domingo, 28 de fevereiro de 2010

Jazz Sefardita


Quando El Rey Nimrod
Anthony Coleman Trio
Sephardic Tinge
Tzadik, 1995

Anthony Coleman é um dos mais importantes músicos da cena jazzística novaiorquina desde a já longínqua década de 70. Pianista, trombonista, vocalista, tornou-se sobretudo conhecido após as colaborações, durante as décadas de 80 e 90, com John Zorn, com quem gravou trabalhos importantes como Cobra, Kristallnacht, The Big Gundown, Archery e Spillane, que proporcionaram um novo rumo e visibilidade à música judaica, por vezes denominada klezmer.
O álbum Sephardic Tinge editado em 1995 pela Tzadik e Greg Cohen no baixo e Joey Baron na bateria, é precisamente uma das felizes incursões de Coleman pelo território da música tradicional judaica (no caso a música sefardita), adaptando-a para um trio de piano-jazz, de forma particularmente feliz e inovadora.

Anthony Coleman Trio - Quando El Rey Nimrod

Agenda Semanal, 1 a 7 de Março


Segunda, 1 de Março
21.30h – Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra) – António Pinho Vargas

Terça, 2 de Março
22.00h – Cinema São Jorge (Lisboa) – Diabo na Cruz

Quinta, 4 de Março
21.30h – Livraria Trama (Lisboa) – Sara Serpa e André Matos
22.00h – CCB (Lisboa) - António Palma e Katt Tait
22.00h – Theatro Circo (Braga) – Maria João & Ogre

Sexta, 5 de Março
21.30h – Teatro Municipal da Guarda – Danças Ocultas
21.30h – Culturgest (Lisboa) – Norberto Lobo
21.45h – ACERT (Tondela) – Tony Allen
22.00h – Theatro Circo (Braga) - Jerry Bergonzi trio
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Kuba Seguin
22.30h – Passos Manuel (Porto) – Diabo na Cruz
23.00h - Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul (Lisboa) - José Dias Q4
23.30h – ACERT (Tondela) – 4Jazz
23.45h - Restaurante/Bar Brac (Braga) - Quarteto de Ohad Talmor/André Fernandes

Sábado, 6 de Março
18.00h – Teatro Diogo Bernardes (Ponte de Lima) – Mário Laginha, Canções e Fugas
22.00h – Jazz ao Norte (Porto) - José Valente «Experiences of Today»
22.00h – Theatro Circo (Braga) – The Claudia Quintet
22.00h – Casa da Música (Porto) – Tony Allen
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Kuba Seguin
23.00h - Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul (Lisboa) - La Farse Manouche
23.30h – Teatro São Luiz (Lisboa) – Orquestra Angrajazz
23.45h - Restaurante/Bar Brac (Braga) - Quarteto de Mário Santos

Sombras de Chet


Laurent Filipe & “The Song Band”
26 de Fevereiro, 22.00h
Auditório dos Oceanos do Casino de Lisboa

Numa aposta rara no jazz nacional, o Casino de Lisboa levou ao palco do Auditório dos Oceanos o trompetista e compositor Laurent Filipe e a sua “The Song Band”, formada pelo pianista Rodrigo Gonçalves, pelo contrabaixista italiano Massimo Cavalli e pelo jovem baterista João Cunha, a que se juntou como convidado o guitarrista madeirense Bruno Santos.
É de louvar a iniciativa pela inegável qualidade dos músicos, a começar pelo líder Laurent Filipe, a que não será todavia alheio o facto de Filipe ter recentemente integrado o júri do programa “Ídolos”, naquela mesma sala do Casino de Lisboa.
Enfim, nada de mal em aproveitar a popularidade televisiva para divulgar o jazz, sobretudo quando tal se traduza numa efectiva conquista de novos públicos, como foi manifestamente o caso desta apresentação no Auditório dos Oceanos.
Não posso contudo deixar de referir, em abono da verdade, que o concerto, apesar do enorme empenho e qualidade técnica e interpretativa dos músicos envolvidos, para os jazzómanos habituais, onde me incluo, soube a pouco.
Na verdade tenho o maior respeito e admiração por Laurent Filipe (e pelos seus companheiros de palco) e, por isso mesmo, considero que seria expectável de um músico da sua craveira algo mais, num concerto importante como este, do que “standards”, sobretudo sabendo-se a sua enorme valia como compositor, demonstrada por exemplo na última Festa do Jazz do São Luiz, numa mini apresentação de 35 minutos, apesar disso soberba.
Não posso também deixa de estranhar que, sendo Filipe um trompetista excepcional, insista em apresentar-se como um cantor meramente banal.
É certo que houve tempo para alguns instrumentais (a versão apresentada de “A Luz” foi fantástica) e bem assim para solos extensos, não apenas do trompetista mas também de Rodrigo Gonçalves no piano (num momento invejável de forma!) e de Bruno Santos na guitarra (sempre uma mais valia em qualquer concerto), que souberam dar à apresentação um cheirinho a verdadeiro jazz!
Ainda assim soube a pouco, face à enorme qualidade reconhecida aos músicos envolvidos.
Poderá justificar-se que o objectivo do concerto não era apresentar um repertório mais técnico e vocacionado para um público conhecedor do jazz, mas antes proporcionar uma jornada mais ligeira de divulgação do género junto de públicos neófitos à estética jazzística.
Se assim foi o objectivo foi totalmente conseguido, face à boa adesão de público que encheu quase por completo o Auditório dos Oceanos.
Da minha parte, porém, esperava mais. E ficarei à espera de novos concertos onde possa desfrutar do Laurent Filipe compositor e trompetista exímio que já vi e ouvi em ocasiões anteriores.

Tema de Viúva - Laurent Filipe

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Nostálgico


J'ai Pas Le Temps D'avoir Trente Ans
Giovanni Mirabassi
Cantopiano (Discograph, 2006)

Apesar de italiano, nasceu em Perugia, Giovanni Mirabassi tornou-se desde há muito um dos mais importantes pianistas do jazz francês, galardoado em 1996 com o Grande Prémio de solista do Concurso de Jazz de Avignon, presidido por Daniel Humair, a que se seguiu o Django de Ouro do concurso Victoires du Jazz de 2002.
Pianista autodidacta, foi influenciado primeiramente pela estética dos grandes mestres do jazz como Bud Powell, Art Tatum ou Oscar Peterson, mas presentemente é considerado como um dos mais fiéis seguidores do estilo do seu compatriota Enrico Pieranunzi.
Cantopiano é um disco a solo em que o pianista homenageia a "Chanson" francesa, tocando obras de compositores como Claude Nougaro, Agnès Bihl, Serge Lama, Serge Gainsbourg e Jeanne Cherhal."J'ai Pas Le Temps D'avoir Trente Ans" é um arranjo de Mirabassi sobre um tema de Agnés Bihl, em que o pianista revela o seu lado mais nostálgico e latino.

Giovanni Mirabassi - J'ai Pas Le Temps D'avoir Trente Ans

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Richard Galliano em Seia


Richard Galliano
27 de Fevereiro, 22.00h
Casa Municipal das Artes de Seia

Integrado no programa do “Seia Jazz & Blues” – 6 º Festival Internacional de Jazz e Blues de Seia que o Município de Seia realiza nesta cidade de 25 a 27 de Fevereiro de 2010, sobe ao palco da Casa Municipal da Cultura no dia 27 de Fevereiro o quarteto do acordeonista francês Richard Galliano, um músico eclético com uma extensa discografia e uma carreira que conta com colaborações de alguns dos principais músicos de jazz europeus e norte-americanos. Do vasto currículo de Richard Galliano, destaca-se a nota de que em 1983, Astor Piazolla o convidou para interpretar a música que o mestre argentino compôs para a comédia francesa "Song d`une couleur nuit d`été", inspirada na peça "Sonho de uma noite de Verão", de Shakespeare.

Richard Galliano & Tangaria Quartet

Mais de 100 Músicos em Palco!


Jazz Transatlântico
ORQUESTRA JAZZ DE MATOSINHOS + ORQUESTRA NACIONAL DO PORTO
COM JASON MORAN E CHRIS CHEEK
26 de Fevereiro, 22.00h, CCB (Lisboa)
27 de Fevereiro, 18.00h, Casa da Música (Porto)

Duas grandes orquestras, dois solistas de luxo, dois compositores consagrados e duas obras em estreia absoluta: um concerto imperdível.
Inaugurando uma parceria entre o CCB e a Casa da Música, sobem ao palco mais de 100 músicos de duas magníficas orquestras portuguesas.
O programa percorre várias formas de abordar o jazz numa perspectiva sinfónica, desde as experiências pioneiras dos anos vinte, com a Jazz Symphony de George Antheil, até às novas composições de Carlos Azevedo e Ohad Talmor escritas propositadamente para
este projecto, passando ainda por peças de dois compositores que dispensam apresentações: Leonard Bernstein e Toots Thielemans. É uma proposta que cruza a fluidez e a liberdade da improvisação com a riqueza e o rigor da música escrita, e apresentá-la só é possível graças à genialidade de grandes intérpretes, como os norte-americanos Jason Moran e Chris Cheek, figuras proeminentes do jazz internacional.

ORQUESTRA JAZZ DE MATOSINHOS + ORQUESTRA NACIONAL DO PORTO
JASON MORAN piano | CHRIS CHEEK saxofone
DIRK BROSSÉ maestro

MÚSICOS CONVIDADOS
DAN WEISS bateria
NICK MARCHIONE trompete

PROGRAMA

I Parte
DIRK BROSSÉ Principals
TOOTS THIELEMANS Bluesette
ORQUESTRA NACIONAL DO PORTO

OHAD TALMOR Concerto para piano e orquestras*
JASON MORAN piano
ORQUESTRA NACIONAL DO PORTO + ORQUESTRA JAZZ DE MATOSINHOS

II Parte
LEONARD BERNSTEIN Danças de On the Town
ORQUESTRA NACIONAL DO PORTO

GEORGES ANTHEIL Jazz Symphony
ORQUESTRA NACIONAL DO PORTO

CARLOS AZEVEDO Concerto para saxofone e orquestras*
CHRIS CHEEK saxofone
ORQUESTRA NACIONAL DO PORTO + ORQUESTRA JAZZ DE MATOSINHOS

OJM & Chris Cheek - Sargaço

Tord Gustavsen Ensemble em Portugal


Tord Gustavsen Ensemble
26 de Fevereiro, 21.30h, CAE Portalegre, Grande Auditório
27 de Fevereiro, 21.30h, Casa das Artes (Famalicão)

O jazz contemporâneo de Tord Gustavsen tem impressionado os críticos, que não hesitaram em considerar o músico como uma das grandes revelações da década. Autor dos álbuns “Changing Places”, “Ground” e “Being There”, Gustavssen idealizou uma trilogia marcada por uma sonoridade minimalista, capaz de transportar o ouvinte para universos oníricos onde as palavras dão lugar a notas musicais.
Antes de ter uma carreira em nome próprio, Tord Gustavsen era já uma importante figura na cena jazz escandinava, tendo integrado projectos com alguns dos melhores intérpretes noruegueses como Silje Nergaard, Siri Gjære, Kristin Asbjørnsen e Maria Roggen.

“Restored, Returned”, o seu último álbum, apresenta uma nova formação em quarteto (ao vivo) ou quinteto (álbum). É um prolongamento natural do trabalho do trio, uma procura contínua de honestidade artística através de uma beleza despojada. Esta nova formação introduz novas cores e dimensões na sua música, através da sensibilidade de alguns dos mais intrigantes
instrumentistas da vibrante e ecléctica música folk escandinava, mas também de música das Caraíbas e gospels, tudo transformado e integrado numa universo diferente e original.

Tord Gustavsen – Be Still My Heart


Tord Gustavsen Ensemble

Maria Anadon Latin Quartet no Braço de Prata


Maria Anadon Latin Quartet
25 de Fevereiro, 24.00h
Fábrica Braço de Prata (Lisboa)

Maria Anadon Latin Quartet, com Victor Zamora no Piano, Nelson Cascais no Contrabaixo e Marcelo Araújo na bateria.
Este projecto Latin, alia a recriação dos velhos mas sempre renovados standarts com cores diferentes de sabor latino.
Nos seus espectáculos, sensualidade, doçura e sofisticação alinham-se numa harmonia perfeita, num misto de elegância e provocação.

