domingo, 30 de maio de 2010
Regressa o Jazz às Quintas
Jazz às Quintas
Cafetaria Quadrante - Centro Cultural de Belém (Lisboa)
Quintas-feiras, 22.00h
Com o Verão à porta, regressa o Jazz às Quintas, pelo terceiro ano consecutivo na Cafetaria Quadrante, no Centro Cultural de Belém.
É à borla, è sentado e por ali passam alguns grandes nomes do Jazz nacional e estrangeiro. A não perder!
Programa para Junho
dia 3 - Tim Berne e Bruno Chevillon
dia 10 - TGB - Mário Delgado, Alexandre Frazão e Sérgio Carolino
dia 17 - Keefe Jackson Quartet
dia 24 - Matthias Schubert e Scott Fields
Agenda Semanal, 31 de Maio a 6 de Junho
Segunda, 31 de Maio
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – Quarteto Pedro Teixeira
Terça, 1 de Junho
11.00h – Teatro José Lúcio da Silva (Leiria) - O Jazz Vai à Escola
Quarta, 2 de Junho
21.30h – Jazz ao Norte (Porto) - Quarteto Sandro Norton
22.00h – Cine-teatro Estarreja – Terem Quartet
22.00h – A Moagem (Fundão) - EMJO - European Movement Jazz Orchestra
Quinta, 3 de Junho
22.00h – CCB (Lisboa) - Tim Berne e Bruno Chevillon
23.45h – Salão Brazil (Coimbra) - European Movement Jazz Orchestra
Sexta, 4 de Junho
19.00h – Mosteiro de Santa Clara (Coimbra) - Jean-Luc Guionnet/ Seijiro Murayama
21.00h – Jardim da Fonte Térrea (Odemira) - Zé Eduardo Unit
21.30h – Jardim Manuel Faria (Vizela) - The Postcard Brass Band
21.30h – Teatro Municipal da Guarda - Tim Berne + Bruno Chevillon
22.00h – Castelo de São Jorge (Lisboa) – Cristina Branco, João Paulo e Carlos Bica
22.00h – Centro de Arte de Ovar – Terem Quartet
22.30h – B Flat (Matosinhos) - Isabel Ventura Trio
23.00h – Zé dos Bois (Lisboa) - Convergence Quartet
23.45h – Salão Brazil (Coimbra) - European Movement Jazz Orchestra
Sábado, 5 de Junho
15.00h – Serralves (Porto) - Ruby Ruby Ruby
18.00h – Serralves (Porto) - Big Band do Hot Club de Portugal
22.00h – Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra) - Tim Berne/ Bruno Chevillon
22.00h – Jazz ao Norte (Porto) - Avram and The Sugar Babies
22.00h – CAE Sever do Vouga – Terem Quartet
22.30h – B Flat (Matosinhos) - Isabel Ventura Trio
23.45h – Salão Brazil (Coimbra) - Convergence Quartet
Domingo, 6 de Junho
18.00h – Serralves (Porto) - Big Band da ESMAE
19.00h – Serralves (Porto) - Escola de Jazz da EPME
21.30h – Praça da República (Serpa) - Emir Kusturica & No Smoking Orchestra
23.00h – Serralves (Porto) - Burnt Sugar The Arkestra Chamber
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Jazz em Trofa
Rota Jazz 2010
Trofa
28 e 29 de Maio de 2010
Vai ter lugar esta semana mais uma edição do Rota Jazz, um festival organizado pela Câmara Municipal da Trofa.
O programa contempla dois concertos, o quinteto Idrigba, composto por Miguel Pedrosa (g), João Tedim (cl), Edamir Costa (b-el), Sílvio Almeida (sin) e Gustavo Valdigem (bat), tocará na sexta-feira, 28 de Maio, no Auditório da Junta de Freguesia de Santiago de Bougado. No sábado será a vez de Mário Laginha subir ao palco da Casa do Futebol Clube do Porto da Trofa, para um concerto a solo. Ambos os concertos estão programados para as 22.00h.
Os concertos serão gratuitos.
Jazz ao Centro 2010
Jazz ao Centro
Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra, 2010
24 de Maio a 5 de Junho
A VIII edição do “Jazz ao Centro” mantém o formato experimentado pela primeira vez em 2008, concentrando a sua programação na última semana de Maio e primeira de Junho. De 24 de Maio a 5 de Junho, vários espaços da cidade de Coimbra acolherão dez concertos, actividades pedagógicas, um pequeno ciclo de cinema, exposições de fotografia.
O primeiro fim-de-semana de concertos terá como protagonistas dois grupos norte-americanos. O quarteto Mostly Other People do The Killing actuará, por três dias consecutivos (27, 28 e 29 de Maio), nas “after-hours” do Salão Brazil, enquanto que os Digital Primitives subirão ao palco do Teatro Académico de Gil Vicente, na noite de 29 de Maio.
Na segunda semana de festival, o TAGV é o local escolhido para o encontro entre duas figuras cimeiras da música criativa de ambos os lados de Atlântico, o americano Tim Berne e o francês Bruno Chevillon. O Salão Brazil receberá, nos dias 3 e 4 de Junho, a European Movement Jazz Orchestra, constituída por alguns dos mais promissores músicos europeus e onde Portugal está bem representado. No dia 5 de Junho, e com honras de fecho do festival, é a vez do Convergente Quartet (GB, EUA) actuar no salão da Baixa coimbrã.
O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha acolhe duas propostas pensadas para o seu espaço. Na Sexta-feira, dia 28 de Maio, actuará, a solo, o trompetista Peter Evans. Na Sexta-feira, 4 de Junho, será a vez do duo Jean-Luc Guionnet (saxofone alto) Seijiro Murayama (percussão). Ambos os concertos terão lugar às 19h00, em finais de tarde que se prevêm plenos de encantamento.
Coimbra despede-se da Primavera com jazz.
Mostly Othe People Do The Killing - Baden
Agenda Semanal, 24 a 30 de Maio
Segunda, 24 de Maio
18.30h – FNAC Chiado (Lisboa) – Montefiori Cocktail
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – Quarteto Paulo Lopes
Terça, 25 de Maio
21.00h – Coliseu dos Recreios (Lisboa) – Jamie Cullum
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Terças feiras do Hot (Jam Session)
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Gustavo Roriz
23.00h – Maxime (Lisboa) – Montefiori Cocktail
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – The Hoodoo Doctors
Quarta, 26 de Maio
21.30h – Culturgest (Lisboa) – Mostly Other People Do The Killing
22.00h – Teatro Viriato (Viseu) – Digital Primitives
Quinta, 27 de Maio
21.30h – Teatro Municipal (Portimão) – Bernardo Sassetti e Sinfonietta de Lisboa
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Michele Ribeiro e Luanda Cozetti
23.00h – Teatro de Vila Real – The Two Men Gentleman Band
23.00h – Salão Brazil (Coimbra) – Mostly Other People Do The Killing
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – Cláudia Figueiredo Convida World Jazz Ensemble
Sexta, 28 de Maio
22.00h – Mosteiro de Santa Clara (Coimbra) – Peter Evans
22.00h - Auditório da Junta de Freguesia de Santiago de Bougado (Trofa) – Idrigba
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Júlio Resende
22.30h – Renhau-nhau (Costa da Caparica) – José Serrano Quartet
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Big Band Reunion
23.00h – Salão Brazil (Coimbra) – Mostly Other People Do The Killing
23.00h – Vinyl (Lisboa) - Raquel Marques e Scheriff
Sábado, 29 de Maio
21.30h – Teatro Virgínia (Torres Novas) – Bernardo Sassetti Trio
21.30h – Centro Cultural de Samora Correia – Paulo de Carvalho & Victor Zamora
22.00h – Quinta dos Almeidas (Sabrosa) – BB King
22.00h – Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra) - Digital Primitives
22.00h – Casa do FCP de Trofa – Mário Laginha
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Rodrigo Santoanastácio quarteto
22.00h – Auditório Ruy de Carvalho (Carnaxide) – Zé Eduardo Unit
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Ogre
23.00h – Tertúlia Castelense (Maia) - The Two Men Gentleman Band
23.00h – Salão Brazil (Coimbra) – Mostly Other People Do The Killing
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Messias & The Hot Tones
24.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Nicole Eitner
Domingo, 30 de Maio
17.00h – Jardim da Estrela (Lisboa) – Filipe Melo Trio
21.00h – Instituto Franco Portugais (Lisboa) – Danças Ocultas
domingo, 23 de maio de 2010
Hope
Filipe Melo Trio
15 de Maio de 2010, 22.30h
Ondajazz (Lisboa)
Esta é seguramente uma das notas mais difíceis de escrever que aqui publiquei.
Em primeiro lugar porque o Filipe Melo é já um amigo e uma pessoa de uma generosidade e autenticidade invulgares. Torna-se assim difícil abstrair-me dessas circunstâncias e concentrar-me em ser objectivo.
Mas também porque sei que ele é um dos leitores mais atentos destas páginas.
Não sou crítico musical nem quero sê-lo (admitindo no entanto que por vezes possa parecê-lo). Tenho o maior respeito pelo trabalho dos músicos (e dos artistas em geral), pelo que nunca me passaria pela cabeça julgá-lo. Desde logo porque não me sinto habilitado para tal, mas ainda que estivesse, considero a diferença um dos direitos fundamentais do artista, pelo que a obra está acima de qualquer julgamento, positivo ou negativo. É uma manifestação íntima do artista e como tal deve ser respeitada. Podemos partilhar ou não desse sentimento pessoal do autor, mas tal não acrescenta nem retira nada à obra. Ela vale por si mesma e independentemente de juízos de valor.
Como menciono claramente no cabeçalho deste blogue, estas notas são meras memórias de um melómano. Não são críticas, são apenas notas soltas e pessoais sobre emoções vividas na partilha da nobre arte musical, que Charles Lloyd definiu, de modo particularmente feliz, como a mais sublime forma de transmitir emoções.
Fica assim claro que não me sinto vinculado à objectividade.
A tudo acresce que tenho uma enorme admiração pessoal pelo Filipe. Não só é um grande músico, docente, compositor, arranjador e, mais importante do que tudo isso, um ser humano extraordinário, como tem uma capacidade única de realizar sonhos. Fernando Pessoa escreveu na Mensagem que “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Filipe Melo tem esse dom sublime de realizar toda a obra que sonha, com ou sem ajuda divina.
Aos 32 anos, além da reconhecida obra musical e docente, já fez um filme, uma série televisiva e, recentemente, estreou-se na banda desenhada em parceria com o talentoso argentino Juan Cavia. E não pensem que tem algum mecenas por detrás a financiar-lhe os projectos! O que Filipe Melo tem a mais do que os outros, além do talento, é uma indomável capacidade de iniciativa, uma teimosia saudável que o leva a empenhar-se de corpo e alma nos projectos que assume e a não desistir deles, por mais dificuldades que encontre. Podem demorar vários anos a concretizar-se, mas o Filipe não desiste. Acredita nos seus sonhos e persegue-os até ao fim.
Nesse sentido considero-o um exemplo notável. Afinal é possível fazer arte em Portugal com pouco dinheiro e sem ajudas do Estado. Temos é poucos Filipes Melo, capazes de perseguir com determinação os seus sonhos criativos.
Este duplo concerto no Ondajazz veio na sequência de um período de alguma inactividade musical do pianista. Foram várias semanas de promoção do livro “As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy” que afastaram Filipe Melo dos palcos e o obrigaram a apresentar-se quase sem ensaios. Apesar dos receios exprimidos pelo pianista devo afirmar que as coisas lhe correram muito bem.
O facto de ter ao seu lado dois músicos excepcionais e francamente habituados a tocar com ele, Bernardo Moreira e Bruno Pedroso, facilitou-lhe seguramente a tarefa. O alinhamento incidiu sobretudo em temas que Filipe Melo já teve ocasião de apresentar anteriormente (lembro-me do concerto que este mesmo trio apresentou no Ondajazz em Julho de 2008) e que aguardam oportunidade de gravação em disco (espero que para breve), entre eles o belíssimo Hope. Houve no entanto tempo para algumas estreias, com destaque para a versão de “Little Person” de Jon Brian, reveladora de uma aproximação de Filipe Melo ao universo indie rock, patente noutros projectos do pianista, de que são exemplo os arranjos que fez para Marta Hugon, mas que, até agora, não era notória nos seus trabalhos em trio, claramente dominados pela sua irresistível paixão pelo blues.
Devo ainda realçar a actuação personalizada de Bernardo Moreira, em noite inspirada. O som do contrabaixo esteve excepcional, numa sala que não prima pela perfeição acústica, o que permitiu ao público deliciar-se com os recortes técnicos dos solos do mais velho dos irmãos Moreira, que se assume cada vez mais como um dos nossos mais completos contrabaixistas.
Bruno Pedroso esteve igual a si mesmo. Personalizado e incisivo (talvez até demais, quando os temas pediam alguma contenção…).
Em suma, um excelente concerto de um trio que já se afirmou como uma das mais autênticas e inspiradas formações do jazz nacional.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Ivey Divey
DON BYRON IVEY DIVEY TRIO
8 de Maio, 22.00h
Auditório Municipal Eunice Muñoz (Oeiras)
Som da Surpresa, Ciclo Internacional de Jazz de Oeiras
Byron é um reconhecido conceptualista, capaz de abraçar com igual entusiasmo os mais diversos géneros musicais, do klezmer ao rap, passando pelas lieder alemãs e, claro está, pelo jazz nas suas mais diversas acepções.
Este projecto Ivey Divey surgiu em 2004, como homenagem ao saxofonista Lester Young (ao que parece ivey divey era uma das suas excêntricas tiradas em calão hipster) e ao trio que este manteve, nos anos 40, com Buddy Rich e Nat Cole (Byron gosta de precisar que nesta altura ainda ninguém lhe chamava “king” e era um dos mais brilhantes pianistas da sua geração).
Ao lado de Byron, no disco que gravou para a Blue Note, surgiram então a jovem promessa Jason Moran no piano e o veterano Jack de Johnette na bateria.
Em Oeiras, apresentou-se ao invés ao lado do consagrado Uri Caine no piano e do jovem Tony Jefferson na bateria.
Começando pelo fim direi que Jefferson, sem desiludir, esteve contido e compenetrado no seu papel de aluno bem comportado, num espectáculo onde o protagonismo competia por completo a Byron e Caine. É um baterista de inegáveis recursos e talento, mas nem esteve visivelmente à vontade com o repertório do clarinetista, nem quis aventurar-se muito em seara alheia…
Caine foi, em contrapartida, um complemento perfeito para o clarinetista e saxofonista do Bronx. Também ele um exemplo perfeito do virtuoso eclético (ainda há cerca de um ano atrás o vi no CCB a interpretar as Goldberg Variations -vagamente inspiradas nas de Bach-, ao lado de Ben Perowski e John Hebert, num supremo esforço de contenção face à chocante exuberância da sua gravação para a Winter & Winter) capaz de se atirar com a mesma vontade a Gustav Mahler, John Zorn ou ao klezmer de Mickey Katz.
Foi, para mim, a estrela da noite, assinando uma exibição brilhante a todos os níveis.
Mostrou uma técnica de outro mundo e uma notável capacidade de improvisação e de interpretação do projecto de Byron. Capaz de tomar a iniciativa, quando tal se mostrou pertinente, proporcionou no entanto um apoio notável nos solos e improvisações do saxofone e clarinete. Mais do que um sideman, foi um verdadeiro parceiro do projecto, mostrando conhecimento profundo do repertório e um notável entendimento com o seu líder.
Don Byron esteve igual a si mesmo. Um tecnicista notável incapaz de maneirismos. Mesmo num projecto de homenagem e onde abundam os standards, Byron não se cinge a reinterpretar o património musical de Porky Pie Hat: reinventa-o com a mesma ousadia com que Caine “profanou” Bach. E claro, não resistiu a intercalar algumas composições da sua lavra com um requintado sentido de ironia.
Ivey Divey é assim um projecto difuso, onde há ecos de bebop, de blues, de Count Basie e de Nat King Cole, mas como que misturados num explosivo cocktail free jazz, com ecos de barroco e de melodrama hollywoodesco à espreita.
Uma irreverência servida com requinte por dois músicos brilhantes que fizeram dela a sua imagem de marca.
terça-feira, 18 de maio de 2010
TGB chega ao Seixal
TGB – “Evil Things”
18 Maio - Ecomuseu Municipal do Seixal – Seixal – 21h30
Nada é verdadeiramente “normal” no projecto formado por Sérgio Carolino, Mário Delgado e Alexandre Frazão, a começar pela própria instrumentação: tuba, guitarras (mais dobro) e bateria. Mas mesmo os músicos em questão não têm o perfil habitual d...e um “jazzman”. Um internacionalmente aplaudido virtuoso da tuba, Carolino vem dedicando a maior parte da sua carreira à música clássica e sinfónica. Guitarrista de topo da cena portuguesa, Delgado é um assumido herdeiro de Jimi Hendrix. Um dos mestres bateristas de Portugal, o brasileiro Frazão estabeleceu o seu nome em vários idiomas musicais, da world music ao drum 'n' bass. Daí que este seja não um jazz com um “twist”, mas com muitos “twists”. Imaginativo, contemporâneo, intrigante e excelentemente tocado. Bem enraizado na linguagem do jazz, mas sempre imprevisível.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Morreu Hank Jones
Photo by Ed Newman
O pianista norte-americano Hank Jones, uma das lendas do jazz que tocou com Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Thelonious Monk, Charlie Mingus, Bud Powell, Max Roach e tantos outros, morreu ontem em Nova Iorque, aos 91 anos de idade.
Natural do Mississippi, foi para Nova Iorque nos anos 40 com o saxofonista Lucky Thompson para integrar a orquestra de “Hot Lips” Page.
Era irmão de outras duas lendas do jazz, os também já falecidos Elvin e Thad Jones.
Colaborou com inúmeras cantoras, desde Ella Fitzgerald até Diana Krall. Foi também ele quem acompanhou Marylyn Monroe no famoso "Happy Birthday Mr. President" que a actriz cantou a John F. Kennedy, em Maio de 1962.
Em Novembro passado esteve entre nós, para dois concertos, em Guimarães e em Lisboa.
Aqui fica um sentida homenagem a um grande senhor do jazz, que viveu as vicissitudes da segregação racial e afirmou nunca ter imaginado chegar a ver um Presidente negro dos EUA.
Agenda Semanal, 17 a 23 de Maio
Segunda, 17 de Maio
22.00h – Sociedade Recreativa Olhanense (Olhão) - Orquestra de Jazz de Lagos Redux
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – Quarteto Pedro Teixeira
Terça, 18 de Maio
21.30h – CCB (Lisboa) – Dianne Reeves
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – Messias & The Hot Tones
Quinta, 20 de Maio
21.00h – CCC (Caldas da Rainha) - The Two Man Gentleman Band
22.00h – Casa da Música (Porto) - Peter Brotzmann Chicago Tentet
22.00h – Teatro Municipal (Guarda) - Old Blind Mole Orkestra
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Tributo a Thelonious Monk
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Jazzagroove
Sexta, 21 de Maio
21.30h – Culturgest (Lisboa) – Jamie Baum septet
21.30h - Cine-Teatro Municipal de Almodôvar – Joana Machado
22.00h – Auditório Eunice Muñoz (Oeiras) - Edward Simon Trio
22.00h – Biblioteca Instrução e Recreio (Valado de Frades) - Unsung Cats
22.00h – Centro de Arte de Ovar – Amarelo Manga
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Áleas “La Danse du Koala”
22.30h – Cantaloupe Bar (Olhão) - Nuno Marinho Quarteto
22.30h – Contrabaixo Bar (Mira) - Quinteto Suzana Silva
23.00h – CAE (Portalegre) - Old Blind Mole Orkestra
23.30h – São Jorge (Lisboa) – Alexandre Diniz quarteto
23.30h – Lisbon Lounge (Lisboa) - The Two Man Gentleman Band
Sábado, 22 de Maio
21.00h – Cine-teatro de Almodôvar - Flajazzados
21.30h – CCC (Caldas da Rainha) – Vinicius Cantuária
21.30h – Cine-teatro de Estarreja - Old Blind Mole Orkestra + Melech Mechaya
21.30h - Cine-Teatro Curvo Semedo (Montemor o Novo) – Danças Ocultas
22.00h – Espaço Pedro Remy (Braga) – Susana Santos Quinteto
22.00h – Auditório Eunice Muñoz (Oeiras) – Jamie Baum Septet
22.00h – Biblioteca Instrução e Recreio (Valado de Frades) - Maria Anadon Latin Quartet
22.00h - Centro Social Luso Venezolano (Espinho) - Ilan Chester Trio
22.30h – Cantaloupe Bar (Olhão) - Nuno Marinho Quarteto
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Áleas “La Danse du Koala”
23.00h – CAE (Portalegre) - The Two Man Gentleman Band
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - The Yellow Dog Blues Band
Domingo, 23 de Maio
17.00h – FNAC (Algarve) – João Barreiros Trio
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Com o Pé Direito!
Donny McCaslin Trio
7 de Maio de 2010, 22.00h
Auditório Municipal Eunice Muñoz (Oeiras)
Ciclo Internacional de Jazz de Oeiras 2010, Som da Surpresa
Começou em grande a edição 2010 do Som da Surpresa, Ciclo Internacional de Jazz de Oeiras, com a presença do trio do saxofonista californiano Donny McCaslin.
Aluno e mais tarde colaborador de Gary Burton, Donny McCaslin distinguiu-se sobretudo pela participação em projectos colectivos, como a Maria Schneider Jazz Orchestra (com quem ganhou um Grammy) ou a Mingus Big Band.
Nunca rejeitou contudo a colaboração em ensembles mais pequenos, como provam a sua presença no grupo Steps Ahead, liderado por Mike Mainieri (outro vibrafonista, como Burton e o pai de McCaslin, que o iniciou nas lides musicais aos 12 anos de idade) no álbum Vibe (1995) ou as suas colaborações mais recentes com músicos como Dave Douglas, David Binney, Danilo Perez, Luciana Souza, Tom Harrell, Brian Blade, Pat Metheny ou John Pattitucci.
Como líder McCaslin estreou-se em 1998 com Exile & Discovery (com Bruce Barth, Ugonna Okegwo e Billy Drummond), a que se seguiram Seen From Above em 2000 (com Scott Colley, Ben Monder e Jim Black), The Way Through em 2004 (com Dave Binney, Anders Bostrom, Scott Colley, Adam Cruz, Doug Yates e Luciana Souza) e mais recentemente Give n’Go (com John Swana, Scott Colley e Gene Jackson) e Soar (com Shane Endsley, Luis Bonilla, Orrin Evans, Ben Monder, Antonio Sanchez, Pernell Saturnino, Luciana Souza e Dave Binney) em 2006, In Porsuit (com Dave Binney, Scott Colley, Ben Monder, Antonio Sanchez e Pernell Saturnino) em 2007, Recommended Tools (com Hans Glawischnig e Jonathan Blake) em 2008 e Declaration em 2009 (ao lado de Ben Monder, Scott Colley, Ed Simon, Antonio Sanchez, Pernell Saturnino e ainda uma brass band composta por Alex Sipiagin, Tatum Greenblatt, Chris Komer, Marshall Gilkes e Marcus Rojas).
Desta extensa lista de projectos e colaborações surge um único em trio, Recommended Tools, gravado em 2007 com Hans Glawischnig e Jonathan Blake.
Foi contudo em trio que McCaslin se apresentou em Oeiras, ao lado de dois músicos magistrais com quem tem mantido colaboração regular ao longo da última década, Scott Colley no contrabaixo e Antonio Sanchez na bateria. Uma secção rítmica de luxo que muito contribuiu para a enorme qualidade e criatividade da apresentação.
Desprovida de instrumento harmónico, a apresentação em trio exige naturalmente do solista um esforço maior, preenchendo com criatividade e ousadia os “silêncios” harmónicos inerentes à formação. Algo apenas ao alcance de músicos de excepção.
Foi seguramente o que sucedeu com a prestação de Donny McCaslin mas também com a extraordinária orgia rítmica fornecida por Colley e Sanchez, que, em vários momentos, demonstraram ser perfeitamente capazes de aguentar sozinhos as despesas do concerto!
Virtuosos como poucos, demonstraram uma criatividade invulgar permitindo a McCaslin desenvolver os seus solos quase como se estivesse acompanhado por um quarteto ou quinteto.
O saxofonista tocou apenas originais seus, alguns ainda não gravados, revelando uma enorme liberdade criativa na composição e sobretudo na interpretação. Solto das amarras voluntariamente assumidas em formações de maior envergadura, este Donny McCaslin em trio (sobretudo impulsionado pela fenomenal secção rítmica) mostrou ter asas para outros voos.
Sem nunca renunciar as suas raízes musicais nem se abandonar por completo à abstracção, mostrou ser dono não apenas de um fraseado amplamente variado e tecnicamente irrepreensível, como também de uma enorme capacidade de livre improvisação. O resultado foi um jazz fresco e estimulante, capaz de percorrer transversalmente géneros e influências diversas, e um público rendido ao virtuosismo e criatividade dos músicos em palco.
Um grande trio de jazz!
Donny McCaslin Group & Dave Douglas - Festival In 3 Parts
Pois É!
Júlio Resende International Quartet
19 de Abril de 2010, 22.30h
Teatro São Luiz (Lisboa)
Festa do Jazz
Ainda não foi desta que ouvi o quarteto internacional de Júlio Resende completo, isto é, com o contrabaixista norueguês Ole Morten Vägan.
A culpa foi de um vulcão islandês que semeou o caos nas ligações aéreas da Europa e impediu a presença do músico na festa do jazz do São Luiz.
Não obstante, assistimos a uma exibição notável deste quarteto que, de internacional, acabou apenas por contar com o espanhol Perico Sambeat no saxofone alto e soprano. João Custódio substituiu com naturalidade Vägan no contrabaixo e até pudemos ouvir Manuela Azevedo interpretar dois temas, “Ir e Voltar”, da autoria de Resende e incluído no segundo disco do pianista, Assim Falava Jazzatustra, e também uma versão, por sinal magnífica, adaptada pelo pianista, do sucesso dos Clã “Pois é”.
Sobre este quarteto e sobre o último disco de Resende já muito escrevi nestas páginas pelo que remeto o leitor para os respectivos artigos.
Quanto a esta apresentação não posso deixar de realçar o facto de Júlio Resende, indiscutivelmente um dos mais promissores músicos da sua geração, nos ter brindado com novas versões de quase todos os temas tocados. A ocasião era de festa e o facto de a formação ter sido chamada ao palco principal do São Luiz em horário nobre da noite de sábado só confirma o reconhecimento já conquistado, pela enorme qualidade do projecto, apesar da juventude da maioria dos seus membros, a começar pelo pianista e compositor.
A excepção foi Sambeat, um saxofonista de enorme fluência e de outra geração, que conseguiu contudo integrar-se na perfeição, à semelhança aliás do sucedido em ocasiões anteriores.
A música de Resende é extraordinariamente criativa, gera amplos espaços de improvisação para os músicos e consegue comunicar com o público de modo fácil e directo, fruto do permanente respeito pela melodia. Não subverte mas também não se conforma. Recria com enorme perspicácia.
Ritmicamente evoluída (e continuo sem ouvir Vägan, senão no disco), transpira autenticidade quando evoca raízes afro-latinas, sobretudo ibéricas, mas não renega as boas influências do jazz norte-americano mais recente, particularmente de Mehldau (com quem Sambeat aliás, já gravou).
Júlio Resende é assim um dos principais estandartes de uma nova geração de músicos de jazz em Portugal, capaz de beber influências na tradição lusitana e da lusofonia e simultaneamente nas referências do jazz da sua geração, do lado de cá e de lá do Atlântico.
Um projecto carregado de virtudes amplamente confirmadas neste excelente concerto na Festa do Jazz do São Luiz.
Júlio Resende International Quartet – Boom
terça-feira, 11 de maio de 2010
Conferências na Lusíada
domingo, 9 de maio de 2010
Matosinhos em Jazz
Matosinhos em Jazz 2010
12 a 15 de Maio de 2010
Cine-teatro Constantino Nery
Exponor
Tem lugar esta semana mais uma edição do Festival Matosinhos em Jazz, que se irá dividir por duas salas: o Cine-teatro Constantino Nery, onde o espanhol Biel Ballester abrirá o festival a 12 de Maio, e a Exponor, que contará com três concertos, da Orquestra de Jazz de Matosinhos a 13, dos trios de Bernardo Sassetti e do veterano francês Jacques Loussier a 14, e finalmente a fechar, o jazz latino do Samuel Quinto trio e a cantora norte-americana Dianne Reeves.
Razões de sobre para os amantes do jazz rumarem a Matosinhos durante esta semana.
Aqui fica o programa completo:
12 de Maio
Cine-Teatro Contantino Nery
Biel Ballester Trio (ESP)
13 de Maio
Exponor
Orquestra Jazz de Matosinhos (POR)
14 de Maio
Exponor
Bernardo Sassetti Trio (POR)
Jacques Loussier Trio (FRA)
15 de Maio
Exponor
Samuel Quinto Trio (BR)
Dianne Reeves (USA)
Biel Ballester Trio & Gustav Lundgreen - When I Was A Boy
Jacques Loussier Trio - Pastorale in C Minor
Samuel Quinto Trio - Ficou no Meio
Dianne Reeves - That's All
Agenda Semanal, 10 a 16 de Maio
Segunda, 10 de Maio
18.00h – FNAC Santa Catarina (Porto) – Sofia Ribeiro
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – Quarteto Paulo Lopes
Terça, 11 de Maio
22.00h – FNAC Colombo (Lisboa) – Sofia Ribeiro & Gui Duvignau
22.00h – Casa da Música (Porto) - Minnemann Blues Band
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Terças-feiras do Hot – Jam Sessions
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – The Hoodoo Doctors
Quarta, 12 de Maio
21.30h – CCC (Caldas da Rainha) – Sofia Ribeiro
21.30h – Cine-teatro Constantino Nery (Matosinhos) – Biel Ballester Trio
21.30h – Centro Cultural de Lagos – Jazz com todos
Quinta, 13 de Maio
21.15h – Parque Eduardo VII (Lisboa) – Laura Ferreira Quarteto
21.30h – Exponor (Matosinhos) – Orquestra de Jazz de Matosinhos
21.30h – Cine-teatro S. Pedro (Alcanena) - Aduf
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Sofia Ribeiro Quarteto
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – Slidin’ Stompers
Sexta, 14 de Maio
18.00h – FNAC Santa Catarina (Porto) - Combo E da Escola de Jazz do Porto
21.15h – Parque Eduardo VII (Lisboa) – Septeto do Hot Club de Portugal
21.30h – Exponor (Matosinhos) – Bernardo Sassetti Trio e Jacques Loussier Trio
21.30h - Anfiteatro Ponte Mártir In Colo (Covilhã) – El Fad
21.45h – Paços da Cultura (S. João da Madeira) – Pedro Burmester e Mário Laginha
22.00h – FNAC (Guimarães) – Combo E da Escola de Jazz do Porto
22.00h – Espaço Pedro Remy (Braga) - Matthew Shipp / Sabir Mateen duo
22.00h – Biblioteca Instrução e Recreio (Valado de Frades) - GS Quartet
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Filipe Melo Trio
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Júlio Resende convida
23.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Rita Martins/Paula Sousa Quarteto
Sábado, 15 de Maio
21.30h – Exponor (Matosinhos) – Samuel Quinto Trio e Dianne Reeves
21.30h – Auditório de Espinho – Bernardo Sassetti Trio
22.00h - Biblioteca Instrução e Recreio (Valado de Frades) - Flajazzados
22.00h - FNAC Leiria - Desbundixie
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Filipe Melo Trio
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Mário Oliveira quarteto
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – The Ramblers
Domingo, 16 de Maio
16.30h - Biblioteca Instrução e Recreio (Valado de Frades) - Ensemble Escola Luiz Villas-Boas / Hot Clube
17.00h – Jardim da Estrela (Lisboa) - Ricardo Pinto Quarteto
21.30h – Teatro Municipal (Portimão) – Dianne Reeves
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Gonçalo Marques/ Damien Cabaud/ Bruno Pedroso
sábado, 8 de maio de 2010
Movimentos Orgânicos
Bernardo Sassetti Trio
19 de Abril de 2010, 21.00h
Teatro Municipal São Luiz (Lisboa)
Festa do Jazz 2010
Integrado no programa do segundo dia da Festa do Jazz, coube ao trio do pianista Bernardo Sassetti apresentar o seu mais recente trabalho discográfico, denominado Motion e editado já este ano pela Clean Feed, no “horário nobre” das 21.00h da sala principal do São Luiz.
Um prémio inteiramente merecido, diga-se em abono da verdade, pois não só este trio reúne alguns dos nossos melhores músicos (o pianista é acompanhado pelos magistrais Carlos Barretto no contrabaixo e Alexandre Frazão na bateria), como leva já mais de uma década de existência e de experiência na exploração dos notáveis recursos musicais dos seus membros.
A somar a tudo devemos ainda considerar a inegável qualidade do mais recente trabalho do trio, ao qual já tive ocasião de dedicar algumas notas nas presentes páginas.
Sem querer repetir as impressões colhidas aquando da audição do disco, reafirmo que a música de Sassetti se assume cada vez mais ambiental e com um onirismo que busca inspiração na imagética cinematográfica, decorrente aliás da assumida paixão do pianista pela fotografia e pelo cinema.
Esta interdisciplinaridade da obra de Sassetti é uma busca antiga do compositor, patente nas muitas bandas sonoras que tem composto para o cinema e também na irreverência de projectos multidisciplinares como o magnífico Unreal Sidewalk Cartoon, a que tive o privilégio de assistir, em Dezembro de 2006, nesta mesma sala.
Mas devo confessar que a apresentação ao vivo de Motion permitiu uma leitura nova, mais ampla e irreverente, desta imagética musical de Sassetti.
Não podemos esquecer que estamos perante três grandes improvisadores, capazes de colorir diversamente cada nova apresentação do seu trabalho. Por isso nada há de estranho na descoberta de leituras alternativas na obra musical do trio, nas suas sucessivas apresentações em público.
Esta foi seguramente mais jovial, informal e descontraída. Sem com isto querer pôr minimamente em causa os atributos qualitativos da obra ou a entrega dos músicos.
Pelo contrário, se o próprio Sassetti por vezes questiona (sem se preocupar muito com a resposta, é certo) se aquilo que toca ainda é jazz, eu direi que poucos tiveram dúvidas nesta apresentação no São Luiz. O véu negro e solene com que por vezes cobre as suas composições, caiu por diversas vezes neste concerto, revelando três músicos de jazz criativos e capazes de conquistar pela capacidade técnica e de improvisação, o público conhecedor, de uma festa que se define como de Jazz.
Claro que o som neo-romântico do piano de Sassetti esteve presente, bem como os contrastantes rendilhados quase expressionistas de Barretto no contrabaixo e a interminável paleta de texturas da bateria de Frazão, convertido em percussionista neste projecto. Mas esteve também algo imperceptível no disco, um organicismo próprio da música, e particularmente do jazz, tocada ao vivo.
Nas mãos criativas deste trio a música ganhou vida, cresceu e reproduziu-se ao sabor do momento e da inspiração. Mesmo quando as coisas correram menos bem.
Bernardo Sassetti - Músico e compositor from Gustavo da Luz on Vimeo.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Jazz em Oeiras
SOM DA SURPRESA 2010
CICLO INTERNACIONAL DE JAZZ DE OEIRAS
AUDITÓRIO MUNICIPAL EUNICE MUÑOZ - Oeiras
O Jazz volta à Vila de Oeiras com a sétima edição do SOM DA SURPRESA – Ciclo Internacional de Jazz de Oeiras, com concertos a realizar no Auditório Municipal Eunice Muñoz, durante o mês de Maio – dias 7, 8, 21 e 22, às 22:00 horas.
A presente edição irá destacar o trabalho actual de alguns dos melhores solistas de jazz norte-americanos dos últimos anos. Serão apresentados três trios e um septeto, que reúnem intérpretes e compositores muito criativos, cuja produção musical é particularmente aliciante. DONNY McCASLIN TRIO (dia 7), DON BYRON “IVEY DIVEY” TRIO (dia 8), EDWARD SIMON TRIO (dia 21) e JAMIE BAUM SEPTET (dia 22), permitem ouvir estéticas bem diferentes mas complementares, nesta área da música improvisada, com características que vão das abordagens latino-americanas com vivência jazzística (caso da música do pianista EDWARD SIMON), às sonoridades mais contemporâneas do saxofone tenor (na música imaginativa de DONNY McCASLIN) e do clarinete (nas improvisações de DON BYRON), passando pela linguagem do “jazz de câmara” (obras da flautista JAMIE BAUM).
Programa
07. MAI (6ª feira) – 22h - DONNY McCASLIN TRIO
DONNY McCASLIN – saxofones tenor e soprano
SCOTT COLLEY – contrabaixo
ANTONIO SANCHEZ – bateria
08.MAI (Sábado) – 22h - DON BYRON IVEY DIVEY TRIO
DON BYRON – clarinete, saxofone tenor
URI CAINE – piano
TONY JEFFERSON – bateria
21.MAI (6ª feira) – 22h - EDWARD SIMON TRIO
EDWARD SIMON – piano
JOE MARTIN – contrabaixo
HENRY COLE – bateria
22.MAI (Sábado) – 22h - JAMIE BAUM SEPTET
JAMIE BAUM – flautas, direcção
TAYLOR HASKINS – trompete
DOUG YATES – clarinete baixo, saxofone alto
CHRIS KOMER – trompa
GEORGE COLLIGAN – piano
JOHANNES WEIDENMULLER – contrabaixo
JEFF HIRSHFIELD – bateria
Biografias
DONNY McCASLIN
Nascido em Santa Cruz, na Califórnia, em 1966, foi através do pai, pianista e vibrafonista de jazz, que começou a interessar-se por esta música e pelo saxofone tenor, com apenas 12 anos. Ainda estudava no liceu quando se deslocou à Europa pela primeira vez, integrando a All-Stars Big Band do Festival de Jazz de Monterey. Estudou no Berklee College of Music, em Boston.
Entre 1987 e 1991, foi membro do Quarteto de Gary Burton, vibrafonista que havia sido seu professor em Boston. Em 1991, foi residir para Nova Iorque, trabalhando primeiro com o contrabaixista Eddie Gomez e, mais tarde, no famoso grupo Steps Ahead, com o qual gravou o CD “Vibe” (NYC Records-1995).
Como solista, colaborou em duas importantes orquestras: a Ken Schaphorst Big Band e a Maria Schneider Jazz Orchestra. Nesta última, teve oportunidade de gravar o aclamado disco “Concert in the Garden” (Artist Share-2004), relativamente ao qual foi nomeado para um Grammy pelo “Melhor Solo Instrumental de Jazz”. Tocou durante anos com David Binney e igualmente com Dave Douglas, até 2005. Nos últimos anos, graças ao facto de ter consolidado um estilo (no saxofone tenor) altamente criativo e tecnicamente perfeito, DONNY McCASLIN tem sido convidado a tocar nos grupos de Danilo Perez, Luciana Souza, Tom Harrell, Brian Blade, Pat Metheny, John Pattitucci e na Mingus Big Band.
No nosso país, já se apresentou no Hot Clube de Portugal e na Fundação de Serralves, no Porto. Em 2006, a Associação de Música de Câmara America atribuiu-lhe uma bolsa para apoio à composição no jazz.
Da sua discografia destacam-se: “Give and Go” (Criss Cross-2005), “SOAR” (Sunnyside-2005), “In Pursuit” (Sunnyside-2006), “Don McCaslin Trio” (Greenleaf Music-2008) e “Declaration” (Sunnyside-2009).
DON BYRON
Durante 20 anos, como clarinetista ou saxofonista, DON BYRON tem amadurecido um estilo, uma linguagem fora do vulgar, explorando de forma inteligente um virtuosismo e uma criatividade serena pouco comum em músicos da sua geração. Nascido no Bronx, em Nova Iorque, em 1958, o pai era contrabaixista e a mãe pianista. Estudou clarinete e saxofone, tendo posteriormente trabalhado durante anos com George Russell, no Conservatório de Música da Nova Inglaterra. Tocou com praticamente todos os mais destacados músicos, activos, em Nova Iorque, nos anos 70, 80 e 90, nomeadamente a Orquestra de Duke Ellington, John Hicks, Bill Frisell, Hamiet Bluiett, Anthony Braxton, Geri Allen, Reggie Workman, David Murray, Leroy Jenkins, D.D. Jackson, Steve Coleman, Ralph Peterson, Steve Lacy, Uri Cane, entre muitos outros.
Entre 1996 e 1999, foi director artístico do Departamento de Jazz na Academia de Brooklyn. Entre 2000 e 2005, colaborou e coordenou a cadeira de clarinete no Espaço Sinfónico de Nova Iorque, onde dirigiu uma orquestra. Escreve regularmente para companhias de dança, musicou diversas peças de teatro, criou música para cinema e televisão, tendo inclusivamente participado nos filmes “Kansas City” de Robert Altman e “Lulu on the Bridge” de Paul Auster. É extensa a lista de obras que lhe têm sido encomendadas, para orquestras, grupos de câmara, duos, e várias outras formações instrumentais. Desde o seu primeiro CD, “Tuskegee Experiments” (1992), gravou mais de 10 discos que receberam elogiosas críticas, e que são obras nas quais o clarinete, o clarinete baixo e o saxofone barítono são privilegiados.
Da sua discografia mais recente, destacam-se: “Romance with the Unseen” (Blue Note-1999), “A Fine Line: Arias and Lieder” (Blue Note-2000), “You are # 6” (Blue Note-2001), “Ivey-Divey” (Blue Note-2004) e “Do the Boomerang-The Music of Junior Walker” (Blue Note-2006).
EDWARD SIMON
Nasceu na Venezuela, em 1969, rodeado por sonoridades latinas da música das Caraíbas. Foi o pai quem incentivou tanto EDWARD como os irmãos Marion e Michael, a estudar música. Nos EUA, matriculou-se na Escola de Artes Performativas de Filadélfia, terminando o curso de música com apenas 15 anos. Depois, foi-lhe atribuída uma bolsa para prosseguir os seus estudos musicais na Universidade das Artes de Filadélfia, onde estudou piano clássico. Aos 18 anos, matriculou-se no curso de piano jazz na Escola de Música de Manhattan, onde trabalhou com Harold Danko. A partir de 1989, reside em Nova Iorque, tendo começado por colaborar com Greg Osby, Jerry Gonzalez, Bobby Hutcherson Herbie Mann, Kevin Eubanks e Paquito D’ Rivera. Entre 1989 e 1994, foi pianista no grupo “Horizon”, dirigido por Bobby Watson, e, de 1994 a 2002, no grupo liderado por Terence Blanchard.
Em 2000, muito preocupado em alargar as fronteiras da música improvisada, constituiu, com o seu amigo David Binney, o quarteto “Afinidad”, que incluía o contrabaixista Scott Colley e o baterista António Sanchez. Este quarteto deu origem a dois CD’s, “Afinidad” (Red Records-2001) e “Oceanos” (Criss Cross-2007). No final de 2007, foi-lhe atribuída uma bolsa para apoio à composição, em 2008 e 2009, na qual se baseou ao criar “Sorrows and Triumphs”, para aquele mesmo quarteto e músicos convidados. Em 2003, para divulgar a música étnica da Venezuela, constituiu o “Ensemble Venezuela”, que se dedicou à fusão do jazz com o folclore do seu país de origem. Dois anos mais tarde, a associação “Chamber Music America” atribui-lhe um prémio pecuniário a fim de compor e interpretar a “Suite Venezuelana”, obra extensa combinando jazz, música de câmara e música étnica da Venezuela. Solista exemplar, no início muito próximo de Chick Corea, EDWARD SIMON, executa uma música enérgica, com ideias complexas mas num formato directo e comunicativo, presentes em composições originais muito criativas. Professor de piano em diferentes escolas dedicadas ao jazz é, presentemente, pianista do famoso “San Francisco Jazz Collective”, octeto com o qual se apresentou recentemente em Portugal.
Da sua discografia destacam-se os seguintes CD’s: “Beauty Within” (Audioquest-1994), “Edward Simon” (Criss Cross-1995), “The Process” (Criss Cross-2003), “Simplicitas” (Criss Cross-2004), “Unicity” (Cam Jazz-2006) e “Poesia” (Cam Jazz-2009).
JAMIE BAUM
É um facto que os flautistas de jazz são raros: Eric Dolphy, Hubert Laws, Herbie Mann, James Newton, Kent Jordan e poucos mais. Mulheres, JAMIE BAUM é das poucas que se destacam. Flautista e compositora de craveira superior, é natural de Nova Iorque, onde nasceu no final dos anos 60.
Estudou no Conservatório de Música da Nova Inglaterra e na Escola de Música de Manhattan, tendo-se licenciado como flautista e compositora na primeira destas escolas. Teve oportunidade de tocar com George Russell, Randy Brecker, Donald Brown, Kenny Barron, Tom Harrell, Kenny Werner, Dave Douglas, Uri Caine e Paul Motion, entre muitos outros. Este seu septeto foi formado em 1999 com o objectivo de interpretar a música composta pela flautista, como se de um grupo de jazz de câmara se tratasse. Os temas são muito versáteis, com enorme musicalidade, permitindo passagens bem harmonizadas em contraste com imaginativos solos dos membros do septeto. Através da audição da sua música, JAMIE BAUM demonstra-nos que as estruturas mais sofisticadas da música de câmara não são de modo algum incompatíveis com a espontaneidade, o espírito e o swing da linguagem do jazz.
O mais importante do seu trabalho discográfico está incluído nos seguintes CD’s: “Undercurrents” (Konex-1994), “Sight Unheard” (GM Records-1997), “Moving Forward, Standing Still” (Omnitone-2004) e “Solace” (Sunnyside-2008).
Produção artística: SOM DA SURPRESA, Lda.
Organização: Câmara Municipal de Oeiras
Informações e reservas (2ª a 6ª feira, entre as 14H00 e as 19H00):
214 408 582 / 24 - paulo.afonso@cm-oeiras.pt - www.cm-oeiras.pt
BILHETEIRA
PREÇO DOS BILHETES: 7,50 € (plateia e balcão)
LOCAIS DE VENDA:
Auditório Municipal Eunice Muñoz (Tel. 214 408 411): dias de espectáculo, a partir das 15H00;
Loja de divulgação e informação municipal, no Centro Comercial Oeiras Parque: diariamente, entre as 10H00 e as 20H00;
CAMB – Centro de Arte Manuel de Brito (214 111 400): de 3ª Feira a Domingo, das 12H00 às 18H00;
Lojas Fnac; Agências Abreu; Lojas Worten; Pontos Megarede; C.C. Dolce Vita; El Corte Inglês e www.ticketline.pt (Reservas: 707 234 234).
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Jazz Valado 2010
13º Festival de Jazz de Valado de Frades
7 a 22 de Maio
Biblioteca de Instrução e Recreio (Valado de Frades)
O já habitual festival de Valado de Frades tem igualmente início esta semana. Prolongar-se-á por três fins de semana seguidos, com início já no próximo dia 7 de Maio, com uma programação integralmente dedicada ao jazz nacional.
Destacam-se as presenças do Septeto de Jazz do HCP, do projecto Unsung Cats, com o guitarrista Nuno Ferreira e ainda do Quarteto Latino da cantora Maria Anadom, com o pianista cubano Victor Zamora.
Uma oportunidade excelente para se ouvir bom jazz na região centro do país.
Programa
7 de Maio, 22.00h
The Postcard Brass Band
saxofones - Mário Marques, trombone - Ruben Santos, sousafone - Sérgio Carolino, bateria - Michael Lauren
8 de Maio, 22.00h
Septeto do Hot
trompete - João Moreira, saxofone tenor - Pedro Moreira, trombone - Claus Nymark, guitarra e direcção musical - Bruno Santos, piano - Rodrigo Gonçalves, contrabaixo - Bernardo Moreira, bateria - André Sousa Machado
9 de Maio, 16.00h
Big Band da Nazaré
Joaquim Pequicho e João Capinha – saxofones alto e soprano / André Murraças e Wilson Ferreira – saxofone tenor / Pedro Morais – saxofone barítono / Vítor Guerreiro, Margarida Louro, Luís Guerreiro e André Venâncio – trompete / Reinold Vrielink, Élio Fróis, Luís Pires e Fábio Matias – trombone / Gonçalo Justino – guitarra / Ricardo Caldeira – piano / Gonçalo Leonardo – contrabaixo / Bruno Monteiro – bateria / Júlia Valentim – voz / Adelino Mota – direcção
14 de Maio, 22.00h
GS Quartet
trompete - Gileno Santana, piano - Joaquim Rodrigues, contrabaixo - José Carlos, bateria - Mário Costa
15 de Maio, 22.00h
Flajazzados
trompete - Alexandre Andrade, sax alto - Omar Hamido, sax tenor - Francisco Andrade, guitarra - Pedro Gil, baixo - Marco Martins, bateria - Sónia Cabrita, piano e direcção - Zé Eduardo, textos, narração - Vitor Reia-Batista
16 de Maio, 16.00h
Ensemble Escola Luiz Villas-Boas / Hot Clube
voz - Joana Alegre, sax alto - Ricardo Toscano, guitarra - Nuno Marinho, piano - Miguel Amorim, contrabaixo - André Rosinha, bateria - Pedro Madeira
21 de Maio, 22.00h
Unsung Cats
sax - Ivan Silvestre, guitarra - Nuno Ferreira, contrabaixo - João Custódio, bateria - Joel Silva
22 de Maio, 22.00h
Maria Anadon Latin Quartet
voz - Maria Anadon, piano - Victor Zamora, contrabaixo - Nelson Cascais, bateria - Marcelo Araújo
Bruno Santos e o "seu" Septeto do HCP estarão presentes no Valado Jazz 2010
Som da Surpresa 2010
SOM DA SURPRESA 2010
CICLO INTERNACIONAL DE JAZZ DE OEIRAS
Auditório Municipal Eunice Muñoz (Oeiras)
7, 8, 21 e 22 de Maio, sempre às 22.00h
Seis meses mais cedo regressa este mês o Ciclo Internacional de Jazz de Oeiras, Som da Supresa, desta feita novamente em Oeiras, no Auditório Eunice Muñoz, depois da passagem, nos últimos anos, pelo auditório Ruy de Carvalho, em Carnaxide.
Um cartaz integralmente dedicado ao jazz norte-americano, dividido por dois fins de semana, 7 e 8 de Maio, com o Donny McCaslin Trio (com Scott Colley e Antonio Sanchez) e o Don Byron Ivey Divey Trio (com Uri Caine no piano), e 21 e 22 de Maio, com o Edward Simon Trio e o Jamie Baum Septet.
Um programa recheado de bons motivos para os jazzómanos darem por bem empregue a deslocação até àquela vila histórica dos arredores da capital.
Aqui fica o programa completo:
07.MAI (sex) – DONNY McCASLIN TRIO (EUA)
DONNY McCASLIN – saxofones tenor e soprano
SCOTT COLLEY – contrabaixo
ANTONIO SANCHEZ – bateria
08.MAI (sab) – DON BYRON IVEY DIVEY TRIO (EUA)
DON BYRON – clarinete, saxofone tenor
URI CAINE – piano
TONY JEFFERSON – bateria
21.MAI (sex) – EDWARD SIMON TRIO (EUA)
EDWARD SIMON – piano
JOE MARTIN – contrabaixo
HENRY COLE – bateria
22.MAI (sab) – JAMIE BAUM SEPTET (EUA)
JAMIE BAUM – flautas, direcção
TAYLOR HASKINGS – trompete
DOUG YATES – clarinete baixo, saxofone alto
CHRIS KOMER – trompa
GEORGE COLLIGAN – piano
JOHANNES WEIDENMEULLER – contrabaixo
JEFF HIRSHFIELD – bateria
Donny McCaslin Group & Dave Douglas - Descarga
Don Byron Ivey Divey
Agenda Semanal, 3 a 9 de Maio
Segunda, 3 de Maio
21.15h – Parque Eduardo VII (Lisboa) – Quarteto Nana Sousa Dias
Quarta, 5 de Maio
21.30h – Teatro Micaelense (Ponta Delgada) – Ney Matogrosso
Quinta, 6 de Maio
21.15h – Parque Eduardo VII (Lisboa) – Politonia Quarteto
22.00h – Rhau Nhau (Caparica) – Jorge Moniz Quarteto
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Yuri Daniel
Sexta, 7 de Maio
21.15h – Parque Eduardo VII (Lisboa) – El Fad
22.00h – Auditório Eunice Muñoz (Oeiras) - Donny McCaslin Trio
22.00h - Biblioteca de Instrução e Recreio (Valado de Frades) – The Postcard Brass Band
22.00h – Centro de Artes de Ovar – Mário Laginha Quarteto
Sábado, 8 de Maio
21.15h – Parque Eduardo VII (Lisboa) – Kumpania Algazarra
22.00h – FNAC NorteShopping (Matosinhos) – Budda Power Blues
22.00h - Biblioteca de Instrução e Recreio (Valado de Frades) - Septeto do Hot Club de Portugal
22.00h – Clube de Tavira - Flajazzados
22.00h – Auditório Eunice Muñoz (Oeiras) - Don Byron Ivey Divey Trio
22.00h – Cine Teatro Constantino Nery (Matosinhos) – Orquestra de Jazz de Matosinhos
Domingo, 9 de Maio
16.30h - Biblioteca de Instrução e Recreio (Valado de Frades) - Big Band da Nazaré
17.00h – FNAC MarShopping (Matosinhos) – Budda Power Blues
17.00h – FNAC Norteshopping (Matosinhos) – Sofia Ribeiro
sábado, 1 de maio de 2010
Simplex
Nuno Costa Quinteto
19 de Abril, 20.00h
Teatro-estúdio Mário Viegas (Lisboa)
Festa do Jazz
Relativamente à apresentação do início do mês, no Festival TOAP, a única novidade introduzida pelo quinteto de Nuno Costa passou pela utilização do piano por Óscar da Graça, ao invés do habitual Fender Rhodes.
Esta mudança revelou uma faceta acústica da formação, não apagada pela presença da guitarra eléctrica de Nuno Costa e dos múltiplos efeitos electrónicos aplicados ao trompete por João Moreira.
O quinteto surgiu mais eclético, com um som mais limpo e atraente. Uma alteração subtil mas que permitiu encontrar novas acepções dos temas do guitarrista.
Claro que a mudança retirou algum do protagonismo que o teclista exibiu em anteriores concertos. Não obstante a maior subtileza do piano não retirou mérito à performance de Graça abrindo em contrapartida novos espaços para as improvisações dos instrumentos acústicos da formação, particularmente para o contrabaixo entregue ao experiente Bernardo Moreira, sem esquecer o trompete do mais jovem Moreira, que surgiu mais rico nas harmonizações e mais vincado nos solos. Mesmo as iniciativas individuais do guitarrista ganharam protagonismo e alcançaram uma nova profundidade, nesta versão mais acústica do quinteto.
Nuno Costa demonstra assim mais uma vez, depois da notória evolução tímbrica do disco para o actual quinteto, motivada pela substituição do saxofone pelo trompete, uma notável versatilidade, capaz de reinventar os seus temas de modo subtil através de uma constante busca de novas sonoridades que, sem surpresa, o conduzem invariavelmente para ambiências cada vez mais cinemáticas e imagéticas.
O guitarrista vai assim apurando a sua música, numa estética que tende para uma cada vez maior limpeza e simplicidade.
Parece-me sem dúvida um caminho seguro.
Nuno Costa - El Dorado, Diários de Uma Viagem (Intro)
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