sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
"Light Against Time" vai a Évora
Exposição “Light Against Time” em ÉVORA
A exposição itinerante “Light Against Time” do fotógrafo Nuno Moreira chega a Évora, ao Palácio D. Manuel no dia 1 de Março.
As fotografias de espectáculos da autoria de Nuno Moreira têm feito uma digressão por todo o país, com passagem por Setúbal, Portalegre, Castelo Branco, Aveiro, Santarém, Porto, Beja e Lisboa.
O projecto irá fazer uma tour por todos os distritos de Portugal terminando com um evento especial ainda por desvendar.
Segundo o autor, "este tipo de fotografia é a expressão viva de um acaso que combate o controlo técnico desmedido. A luz é precisamente o corte incisivo no tempo e na sombra. É o que marca o ritmo e o acidente fotográfico. O resultado é uma surpresa pois o alvo não é fixo nem as acções calculáveis. A reverberação em formato imagem é assim dinâmica, distorcida e imprevisível."
O alinhamento da exposição "Light Against Time" foi aumentando para um conjunto de 40 fotografias de figuras emblemáticas nacionais e internacionais, caso de: Diana Krall, Bernardo Sassetti, Moonspell, Goldfrapp, Antony and the Johnsons, Iron Maiden, Mão Morta, Maria Rita, Lou Reed, Alice Cooper, Dead Combo, Marilyn Manson, Nick Cave, ou Jacinta.
A exposição encontra-se aberta livremente ao público até ao dia 1 de Abril.
Título: “Light Against Time” - Exposição Fotográfica
Autor: Nuno Moreira
Contacto: 914376440
Web: www.lightagainsttime.com E-mail: info@nmdesign.org
Data: de 1 de Março a 1 de Abril de 2009
Local: Palácio D. Manuel / Jardim Público, 7000 Évora
TOUR
2009
> Palácio D. Manuel – 1 de Março_1 de Abril - ÉVORA
2008
> Casa da Cultura – 13 de Outubro_13 de Novembro - BEJA
> Teatro Aveirense – 12 Setembro_5 de Outubro – AVEIRO
2007
> Fundação Dr. Luís Araújo – 18 de Outubro_18 de Novembro - PORTO
> Goma386 – 12 de Maio_1 de Junho - LISBOA
> Fórum Luísa Todi - 3 de Abril_15 de Abril - SETÚBAL
> Centro de Artes do Espectáculo - 21 de Fevereiro_16 de Março - PORTALEGRE
> Cine-Teatro Avenida - 26 de Janeiro_21 de Fevereiro - CASTELO BRANCO
> Teatro Sá da Bandeira - 5 de Dezembro_22 de Janeiro – SANTARÉM
2006
> Café-Teatro Santiago Alquimista - 8 Setembro_31 de Outubro - LISBOA
> Galeria Espaço@Juventude - 26 de Maio_30 de Junho – LISBOA
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Jesse Davis em Portugal
JESSE DAVIS NO HOTCLUBE
Estará dias 11 de Março (Quarta feira) no Hotclube (Praça da Alegria) pelas 23.00
e 13 de Março no Cineteatro de Alcobaça às 21.30
Uma das vozes consagradas do saxofone alto no jazz vai estar em Portugal para uma série de concertos.
Nascido em New Orleans, Jesse Davis foi influenciado por Charlie Parker e Cannonball Adderley.
Ganhou experiência em grupos variados, tendo acompanhado Wynton Marsalis, Ray Brown, Kenny Barron, Hank Jones, Roy Hargrove, Nicholas Payton, entre muitas outras formações importantes na história do jazz moderno.
Em 1989, Davis ganha o prémio de "Most Outstanding Musician" pela revista Downbeat.
Será acompanhado por uma formação liderada por Filipe Melo (piano) e Bruno Santos (guitarra), que conta ainda com Nelson Cascais no contrabaixo e Bruno Pedroso na bateria.
What Is This Thing Called Love (Warren Vache Swing All Stars perform at the Bern Festival in 2001)
Steve Ash piano, James Chirillo guitar, Keter Betts bass, Alvin Queen drums, John Allred trombone, Bill Easby clarinet & Jesse Davis alto sax
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Gianluca Petrella na Culturgest
Gianluca Petrella
Indigo 4
Trombone - Gianluca Petrella
Saxofone tenor e clarinete - Francesco Bearzatti
Contrabaixo - Paolino dalla Porta
Bateria - Fabio Accardi
DOMINGO 1 DE MARÇO DE 2009
21h30 · Grande Auditório· Duração 1h30
15 Euros (Jovens até aos 30 anos: 5 Euros. Preço único)
A primeira vez que Gianluca Petrella esteve na Culturgest foi em Janeiro de 2005, integrado no quinteto de Enrico Rava, num concerto memorável. Deu nas vistas quer pela qualidade da sua música, quer pela forma extrovertida com que actua em palco.
Em Janeiro de 2007, esteve anunciado um concerto com o grupo que lidera, Indigo 4, que foi cancelado por razões de saúde de sua mulher.
Vem agora, finalmente, com a sua banda. O concerto baseia-se no segundo CD que editaram na Blue Note, Kaleido.
Aos 33 anos, Petrella é um dos grandes trombonistas do jazz actual. Para além de colaborar regularmente com Enrico Rava, tocou e / ou gravou com grandes nomes como Steve Swallow, Jimmy Oewns, Greg Osby, Carla Bley, Streve Coleman, Lester Bowie, Pat Metheney, John Abercrombie, Aldo Romano, Roberto Gato, Gianluca Trovesi, entre muitos outros. Apresentou-se ainda em salas de grande prestígio e nos mais famosos festivais do mundo.
Em 2001 foi eleito, numa votação promovida pela revista italiana Musica Jazz, como melhor ‘novo talento nacional’. Nesse mesmo ano recebeu o Django d’Or, como melhor ‘novo talento’ europeu. Em 2005, novamente na escolha promovida pela Musica Jazz, foi considerado músico do ano. Em 2006 e 2007, foi colocado pela famosa votação de críticos da Revista Down Beat, como primeiro na lista dos talentos emergentes (rising star), distinção que nunca tinha sido atribuída a um músico italiano.
Petrella é um jazzman superlativo, que domina como ninguém o seu instrumento e que concilia, com uma imaginação poderosa e um apurado sentido de medida, elementos do jazz ‘clássico’ e contemporâneo.
Enrico Rava & Gianluca Petrella - Duetto Sincopato
Maria Bethânia no Coliseu
27 e 28 de Fevereiro de 2009 – 22h00
Maria Bethânia é referência obrigatória em qualquer citação à música brasileira a partir dos anos 60. Conforme bem observou a escritora e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Nélida Piñon, no seu ensaio sobre a artista, “há que se ouvir esta brasileira universal. Cantora maior da cena humana, cuja arte, incorruptível, explica um país e um povo. Porque quando Maria Bethânia entoa seu canto, ela representa o Brasil. Ela consolida no palco a língua das nossas emoções”.
A menina que saiu da Bahia, em 1964, aos 17 anos, para cantar no show Opinião e alcançar o estrelato, trilhando a partir de então uma trajectória singular na história do show bizz brasileiro, mostra actualmente, aos 44 anos de carreira, que está no seu auge.
Ao longo dessas mais de quatro décadas, seja tornando-se a primeira cantora brasileira a romper a marca de um milhão de discos vendidos, seja arrebatando plateias mundo fora, com o seu jeito único de estar em palco – o “padrão Bethânia” de espectáculos, que coaduna música e elementos de teatro, Maria Bethânia, sempre coerente e fiel às suas escolhas artísticas, conquistou e manteve um público fiel.
Maria Bethânia - Teresinha (1977)
Depois de ouvir este clássico de Chico Buarque (faz parte da banda sonora da Ópera do Malandro) cantado brilhantemente por Maria Bethânia, não resisto a deixar-vos com a versão dos Trapalhões do tema Terezinha...
John Zorn & Cyro Baptista em Portugal
John Zorn|Cyro Baptista
Quinta - 26 Fevereiro 2009
22:00, Sala Suggia - Casa da Música (Porto)
Sexta - 27 de Fevereiro 2009
21.30h - Grande Auditório Centro Artes e Espectáculos (Portalegre)
O músico brasileiro Cyro Baptista é, desde a década de 80, uma das grandes referências mundiais da percussão no jazz e na world music. São inúmeros os artistas com quem trabalhou, mas destacam-se nomes como Herbie Hancock, Sting, Milton Nascimento ou Paul Simon. Tem desenvolvido uma colaboração regular com o saxofonista John Zorn, um ícone da improvisação livre, com quem divide o palco neste concerto a que se junta também o duo Ttukunak das percussionistas bascas Maika e Sara Gómez, especialistas na txalaparta.
John Zorn saxofone
Cyro Baptista percussão
Ttukunak (Maika e Sara Gómez) percussões
John Zorn - Gevurah (com Marc Ribot - guitar, Cyro Baptista - percussion, Mark Feldman - violin, Erik Friedlander - cello, Greg Cohen - bass, Joey Baron - drums)
Medicina e Jazz
Quarta-feira, dia 25 de Fevereiro
21h30h - Sala Nietzsche - Fábrica Braço de Prata (Lisboa)
Lançamento de livro e concerto a dois pianos com Filipe Melo e António Barros Veloso
Lançamento do livro Medicina e Outras Coisas, de António Barros Veloso. A apresentação do livro será feita por Olga Pombo e Álvaro de Carvalho.
Depois da sessão, haverá um concerto a dois pianos com Barros Veloso e Filipe de Melo.
Carnaval com Swing no Braço de Prata
Segunda-feira, dia 23 de Fevereiro
22h30h - Sala Visconti
GRANDE FESTA DE CARNAVAL
Sala Nietzsche
22H30 - O SWING E O SAMBA
Júlio Resende – piano
Elisa Jordão – voz
Mário Franco – contrabaixo
Bruno Pedroso – bateria
Sala Prado Coelho
23H30 – RASPA DE TACHO
O quarteto dedica-se a explorar não só o chôro mas também o samba, o baião, a bossa-nova e outros ritmos, tocando clássicos do repertório brasileiro e ainda alguns temas originais dos músicos do grupo.
Tércio Borges – cavaquinho
João Vaz – saxofone soprano
Gabriel Godoi – violão 7 cordas
João Fião - percussão
Sala Visconti
01H00 – PLAYGROUND – banda de covers anos 70, 80 e 90
Formação : a pessoa linda que Nuno Biscaia encontra todos os dias no espelho da sua casa de banho e que projecta verdadeiras sinfonias com a sua voz maviosa, Alcides Miranda a fazer gemer a sua guitarra mágica e nas suas sensuais harmonias vocais , Paulo Muiños no baixo, sonoplastia e principal consumidor nacional de canais desportivos e Isaac Achega nos tambores, nas imperiais bem tiradas e também nas mal tiradas.
03H00 – DJ convidado
Entrada: 10 apitos
Agenda Semanal, 23 de Fevereiro a 1 de Março
2ª feira, 23 de Fevereiro
21.30h – Teatro Aveirense (Aveiro) - Melech Mechaya
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Swing e o Samba - Júlio Resende – piano, Elisa Jordão – voz, Mário Franco – contrabaixo, Bruno Pedroso – bateria
23.30h – Braço de Prata (Lisboa) – Raspa do Tacho
3ª feira, 24 de Fevereiro
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Terrakota
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Heritage Blues Band
4ª feira, 25 de Fevereiro
21.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Filipe Melo e António Barros Veloso
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Triângulo
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Combos da Escola de Jazz do Hot Clube
5ª feira, 26 de Fevereiro
21.30h – Auditório de Espinho - Rodrigo Leão & Cinema Ensemble
22.00h – Casa da Música (Porto) - John Zorn e Cyro Baptista + Ttukunak
22.00h – Teatro Municipal da Guarda - Nobody’s Bizness
22.00h - O Teatrão - Oficina Municipal do Teatro (Coimbra) - Quarteto Luís Figueiredo/ Júlio Resende
22.00h - Teatro São Luiz (Lisboa) - Jacinta «Songs of Freedom»
22.00h – CCB (Lisboa - André Fernandes e Benny Lackner
23.00h – Ondajazz (Lisboa) – Shout Gospel
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Massimo Cavalli e convidados
23.00h – Hot Club (Lisboa) - “Axis of Good” - Lars Arens (t), Philipp Gropper (s), Andreas Lang (ctb), Christian Lillinger (bat)
6ª feira, 27 de Fevereiro
11.00h – CCB - Sala de Ensaio (Lisboa) - Era uma vez ... Jazz - Carlos Martins (s, dir), João Moreira (t), Nuno Ferreira (g), Rui Caetano (p), Nelson Cascais (ctb), Bruno Pedroso (bat)
21.30h - Centro de Artes do Espectáculo (Portalegre) - John Zorn + Cyro Baptista + TTUKUNAK
21.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Riccardo Dillon Wanke, Manuel Mota e David Maranha
21.30h – Auditório de Espinho - Rodrigo Leão & Cinema Ensemble
21.45h - Cine-Teatro da Casa Municipal da Cultura (Seia) - Budda “Power” Blues
22.00h - Teatro São Luiz (Lisboa) - Jacinta «Songs of Freedom»
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Quarteto Luís Figueiredo e Júlio Resende
22.00h – Teatro Municipal da Guarda - Honeyboy Hickling
22.00h – Coliseu Recreios (Lisboa) - Maria Bethânia
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Júlio Resende e convidados
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Free Fucking Notes – Marta Plantier (Voz) e Luís Barrigas (Piano)
23.00h – Hot Club (Lisboa) - “Axis of Good” - Lars Arens (t), Philipp Gropper (s), Andreas Lang (ctb), Christian Lillinger (bat)
23.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Raspa de Tacho
23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Benny Lackner (p), André Fernandes (g), Nelson Cascais (ctb), João Lencastre (bat)
23.30h - - Centro de Artes do Espectáculo (Portalegre) - Trio Rodrigo Amado
00.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Abdoul Moimeme – flautas improvisadas
Sábado, 28 de Fevereiro
11.00h - Centro Musical de Seia - Blues com Budda
21.30h - Centro de Artes do Espectáculo (Portalegre) – Gianluca Petrella «Indigo 4»
21.30h – Cine Treatro João Mota (Sesimbra) - Sérgio Godinho
21.30h – Casa das Artes (Famalicão) – António Pinho Vargas
21.30h - Fórum Municipal Romeu Correia (Almada) – Janita Salomé
21.45h - Cine-Teatro da Casa Municipal da Cultura (Seia) - Sherman Robertson
22.00h - Teatro São Luiz (Lisboa) - Jacinta «Songs of Freedom»
22.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - Rui Horta & Micro Audio Waves (Zoetrope)
22.00h – Coliseu Recreios (Lisboa) - Maria Bethânia
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Desidério Lázaro Quarteto
23.00h – Hot Club (Lisboa) - “Axis of Good” - Lars Arens (t), Philipp Gropper (s), Andreas Lang (ctb), Christian Lillinger (bat)
23.00h - Be Jazz Café (Barreiro) - Orquestra da Escola de Jazz do Barreiro
23.30h - Centro de Artes do Espectáculo (Portalegre) - Space Ensemble - Spy Quintet
23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Andre Carvalho Quarteto - Zé Maria: saxofone, Bruno Santos: guitarra Filipe Melo: piano, André Carvalho: contrabaixo, João Rijo: bateria
00.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Daniel Schvetz (piano) e Ramon Maschio (guitarra)
Domingo, 1 de Março
15.30h - CCB - Sala de Ensaio (Lisboa) - Era uma vez ... Jazz - Carlos Martins (s, dir), João Moreira (t), Nuno Ferreira (g), Rui Caetano (p), Nelson Cascais (ctb), Bruno Pedroso (bat)
21.30h – Culturgest (Lisboa) - Gianluca Petrella, Indigo 4
21.30h - Fórum Municipal Romeu Correia (Almada) – Janita Salomé
Esperanza ou Certeza?
Esperanza Spalding
Esperanza
Heads Up, 2008
Autodidacta, Esperanza Spalding aos 15 anos de idade ocupava já uma posição de relevo na Chamber Music Society, do Oregon. A Berklee College of Music, em Boston, foi a etapa seguinte e aos 20 anos era a mais jovem professora assistente de sempre desta prestigiada instituição. Em 2005 recebeu a famosa bolsa da Boston Jazz Society e desde então tem trabalhado com músicos consagrados, como o pianista Michel Camilo, o vibrafonista Dave Samuels, o baixista Stanley Clarke, o guitarrista Pat Metheny, a cantora Patti Austin e os saxofonistas Donald Harrison e Joe Lovano.
Lançado em 2008 com a chancela da Heads Up, “Esperanza” é o muito aguardado álbum deste novo fenómeno do jazz numa grande editora, depois da estreia em 2006 com o disco “Junjo”, editado pela Ayva Music. Brasileira de origem mas nascida e criada nos Estados Unidos da América há apenas 23 anos, pode dizer-se que essa dicotomia está bem presente no seu trabalho, onde convivem com igual naturalidade temas pertença do fabuloso cancioneiro popular brasileiro, como “Ponta de Areia” de Milton Nascimento e Fernando Brant ou “Samba em Prelúdio” de Baden Powell e Vinicius de Moraes, com a melhor tradição musical negra norte-americana, particularmente do jazz e soul. Outros músicos brasileiros radicados nos Estados Unidos já conseguiram esse cruzamento, desde os mais antigos exemplos de Tom Jobim, Flora Purim ou Astrud Gilberto (já para não falar da luso-brasileira Carmen Miranda) até aos mais recentes de Eliane Elias ou Luciana Souza, mas nenhum o fez exactamente como Esperanza Spalding. Desde logo pela originalidade da conjugação contrabaixo/voz, um casamento difícil e, por isso mesmo, inusitado. Mas também pela pouco habitual fusão do samba com a salsa cubana, com o flamenco, com o jazz, claro está, mas também o pop e o soul, criando assim condições únicas de abordagem aos mais variados mercados, em termos de estilo e de nacionalidade, até porque Esperanza é igualmente fluente em português, espanhol e inglês!
A acompanhá-la surgem músicos de grande craveira como o guitarrista espanhol Niño Josele, os percussionistas Jammey Haddad e o cubano Horacio "El Negro" Hernández, ou ainda o saxofonista de New Orleans Donald Harrison, “the king of the nouveau swing” em pessoa. Além deles participam no disco o pianista argentino Leo Genovese (que esteve recentemente na apresentação de Esperanza Spalding no CCB, em Lisboa), a vocalista Gretchen Parlato e o baterista Otis Brown III. Esta presença hispânica reflecte-se aliás de forma particularmente interessante na sua música, que surge enriquecida com ritmos de Cuba, ecos de flamenco e a elegância do novo tango argentino, num mosaico multicultural raro e especialmente feliz (oiça-se a original versão de Body And Soul em español redenominada Cuerpo y Alma).
Se o seu nome parecia uma escolha providencial para a fase inicial de carreira que Spalding tem vivido, parece-me que surge já inadequado porquanto Esperanza é cada vez mais uma certeza do novo jazz norte-americano. Uma cantora, compositora e instrumentista verdadeiramente talhada para o sucesso.
Fiquem com a versão minimalista de “Samba em Prelúdio”, música de Banden Powell para um poema de Vinicius de Moraes, com arranjo de Esperanza Spalding para ela própria no contrabaixo e voz e para o virtuoso guitarrista de flamenco Niño Josele, na guitarra. As fotos são da autoria do fotógrafo brasileiro Márcio Machado e foram tiradas nas dunas do parque nacional dos Lençóis Maranheses. Podem vê-las em http://www.pbase.com/marciomachado/root
Esperanza Spalding – Samba em Prelúdio
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Jazz e Física
Quark! e JACC promovem tertúlias no Ateneu de Coimbra
Sábado, 21 de Fevereiro de 2009, 21h30 (Entrada livre)
A 2ª sessão da série de tertúlias mensais sobre Jazz e Física promovidas pelo JACC - Jazz ao Centro Clube e pelo Departamento de Física da FCTUC, decorrerá no Ateneu de Coimbra, no próximo sábado, dia 21 de Fevereiro, pelas 21h30. Estas tertúlias decorrem no âmbito do projecto Quark!, uma escola de excelência da Universidade de Coimbra para estudantes dos 11º e 12º anos de escolaridade.
A sessão tem como título "A era das Big Bands - o legado de Duke Ellington" e contará com a presença de José Miguel Pereira do JACC e José António Paixão, docente do Dept. de Física da UC. Como convidado especial, Rui Eduardo Paes, crítico, ensaísta e editor da revista jazz.pt falará da era das Big Bands do Jazz e da influência de Duke Ellington na produção orquestral que se lhe seguiu, de Charles Mingus à "fourth stream" de Simon H. Fell.
Por mais voltas e reviravoltas que a vitalidade do jazz imprima ao entendimento do formato orquestra ou "big band", a influência de Duke Ellington está sempre em evidência. Essa referência está patente mesmo nas fórmulas "beyond category" (expressão que sempre se utilizou para referir a sua própria música) e designadamente nas que incluem elementos de outras músicas (a erudita em particular, sendo que Ellington era um admirador de Debussy, Ravel e Stravinsky) ou maiores liberdades improvisacionais (o autor de "Black, Brown and Beige" sempre compôs e arranjou para músicos específicos, tendo em conta as suas características pessoais).
A admissão à tertúlia é gratuita e aberta a todos os interessados.
Ouça ainda a Rádio Quark! em www.radio-quark.podomatic.com
JACC - Jazz ao Centro Clube
http://www.jacc.pt
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Burton Green & Alan Silva em Setúbal
BURTON GREENE/ALAN SILVA
4 Março 2009/ 22.00h/ entrada 4 euros
Club Setubalense, Setúbal
Dois experimentalistas históricos do jazz, Alan Silva e Burton Greene, passam na sua mini tour em Portugal em Setúbal, num concerto em dueto. Os artistas estarão igualmente em Guimarães a 3 de Março e em Lisboa a 5 de Março.
Uma oportunidade talvez única para os ouvir por cá...
Fonte do texto: ZDB
"Dois dos mais geniais insurrectos da história do jazz, Alan Silva (contrabaixo, sintetizadores) e Burton Greene (piano, sintetizadores) exploram há mais de cinquenta anos todo o campo de possibilidades criativas. Figura nucleares do desenvolvimento identitário do free-jazz – leia-se Nova Iorque, anos 60 –, Silva e Greene formaram em 1963 o Free Form Improvisation Ensemble, pioneiro colectivo centrado nas novas ideias de livre improvisação e composição espontânea. Ao longo dessa década definidora, tanto um como outro gravaram em nome próprio álbuns lendários para a ESP-Disk ("Skillfulness", "The Burton Greene Quartet"), participando também noutras gravações em sessões lideradas por visionários como Sun Ra, Cecil Taylor ou Albert Ayler e actuando regularmente em espaços como o mítico Judson Hall.
Alan Silva, baixista, pianista, etc., tem vivido em Paris desde os anos 70. Aí juntou a fantástica Celestial Communication Orchestra, um delírio multi-instrumental virado para os céus onde todos os vanguardistas expatriados dos EUA encontraram refúgio (Dave Burrell, Lester Bowie, Gracham Moncur III, Steve Lacy, entre muitos outros), e cujo fogo pode ainda hoje ser escutado nas gravações feitas para a BYG-Actuel ("Lunar Surface" e "Seasons"). Nos últimos anos tem multiplicado a sua cadeia de relações, actuando tanto a solo (o público da ZDB experienciou-o assim em 2005) como num conjunto de diferentes formações.
Burton Greene, pianista de dedos místicos, experimentador das múltiplas capacidades dos sintetizadores, também vive na Europa há quase quatro décadas. Activo num sem-número de frentes, tem editado recentemente, através da Tzadik de John Zorn, espantosas sessões imbuídas na tradição musical Klezmer, na qual se envolveu a partir da década de 80.
Testemunhas heterodoxas em permanente descodificação, Alan Silva e Burton Greene são o fulgor criativo de quem soube reajustar a sua existência ao longo do tempo. São pura magia. Nada mais importante que isto vai acontecer em Lisboa nos próximos tempos."
Links:
http://en.wikipedia.org/wiki/Alan_Silva
http://en.wikipedia.org/wiki/Burton_Greene
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Quarteto de Guitarras de Lisboa no Olga Cadaval
Quarteto de Guitarras de Lisboa
20 de Fevereiro
22h00 - Centro Cultural Olga Cadaval (Lisboa)
Auditório Acácio Barreiros
Formado em 2006, o Quarteto de Guitarras de Lisboa nasceu sob a orientação do maestro Fernando Fontes, dentro do projecto de Música de Câmara da Escola Superior de Música de Lisboa. Da amizade dos quatro elementos, e do seu gosto mútuo de tocar em conjunto, surge então um projecto que, logo nos primeiros tempos, se revelou ser promissor. Desde então, o Quarteto de Guitarras de Lisboa teve a oportunidade de trabalhar, dentro do formato de Master-Class, com vários guitarristas importantes no panorama guitarrístico actual, tais como Dejan Ivanovic, Costas Cotsiolis, Darko Petrinjak e Mihalis Kontachakis.
Desde a sua formação, já conta com mais de trinta apresentações, incluindo recitais e participações em eventos culturais, percorrendo vários tipos de salas, com públicos variados de norte a sul do país. O repertório é bastante variado, partindo do período Barroco, passando por inúmeros estilos, desde o erudito ao popular, até ao Século XXI.
Classificação Etária: > 6 anos
Preço: 7,50 euros
Desconto de 2,50 euros para maiores de 65 anos e menores de 18 anos.
Fredrik Nordström Quintet em Portugal
5ª feira e 6ª feira, 19 e 20 de Fevereiro,
23.00h, Hot Club de Portugal (Lisboa)
Sábado, 21 de Fevereiro
21.30h, Grande Auditório Centro Artes e Espectáculo (Portalegre)
Fredrik Nordström - saxofone
Magnus Broo - trompete
Mattias Ståhl - vibrafone
Ole Morten Vågan - baixo
Fredrik Rundqvist - bateria
Inspirado no jazz americano da década de 1960, mas com uma perspectiva norte-europeia e de inquestionável modernidade, Fredrik Nordstrom impôs-se já como um dos mais interessantes saxofonistas da actualidade na variante tenor. O que é extensivo à sua actividade enquanto compositor, dada a riqueza de ideias a nível da harmonia e do ritmo que o seu quinteto vai colocando em prática.
Com o trombonista Mats Aleklint no lugar onde antes esteve o trompete de Magnus Broo e com Ole Morten Vågan a ocupar a posição do contrabaixo em vez de Ingebrigt Haker Flaten, mas mantendo nos seus postos Mattias Stahl no vibrafone e Fredrik Runqvist na bateria, o projecto renova-se mantendo os mesmos pressupostos de sempre: elasticidade de estilo e grande afirmação expositiva. Na linha dos tenores de som robusto, é no entanto na herança colemaniana (de Ornette, não Steve) que Nordstrom se situa, não obstante a sonoridade de conjunto nos remeter mais para a “Blue Note” e para os grupos de Bobby Hutcherson do que para os conceitos harmolódicos.
Por alturas da edição de “Live in Coimbra” (Clean Feed), gravado ao vivo em 2005 na Cidade Universitária, o Fredrik Nordstrom Quintet volta a Portugal e traz consigo novos temas (alguns deles arranjos de canções da islandesa Bjork), uma mais fresca vocação para improvisar e uma segurança obtida com a rodagem feita nos últimos anos. São apenas cinco os músicos, mas a dimensão do que fazem é orquestral.
André Fernandes na Culturgest
JAZZ TERÇA 17 DE FEVEREIRO DE 2009
21h30 · Grande Auditório· Duração 1h15 · 15 Euros (Jovens até aos 30 anos: 5 Euros. Preço único)
Classificação: M/12
Informações e reservas
21 790 51 55
culturgest.bilheteira@cgd.pt
Bilhetes à venda
Culturgest
Fnac
Bliss
Livrarias Bulhosa (Oeiras Parque)
lojas Abreu
Worten
www.ticketline.sapo.pt
Reservas 707 234 234
"Algumas vezes questiono-me de onde vem a inspiração. De onde vêm as ideias, porque decido escrever ou tocar uma nota e não outra.
Uma coisa é certa: sempre que tento controlar esse discurso que parece surgir do nada (e que quando me parece saber de onde vem, perde o encanto), a fluidez perde-se e o discurso ganha um peso desconfortável. Parece-me que a música vive num espaço próprio que se abre a quem a ela se dá num momento.
No entanto, é o imaginário de cada um que determina o que essa inspiração representa e de que forma se manifesta. E isso é que me fascina.
Assistir à abertura de pequenas ‘janelas’ sobre o imaginário de cada artista, e como a sua expressão se integra no imaginário de quem ouve.
A música de hoje é, como toda a minha música, uma janela sobre o meu imaginário.
E ao ser tocada pelo Mário, Nelson, Alex, Bernardo e Ride, poderei convosco vislumbrar um pouco do imaginário destes músicos únicos."
ANDRÉ FERNANDES
Com o disco Cubo, editado em 2007, o guitarrista André Fernandes entrou definitivamente para a galeria dos grandes músicos de jazz em Portugal. O convite da Culturgest para a realização deste concerto serviu de pretexto para a gravação de um conjunto de temas originais que integram um novo CD, Imaginário, que hoje é dado a conhecer ao vivo, pela primeira vez.
Guitarra - André Fernandes
Piano - Mário Laginha
Contrabaixo - Nelson Cascais
Bateria - Alexandre Frazão
Músicos convidados:
Fender rhodes - Bernardo Sassetti
Turntable, sampler, efeitos - DJ Ride
Portalegre Jazzfest 2009
PORTALEGRE JAZZFEST 2009 (7ª edição)
Programa
Sex. 20 Fevereiro
Joana Machado - "A Casa do Óscar"
Grande Auditório
Inicio 21.30h
Preço único - 10 euros
Livre-trânsito para festival - 30 euros
M/4 anos
Joana Machado - voz
Afonso Pais - guitarra
Filipe Melo - piano
Bernardo Moreira - contrabaixo
Bruno Pedroso - bateria
Joana Machado iniciou cedo a sua carreira, mudando-se para Lisboa aos 17 anos, onde frequentou durante um ano o curso de canto da Academia de Amadores de Música, e mais tarde a escola de Jazz do Hot Clube de Portugal. No ano de 1999, foi referida como "Nova Voz Revelação" no evento "Novíssimos do Jazz", durante o Festival de Jazz de Coimbra.
Em 2001 candidatou-se ao programa de Jazz e Música Contemporânea da "New School University", em Nova Iorque, e foi admitida com uma Bolsa de Estudos. Durante a frequência do curso representou inúmeras vezes a escola, inclusive num evento de "student showcasing" no famoso clube "Birdland", onde foi a única vocalista, cantando ao lado de artistas de renome como Joe Lovano, Jesse Davis e Jane Ira Bloom. A revista "Downbeat" de Março de 2003 mencionou-a como "uma vocalista talentosa". Na sua estadia em Nova Iorque teve oportunidade de estudar com Buster Williams, Doug Weiss, Joanne Brackeen, Jeannie Lovetri, Luciana Souza, Reggie Workman, Sheila Jordan, Vic Juris, entre muitos outros. Actualmente, tem aulas de técnica vocal com a cantora lírica Lúcia Lemos.
Joana Machado gravou em Janeiro de 2008 o seu segundo disco, "A Casa do Óscar", um tributo ao legado menos celebrizado do Mestre Tom Jobim. Com Direcção Musical e Arranjos de Afonso Pais, este disco em quinteto conta com a participação especial de Bernardo Sassetti e ainda de um quarteto de cordas.
www.joanamachado.com
www.myspace.com/joanamachado
Quarteto de Vasco Agostinho - in tempus
Café Concerto
Inicio 23.30h
Preço único - 3 euros
Livre-trânsito para festival - 30 euros
M/4 anos
Vasco Agostinho - Guitarra
Jeff Davis - Vibrafone
Demian Cabaud - Contrabaixo
Bruno Pedroso - Bateria
A música, sobretudo a improvisada, reflecte a essência do próprio músico que a interpreta, quer a solo, quer em grupo. E para isso contribuem factores por vezes tão subtis como aqueles que originam os próprios sonhos, que apesar de tantas vezes distantes da razão, são sempre o perfeito reflexo dum estado d'alma.
O novo trabalho de Vasco Agostinho reúne, sob a sua direcção, músicos que partilham com ele a convicção de que, mais do que as linguagens, as estéticas, as tradições ou as modas, a música vive na tradução do íntimo de cada interveniente, seja ele músico ou ouvinte.
Por isso que este projecto assenta muito especialmente na espontaneidade como método de criação artística, com a finalidade de enriquecer cada som com um novo elemento para a teia de sensações experimentadas pelos intervenientes, tornando o concerto numa experiência única e completa, usando para isso um repertório variado que inclui não só composições originais, como também temas do cancioneiro Português, e de outras linguagens raramente incluídas no universo do Jazz.
Este é sem dúvida, pelos músicos e pela música, um dos grupos de Jazz mais interessantes do panorama Português.
www.myspace.com/vascoagostinho
Sáb. 21 Fevereiro
Fredrik Nordström Quintet
Grande Auditório
Inicio 21.30h
Preço único - 10 euros
Livre-trânsito para festival - 30 euros
M/4 anos
Fredrik Nordström - saxophone
Magnus Broo - trumpet
Mattias Ståhl - vibraphone
Ole Morten Vågan - bass
Fredrik Rundqvist - drums
Inspirado no jazz americano da década de 1960, mas com uma perspectiva norte-europeia e de inquestionável modernidade, Fredrik Nordstrom impôs-se já como um dos mais interessantes saxofonistas da actualidade na variante tenor. O que é extensivo à sua actividade enquanto compositor, dada a riqueza de ideias a nível da harmonia e do ritmo que o seu quinteto vai colocando em prática.
Com o trombonista Mats Aleklint no lugar onde antes esteve o trompete de Magnus Broo e com Ole Morten Vågan a ocupar a posição do contrabaixo em vez de Ingebrigt Haker Flaten, mas mantendo nos seus postos Mattias Stahl no vibrafone e Fredrik Runqvist na bateria, o projecto renova-se mantendo os mesmos pressupostos de sempre: elasticidade de estilo e grande afirmação expositiva. Na linha dos tenores de som robusto, é no entanto na herança colemaniana (de Ornette, não Steve) que Nordstrom se situa, não obstante a sonoridade de conjunto nos remeter mais para a "Blue Note" e para os grupos de Bobby Hutcherson do que para os conceitos harmolódicos.
Por alturas da edição de "Live in Coimbra" (Clean Feed), gravado ao vivo em 2005 na Cidade Universitária, o Fredrik Nordstrom Quintet volta a Portugal e traz consigo novos temas (alguns deles arranjos de canções da islandesa Bjork), uma mais fresca vocação para improvisar e uma segurança obtida com a rodagem feita nos últimos anos. São apenas cinco os músicos, mas a dimensão do que fazem é orquestral.
www.fredriknordstrom.com
www.myspace.com/fredriknordstrom
Trio Paulo Bandeira
Café Concerto
Inicio 23.30h
Preço único - 3 euros
Livre-trânsito para festival - 30 euros
M/4 anos
Paulo Bandeira - bateria
Nélson Cascais - contrabaixo
Afonso Pais - guitarra
Paulo Bandeira começou seus estudos Musicais aos oito anos na Filarmónica de Estarreja, onde posteriormente começou a tocar percussão. Estudou no Conservatório Regional de Aveiro, deslocando-se a Lisboa para ter aulas.
Aos 16 anos abraça a carreira profissional ingressando na Banda Sinfónica da G.N.R e simultaneamente no Conservatório Nacional, onde prosseguiu os seus estudos, tendo também estudado na escola de Jazz do Hot Club de Portugal, e ainda nos E.U.A (New York) na "Drummers Collective", onde teve como professores Brian Kirk, Michael Lauren, Frank Kats e Bobby Sanabria. Paralelamente teve aulas privadas com Portinho, Náná Vasconcelos, Bill Stewart e Al Foster.
Ao longo destes anos tem tocado em diversos grupos, como o de Janita Salomé, a Ala dos Namorados e diversas Orquestras Sinfónicas.
Na área do Jazz tem tocado com diversos músicos nacionais e internacionais, como Afonso Pais, André Fernandes, André Matos, Carlos Barretto, Laurent Filipe, Mário Delgado, Nelson Cascais, Nuno Ferreira, Rodrigo Gonçalves, Rui Caetano, Andrzej Olejniczak, Carlo Morena, Demian Cabaud, Eddie Henderson, Isaac Turienzo, Jerome Richardson, Jesus Santandreu, Joakim Rolanson, Jorge Pardo, Martim Jacobsen, Patrick Hazell, Torbjorn Zetterberg, entre outros.
www.myspace.com/paulobandeira
Sex. 27 Fevereiro
John Zorn + Cyro Baptista + TTUKUNAK
Grande Auditório
Inicio 21.30h
Preço único - 15 euros
Livre-trânsito para festival - 30 euros
M/4 anos
John Zorn - Saxofone
Cyro Baptista - bateria, percussão
Sara e Maika Gomez (TTUKUNAK) - percussão
John Zorn, o conceituado saxofonista americano, têm uma carreira demasiado rica e versátil para se conseguir definir, podendo-se apenas traçar algumas "estradas" num mapa artístico que é um dos mais ricos do jazz contemporâneo.
Oriundo de Nova Iorque, Zorn iniciou-se no final dos anos 70 nos meandros musicais, incidindo o seu olhar cirúrgico sobre o fenómeno da "improvisação musical", o que o levou a exaustivamente compôr musica não composta e em realizar performances irrepetíveis, que devem mais no seu âmago a um John Cage que ao Free Jazz de Ornette Coleman.
Zorn colaborou no início de carreira com artistas como Bill Laswell, Elliott Sharp e Arto Lindsay, entre outros, adaptando o "ethos" da música Punk e New Wave ás suas próprias criações, processo que culminou no início dos anos 90 com a criação dos inimitáveis Naked City (em conjunto com os guitarristas Bill Frisell e Fred Frith), uma avalanche dolorosa de vários géneros musicais, uma fusão entre música Jazz-Surf-Punk, carregada de neuroses urbanas e solos/faixas de saxofone de poucos segundos.
Dos seus outros projectos e criações "tortuosas", destacam-se os Masada, um quarteto de jazz mais tradicional, com Dave Douglas, Greg Cohen e Joey Baron, formação com um maior ênfase na música "Klezmer", de origem judaica, e muitas das suas composições para filmes, colectadas nos vários álbums intitulados "Filmworks", oportunidade para colaborar com Marc Ribot e Cyro Baptista, entre outros.
Criador da prolífica e influente editora Tzadik Records, John Zorn já mereceu sem dúvida um lugar na história do Jazz, mas pela sua desconstrução do género e pela criação de um estilo anti-jazzístico, uma mistura caótica entre Música de Câmara, bandas sonoras para Desenhos Animados, Punk-Rock e simples dissonância musical, um terreno fértil para a sua talentosa neurose musical...
Cyro Baptista, o famoso baterista e percussionista brasileiro, chegou aos E. Unidos em 1980, tendo a partir daí trabalhado com diversos artistas e dançarinos, tanto em colaborações como em projectos mais pessoais (destacando-se o grupo Beat the Donkey, com o qual já lançou desde 2002 três álbuns), utilizando instrumentos dos cinco continentes, tudo misturado com o seu humor iconoclasta e a sua veia teatral, além dos seus imensos e óbvios talentos.
As suas colaborações são um autêntico "Quem é Quem" do mundo musical contemporâneo: Yo-Yo Ma, John Zorn (em diversos projectos), Herbie Hancock, Sting, Paul Simon, David Byrne, Dr. John, Brian Eno, Ryuichi Sakamoto, Laurie Anderson, Daniel Barenboin, Bobby McFerrin, Wynton Marsalis, Santana, Cassandra Wilson, The Chieftains, entre muitos outros. No seu país natal, Baptista já tocou com os "ilustres" Milton Nascimento, Caetano Veloso, Ivan Lins, Marisa Monte e Nana Vasconcelos, etc.
