco descobre Georges Brassens e Atahualpa Yupanqui, referências fundamentais da sua formação artística e ideológica, e imediatamente depois Léo Ferré e o movimento existencialista francês.
En 1956 a foto de uma mulher andaluza vestida de negro inspira-lhe a sua primeira canção sobre o poema "La más bella niña", de Luis de Góngora. O seu primeiro disco, gravado em 1964, é construído exclusivamente com poemas de Góngora e de Garcia Lorca, o qual se converte quase imediatamente num clássico utilizado por professores de língua e literatura espanhola como um símbolo de liberdade e de resistência cultural ao regime franquista.
O seu segundo disco da colecção Espanha de Hoje e Sempre, aparece em 1967 com poemas de Rafael Alberti, Luis de Góngora, Blas de Otero, Gabriel Celaya, Miguel Hernández y Francisco de Quevedo. Outro clássico.
Em Fevereiro de 1968 apresenta o seu primeiro concerto em Espanha, em Manresa.
Fica associado ao movimento estudantil de Maio de 1968, a quem os manifestantes chamam Paco Ibañez, A Voz Livre de Espanha. Em 1970 conhece Pablo Neruda e elege alguns dos seus poemas para as suas canções.
Em 1971 é vítima de censura pelo Governo Espanhol, que o proíbe de actuar em Espanha. Esta censura apenas terminaria em 1975, após a morte de Franco.
Em 1982 apoia o PSOE e participa num concerto de encerramento da campanha perante milhares de pessoas.
Fiel aos seus princípios anarquistas e de liberdade recusa, por duas ocasiões a Medalha Francesa Para as Artes e Letras, primeiro em 1983, outorgada por François Mitterrand e depois em 1987, outorgada por Jack Lang. Recusa igualmente o Prémio "Gerald Brenan" com que foi galardoado em 1998 pela Almenara, Sociedade Cultural Andaluza.
Segundo as suas próprias palavras “La única autoridad que reconozco es la del público y el mejor premio son los aplausos que se lleva uno a casa”.
Paco Ibáñez vai estar entre nós para um concerto na Culturgest, onde deverá apresentar o seu mais recente trabalho editado em 2008, “Paco Ibáñez canta a los poetas andaluces”, além de muitos dos seus clássicos, que se transformaram em verdadeiros hinos da liberdade e democracia em Espanha.
Paco Ibañez – Palavras Para Júlia (Palau da Música, 2002)
Paco Ibañez – La Mala Reputación (Palau da Música, 2002)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário