Rodrigo Gonçalves Quarteto 24 de Junho, 22.30h Ondajazz (Lisboa)
Rodrigo Gonçalves é um dos melhores pianistas do jazz nacional, embora por vezes pareça um pouco esquecido, ao lado de outros projectos mais mediáticos, como é o caso dos protagonizados por Mário Laginha, Bernardo Sassetti ou Júlio Resende. E bem que o trabalho de Rodrigo Gonçalves merecia uma maior mediatização, porquanto o seu projecto Tribology, com um repertório integralmente composto por originais do pianista e integrando alguns dos maiores valores da música portuguesa, seguramente o justificariam. O único reparo que merece é a constante alternância de músicos que compõem o projecto, que origina alguma irregularidade nas apresentações. Não obstante, a liderança do pianista é inequívoca e qualidade das apresentações irrepreensível, apesar da pouca homogeneidade dos ensembles apresentados. Para este concerto no Ondajazz Rodrigo Gonçalves apresentou-se em quarteto, acompanhado por Alexandre Frazão, na bateria, Bernardo Moreira, no contrabaixo, e Desidério Lázaro, no saxofone tenor. Uma combinação perfeita! O pianista encontra-se num raro momento de forma, como aliás já tive ocasião de salientar aquando da sua apresentação em Fevereiro no Casino de Lisboa, integrado no quinteto de Laurent Filipe. Desta feita, liderando o seu próprio projecto e tocando as suas composições, demonstrou um talento de excepção, que o coloca, sem quaisquer reservas, em perfeita igualdade com o que de melhor o país apresenta, em matéria de pianistas de jazz. Rodrigo Gonçalves excedeu-se e soube puxar pelo talento dos músicos que o acompanhavam. O grande Alexandre Frazão esteve fantástico, como sempre, uma força da natureza capaz de se integrar com pertinência em qualquer repertório. Neste caso esteve nas suas “sete quintas” com temas inspirados no universo hard bop, que serviram perfeitamente à sua enorme capacidade de improvisação e de composição. Desidério Lázaro é já um caso sério no panorama jazzístico nacional. Muito jovem ainda, afirma-se contudo como um tecnicista brilhante com uma notável capacidade de improvisação. Mais do que uma esperança, Lázaro é já incontestavelmente um dos melhores saxofonistas portugueses e demonstrou-o inequivocamente nesta apresentação. Secundado por uma secção rítmica excelente e de enorme experiência, o saxofonista teve oportunidade para se superar e assinar alguns dos momentos de maior brilho deste concerto. Esteve verdadeiramente endiabrado! Falta apenas falar de Bernardo Moreira, um dos mais experientes contrabaixistas nacionais que, com toda a segurança que transmite às suas apresentações, esteve à altura dos seus galões e soube contribuir decisivamente para o enorme brilho desde quarteto. Ao lado de Alexandre Frazão, a secção rítmica eleita por Mário Laginha para o seu trio e quarteto, Bernardo Moreira eleva-se a um patamar qualitativo superior e revela-se um músico de excepção, particularmente feliz neste repertório “mainstream” onde se formou como músico e que continua a cultivar com uma assinalável coerência. Um concerto soberbo por um quarteto que merecia ser imortalizado em disco. Uma grande noite de jazz!
Festival Paredes de Coura Jazz na Relva 29 a 31 de Julho, 21.30h Paredes de Coura
Programa: JOSÉ VALENTE, EXPERIENCES OF TODAY 29 de Julho,
José Valente - Viola d'Arco Júlio Resende - Fender Rhodes João Custódio - Contrabaixo Joel Silva - Bateria
O conceito EXPERIENCES OF TODAY, iniciado pelo violetista José Valente enquanto vivia em Nova Iorque, tem como objectivo reunir músicos de diversos países e culturas que desejam contribuir de forma significativa para o desenvolvimento da música, através de novas experiências. Para além do apelo insistente à originalidade, EXPERIENCES OF TODAY também procura uma nova linguagem de intervenção, que alcance uma interpretação eficaz de sentimentos e pensamentos sobre questões actuais da sociedade e do mundo.
Quinteto Zelig 30 de Julho
Pedro Cardoso (Peixe) - Guitarra António Serginho - Marimba, Vibrafone e outras percussões Nico Tricot - Flauta, Teclado, Percussão, Serrote, etc. José Marrucho - Bateria Eduardo Silva - Contrabaixo
O quinteto Zelig formou-se no final de 2006 quando a Peixe e Eduardo Silva se juntaram Nico Tricot, António Serginho e José Marrucho. Desde então desenvolvem música original que assim como o camaleão homónimo de Woody Allen, se transfigura sob a influência da esfera que a envolve. É nesse universo musical, criado pela fusão do percurso dos cinco membros que se encontram direcções para a criatividade, num zig-zag sonoro onde tudo é possível.
BARBEZ 31 de Julho
Dan Kaufman – guitarra John Bollinger - bateria Pamelia Kurstin – theremin Catherine McRae – violin Peter Hess – clarinet Danny Tunick – vibraphone Andrew Jones- baixo e sampler
Nascido em 1997, o projecto Barbez é composto por músicos com um percurso no jazz, no rock e na música clássica. O colectivo nova-iorquino, do guitarrista Dan Kaufman regressa ao nosso país depois de terem passado, há alguns anos, pela ZDB. Também há uns bons anos gravaram para a Tradik de John Zorn, sob a influência do céu do poeta judeu Paul Celan. Fala — Mas não separes o Não do Sim.
Um dos mais prestigiados pianistas e compositores de jazz, McCoy Tyner, sobe ao palco do Monumento Eng.º Duarte Pacheco, em Loulé, no 31 de Julho, às 22h00, para um concerto que contará com o seu trio e com a participação especial de Joe Lovano, um dos saxofonistas mais consagrados do panorama do jazz mundial. Com uma musicalidade influenciada por Art Tatum, Thelonious Monk e Bud Powell, McCoy Tyner concilia na perfeição a técnica com o lirismo e as inovações harmónicas. Tem o estatuto de lenda viva, especialmente marcado pela sua colaboração enquanto pianista na formação do saxofonista John Coltrane, na qual começou com apenas 17 anos.
McCoy Tyner Quarteto McCoy Tyner - piano; Bobby Hutcherson - vibes; Charnett Moffett - bass; Eric Harland - drums
El Fad 29 de Julho, 22.00h Cafetaria Quadrante - CCB (Lisboa)
JOSÉ PEIXOTO guitarra acústica CARLOS "ZÍNGARO" violino MIGUEL LEIRIA PEREIRA contrabaixo ANTÓNIO QUINTINO contrabaixo JOSÉ SALGUEIRO bateria | percussão 29 Jul 2010 - 22:00
O renovado projecto do ex-Madredeus, José Peixoto, dedicado à fusão do jazz com a música do Al-Andaluz, apresenta o seu novo disco, Lunar, nesta quinta na Cafetaria Quadrante do CCB. El Fad (agora quinteto, com dois contrabaixistas) constrói uma música de viagem, explorando os vários dialectos do jazz, para onde traz sonoridades mediterrânicas tradicionais. José Peixoto, líder do grupo, toca guitarra como um instrumento melódico, seguindo a técnica do oud norte-africano e médio-oriental.
XIX – Jazz na Praça da Erva 28 a 31 de Julho Viana do Castelo
Programa:
28 de Julho 14.30h – Café do Teatro – Workshops com Carlos Barretto, Mário Delgado e José Salgueiro 22.00h – Praça da Erva – Lokomotiv 24.00h – Café do Teatro – Jam Session
29 de Julho 22.00h – Praça da Erva – Massimo Varini 24.00h – Café do Teatro – Jam Session
30 de Julho 15.00h – Café do Teatro – Workshop com Massimo Varini 22.00h – Praça da Erva – Biel Ballester Trio 24.00h – Café do Teatro – Jam Session
31 de Julho 15.00h – Café do Teatro – Workshop com Joel Xavier 22.00h – Praça da Erva – Stanley Jordan e Joel Xavier 24.00h – Café do Teatro – Jam Session
Segunda, 26 de Julho 22.00h – Coliseu dos Recreios (Lisboa) – Caetano Veloso
Terça, 27 de Julho 21.30h – Campo Pequeno (Lisboa) – Mark Knopfler 22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Terças Feiras do Hot – Jam Session 22.00h – Parque Marechal Carmona (Cascais) – Club des Belugas 22.00h – Coliseu dos Recreios (Lisboa) – Caetano Veloso
Quarta, 28 de Julho 21.30h – Jazz ao Norte (Porto) – Quarteto Sandro Norton 21.30h – Teatro Micaelense (Ponta Delgada) – Quinteto Danilo Perez 22.00h – Parque Marechal Carmona (Cascais) – Elvis Costello & The Sugarcanes 22.00h – Praça da Erva (Viana do Castelo) – Carlos Barretto 22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Trigon 23.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Bluesyband
Quinta, 29 de Julho 21.30h – Museu do Oriente (Lisboa) - Trigon 22.00h – Cafetaria Quadrante – CCB (Lisboa) – El Fad 22.00h – Coliseu (Porto) – Caetano Veloso 22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Filipe Melo Trio 22.00h – Parque Marechal Carmona (Cascais) – Solomon Burke 22.00h – Praça da Erva (Viana do Castelo) – Massimo Varini 22.00h – Centro Cultural da Gafanha da Nazaré (Ílhavo) – Jacinta 22.00h – Praça Frederico Ulrich (Alcobaça) - Hugo Trindade & New Standards Trio 22.30h – Palácio da Galeria (Tavira) – Desidério Lázaro Quarteto 23.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Brass Guitar Club Band 23.00h – Knock Out (Almada) – Led On
Sexta, 30 de Julho 22.00h – Praça da Erva (Viana do Castelo) – Biel Ballester Trio 22.00h – Praça Duarte Pacheco (Loulé) – Geraldine Laurent – Time Out Trio 22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Júlio Resende convida 22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Sara Serpa 22.30h – Palácio da Galeria (Tavira) – Carlos Barretto Lokomotiv 23.00h – Zé dos Bois (Lisboa) – Mikado Lab e Chris Speed
Sábado, 31 de Julho 22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Victor Zamora Trio 22.00h – Cerca do Convento (Loulé) – McCoy Tyner + Joe Lovano 22.00h – Praça da Erva (Viana do Castelo) - Stanley Jordan + Joel Xavier 22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Michele Ribeiro
TGB 10 de Junho de 2010, 22.00h Cafetaria Quadrante – CCB (Lisboa)
TGB (não confundir com o comboio que ligará, um dia, Madrid a Alcochete… ou será ao Poceirão?) significa simplesmente tuba, guitarra e bateria, e é o nome escolhido por uma das mais originais e conseguidas formações da música nacional. Com dois álbuns brilhantes gravados, o mais novo lançado este ano com o título “Evil Things” (oh yeah, i’m evil too!), os TGB estão longe de constituir mais um trio de guitarra, com a tuba a desempenhar o papel de contrabaixo. A enorme mais-valia desta formação reside precisamente no facto de prescindir de uma liderança individual clara e teimar em distribuir as tarefas criativas pelos três elementos que a compõem, mesmo sabendo-se das dificuldades de protagonismo geralmente associadas a instrumentos como a bateria e a intimidatória tuba! Mas Alexandre Frazão e Sérgio Carolino não são músicos vulgares… São dois fantásticos virtuosos dos seus instrumentos que acolhem de braços abertos o desafio, e o levam por mares nunca dantes navegados, levado pelas correntes da sua enorme inspiração e técnica. Neste trio todos compõem, todos solam, todos contribuem de corpo e alma para a enorme energia transmitida pela sua música, com momentos verdadeiramente sublimes de técnica assombrosa e de rara inspiração. Poucos trios conseguem exprimir-se com tal veemência no jazz moderno. À enorme e conhecida versatilidade de Mário Delgado e Alexandre Frazão junta-se a surpreendente irreverência de Sérgio Carolino. O tubista tem talentos notórios e reconhecidos, dentro e fora de portas, no que à música clássica concerne. Mas isto de tocar música improvisada numa tuba, ainda por cima com a fluência exibida neste TGB, não é seguramente para todos! O trabalho de Delgado é quase uma extensão daquele que desenvolve no trio Lokomotiv, de Carlos Barretto. No entanto este trio é fortemente marcado pela personalidade musical do contrabaixista, o que não sucede aqui. Outro guitarrista tenderia a assumir a liderança desta formação, até pelas limitações melódicas e harmónicas dos outros dois instrumentos. Não foi esse contudo o caminho escolhido por Mário Delgado, um músico que além de uma técnica incontornável possui uma notável capacidade de adaptação aos mais díspares ambientes musicais. Aqui trabalha extraordinariamente, mas sempre para o grupo, nunca em busca de protagonismo fácil. A sua guitarra soa contudo mais dócil neste TGB, quando comparada com o trabalho desenvolvido no Lokomotiv. O som é geralmente mais limpo, numa opção estética que permite à tuba complementá-la frequentemente, partilhando as funções melódicas de um modo mais assumido. A música dos TGB ganha bastante com isso. Alexandre Frazão é aquele fenómeno que todos conhecemos. A sua busca de padrões, sonoridades e texturas na bateria é incessante e obstinada. Fá-lo com uma riqueza e clareza raras. Tais qualidades são amplamente aproveitadas em projectos com piano, como o trio de Mário Laginha ou de Bernardo Sassetti. Mas aqui deram-lhe rédea solta e este simpático luso-brasileiro de Niterói, revela-se um verdadeiro Mustang, na força, elegância e nobreza com que abraça a tarefa. No TGB Alexandre Frazão vai buscar toda a sua enorme bagagem musical e junta a subtileza textural do trio de Bernardo Sassetti com a energia bruta de Black Dog dos Led Zeppelin! Um assombro de vigor e talento. Um concerto inspirado por uma das mais talentosas formações do jazz actual, nacional e internacional. Nada menos que perfeito.
Diana Krall Sábado, 24 de Julho, 22.00h Largo Monumento Duarte Pacheco (Loulé) Domingo, 25 de Julho, 22.00h Hipódromo Cascais
Expoente máximo do jazz no feminino, Diana Krall dispensa apresentações. Senhora de uma sonoridade inconfundível, a voz densa e sensual desta diva canadiana aliada a uma rara expressividade que tem vindo a conquistar legiões de fãs desde o início da sua carreira na década de 90. Lançado em Março de 2009, o seu mais recente álbum “Quiet Nights” é uma obra de maturidade musical e de uma intimidade desarmante, onde a sedução dá lugar ao desejo e cada nota sugere entrega e cumplicidade. Inspirado na música popular brasileira Bossa Nova, nas suas batidas hipnóticas e melodias penetrantes, o 12º álbum de Diana Krall será o ponto de partida de um concerto memorável onde se poderão ouvir clássicos de António Carlos Jobim e João Gilberto.
Corinne Bailey Rae Parque Marechal Carmona (Cascais) 24 de Julho, 22.00h
Natural de Leeds, Corinne Bailey Rae lançou o seu álbum de estreia em 2006, que gravou como artista independente com um orçamento diminuto. A juntar a uma aparição no conceituado programa da BBC “Later with Jools”, a notável qualidade interpretativa dos seus espectáculos ao vivo tinham posto o seu nome na boca dos críticos e da indústria musical como a próxima “grande revelação”. No entanto, o êxito retumbante do seu disco homónimo apanhou todos de surpresa, vendendo 4 milhões de discos e conquistando um lugar no disputado Top 200 da revista americana Billboard, a par de várias nomeações para os Grammy Awards, incluindo Melhor Álbum, Melhor Canção e Artista Revelação. Lançado em Janeiro de 2010, The Sea é o aguardado regresso de Corinne Bailey Rae, depois de um hiato de quatro anos marcado pela morte trágica do seu marido, o saxofonista Jason Rae (em 2008) mas também por colaborações em estúdio com Herbie Hancock e Al Green.
24 JUL, 18h00 "CONTACT" DAVE LIEBMAN/ JOHN ABERCROMBIE/ MARC COPELAND/ DREW GRESS/ BILLY HART Serralves (Porto)
Apesar da manifesta constelação de nomes, todos eles com lugar indiscutível na história do jazz, que protagonizam o projecto “Contact”, o concerto de encerramento não será uma exibição ao jeito dos espectáculos “all stars”. Muito mais do que uma manifestação de “coexistência pacífica” inter-geracional, “Contact” é um exemplo vivo de criatividade gerada no confronto de diferentes épocas e géneros jazzísticos.
Mais do que os 19 anos que separam os B.I. do baterista Billy Hart (n. 1940) e do contrabaixista Drew Gress (que já tocou como líder no Jazz no Parque) ou a breve distância cronológica que aproxima os veteranos John Abercrombie (n. 1944), Dave Liebman (n. 1946) e Marc Copeland (n. 1948), o corpo do jazz regista a multiplicidade de caminhos e opções estéticas que identificam cada um dos mestres deste quinteto. Num tempo em que os horizontes plurais são uma marca personalizada do jazz contemporâneo, o colectivo “Contact” recorda, mais uma vez, a irrupção do novo na memória das raízes do jazz.
Dave Liebman, Joey Calderazzo, Dave Holland & Jack DeJohnette - My Favourite Things
Arturo Sandoval Sexteto Auditório de Espinho 23 de Julho, 22.00h
Autor de uma extensa discografia e de um imenso virtuosismo, Arturo Sandoval é reconhecidamente um dos maiores trompetistas do mundo no universo do jazz. Sendo uma das lendas do jazz cubano, trará certamente a Espinho o som quente das Caraíbas num concerto verdadeiramente imperdível. Nesta noite será acompanhado pelo seu grupo, formando um sexteto de músicos de enorme qualidade.
É acompanhado por Dennis Marks (baixo), Philbert Armenteros (percussão), Ed Calle (saxofone), Alexis Arce (bateria) e Manuel Valera (piano).
Bojan Z Tetraband 23 de Julho, 22h00 Praça Duarte Pacheco , Loulé
Bojan Zulfikarpasic, mais conhecido como Bojan Z, nasceu em Belgrado, em 1968, numa família muito ligada à música; cresceu a ouvir clássicos como Ravel ou Claude Debussy e começou a tocar piano aos cinco anos de idade. Desde muito jovem que integrou várias formações na cena jazzística de Belgrado, o que lhe valeu, em 1989, o prémio de Melhor Jovem Músico de Jazz da Jugoslávia. Em 1986 estudou com Clare Fisher no Blue Lake Fine Arts Camp, no Michigan. Naturalmente influenciado pela música balcânica, sempre demonstrou um grande interesse pelas múltiplas raízes da música, partindo delas para criar diferentes atmosferas. Como se pode, aliás, constatar pela sua discografia: Quartet, Yopla, Koreni, Solobsession, Transpacifik, Xenophonia e Humus. Diferentes abordagens, uma visão: foi assim que Bojan Z se tornou uma referência no jazz francês, após se ter fixado em Paris em 1988. Tem tocado com músicos como Henri Texier, Scott Colley, Nasheet Waits, Ben Perowsky, Karim Ziad, Kudsi Erguner ou Remi Vignolo. Utiliza uma combinação única do piano acústico com o eléctrico (Fender Rhodes). Graças ao seu trabalho, em 2002 o governo francês honrou-o com o título de Chevalier de l’ Ordre des Arts et des Lettres e, em 2005, recebeu o galardão de Melhor Músico de Jazz do Ano.
|em|, Wolly-Kruse-Schaefer 22 de Julho, 19.00h Goethe Institut, Lisboa
Michael Wollny: piano Eva Kruse: contrabaixo Eric Schaefer: bateria
Nascido em 1978, Michael Wollny adquiriu, na 1a década do séc. XXI, o estatuto de figura exponencial da sua geração na Alemanha. O trio |em|, numa fórmula instrumental perene do jazz, destila surpreendente criatividade, comprovando o seu talento secundado geracionalmente e com percepção bastante para descobrir algo de novo e diferente.
Terça, 20 de Julho 19.00h – Goethe Institut (Lisboa) - I Overdrive Trio 22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Terças Feiras do Hot – Jam Session 22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Jam Session
Quarta, 21 de Julho 21.00h – CCC (Caldas da Rainha) – Eddy Slap 21.30h – Braço de Prata (Lisboa) – André Bastos Silva 4tet 21.30h – Jazz ao Norte (Porto) – Quarteto Sandro Norton
Quinta, 22 de Julho 19.00h – Goethe Institut (Lisboa) - Wollny / Kruse / Schaefer 22.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Paula Sousa 22.00h – Cafetaria Quadrante – CCB (Lisboa) - Marco Franco “Barulho de Câmara" 22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Luís Gabriel Lopes 23.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Filipe Melo
Sexta, 23 de Julho 22.00h – Fnac (Coimbra) – Nuno Marinho Trio 22.00h – Praça Duarte Pacheco (Loulé) - Bojan Z Tetraband 22.00h – Auditório de Espinto – Arturo Sandoval 22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Júlio Resende 22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Diego Figueiredo 00.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Luís Barrigas Trio
Sábado, 24 de Julho 18.00h – Serralves (Porto) – Contact – Dave Liebman, John Abercrombie, Marc Copeland, Drew Gress & Billy Hart 22.00h – Theatro Circo (Braga) – Amarelo Manga 22.00h – Parque Marechal Carmona (Cascais) – Corinne Bailey Rae 22.00h – Largo Monumento Duarte Pacheco (Loulé) – Diana Krall 22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Havana Way 22.30h – Campo do Trasladário (Arcos de Valdevez) – Minnemann Blues Band
Domingo, 25 de Julho 16.00h – Fnac (Almada) – Luis Gabriel Lopes 17.00h – Parque Eduardo VII (Lisboa) – Groove 4tet 17.30h – Odessa (Lisboa) – Mikado Lab 22.00h – Hipódromo Cascais – Diana Krall 22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Marco Lobo
Kurt Elling 17 de Julho, 21.30h Jardim da Verbena (São Brás de Alportel)
Sendo as vozes masculinas no jazz cada vez mais uma raridade, Kurt Elling é considerado por muitos o mais completo e talentoso cantor de jazz da actualidade. A sua discografia conta com seis CD’s gravados para a editora Blue Note, nomeados para os Grammy Awards. Desde 2000, que é um dos preferido das tabelas dos críticos da revista “Downbeat” e dos leitores da “JazzTimes”, tendo sido galardoado com dois prémios atribuídos pela Associação de Jornalistas de Jazz, que o distinguiu como melhor vocalista masculino. Embora tendo em mente uma carreira como professor, foi profundamente influenciado pela voz e obra de Mark Murphy, o que lhe alterou os planos, catapultando-o para os palcos dos pequenos clubes da Wind City. Depois de ter tocado com alguns músicos de referência como os saxofonistas Von Freeman e Ed Peterson. A sua estreia numa das mais conceituadas marcas de discos, chama a atenção da imprensa do jazz, o que reafirma o seu talento e o seu estilo particular de canto. Em 1997 é lançado o segundo álbum, “Messenger”, e um ano depois “This Time It’s Love” – trabalho cujo sucesso e críticas levam à gravação de um registo ao vivo, “Live in Chicago”. Kurt Elling destaca-se pelo o domínio técnico voz, a profundidade das interpretações e o forte sentido rítmico, fazendo dele um autentico instrumentista.
Danilo Perez Quintet 16 de Julho, 21.00h CCB - Praça do Museu (Lisboa)
Apesar de colaborar regularmente com os músicos Wayne Shorter, Wynton Marsalis, Jack DeJohnette ou Roy Haynes, Perez não esconde as suas origens – o aroma do jazz latino está bem presente na sua música.
Neste concerto, ao líder do quinteto juntam-se quatro músicos destacadíssimos do actual panorama jazzístico internacional: Adam Cruz, que muitos consideram o maior especialista de jazz em ritmos latinos, e Ben Street, baixista que já tocou e gravou com Kurt Rosenwinkel, Ben Monder e Sam Rivers, dois músicos que formam com Perez o Danilo Perez Trio. A eles juntam-se, neste quinteto, Rogério Boccato, percussionista brasileiro sediado em Nova Iorque, que já acompanhou músicos, como António Carlos Jobim, Hermeto Pascoal, Milton Nascimento, Egberto Gismonti; e Rudresh Mahanthappa, músico de ascendência indiana eleito em 2009 Rising Star-Alto Saxophone pela revista Downbeat, e também Alto Saxophonist of the Year pela Jazz Journalist Association.
Este concerto, que representa simultaneamente o concerto de abertura da Lisbon Jazz Summer School e o concerto de abertura do Festival CCB Fora de Si, tem todos os ingredientes para oferecer ao público uma noite de jazz inesquecível.
DANILO PEREZ piano ADAM CRUZ bateria BEN STREET contrabaixo RUDRESH MAHANTHAPPA saxofone alto ROGERIO BOCCATO percussão
Júlio Resende International Quartet 13 de Julho, 19.00h - Goethe Institut (Lisboa) 14 e 16 de Julho, 22.30h - Fábrica Braço de Prata (Lisboa) 15 de Julho, 22.00h - Cafetaria Quadrante - CCB (Lisboa) 18 de Julho, 17.00h - Parque Eduardo VII (Lisboa)
Júlio Resende, piano Perico Sambeat, saxofone alto Öle Morten Vägen, contrabaixo Joel Silva, bateria
Os dois discos do pianista Júlio Resende, enquanto líder Da Alma (2007) e Assim falava Jazzatustra (2009), confirmaram-no como uma referência da música de jazz em Portugal. Todas as composições do último álbum são da sua autoria (à excepção de “Shine on you Crazy Diamond”) e, quando apresentadas ao vivo, encontram sempre forma de se renovar. Uma semana em que podemos ouvir o quarteto internacional de Júlio Resende completo, tal como no disco "Assim Falava Jazzatustra", com o espanhol Perico Sambeat no saxofone alto e o norueguês Öle Morten Vägen no contrabaixo.
Norah Jones Cool Jazz Fest 2010 13 de Julho, 22.00h Hipódromo Manuel Possolo (Cascais)
Eloquente, sensível e plena, a música de Norah Jones fala-nos de um universo de experiência e emoção muito para além dos seus pouco mais de 30 anos. Desde o seu aparecimento na cena musical em 2002, Norah Jones tem vindo a experimentar e redefinir a sua paisagem sonora, onde a força do jazz é pautada por nuances acústicas vindas do soul e os ritmos vincados do pop e do rock. Norah Jones regressa este ano a Portugal para apresentar “The Fall”, o seu 4º e mais recente trabalho discográfico. Um passo de gigante no seu desenvolvimento enquanto artista, o som envolvente e rico em texturas “The Fall” traz-nos a interpretação carismática de Norah Jones, na voz e na guitarra, a ouvir neste concerto imperdível da programação do Cascais CoolJazzFest.
Segunda, 12 de Julho 22.00h – Museu do Oriente (Lisboa) – Paula Sousa Nirvanix
Terça, 13 de Julho 19.00h – Goethe Institut (Lisboa) - Júlio Resende International Quartet e Reto Suhner Quarteto 21.30h – Fnac Colombo (Lisboa) – Murdering Tripping Blues 22.00h – Hipódromo de Cascais – Norah Jones 22.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Terças Feiras do Hot - Jam Session
Quarta, 14 de Julho 22.00h – Zé dos Bois (Lisboa) – Sei Miguel 22.00h – Fnac Gaia Shopping (Gaia) – Victor Castro Trio 22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Júlio Resende International Quartet
Quinta, 15 de Julho 22.00h – Praia de São Martinho do Porto – Hugo Trindade Trio 22.00h – Cafetaria Quadrante – CCB (Lisboa) – Júlio Resende International Quartet 22.00h – Fnac Gaia Shopping (Gaia) – Victor Castro Trio 23.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Filipe Melo Trio
Sexta, 16 de Julho 21.00h – CCB (Lisboa) - Danilo Perez Quintet 21.30h – Parque ecológico do Gameiro (Mora) - Bernardo Sassetti e Sinfonietta de Lisboa 22.00h – Praça D. Afonso Henriques (Alcobaça) - Hugo Trindade Trio 22.00h – Jazz ao Norte (Porto) - Reto Suhner Quartett 22.30h – Hotel Real Marina (Olhão) – Natalie Cole 22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Talking Cows 22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Julio Resende e Convidados 24.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Nicole Eitner 00.30h – Braço de Prata (Lisboa) - RG Trio
Sábado, 17 de Julho 18.00h – Serralves (Porto) - Bernardo Sassetti Trio com Perico Sambeat 21.00h – Parque Marechal Carmona (Cascais) - António Pinho Vargas + Laurent Filipe + Groove4tet 21.30h – Jardim da Verbena (São Braz de Alportel) – Kurt Elling 21.30h – Parque ecológico do Gameiro (Mora) - Maria João e Mário Laginha 22.00h – Jazz ao Norte (Porto) - Reto Suhner Quartett 22.00h - Cerca do Convento do Espírito Santo (Loulé) – Talking Cows 22.00h – Praia de Vieira (Marinha Grande) - Dixie Boys 22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Jam Session 23.00h – Mundo Livre (Lourinhã) – Hugo Trindade Trio 23.00h – Tertúlia Castelense (Maia) - Vanessa Sassine Quarteto
Domingo, 18 de Julho 17.00h – Parque Eduardo VII (Lisboa) – Júlio Resende Quarteto 17.30h – Odessa (Lisboa) – Paula Sousa Trio 22.00h – Jardins do Palácio
ALBA - Alexandre Diniz Quarteto 07 Jul 2010, 19.00h Centro Cultural de Belém - Pequeno Auditório, Lisboa
ALEXANDRE DINIZ piano | ANTÓNIO PINTO guitarra CARLOS MIGUEL bateria | MASSIMO CAVALLI contrabaixo
Alexandre Diniz Quarteto nasce da vontade de criar originais que reflictam a ideia de que o jazz é uma música do mundo, enriquecida por várias culturas. Partindo do jazz americano para o jazz europeu, o Quarteto aborda este género musical como veículo de improvisação, mas também como uma música com uma componente de composição forte.
11º FUNCHAL JAZZ 8 | 9 | 10 de Julho 2010 Parque de Santa Catarina (Funchal)
Prosseguindo o objectivo de realizar no Funchal um evento que se distinga pela qualidade e singularidade e continuando a pugnar pela divulgação deste género musical nas suas diversas vertentes, tentando envolver todos e sobretudo apelar a um público mais jovem, o Funchal Jazz volta em força, trazendo os nomes que vão fazendo a História do Jazz na cena internacional: Kenny Barron, David Sanchez, Al Di Meola, Esperanza Spalding são alguns dos músicos de indiscutível qualidade que vão estar presentes no palco instalado no Parque de Santa Catarina, nos dias 8, 9 e 10 de Julho de 2010.
Para manter a tradição de abrir o Festival em português, este ano convidamos três talentos do jazz nacional: MARIA JOÃO, MARIA VIANA e MARIA ANADON, juntas num projecto único e pioneiro que celebra o jazz e a voz através do ensemble VOZES 3, tendo como objectivo interpretar temas originais e clássicos do Jazz e do cancioneiro americano.
Logo a seguir será a vez do TRIO DE KENNY BARRON, acompanhado pelo convidado DAVID SANCHEZ subir ao palco. Estes são dois nomes que dispensam apresentações.
Enquanto fazia a sua aprendizagem ao lado de músicos como Stan Getz e Miles Davis, Kenny Barron foi construindo um estilo singular que o transformou num dos expoentes máximos do mainstream moderno. Hoje em dia, para além de ser um professor respeitado, continua a criar música de excepcional qualidade e a deslumbrar públicos de todo o mundo com o seu invulgar talento como pianista.
David Sanchez é um dos mais completos saxofonistas da cena contemporânea, vencedor do Grammy latino para o melhor álbum instrumental de 2005, continua a surpreender com um extraordinário virtuosismo e criatividade. A sua música fortemente inspirada em Miles Davis e John Coltrane, entrelaça diferentes ritmos e sons com originalidade e ousadia.
Na 6ª feira, dia 9 de Julho, o Funchal Jazz acolhe a cantora JANE DUBOC, que vai por certo encantar todos com a sua voz suave e marcante.
Estamos seguros que AL DI MEOLA World Sinfonia vai marcar indelevelmente esta 11ª edição do Funchal Jazz Festival. Detentor dos mais prestigiados prémios atribuídos a um guitarrista, Al Di Meola começou a ser conhecido em 1974, quando integrou a famosa banda de Chick Corea Return To Forever, imediatamente antes de lançar o seu primeiro álbum a solo Land of the Midnight Sun. Uma abordagem musical eclética e uma técnica inimitável, transformaram Meola num dos mais populares e bem sucedidos guitarristas da actualidade.
A última noite do Funchal Jazz vai abrir com o COLINA SERRANO PROJECT que reúne os talentos do harmonicista António Serrano e do contrabaixista Javier Colina e inclui composições originais e arranjos de peças de autores como Paco de Lucia ou Jaco Pastorius, num repertório rico de emoções, marcado pela versatilidade destes dois intérpretes.
A contrabaixista, vocalista e compositora ESPERANZA SPALDING é a última convidada do Funchal JAZZ neste ano de 2010. Apesar de ser uma jovem, Esperanza conta já com um percurso repleto de êxitos. Com um talento para a música que se revelou na infância, Esperanza frequentou a Berklee College of Music e tornou-se a mais jovem professora a leccionar nessa prestigiada escola. Com um talento inquestionável, conquistou a admiração de Pat Metheny e Joe Lovano e prepara-se agora para conquistar o auditório do Funchal Jazz.
Assim, não faltam motivos de peso para assistir ao próximo Funchal Jazz Festival e por isso esperamos que, como habitualmente, os madeirenses respondam ao convite e se juntem à grande festa do Jazz, que nos próximos dias 8, 9 e 10 de Julho voltará ao aprazível recinto do Parque de Santa Catarina.
Programa
8 de Julho, 21.30h
Vozes 3
Maria João – Voz Maria Viana – Voz Maria Anadon – Voz Joan Monne – Piano João Farinha – Piano Victor Zamora – Piano Nelson Cascais – Contrabaixo Marcelo Araújo – Bateria
Maria João, Maria Viana e Maria Anadon, três vozes distintas e que dispensam apresentações encontram-se pela primeira vez em palco num projecto único e pioneiro que promete uma verdadeira celebração do Jazz e da voz e que surge num período de ouro e maturidade deste género musical em Portugal.
Unidas pela paixão de criar música de forma livre e constante, Maria João, Maria Viana e Maria Anadon juntam os seus talentos artísticos no ensemble VOZES 3 com o objectivo de interpretar temas originais e clássicos do Jazz e do cancioneiro norte-americano.
Kenneth Barron nasceu em Filadélfia, em 1943. Estudou piano com a irmã de Ray Bryant e progrediu de forma tão rápida que em 1957 já trabalhava profissionalmente com a Orquestra de Mel Melvin, uma banda local, na qual também participava o seu irmão Bill Barron.
Em 1959 Kenny colaborou com o baterista Philly Joe Jones e no ano seguinte juntou-se a Yusef Lateef. Foi ainda em 1960 que se mudou para Nova Iorque e conseguiu ser contratado por James Moody. Também acompanhou, durante algum tempo, Roy Haines e em 1963 integrou a banda de Dizzy Gillespie, substituindo Lalo Schiffrin. Kenny acompanhou Dizzy até 1966, tendo passado os anos seguintes em Nova Iorque, como freelancer.
No início dos anos 70, Kenny juntou-se novamente a Yussef Lateef e trabalhou com Milt Jackson, Jimmy Heath e Buddy Rich. 1973 foi um ano muito importante para a carreira de Kenny Barron, uma vez que gravou o seu primeiro disco (Sunset to Dawn) e foi admitido como professor de piano, harmonia e teoria musical na Rutgers University.
Entre 1976 e 1980 Kenny colaborou com Ron Carter e no ano seguinte nasceu “Sphere” – um quarteto inicialmente dedicado à interpretação da música de Thelonious Monk.
No início da década de 80 Kenny também gravou alguns álbuns, em trio, tais como Green Chimneys ou Scratch. Colaborou ainda com o vibrafonista Bobby Hutcherson.
O famoso álbum Voyage foi gravado em 1986 com Stan Getz e no ano seguinte percorreram os EUA e a Europa, em tournée, formando o Quarteto All Stars do qual também faziam parte Victor Lewis e Rufus Reid. A música deste grupo ficou registada em dois álbuns classificados como os melhores alguma vez gravados por Getz: Anniversary e Serenity. Mais tarde, em 1990, Getz e Barron voltaram a gravar juntos (Apasionado) e em 1991 actuaram durante duas noites consecutivas no Café Montmartre, em Copenhaga, momentos que ficaram registados com o título People Time e são o testemunho de uma parceria musical verdadeiramente notável.
Com o seu estilo criativo, articulado e distinto, Kenny Barron é um dos expoentes do Jazz contemporâneo. Na companhia de Ray Drummond no baixo e Ben Riley na bateria, Barron actuou em festivais, concertos e clubes de jazz um pouco por toda a Europa, EUA e Japão. Também participou em diversos filmes como Do the right thing de Spyke Lee e contribuiu com o seu talento para inúmeras gravações dos mais diversos artistas. Muitos dos jovens talentos do piano jazz como Danilo Perez, Rodney Kendrick, Benny Green, Cyrus Chestnut ou Eric Reed, nomeiam Kenny Barron como a principal referência nas suas carreiras.
David Sanchez
David Sanchez nasceu em Guaynabo, Porto Rico e começou a aprendizagem musical com instrumentos de percussão, aos 8 anos de idade, tendo escolhido o saxofone tenor apenas quatro anos mais tarde. Enquanto frequentava a prestigiada La Escuela Libre de Musica em San Juan, estudou também saxofones soprano e alto bem como flauta e clarinete. Os ritmos de Porto Rico, em conjunto com as tradições musicais de Cuba e do Brasil, estiveram na base do seu gosto precoce pela música. Mais tarde, Sonny Rollins, Dexter Gordon, John Coltrane e Charlie Parker tiveram grande influência na definição do estilo de Sanchez.
Em 1986 Sanchez inscreveu-se na Universidade de Porto Rico, mas o apelo de Nova Iorque foi irresistível e em 1988 candidatou-se a uma bolsa na Rutgers University o que lhe permitiu ficar próximo da frenética cena jazzistica nova iorquina, na qual rapidamente se integrou. Aqui, algumas das suas primeiras experiências musicais aconteceram ao lado de nomes como o pianista Eddie Palmieri ou o trompetista Claudio Roditi que o apresentou a Dizzy Gillespie, tendo Sanchez sido convidado por este para se juntar à tournée “Live the Future”, realizada em 1991, com Miriam Makeba.
A paixão de David Sanchez pelo ensino e pela partilha da sua arte tem-no levado a dirigir workshops e cursos de Jazz um pouco por todo o lado e a colaborar com prestigiadas universidades não só americanas como em Porto Rico ou no Brasil. Foi também artista convidado do Marsalis Jams, um programa da responsabilidade da Music Education Initiative.
Em 2004 gravou o disco Coral com arranjos e orquestração de Carlos Franzetti com a City of Prague Philharmonic que lhe valeu atribuição de um primeiro Grammy (Grammy Latino para o melhor álbum instrumental de 2005), após quatro anteriores nomeações. Neste trabalho explora obras compostas por génios da música latino americana como António Carlos Jobim, Alberto Ginastera ou Heitor Villa-Lobos e em dois temas originais experimenta a justaposição da estrutura clássica com a improvisação do jazz, expandindo as fronteiras da fusão de uma forma muito ambiciosa.
Em 2008 foi editado Cultural Survival, um trabalho artisticamente muito mais progressista e marcado pela colaboração com Pat Metheny, numa digressão em que Sanchez actuou como convidado especial.
David Sanchez é um dos mais completos saxofonistas da cena contemporânea, com um estilo brilhante e ousado que entrelaça, com originalidade, diferentes sons e ritmos.
Kenny Barron Trio - Jazz Baltica 2007
9 de Julho, 21.30h
Jane Duboc
Jane Duboc – Voz Kiko Continentino – Piano Jefferson Lescowich – Baixo Acústico Márcio Bahia- Bateria
Jane Duboc vai encantar os portugueses com a sua voz suave e marcante, com todo o balanço do samba e a elegância da bossa nova. Neste concerto vai apresentar arranjos inovadores acompanhada por Kiko Continetino no piano, Jefferson Lescowich no baixo acústico e pelo baterista Márcio Bahia.
Nasceu em Belém do Pará e aos treze anos já participava em espectáculos na televisão e em festivais. Paralelamente, era uma desportista de mérito consagrado por muitos prémios e medalhas.
Com apenas dezassete anos foi viver para os EUA, graças a uma bolsa de estudos que lhe foi atribuída. Aí, para além de actuar como cantora, compositora e instrumentista, em bares e clubes, Jane Duboc trabalhou em publicidade tendo recebido vários prémios nessa área. Na universidade, estudou orquestração, canto lírico, flauta e arte dramática, e chegou a leccionar História da Música.
Voltou ao Brasil na década de 70, formou o "Grupo Fein" e viu uma das suas composições proibidas pela censura. Trabalhou com Raul Seixas e Erlon Chaves, fez tournées acompanhando Egberto Gismonti, com quem também gravou. Integrou a "Rio Jazz Orquestra" de Marcus Spillman cantando temas de Duke Ellington.
Nos anos 80 Duboc participou do festival "MPB 80" e gravou vários CDs. Estão contabilizados mais de cem registos contando com a participação de Jane. Discos de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Hermeto Pascoal, Roberto Sion, Sarah Vaughan.
O sucesso e o reconhecimento nacional vieram em 1987 e o ano seguinte ficou marcado pela edição de "Minas em Mim", uma homenagem aos compositores e ao público mineiros. Outro grande momento na carreira de Jane Duboc foi ter gravado o CD "Paraíso" com o saxofonista Gerry Mulligan.
Para comemorar 30 anos de carreira Jane Duboc publicou na editora que fundou, a JAM Music, o CD "Sweet Lady Jane" gravado em Nova Iorque com produção de Ivan Lins, que recebeu grandes elogios da crítica e relançou em CD o seu primeiro LP solo: "Languidez" que reúne músicos importantes como Djavan, Toninho Horta, Oswaldo Montenegro, Márcio Montarroyos, Sivuca e outros. Em Outubro de 2003, Jane Duboc recebeu um convite especial do premiado maestro Marcelo Ramos, regente titular da Orquestra Sinfónica de Minas Gerais, para realizar um espectáculo em homenagem ao compositor mineiro Ary Barroso.
No mesmo ano a "EMI Music South East Asia" incluiu Jane Duboc na colectânea "Pink - Champagne", ao lado de grandes cantoras mundiais como Ella Fitzgerald, Billie Holliday, Sarah Vaughan, Liza Minnelli, Edith Piaf, Nina Simone, Judy Garland e outras.
Em Março de 2005 Jane Duboc foi convidada para, junto com Wagner Tiso e Victor Biglione, cantar no Festival de Música Latina, na Finlândia. Um outro lado pouco conhecido de Jane Duboc é o de escritora. Ela é autora dos livros: "Através de Paredes" (poemas), "Jeguelhinho" e "Bia e Buze" (infantis).
Jane Duboc - Folha Morta
Al Di Meola World Sinfonia
Al Di Meola – Guitarras Fausto Beccalossi – Acordeão Gumbi Ortiz – Percussão Kevin Seddiki – 2ª Guitarra Peter Kaszas – Bateria Victor Miranda – Baixo
Al Di Meola é um compositor prolífico, detentor dos mais prestigiados prémios de guitarra e um artista respeitado a nível mundial como um dos mais virtuosos músicos no campo do jazz instrumental contemporâneo.
A sua produtividade criativa é impressionante, quer seja com a sua actual banda World Sinfonia, quer nas associações com outros músicos como John McLaughlin e Paco de Lucia (um trio de superestrelas internacionalmente aclamado), Stanley Clark e Jean Luc Ponty (Rite of Strings) ou a superbanda Return to Forever com Chick Corea, Stanley Clark e Lenny White.
Pioneiro na fusão do jazz com a world music, já visível nos seus primeiros registos Land of Midnight Sun (1976), Elegant Gypsy (1977) e Casino (1978), o mestre da guitarra continua a reflectir as ricas influências do flamenco, da música brasileira e africana em trabalhos mais recentes como The Infinite Desire (1998), The Grand Passion (2000) Consequence of Chaos (2006) e La Melodia, Live in Milano (2008).
Depois da triunfante digressão comemorativa dos 25 anos de carreira, que deu origem ao CD Returns, começou a ensaiar músicas novas com a New World Sinfonia, preparando uma tournée que percorreu os EUA, a Europa e o Médio Oriente. Classifica os músicos que o acompanham actualmente como o melhor grupo com o qual já trabalhou. O fascínio de Al Di Meola pelos ritmos complexos combinado com melodias provocadoramente líricas e uma harmonia sofisticada tem estado no centro da sua música ao longo de toda a carreira.
Nos últimos 20 anos prestou especial atenção ao tango do compositor argentino Astor Piazzolla de quem se tornou amigo e a cujas composições já dedicou alguns álbuns.
Nasceu numa família de origem italiana, em New Jersey, em Julho de 1954. Na adolescência conviveu com a música de Elvis Presley, The Ventures e The Beatles o que levou ao seu interesse pela guitarra da qual desde cedo se tornou um brilhante intérprete. Este talento natural foi desenvolvido à custa de muito trabalho e dedicação.
Em 1971 Di Meola inscreveu-se na Berklee College of Music, em Bóston, e no segundo semestre começou a tocar num quarteto de fusão liderado por Barry Miles. Uma gravação do trabalho desta banda chegou ao conhecimento de Chick Corea e, aos 19 anos, Meola foi convidado para substituir Bill Connors. Depois de um fim-de-semana de ensaios com Corea, Stanley Clarke e Lenny White, Di Meola estreou-se no Carnegie Hall, lançando oficialmente a sua carreira. Depois de gravarem três discos considerados fundamentais e de ganharem um Grammy (1975), a banda Return To Forever separou-se e Al começou a sua carreira a solo. Land of Midnight Sun, o CD de estreia consagrou Di Meola como uma força na música contemporânea.
1980 ficou assinalado pelo triunfo do trio de guitarra acústica Meola/ Paco de Lucia/ John McLaughlin, com o álbum Friday Night in San Francisco a constituir um marco histórico e um recorde de vendas.
Logo no início de 1996 Meola formou um novo trio com Jean Luc Ponty e Stanley Clark chamado The Rite of Strings. Mais tarde gravou também com Pavarotti, Paul Simon e Dave Matthews, Manuel Barrueco e Yutaba Kobayashi. Phil Collins, Carlos Santana, Wayne Shorter, Herbie Hancock, Milton Nascimento e Egberto Gismonti também partilharam palcos com Al Di Meola.
Actualmente Di Meola encontra-se focado no projecto New World Sinfonia que, segundo as suas palavras, se transformou numa coisa realmente bela e a mais compensadora da sua carreira. Um tipo de música harmoniosamente rica, onde há um importante lugar para o improviso, uma musica que considera emocional e chega mais longe do que tudo que fez até agora.
Claramente ainda há muitos capítulos a escrever na história de Di Meola mas, até agora, ao longo de 35 anos como músico profissional, ele já conquistou um rico legado que lhe assegura um lugar na galeria dos mestres da guitarra.
Al di Meola
10 de Julho, 21.30h
Colina Serrano Project
Javier Colina – Contrabaixo Antonio Serrano – Harmónica Guillermo McGuill – Bateria Mariano Diaz – Piano
Um projecto que reúne os talentos do harmonicista António Serrano e do contrabaixista Javier Colina, inclui composições originais e arranjos de peças de autores como Paco de Lucia, Stevie Wonder e Jaco Pastorius. O protagonismo da melodia e o ecletismo musical, com a presença do jazz, tango, flamenco e ritmos latino-americanos, são os elementos característicos do Colina Serrano Project.
A inquietação musical de Colina leva-o a gerar novas propostas, muitas vezes fruto dos múltiplos encontros com diferentes músicos da cena nacional e internacional. A sua reunião com o extraordinário harmonicista António Serrano explora esta dinâmica e a química e ligação que existem entre os dois artistas. Acompanhados pelos músicos habituais de Colina, compõem um quarteto que nos transporta numa viagem por sonoridades surpreendentes e fusões rítmicas que conjugam o jazz com ritmos latino americanos.
Definitivamente Colina Serrano Project oferece-nos uma engrenagem musical perfeitamente oleada que se move dentro duma concepção jazzística livre e ecléctica mas ao mesmo tempo tremendamente sedutora para qualquer tipo de público, esteja ou não familiarizado com os sons e as texturas do jazz.
JAVIER COLINA
Nasceu em Pamplona, em 1960 e começou a ter notoriedade no início dos anos 90, em concertos e gravações no denominado jazz flamenco. Com Chano Dominguez e Guillermo Mc Guill, formou um trio que participou em festivais de jazz por todo o mundo e no filme de Fernando Trueba – Calle 54. Ao longo da sua carreira teve oportunidade de partilhar o palco com músicos como Hank Jones, Gary Bartz, Perico Sambeat, Tete Montoliu e Bebo Valdes com quem gravou o disco Lágrimas Negras que obteve grande projecção internacional. De destacar ainda os encontros musicais com Toumani Diabaté (com quem gravou Djelika) e com Juan Perro (Raíces al viento). Uma das digressões de que Colina mais se orgulha foi a que realizou com a Fort Apache Band, liderada pelo trompetista Jerry Gonzalez. Juntos conseguiram uma combinação perfeita entre jazz e música latina.
ANTONIO SERRANO
Nasceu em Madrid, em 1974 e iniciou os estudos musicais com o pai aos 7 anos. Mais tarde dedicou-se ao piano, violino e percussão, nos Conservatórios de Alicante e Madrid, obtendo sempre excelentes classificações. Aperfeiçoou os estudos de harmónica em Londres, com o conceituado Larry Addler. Sendo um virtuoso da harmónica, experimentou diferentes contextos musicais, desde a música clássica ao jazz, flamenco, tango e também pop. Ao longo da sua carreira como solista teve oportunidade de tocar com as Orquestras Sinfónicas da Bélgica, Istambul, Heidelberg e Caracas. António Serrano integrou o grupo de Paco de Lucia e, na área do jazz, colaborou com Toots Thielemans, Winton Marsalis, Ivan Lins, Chano Dominguez, entre muitos outros.
A discografia de António Serrano, como líder, conta com 6 discos, incluindo uma homenagem a Astor Piazzolla.
Javier Colina e Antonio Serrano - Madrid 2009
Esperanza Spalding
Esperanza Spalding- voz e contrabaixo Leonardo Genovese- piano Ricardo Vogt - guitarra Dana Hawkins- bateria
Contrabaixista, vocalista e compositora, dotada de um talento instrumental surpreendente, poliglota, dona de uma voz em parte angelical, em parte de sereia, Esperanza é muito provavelmente a esperança para o futuro do jazz e da música instrumental.
Nasceu em 1984, em Portland (Oregon) numa família mono parental e num bairro multicultural, em circunstancias economicamente adversas. Cedo aprendeu com a mãe, que até hoje admira profundamente, lições de perseverança e carácter. A escola também foi um meio hostil para Esperanza, uma vez que o seu estilo de aprendizagem, baseado na intuição, não se coadunava da melhor forma com o sistema de educação tradicional. Além disso viu-se impedida de frequentar normalmente a escola devido a uma doença que a reteve em casa por longos períodos.
De qualquer modo a única coisa que sempre fez sentido para Esperanza foi a música. Aos quatro anos, depois de assistir a uma actuação de Yo Yo Ma soube que a música era a sua vida e em pouco tempo aprendeu a tocar violino suficientemente bem para ser convidada a participar na Sociedade de Música de Câmara do Oregon. Ficou lá durante dez anos e aos quinze já ocupava o lugar de concertino. Por essa altura já tinha descoberto o contrabaixo e todas as possibilidades que este instrumento poderia abrir-lhe, fora da música clássica e de repente já estava no circuito local dos bares a tocar blues, funk e hip hop.
Aos 16 anos Spalding abandonou a escola secundária de vez e inscreveu-se na Universidade de Portland, sendo a contrabaixista mais jovem do curso, mas foi na Berklee College of Music que todas as peças do puzzle finalmente encaixaram e as portas começaram a abrir-se. Depois de três anos de estudo intensivo e com apenas 20 anos Esperanza Spalding tornou-se a mais jovem professora assistente na história da instituição. Nesse mesmo ano de 2005 é-lhe atribuída a prestigiada bolsa da Boston Jazz Society
Para além do estudo e do ensino, os anos em Berklee abriram novos horizontes. A mudança para a costa leste proporcionou a Esperanza a oportunidade de trabalhar com artistas como Michel Camilo, Stanley Clark, Pat Metheny, Donald Harrison ou Joe Lovano.
O mais recente capítulo da viagem de Spalding teve início com o lançamento do seu álbum de estreia – Esperanza - um disco muito aplaudido que a catapultou para as capas das principais revistas da especialidade e tem levado a percorrer a Europa, deslumbrando os públicos com o seu talento excepcional.
3D Festival Internacional de Jazz da Figueira da Foz 2010 Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz 9, 10 e 11 de Julho
O 3D Festival Internacional de Jazz da Figueira da Foz 2010 realiza-se no Casino da Figueira entre os dias 9 e 11 Julho e terá no seu cartaz Freddy Cole, Diego Figueiredo, Joel Xavier, Mikadolab, Tim Tim Por Tim Tum e Rui Quinteto.
O preço dos bilhetes varia entre os EUR 15,00 e os EUR 5,00.
Aqui fica o programa:
«The dreamer in me» - Freddy Cole Quartet Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz (CAE) - Figueira da Foz [09-07-2010] 22h00
«BossaJazz» - Diego Figueiredo Jazz Trio Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz (CAE) - Figueira da Foz [09-07-2010] 23h30
Joel Xavier - «Saravá» Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz (CAE) - Figueira da Foz [10-07-2010] 22h00
Mikado Lab - «Baligo» Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz (CAE) - Figueira da Foz [10-07-2010] 23h30
Tim Tim por Tim Tum - Quatro baterias em diálogo Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz (CAE) - Figueira da Foz [11-07-2010] 22h00
Quinteto Ricardo Baptista – Projecto Lagartixa Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz (CAE) - Figueira da Foz [11-07-2010] 23h30
Terça, 6 de Julho 21.30h – Fnac Colombo (Lisboa) – Victor Castro Trio 21.30h – Casa da Música (Porto) – Melody Gardot 22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Terças-feiras do Hot 22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Jam Session 23.00h – Casino Estoril – Al Green
Quarta, 7 de Julho 21.00h – CCB (Lisboa) – Melody Gardot 21.00h – Casa da Música (Porto) – Cyro Baptista e El Gran Silencio 22.00h – Fnac Norteshopping (Matosinhos) - Combo A da Escola de Jazz do Porto
Quinta, 8 de Julho 21.30h – Parque Santa Catarina (Funchal) – Vozes 3, Kenny Barron Trio + David Sanchez 22.00h – Fnac Almada - Murdering Tripping Blues 22.00h – Cafetaria Quadrante – CCB (Lisboa) – Lackner, Franco e Lencastre Project 22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Luis Gabriel Lopes 23.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Filipe Melo Trio
Sexta, 9 de Julho 21.00h – Casa da Música (Porto) - Bernardo Sassetti, Jean-François Lézé e Orquestra Nacional do Porto 21.30h – Teatro Avenida (Castelo Branco) – Júlio Pereira 21.30h – Parque Santa Catarina (Funchal) - Jane Duboc + Al Di Meola World Sinfonia 22.00h – Teatro Aveirense (Aveiro) – Sérgio Godinho 22.00h – Casino Estoril – Dee Dee Bridgewater 22.00h – Fnac Cascais Shopping – Victor Castro Trio 22.00h – CAE Figueira da Foz – Freddy Cole Quartet 22.00h – Fábrica da Pólvora (Barcarena – Oeiras) – Eugenio Bennato 22.00h – Culturgest (Porto) – Bill Orcutt 22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Júlio Resende e convidados 22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Influências 23.00h – Espaço Celeiros (Évora) – Hugo Trindade Trio 23.30h – CAE Figueira da Foz – Diego Figueiredo Trio 24.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Elle
Sábado, 10 de Julho 17.00h – Fnac Almada – Victor Castro Trio 18.00h – Serralves (Porto) - Vijay Iyer Trio 21.00h – CCC Caldas da Rainha – Bernardo Sassetti, Jean-François Lézé e Orquestra Nacional do Porto 21.30h – Parque Santa Catarina (Funchal) - Colina Serrano Project + Esperanza Spalding 21.30h – Largo do Miradouro (Golegã) – Eugenio Bennato 21.30h – Cinema São Vicente (Paio Pires – Seixal) - Beth Nahrin 21.45h – Jardim da Marina (Viana do Castelo) – Sérgio Godinho 22.00h – Olga Cadaval (Sintra) – Freddy Cole Quartet 22.00h – Castelo de Monsaraz – Rodrigo Leão e Cinema Ensemble 22.00h – CAE Figueira da Foz – Joel Xavier 22.00h – Casino Estoril - Trio 3: Oliver Lake + Reggie Workman + Andrew Cyrille 22.00h – Cine Teatro João Mota (Sesimbra) - Melech Mechaya 22.30h – Praça Vasco da Gama (Ponta Delgada) – Rui Veloso 22.30h – Museu do Chiado (Lisboa) – Bill Orcutt 22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Ficções 23.30h – CAE Figueira da Foz – Mikado Lab
Domingo, 11 de Julho 17.00h – Fnac Mar Shopping (Matosinhos) – Victor Castro Trio 21.00h – CCC Caldas da Rainha – Rodrigo Gonçalves Tribology 21.30h – Ponte de Sor – Eugenio Bennato 21.30h – Largo do Miradouro (Golegã) - Mor Karbasi 22.00h – Casino Estoril – Esperanza Spalding 22.00h – Praça do Comércio (Coimbra) – Cyro Baptista 22.00h – CAE Figueira da Foz – Tim Tim por Tim Tum 23.30h – CAE Figueira da Foz – Quinteto Ricardo Baptista – Projecto Lagartixa
Maria João, Trio das Abelhas 28 de Maio, 22.00h Fábrica Braço de Prata (Lisboa)
Maria João, voz João Farinha, teclados André Nascimento, computador, electrónica
Este Trio das Abelhas, de Maria João, é uma declinação reduzida do quinteto Ogre, em que retirados o piano de Júlio Resende e a bateria de Joel Silva, restam a acompanhar a voz da cantora, os teclados de João Farinha e a electrónica de André Nascimento. Eliminados os dois instrumentos acústicos do quinteto, o trio restante casa a soberba voz de Maria João com a nudez electrónica dos computadores e dos teclados. Uma perspectiva redutora que, eliminando embora algumas incoerências do projecto original (que deriva entre a influência acústica do piano de Resende e a pura electrónica da dupla Nascimento e Farinha, sem uma liderança firme e inequívoca) continua a não me impressionar, nem tampouco introduzir qualquer mais-valia no repertório de Maria João. O trio vale assim pela extraordinária voz e presença em palco da cantora, a qual sobrevive apesar da estranheza e do minimalismo do acompanhamento. Nada que se compare contudo à riqueza dos trabalhos de Maria João dirigidos por Mário Laginha ou Mário Delgado…
Jamie Baum Septet 22 de Maio, 22.00h Auditório Eunice Muñoz (Oeiras) Som da Surpresa, Ciclo Internacional de Jazz de Oeiras 2010
JAMIE BAUM – flautas, direcção TAYLOR HASKINS – trompete DOUG YATES – clarinete baixo, saxofone alto CHRIS KOMER – trompa GEORGE COLLIGAN – piano JOHANNES WEIDENMULLER – contrabaixo JEFF HIRSHFIELD – bateria
Jamie Baum é um caso único no jazz contemporâneo. Pelo facto de ser flautista, um instrumento que, sem ser completamente estranho ao jazz, não é de todo o mais usual, mas também pela ousadia de apresentar-se em septeto, como líder, e tocando exclusivamente composições originais, da sua autoria. Mas a sua originalidade não fica por aqui, porquanto a música que toca, longe de seguir padrões convencionais, segue caminhos exploratórios de fusão com a música clássica e étnica, algo que não sucede frequentemente na cena jazzística nova-iorquina, de onde provém a flautista, apresentando-se antes como um grupo de jazz de câmara, em que a composição e os arranjos se impõem, abrindo no entanto amplos espaços para a improvisação nos solos, aí residindo a sua ligação principal à linguagem do jazz. Até pela extensão do conjunto, um septeto, não surpreende o carácter elaborado das composições e arranjos apresentados pela flautista. No entanto, comparativamente com outras formações de dimensão semelhante oriundas do jazz norte-americano e até europeu, a música de Baum exibe uma intimidade com a música erudita pouco habitual, mesmo quando bebe inspiração em fontes populares como o blues, e até externas, oriundas da Índia, do Brasil ou das Caraíbas. As influências contemporâneas fundem-se com notas impressionistas, e o blues, o grande contributo da América à música, surge mais inspirado no nacionalismo de compositores como Charles Ives ou Aaron Copland, do que na espontaneidade de um Duke Ellington ou Cole Porter. Estamos portanto perante um universo musical híbrido, que mais do que tocar jazz, se serve dele. A consciência da riqueza do género, nascido nos campos de algodão do delta do Mississípi, tem motivado as mais elaboradas construções musicais, de natureza erudita, por parte dos compositores norte-americanos, desde que Gershwin se lembrou de o orquestrar e colocar nas salas de concerto, seguindo aliás aquilo que, ao tempo, era norma também na Europa, com o movimento nacionalista. Este septeto de Jamie Baum surge assim como uma das mais modernas declinações desses mesmos princípios, adaptados é certo a uma inegável contemporaneidade, em que o próprio jazz se arroga o direito próprio à erudição, sem carecer da chancela sinfónica ou operática. O resultado é intelectualmente estimulante, mas friamente académico.