O seu primeiro álbum a solo, "Villa Lobos/Vira Loucos", de 1997, é uma mistura esfuziante das suas próprias composições com as do compatriota Heitor Villa Lobos, tendo sido considerado pela crítica "um dos mais corajosos, brilhantes, divertidos, dramáticos e imaginativos trabalhos de recente memória...".
O seu mais recente trabalho é o álbum "Banquet of the Spirits", lançado em 2008 sob a chancela da Tzadik Records.
As Ttukunak são Sara e Maika, duas irmãs gémeas provenientes do País Basco, Espanha, que tocam um instrumento de percussão tradicional, a Txalaparta. Começaram a tocar a partir dos doze anos, tendo colaborado com diversos grupos como os Ojos de Brujo, Radio Tarifa, Arto Tunçboyaciyan, Tomás San Miguel ou Mártires del Compás, entre outros.
www.myspace.com/zornroz
www.cyrobaptista.com
www.myspace.com/banquetofthespirits
www.myspace.com/ttukunak
Trio Rodrigo Amado
Café Concerto
Inicio 23.30h
Preço único - 3 euros
Livre-trânsito para festival - 30 euros
M/4 anos
Rodrigo Amado - saxofone
Miguel Mira - violoncelo
Gabriel Ferrandini - bateria
Nascido em 1964, Rodrigo Amado estuda saxofone desde os 17 anos, tendo estudado durante alguns anos na Escola de Jazz do Hot Clube e aulas particulares com diversos professores, nomeadamente os saxofonistas Carlos Martins e Jorge Reis. Na sua discografia (mais de vinte registos) conta com participações em discos de Vítor Rua, Rocky Marsiano, DJ Ride, Anabela Duarte ou Mão Morta. Realizou centenas de concertos em todo o país, tendo feito parte de formações como a Máquina do Almoço Dá Pancadas, de Flak (Rádio Macau), os Plopoplot Pot, de Nuno Rebelo (Mler Ife Dada) ou o projecto RAUM, de Paulo Duarte. Participou ainda em concertos de músicos como Jorge Palma, Xutos e Pontapés, Pop Del'Arte ou Rádio Macau.
Na área do Jazz contemporâneo colaborou com artistas como Adam Lane, Kent Kessler, Paal Nilssen-Love, Steve Swell, Ken Filiano, Steve Adams, Carlos Zíngaro, João Paulo, Greg Moore, Phill Niblock, Sei Miguel, Rafael Toral, Manuel Mota, entre outros.
Em Setembro de 2001 fundou a editora Clean Feed, juntamente com Pedro Costa e Carlos Costa, totalmente dedicada à edição de projectos na área do jazz contemporâneo, projecto que viria a abandonar no início de 2005. Actualmente dirige a sua própria editora, European Echoes.
Para 2009 estão previstas quatro novas edições: o segundo capítulo do trio com Kessler e Nilssen-Love, o novo registo dos "Lisbon Improvisation Players", o quarteto com Taylor Ho Bynum, John Hebert e Gerald Cleaver, e a gravação do seu novo trio com Miguel Mira e Gabriel Ferrandini.
www.rodrigoamado.com
www.myspace.com/rodrigoamado
Sáb. 28 Fevereiro
GIANLUCA PETRELLA Indigo 4
Grande Auditório
Inicio 21.30h
Preço único - 10 euros
Livre-trânsito para festival - 30 euros
M/4 anos
Gianluca Petrella - Trombone
Francesco Bearzatti - Saxofone Tenor e Clarinete
Paolino dalla Porta - Contrabaixo
Fabio Accardi - Bateria
Para o lançamento do seu primeiro álbum em 2006, com edição da Blue Note, "Indigo 4", Gianluca Petrella e o seu quarteto procuraram a junção entre o sentido de tradição e as exigências de um som contemporâneo.
Para isso, Petrella prestou grande atenção ao "Som", e á mediação entre perspectivas de uma forma criativa.
As filosofias caras ao quarteto incluem traços do som "Dixieland", assim como versões de Thelonius Monk e Duke Ellington, transfiguradas e reinventadas com a marca de um artista alternativo, típico dos projectos de Petrella, colaborador do genial trompetista Enrico Rava e de Lester Bowie.
Trabalhando sózinho no seu estúdio, editando e criando "loops", padrões, samples e novos sons electrónicos (um pouco á sua imagem como DJ ocasional), o trombonista italiano conseguiu traduzir a sua base material para a formação de um quarteto inovador.
Este quarteto procura de facto a inovação, e oportunamente, mas sem perder de vista o lado acústico e a matriz fundamental do jazz. É um grupo jovem, mas que consegue surpreender pela sua energia básica, que aliada á força impulsionadora do seu líder conta com a experiência de artistas conceituados como Paolino Dalla Porta, Fabio Accardi e Francesco Bearzatti.
Gianluca Petrella recebeu em 2005 o prémio de Melhor Músico Italiano, da revista "Top Jazz", tendo feito história ao vencer o Prémio da Crítica da conceituada revista "Down Beat", para o melhor jovem trombonista.
www.gianlucapetrella.com
www.myspace.com/148418523
Space Ensemble - Spy Quintet
Café Concerto
Inicio 23.30h
Preço único - 3 euros
Livre-trânsito para festival - 30 euros
M/4 anos
Gustavo Costa - bateria
João Tiago Fernandes - bateria
Henrique Fernandes - contrabaixo
João Martins - Saxofone
João Guimarães - Saxofone
O projecto Space Ensemble, que tem percorrido o país musicando filmes em octeto, ataca novamente os meandros do free jazz, "desenterrando" um projecto que foi criado propositadamente para a edição do festival "Space 2005".
Este projecto é inspirado no álbum "Spy Vs Spy" (Elektra, 1989) no qual John Zorn, Tim Berne, Mark Dresser, Michael Vatcher e Joey Baron interpretam temas de Ornette Coleman, seguindo regras e estruturas musicais por este criadas e apresentadas em álbuns como "Free Jazz (A Collective Improvisation) by the Ornette Coleman Double Quartet".
Agenda Semanal, 16 a 22 de Fevereiro
2ª feira, 16 de Fevereiro
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Quarteto de Paulo Lopes
3ª feira, 17 de Fevereiro
21.30h – Culturgest (Lisboa) – André Fernandes “Imaginário”
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Terrakota
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Messias & The Hot Tone Blues
4ª feira, 18 de Fevereiro
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Triângulo
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Combos da Escola de Jazz do Hot Clube
5ª feira, 19 de Fevereiro
21.30h – Culturgest (Lisboa) - Rui Horta & Micro Audio Waves
22.00h – Teatro Municipal Guarda - Space Ensemble
22.00h – CCB (Lisboa) - Artur Freitas e Filipe Raposo
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Fredrik Nordström Quintet
23.00h – Ondajazz (Lisboa) – Cacique 95
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Catman & Friends Play The Blues
6ª feira, 20 de Fevereiro
21.30h – Teatro Municipal de Almada - TRIO DE MARIA VIANA +1
21.30h – Centro de Artes e Espectáculo (Portalegre) - Joana Machado - “A Casa do Óscar”
22.00h – Teatro Municipal da Guarda - Sons of the Delta
22.00h – Centro Cultural Olga Cadaval (Sintra) – Quarteto Guitarras de Lisboa
22.00h – Teatro Municipal de Portimão - Quarteto de Jorge Moniz
23.00h – Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - Quinteto Vítor Pereira
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Fredrik Nordström Quintet
23.00h – Zé dos Bois (Lisboa) – Trio Rodrigo Amado
23.00h – Breyner 85 (Porto) – André Sarbib e convidados
23.00h – Salão Brazil (Coimbra) - André Mota Quarteto
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – Maria Anadom
23.30h - Centro de Artes e Espectáculo (Portalegre) - Quarteto de Vasco Agostinho «in tempus»
Sábado, 21 de Fevereiro
17.00h – CCB (Lisboa) – A Little Nightmare Music
21.30h - Centro de Artes e Espectáculo (Portalegre) - Fredrik Nordström Quintet
21.30h – Cine Teatro Camacho Costa (Odemira) - Septeto do Hot Club de Portugal
21.30h – Ondajazz (Lisboa) – Big Band Reunion
21.30h – Auditório Municipal Lagoa – Sérgio Godinho
21.30h – Teatro Virgínia (Torres Novas) - Maria João/ Mário Laginha
21.30h – Instituto Franco Portugais (Lisboa) - Jorge Rivotti & Pedro Jóia
22.00h - Academia Problemática e Obscura (Setúbal) - Logadogue Swing Project
22.00h – Malaposta (Odivelas) – João Pires em Quarteto
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Quinteto de Vitor Pereira
23.30h - Centro de Artes e Espectáculo (Portalegre) - Trio Paulo Bandeira
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Americana Jazz
Bill Frisell
History, Mystery
Nonesuch, 2008
Bill Frisell dispensa apresentações. Estudou na University of Northern Colorado e no Berklee College of Music, em Boston, com John Damian, Herb Pomeroy e Michael Gibbs. Estudou ainda com Jim Hall e Dale Bruning. Em 1978 foi viver para a Bélgica e fez uma tournée com Michael Gibbs, gravando também com o alemão Eberhard Weber. Os seus primeiros discos como líder foram gravados para a ECM e produzidos por Manfred Eicher: In Line, com o contrabaixista Arild Andersen e Rambler, com Kenny Wheeler, Bob Stewart, Jerome Harris e Paul Motian. Mais tarde gravaria, também para a ECM, Looking for Hope, com Hank Roberts, Kermit Driscoll e Joey Baron, produzido por Lee Townsend. Um disco onde começou a explorar os caminhos de fusão que tanto o caracterizam, designadamente as influências de country (de americana, como também se costuma chamar, abarcando as diversas influências genuinamente americanas, desde o folk ao jazz, passando pelo country e bluegrass, pelo blues e, claro está, pelo rock), de reggae e de rock n’ roll.
Depois mudou-se para a Nonesuch, onde gravou Before We Were Born, Is That You?, Where in the world (onde colaborou com o violoncelista Hank Roberts, peça fulcral deste disco History, Mystery), Have a Little Faith, uma homenagem aos compositores norte-americanos, de John Philip Sousa a Madonna, passando por Aaron Copland, Muddy Waters, Bob Dylan, John Hiatt, Sonny Rollins, Stephen Foster, Charles Ives, e Victor Young, e mais recentemente This Land, com Don Byron, Billy Drewes e Curtis Fowlkes, e The High Sign, One Week e Go West, uma banda sonora para três filmes de Buster Keaton. Esta experiência cinematográfica levou-o a compor mais duas vezes para o cinema, primeiro para o filme de animação “Tales From the Far Side", de Gary Larson e depois para a longa-metragem italiana “La Scuola” de Daniele Luchetti. No seu disco seguinte, denominado Quartet, adaptaria este material cinemático ao seu quarteto formado por Ron Miles (trompete), Eyvind Kang (violino) e Curtis Fowlkes (trombone). Em Nashville, produzido por Wayne Horvitz e gravado com músicos provenientes da Allison Krauss’ Union Station Band, elevou a sua paixão pelo country jazz, o que “ofendeu” alguns puristas do jazz. Em Gone, Just Like a Train fez o mesmo com o folk, gravando com Viktor Krauss e Jim Keltner, baterista habituado a tocar com Bob Dylan, George Harrison, Ry Cooder ou John Lennon, trabalho que continuou a desenvolver em Good Dog, Happy Man, o seu disco seguinte que contou igualmente com a participação de Greg Leisz, Wayne Horvitz e Ry Cooder. Seguiu-se o álbum a solo Ghost Town e o aclamado Blues Dream, gravado com Greg Leisz, David Piltch e Kenny Wollesen e uma secção de metais formada por Ron Miles (trompete), Billy Drewes (alto saxofone) e Curtis Fowlkes (trombone). Em 2001 foi a vez do extraordinário Bill Frisell with Dave Holland and Elvin Jones, com o que terá feito as pazes com os jazzómanos mais radicais. Mas logo a seguir gravou The Willies, um regresso ao country e ao bluegrass. Em 2003 redescobriu o blues do Mali em The Intercontinentals, gravado com os músicos locais Boubacar Traore e Sidiki Camara, mas também com o brasileiro Vinicius Cantuária e o grego Christos Govetas: um disco fabuloso com quatro grandes guitarristas de outros tantos continentes! Seguiram-se Unspeakable em 2004, com Kenny Wollesen, Don Alias, Tony Scherr e as cordas de Jenny Scheinman, Eyvind Kang e Hank Roberts, East/West em trio com Viktor Krauss/Tony Scherr e Kenny Wollesen, gravado ao vivo no Yoshi’s e Village Vanguard e Bill Frisell, Ron Carter, Paul Motian, um regresso aclamado, ainda que contido, ao free jazz na companhia de dois grandes mestres.
History, Mystery, um duplo álbum editado em 2008 pela Nonesuch, não é seguramente uma obra de rotura. Nela está plasmada de forma evidente a paixão de Frisell pela música americana em toda a sua extensão, do folk ao jazz e com algumas inusitadas incursões por universos mais eruditos do expressionismo contemporâneo ou tradicionais como a klezmer music (já patente em colaborações anteriores com John Zorn). É uma obra de fusão onde o estilo inconfundível de Frisell aparece em todo o seu esplendor, ainda que o guitarrista fuja, deliberadamente, ao protagonismo. É na composição, nos arranjos e nas harmonias obtidas com o timbre único da sua guitarra (que evoca ambientalmente a grandiosa planície americana) que o nome de Bill Frisell surge inequívoco, muito mais do que nos solos ou na sistemática assumpção de tarefas melódicas.
Este disco é essencialmente ambiental, na medida em que evoca, muitas vezes em pequenas faixas de menos de dois minutos de duração, a enorme herança musical norte-americana, de forma lenta, nostálgica, porventura negra nalgumas ocasiões. Fá-lo recorrendo insistentemente a um ensemble de cordas composto por Jenny Scheinman, no violino, Eyvind Kang, na viola e Hank Roberts, no violoncelo (que lhe dá por vezes um certo ar de jazz de câmara), mas também aos sopros de Greg Tardy (saxofone tenor e clarinete) e Ron Miles (no trompete e fluguelhorn). A secção rítmica está a cargo do baixo de Tony Scherr, da bateria de Kenny Wollesen e claro está, da guitarra de Bill Frisell. O repertório é composto quase exclusivamente por originais de Frisell (um deles, Monroe, já gravado anteriormente em Good Dog, Happy Man), a que junta três standards: Jackie-ing de Thelonious Monk, A Change is Gonna Come de Sam Cooke e o belíssimo Baba Drame de Boubcar Traore, num regresso ao blues africano de The Intercontinentals.
Um disco desenhado e gravado em várias actuações ao vivo em octeto, a que o produtor Lee Townsend juntou algumas gravações em estúdio.
Indispensável para os amantes do estilo inconfundível de Bill Frisell evidenciado em gravações antológicas como Good Dog, Happy Man, Bill Frisell with Dave Holland and Elvin Jones ou The Intercontinentals.
Como aperitivo fiquem com o video do tema Probability Cloud, uma falsa incursão de Frisell pelo universo musical judaico incluído neste duplo álbum que revela o guitarrista em excelente forma. As fotos são da autoria do britânico Steve Sharp. Podem vê-las em http://www.pbase.com/steve_sharp/root
Bill Frisell - Probability Cloud
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Lo Baiom Velo Balyla
Na renovação dos videos Riffs & Strides chegou agora a vez de "Lo Baiom Velo Balyla", tema tradicional israelita arranjado pelo contrabaixista dos Origin de Chick Corea, Avishai Cohen e interpretado pelo seu trio, composto por Shai Maestro no piano e Mark Guiliana na bateria, no álbum Gently Disturbed (Razdaz, 2008).
Um tema lindíssimo que surge agora acompanhado de fotos da autoria de Eric Herbelin.
Para voltar a ouvir muitas vezes!
Avishai Cohen Trio - Lo Baiom Velo Balyla
Chocolate e 4teto Luís Figueiredo e Júlio Resende no Ondajazz
Ondajazz (Lisboa), 23.30h
Maria João & Mário Laginha "Chocolate" - 13 de Fevereiro
4teto Luís Figueiredo e Júlio Resende - 14 de Fevereiro
Na semana em que Chocolate, de Mário Laginha e Maria João sobe ao palco do Ondajazz, actua também O “4teto Luís Figueiredo / Júlio Resende”.
Este quarteto surge no seguimento do projecto a 2 pianos e 3 pianistas que estes músicos montaram juntamente com Mário Laginha, no âmbito do Festival de Música de Aveiro em 2008. Agora os dois pianistas voltam a unir-se num projecto dedicado à interpretação de composições originais e à exploração tímbrica de dois teclados, acompanhados pelo contrabaixista João Custódio e o baterista Joel Silva, figuras centrais da geração mais jovem do jazz em Portugal.
Um excelente espectáculo de jazz garantido.
Carlo Morena no Hot
12, 13 e 14 de Fevereiro às 23:00
Hot Club de Portugal (Lisboa)
Carlo Morena Quartet
O pianista italiano Carlo Morena tem cultivado uma ligação especial com o nosso país. Licenciado em piano pelo Conservatorio "Licinio Refice" di Frosinone, estudou desde 1982 com Enrico Pieranunzi e frequentou o Siena Jazz com Franco d’Andrea, Enrico Rava, Cláudio Fasoli e Kenny Wheeler. Estudou ainda com Gary Burton e foi bolsista na Berklee College of Music de Bóston.
Entre nós colaborou entre 1995 e 1998 com a Escola de Jazz do Hot Club de Portugal e foi ainda professor na Escola de Música de Almada, nos Conservatórios de Beja, da Guarda e do Funchal. Mas a sua actividade docente estendeu-se igualmente a Itália (Conservatorio "G.Verdi" de Como, Conservatorio "A.Boito" de Parma, Conservatorio "N.Piccini" de Bari, Conservatorio "J.Tomadini" de Udine, Siena Jazz e Accademia Musicale Pescarese), à Alemanha (Hochschule für Musik und Theater "F.Mendelssohn Bartholdy", de Leipzig) e a Espanha (Conservatorio del Teatro del Liceu de Barcelona e Taller de Musics também de Barcelona). Um currículo invejável.
Os seus mais recentes projectos musicais incluem dois duos com os saxofonistas Charlie Mariano e Roberto Ottaviano, um trio com o contrabaixista Joe Fonda e o baterista George Schuller e o projecto Kinematisch-Septet Music, com Jacobien Vlasman, Martin Auer, Florian Truebsbach, Mark Wyand, Marc Muellbauer e Sebastian Merk. Entre as suas muitas colaborações podem encontrar-se nomes como Enrico Rava, Paolo Fresu, Kenny Wheeler, John Abercrombie, Kurt Rosenwinkel, Don Byron, Donald Harrison, Perico Sambeat, Jorge Pardo, Julian Argüelles, Gilad Atzmon, Arild Andersen, Antonio Sanchez, Aldo Romano entre muitos outros, onde se incluem os portugueses Moreiras Sexteto e Carlos Bica.
É precisamente na companhia de um dos irmãos Moreira que vai actuar esta semana no palco do Hot Club, o contrabaixista Bernardo Moreira, que vai estar acompanhado pelo guitarrista André Fernandes e o baterista Marcos Cavaleiro.
Um excelente concerto em perspectiva.
Barros Veloso e Art Themen na Dose Dupla
BARROS VELOSO (PORTUGAL) piano
ART THEMEN (REINO UNIDO) saxofone-tenor
12 Fev 2009 - 22:00
RECEPÇÃO DO MÓDULO I - Centro Cultural de Belém (Lisboa)
ENTRADA LIVRE
Barros Veloso e Art Themen – dois músicos da mesma geração e com a medicina e o jazz como profissão e paixão comuns – encontram-se pela primeira vez em duo para um concerto marcado pelos grandes standards do cancioneiro norte-americano e do jazz. Oportunidade, pois, para ouvir e relembrar compositores como George Gershwin, Irving Berlin, Cole Porter ou Johnny Mercer, mas também Duke Ellington ou Thelonious Monk.
Obrigatório!
Gonçalo Marques no Chapitô
Quarta 11 de Fevereiro 22h
Jazz no Tanque
Gonçalo Marques Trio
Gonçalo Marques (trompete), Damien Cabaud (contrabaixo) e Bruno Pedroso (bateria)
Todas as quartas feiras há jazz no tanque do Chapitô. Dia 11 é a vez do trompetista Gonçalo Marques, um dos melhores músicos nacionais neste instrumento e professor da escola de jazz do Hot Club de Portugal, no curso de Jazz da Escola Superior de Música de Lisboa na JB jazz e director pedagógico do “Férias com Jazz” no CCB, se apresentar em trio, acompanhado pelo também professor Bruno Pedroso na bateria e do jovem talento argentino no contrabaixo Damien Cabaud, também ele com obra gravada como líder.
Um concerto que promete.
Agenda Semanal, 9 a 15 de Fevereiro
2ª feira, 9 de Fevereiro
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Quarteto de Paulo Grilo
3ª feira, 10 de Fevereiro
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Terrakota
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Nobody's Bizness
4ª feira, 11 de Fevereiro
21.30h – Jazz ao Norte (Porto) - Quinteto André Carvalho
22.00h – Chapitô (Lisboa) - Gonçalo Marques Trio
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Ceumar e Ben Mendes
22.00h - Maxime (Lisboa) - Jorge Palma
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Longitude Zero
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Triângulo
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Combos da Escola de Jazz do Hot Clube
5ª feira, 12 de Fevereiro
21.30h – Auditório Espinho – Couple Coffee
22.00h - CCB (Lisboa) - Barros Veloso e Art Themen
22.00h - Maxime (Lisboa) - Jorge Palma
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Teresa Macedo e Alexandre Diniz Quarteto
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) – KINDS
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Mosca Tosca
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Carlo Morena Quartet
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Joana Reais e Alex Bento
6ª feira, 13 de Fevereiro
21.30h – Museu do Oriente (Lisboa) - IN-CANTO, DE LUÍSA AMARO
21.30H – BRAÇO DE PRATA (LISBOA) - Dru (Riccardo Dillon Wanke, Manuel Mota e David Maranha)
22.00H – CAMPO PEQUENO (LISBOA) – LUIS REPRESAS
22.00h - Maxime (Lisboa) - Jorge Palma
22.00h – Hotfive (Porto) - SOUL STATION
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Júlio Resende e convidados
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Free Fucking Notes - Marta Plantier (Voz) e Luís Barrigas (Piano)
23.00h - Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - Quinteto André Carvalho
23.00h – Breyner85 (Porto) – Dixie Boys
23.00h – Salão Brazil (Coimbra) – Aurélian Claranbaux
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Carlo Morena Quartet
23.00h – Take 5 (Setúbal) - Vasco Agostinho + Jazz Class Dámsom
23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Mário Laginha/ Maria João «Chocolate»
23.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Ébano
23.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Sílvia Nazário(voz) e Cláudia Kuma (guitarra)
00.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Terylene
Sábado, 14 de Fevereiro
21.30h – Museu do Oriente (Lisboa) - IN-CANTO, DE LUÍSA AMARO
21.30H – TEATRO DA GUARDA - BUIKA
22.00h - Maxime (Lisboa) - Jorge Palma
22.00h – Hotfive (Porto) - THE MEAN DEVILS
22.00h – Olga Cadaval (Sintra) - Elysian Fields
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Quarteto Luís Barrigas
22.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Miguel Mira Quarteto
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Carlo Morena Quartet
23.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Kaja bucalho
23.00h – Contrabaixo Bar (Mira) - Daniela Galvin
23.00h - Breyner85 (Porto) - Michael Lauren & The Groove Machants
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – Quarteto Luís Figueiredo e Júlio Resende
00.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Mário Oliveira – Piano Solo
Domingo, 15 de Fevereiro
22.00h – Ondajazz (Lisboa) - Mâäk’s Spirit
22.00h – Hotfive (Porto) - Rui David
domingo, 8 de fevereiro de 2009
OGRE
Ogre
6 de Fevereiro de 2009, 23.00h
Hot Club de Portugal (Lisboa)
***
O Ogre é um novo projecto musical nascido da imaginação de Maria João e João Farinha. Para o concretizar foram buscar o pianista Júlio Resende, um dos mais talentosos músicos nacionais da sua geração e com vasta prática na elaboração de arranjos para vozes do jazz (Vânia Fernandes, Lydie Carell, Sofia Vitória, Elisa Rodrigues, entre outras). Para completar o projecto, Júlio Resende trouxe consigo o baterista Joel Silva e o técnico de sons (será DJ, cibernauta, músico virtual?!!) André Nascimento, o homem dos computadores.
A ideia é simples: pegar no repertório de Maria João, construído ao longo de 25 anos de carreira, e dar-lhe um toque de modernidade através do uso da electrónica. Se possível, criar algo de novo nesse processo.
Confesso a minha alergia à electrónica musical, sobretudo quando aplicada ao jazz. Mas ainda assim reconheço potencialidades à ideia. Quando usada na dose certa pode alargar os horizontes criativos de uma composição e incutir alma nova num tema visto e revisto ao longo de décadas. Pelo menos esta fórmula tem sido aplicada até à exaustão noutros géneros musicais, como o Hip Hop ou a Techno Music, com resultados discutíveis mas de reconhecido sucesso. Mesmo no jazz há quem tenha criado projectos válidos e extremamente criativos a partir da electrónica, como os noruegueses Terje Rypdal e Nils Peter Molvaer ou o francês Erik Truffaz. Até em Portugal têm surgido projectos interessantes de casamento entre o jazz e a electrónica, como o Mikado Lab.
Não é propriamente a minha onda (chamem-me conservador, mas não há nada tão belo quanto o acústico…), mas são projectos de mérito incontestável.
Este OGRE tem assim pernas para andar. Talento há de sobra, mas é necessário pôr esta equipa a funcionar…
Esta apresentação serviu desde logo para pôr a nu a juventude do projecto. Por enquanto é apenas uma ideia a que falta ainda um rumo certo e inequívoco. Por vezes funcionou muito bem (o melhor exemplo foi a nova versão de Parrots and Lions), noutras nem por isso…
Falta-lhe uma liderança firme e determinada. Uma verdadeira direcção musical que aproveite os enormes talentos envolvidos e dê forma ao projecto, que para já surge disperso, nem sempre coerente.
Maria João tem uma voz e uma expressão únicas. Mas se há algo que os seus 25 anos de carreira demonstraram é que os mais sublimes exemplos do seu talento surgiram sob uma direcção musical clara e precisa. Na maioria das vezes essa tarefa coube a Mário Laginha. Mas também Mário Delgado deu mostras, recentemente, de saber “domar” esta força da natureza chamada Maria João que, quando deixada à solta, tende a perder-se em demonstrações mais ou menos gratuitas dos seus inegáveis talentos.
Neste OGRE sente-se uma liderança difusa. Há momentos em que o toque de Júlio Resende emerge inequívoco. Há outros em que o mote é dado pelos teclados de João Farinha. Há outros ainda em que Maria João é deixada um pouco sozinha, entregue aos seus infindáveis recursos vocais. Com os computadores de André Nascimento sempre como pano de fundo, por vezes sem nada de novo a acrescentar…
A esta crise de liderança junta-se alguma indefinição do som, que alterna entre a electrónica pura dos computadores e a acústica do piano e da bateria. Uma dualidade que nem sempre resulta em pleno.
Enfim, o OGRE tem pernas para andar, mas para isso precisa de crescer como projecto e sobretudo de encontrar um rumo que ainda permanece algo obscuro.
Para já soube a pouco, atendendo à qualidade reconhecida de alguns dos músicos intervenientes.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Agenda Braço de Prata, 5 a 7 de Fevereiro
5ª feira, 5 de Fevereiro
22.30h – Sala Nietzsche - João Paulo Esteves da Silva (piano) e Ana Brandão (voz)
6ª feira, 6 de Fevereiro
22.30h – Sala Nietzsche - Free Fucking Notes - Marta Plantier (Voz) e Luís Barrigas (Piano)
23.00h – Sala Visconti – DuondeCelina Santiago - Voz & ferro
Mick Mangucci - Voz & viola & pandeiro
Uta - Voz & Djembe & efeitos
24.00h – Sala Nietzsche - Nicole Eitner – piano e voz
Sábado, 7 de Fevereiro
22.00h – Sala Nietzsche - Caroline Dawson
22.30h – Sala Prado Coelho - Vira Lata (World Music Brasil)
Luiz Caracol -Voz e Guitarra
Ivo Costa - Bateria
André Moreira - Baixo
23.00h – Sala Visconti - Gnu + Musgo + Ideas for Muscles
Gnu
João Pinheiro: Bateria e Percussão
Pedro Soares: Baixo, Guitarra, Teclado
Filipe Bernardo: Sintetizadores
Musgo
Rodrigo Alfacinha: Percussão
Eduardo Vinhas: Sintetizadores
João Osório: Cordas
Renato Jacobetty: Percussão
Ideas For Muscles
Pedro Sousa: Guitarra
Pedro Carvalho Costa: Voz, Guittara
Rodrigo Alfacinha: Baixo
Pedro Soares: Sintetizador
23.30h – Sala Nietzsche - André Mota Quarteto
Jorge Reis, sax alto
Bruno Pernadas, guitarra
Paulo Luz, baixo
André Mota, bateria
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Agenda Semanal, 2 a 8 de Fevereiro de 2009
2ª feira, 2 de Fevereiro
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Quarteto de Paulo Lopes
3ª feira, 3 de Fevereiro
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Heritage Blues Band
4ª feira, 4 de Fevereiro
22.00h - São Mamede - Centro de Artes e Espectáculos (Guimarães) – Nouvelle Vague
22.00h – Chapitô (Lisboa) - Nuno Costa Trio
23.00h – Hot Club (Lisboa) - Combos da Escola de Jazz do Hot Clube
5ª feira, 5 de Fevereiro
20.00h – Livraria Trama (Lisboa) – Tiago Sousa
21.30h – Auditório Municipal (Barreiro) – Nouvelle Vague
22.00h – São Luiz (Lisboa) – Jacinta “Songs of Freedom”
22.00h – Teatro Municipal da Guarda - Benjamin Tehoval
22.00h – CCB (Lisboa) - Maria Anadon & Victor Zamora
23.00h – Hot Club (Lisboa) - OGRE
23.30h – Catacumbas (Lisboa) - Trio de João Rato
23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Spill
6ª feira, 6 de Fevereiro
21.30h - Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre – Nouvelle Vague
21.30h – Centro Cultural de Cascais - Duo da Corda + 1
22.00h – São Luiz (Lisboa) – Jacinta “Songs of Freedom”
22.00h – Hotfive (Porto) - BEATRIZ PORTUGAL JAZZ QUINTET
22.00h – FNAC (Coimbra) - Audible Architecture
22.00h – Teatro Municipal de Portimão - Improvisible
22.30h – Salão Brazil (Coimbra) - Bä Mbo
23.00h - Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) - André Mota Quarteto
23.00h – Hot Club (Lisboa) – OGRE
23.30h – Ondajazz (Lisboa) - Trio Dudas
Sábado, 7 de Fevereiro
17.00h – FNAC Chiado (Lisboa) - Audible Architecture
21.30h – Teatro Aveirense (Aveiro) - Couple Coffee & Band
22.00h – São Luiz (Lisboa) – Jacinta “Songs of Freedom”
22.00h – Cine-Teatro de Estarreja – Nouvelle Vague
22.00h – Hotfive (Porto) - JOHNNY BLUES BAND
22.00h – Centro das Artes Casa das Mudas (Calheta) - Bernardo Sassetti & Mário Laginha
23.00h - A Moagem (Fundão) - «In Tempus» Quinteto de Vasco Agostinho
23.00h – Hot Club (Lisboa) – OGRE
23.30h – Ondajazz (Lisboa) - França e Shortcuts
Domingo, 8 de Fevereiro
18.00h – Casa da Música (Porto) - European Tuba Trio & Big Band da ESMAE
21.30h – Cine Teatro Alcobaça – Nouvelle Vague
Piano Solo
1º Aniversário “Jazz Com Brancas”
Filipe Melo e Júlio Resende a solo
Auditório Instituto Franco-Portugais, Lisboa
31 de Janeiro de 2009, 21.30h
****
O programa “Jazz com brancas” de José Duarte na Antena 2 faz um ano. Escassa efeméride para quem anda nestas coisas do jazz há mais de 50 anos (foi em 1958 que José Duarte iniciou a sua actividade radiofónica dedicada ao jazz, realizando e apresentando na Rádio Universidade “O jazz, esse desconhecido”, a que se seguiu o histórico “Cinco Minutos de Jazz'”, programa que realizou e apresentou entre 1966 e 1993, sucessivamente na Rádio Renascença, na Rádio Comercial e na Antena 1). A comemoração contudo impunha-se e, fiel aos seus princípios, José Duarte convidou para a festa dois jovens e talentosos pianistas nacionais, em estreia a solo, Júlio Resende e Filipe Melo. O evento teve lugar no auditório do Instituto Franco-Portugais, em Lisboa, e contou com transmissão em directo pela Antena 2.
Na verdade qualquer dos dois pianistas tem já um currículo invejável no jazz nacional, embora com percursos diversos. Ambos passaram pela escola Luís Villas-Boas, do Hot Club de Portugal, mas enquanto Filipe Melo completou os seus estudos em Bóston, no Berklee College of Music, Júlio Resende rumou a Paris, à Université de S. Denis, pelo que a sua educação francófona realça a pertinência desta apresentação no IFP.
Talvez marcados por essa diferença primordial, os estilos dos dois pianistas são francamente diversos. Filipe Melo é indiscutivelmente o pianista português da sua geração com mais swing. Fiel aos clássicos, conhecedor e respeitador como poucos da tradição jazzística, evoca em cada apresentação os grandes mestres como Oscar Peterson, Dave Brubeck ou George Shearing. O seu blues é vivo e contagiante, pleno de ritmo. O seu jazz é permanentemente uma festa, que nos transmite a nostalgia de uns anos 60 distantes, no tempo e no espaço, que sobreviveram nos filmes e nos discos dos supracitados e de outros mestres.
Já Júlio Resende é mais cerebral. A sua escola é a ousadia criativa de um Keith Jarrett ou de um Brad Mehldau. Sempre que pode busca a fusão. Bebe inspiração na tradição clássica ou na música contemporânea, nos ritmos africanos, nos cantautores de intervenção ou no rock. Vale tudo na busca criativa de um som personalizado e sedutor ou não fosse o jazz o território musical da liberdade e da improvisação.
Ao seu estilo cada um dos pianistas agarrou a oportunidade proporcionada e brindou o público, que encheu por completo o auditório do IFP e as ondas hertzianas da Antena 2, com uma excelente exibição dos seus reconhecidos talentos. A ocasião pedia ousadia e ambos responderam à chamada com determinação, recorrendo a novos arranjos de temas da sua autoria, alguns em estreia, e pegando em standards, nem sempre oriundos do jazz, e dando-lhes a volta como se impunha.
Júlio Resende abriu as hostilidades com dois originais seus apresentados com nova roupagem e a expressividade que o caracteriza, como intérprete e compositor. Seguiram-se os standards com destaque para uma magnífica versão do progressivo “The Great Gig in the Sky” dos Pink Floyd, que me fez recordar trabalhos de Brad Mehldau e bem merecia a edição em disco, para terminar com uma fantasia africana carregada de cor e de ritmo.
Filipe Melo abriu com Caravan de Duke Ellington e continuou alegremente o seu passeio pelos clássicos com duas interrupções, o original “Hope” já ouvido em trio e agora rearranjado para piano solo (com que evocou as quentes praias angolanas recentemente visitadas na tournée com Marta Hugon) e uma bela versão de” Once Upon a Time in America” de Ennio Morricone, uma pausa nostálgica numa apresentação quase sempre marcada pelo alucinante ritmo do swing.
A terminar os dois pianistas juntaram-se numa evocação do blues a quatro mãos, num tema de Sonny Rollins.
Estão ambos de parabéns, tal como José Duarte e o seu “Jazz com brancas”. Uma exibição memorável de dois músicos que são já uma certeza do nosso jazz. A solo ou nos múltiplos projectos musicais que impulsionam com o seu inquestionável talento.
Uma certeza resulta contudo deste espectáculo: já é tempo de qualquer deles voltar a gravar um projecto musical como líderes. Material novo e de qualidade aparentemente não lhes falta!
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Love For Sale
David Ferreira
This Can’t Be Love
Música das Esferas, 2008
David Ferreira é um jovem cantor formado pela escola de jazz Luís Villas-Boas, do Hot Club de Portugal, aluno de Joana Rios, e que se afirma desde este seu primeiro trabalho discográfico, como uma das mais promissoras vozes masculinas do jazz nacional.
This Can’t Be Love é um disco com arranjos, direcção e produção de Joana Rios e que conta, além de David Ferreira na voz (há ainda um dueto com Joana Rios) com as participações de Filipe Raposo no piano, Fender Rhodes e Hammond, de Hugo Antunes no contrabaixo e de Carlos Miguel na bateria, além das participações ocasionais da guitarra de Bruno Santos e do clarinete de Paulo Gaspar.
O repertório é quase integralmente constituído por jazz standards, a que se junta um tema de Tom Jobim “Bonita”, cantado em dueto com a professora Joana Rios, e ainda uma bonita versão de “Que Feras Tu De Ta Vie?”, de Michel Legrand.
De voz segura e personalizada David Ferreira surge assim como uma lufada de ar fresco no universo do jazz vocal nacional, claramente dominado pelas vozes femininas. Servido por excelentes arranjos de Joana Rios e pela experiência e mestria de Filipe Raposo nos teclados, bem acompanhado pelos jovens talentos de Hugo Antunes e Carlos Miguel, David Ferreira rubrica um primeiro disco de grande qualidade, estreia sem dúvida auspiciosa de um jovem talento emergente no panorama musical nacional.
O seu timbre é carregado de swing e as suas interpretações personalizadas, num estilo evocativo da Broadway que por vezes faz lembrar Nuno Feist, sem nunca cair na imitação. Apesar da juventude do cantor, este projecto revela-se maduro e consistente, na voz, nos arranjos e na escolha do repertório. Há uma preocupação evidente em descolar do academismo subjacente a um primeiro projecto de standards e em pisar terrenos distintos com um surpreendente à-vontade. Note-se por exemplo na excelente versão de “Love For Sale”, um tema carismático do cantor e do álbum, interiorizado com enorme propriedade e num estilo original, face às inúmeras versões já gravadas, porém de uma comovente fidelidade ao espírito de Cole Porter. Também o universo por vezes “delicodoce” de Michel Legrand é aqui visitado com enorme talento por David Ferreira. “Que Feras Tu De Ta Vie?”, tema escrito por Legrand com um poema de Boris Bergman e recentemente gravado por Stacey Kent, surge numa atraente simplicidade, acompanhado quase apenas pelo Fender Rhodes de Filipe Raposo, o que lhe aumenta consideravelmente a expressividade, brilhantemente assumida pela voz segura de David Ferreira. A mesma fórmula é aplicada em “I’m a Fool To Want You”, um clássico de Frank Sinatra, Jack Wolf e Joel S. Herron, imortalizado pelas grandes vozes de 60 como Dinah Washington e que aqui aparece simples e directo, longe do glamour original, numa versão original e fresca, capaz de introduzir algo de novo num tema já cantado tantas e tantas vezes.
Um nome a fixar o de David Ferreira, que dá mostras de ter muito ainda a mostrar do seu enorme talento.
Ficamos à espera.
David Ferreira - Que Feras Tu De Ta Vie?
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