Maria Anadom

Laurent Filipe com The Song Band no Casino Lisboa


Laurent Filipe & “The Song Band”
26 de Fevereiro, 22.00h
Casino Lisboa

O Auditório dos Oceanos do Casino Lisboa acolhe a 26 de Fevereiro, às 22:00 horas, o compositor e trompetista Laurent Filipe, que se apresenta ao vivo com a The Song Band.
A formação promete um reportório «íntimo e surpreendente», avança a organização.
Laurent Filipe será secundado por Rodrigo Gonçalves, ao piano, Massimo Cavalli, no contrabaixo e João Cunha, na bateria. Este concerto tem como convidado especial o guitarrista Bruno Santos.
O trompetista já actuou com formações como o Duo Iberia, o Trio Homenagem a Chet Baker, o Sexteto Mingus e Mais, a The Song Band, a Swing City Orquestra ou o Quarteto Flick Music.
O preço é de 20 euros (1ª plateia) ou 15 euros (segunda plateia). Os ingressos podem ser adquiridos no local ou através da Ticketline.

in Diário Digital

Laurent Filipe – A Luz

Agenda Semanal, 22 a 28 de Fevereiro


Segunda, 22 de Fevereiro
21.30h – Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra) – José James

Terça, 23 de Fevereiro
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Massimo Cavalli, com Júlio Resende e Joel Silva

Quarta, 24 de Fevereiro
11.00h – CCB (Lisboa) - Banjazz - Um Bichinho Esquisito
18.30h – Casa Fernando Pessoa (Lisboa) – Combo do Hot Club
21.30h – Museu do Oriente (Lisboa) – José James
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Bruno Margalho Trio

Quinta, 25 de Fevereiro
21.30h – CCC Caldas da Rainha – José James
21.30h – Culturgest (Lisboa) – The Fish
21.30h – Livraria Trama (Lisboa) - Luís Barrigas & Desidério Lázaro
21.30h – Teatro Municipal de Bragança – Joana Rios
21.45h – Paços da Cultura (S. João da Madeira) - Roland Tchakounté
22.00h – CCB (Lisboa) – Paulo Gaspar e Edgar Wilson
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Manuel Oliveira Trio
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Fred Martins
23.00h – Teatro de Vila Real - Trio Miguel Braga
23.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Spaghetti Jazz
23.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Olga Sotto trio
24.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Maria Anadom Latin Quartet

Sexta, 26 de Fevereiro
21.00h – CCB (Lisboa) – Jazz Transatlântico (ORQUESTRA JAZZ DE MATOSINHOS + ORQUESTRA NACIONAL DO PORTO com Jason Moran e Chris Cheek)
21.30h – Centro Artes e Espectáculo (Portalegre) - Tord Gustavsen Ensemble
21.30h – Centro Cultural de Lagos - Orquestra de Jazz de Lagos
22.00h – Casino de Lisboa – Laurent Filipe
22.00h – Casa Municipal da Cultural de Seia – The Animals
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Júlio Resende e convidados
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Miguel Sousa
22.00h – Centro Cultural Olga Cadaval (Sintra) - Roland Tchakounté
22.30h – Centro Cultural do Cartaxo – Bossa e Outras Novas
23.00h – Zé dos Bois (Lisboa) - Tatsuya Nakatani + Rafael Toral + Sei Miguel + Fala Miriam
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Big Band Reunion
22.30h – Hotfive (Porto) - Minnemann Blues Band
23.30h – Centro Artes e Espectáculo (Portalegre) – The Fish
24.00h – São Jorge (Lisboa) - Pedro Jóia & Ricardo Ribeiro

Sábado, 27 de Fevereiro
17.00h – FNAC (Coimbra) – Amarelo Manga
17.30h – Teatro São Luiz (Lisboa) - Beatriz Batarda & Bernardo Sassetti
18.00h – Casa da Música (Porto) - Orquestra Nacional do Porto & Orquestra Jazz de Matosinhos com Jason Moran e Chris Cheek
21.30h – Centro de Artes e Espectáculo (Portalegre) - Tony Malaby's Apparitions Quartet (Portalegre JazzFest 2010)
21.30h – Casa das Artes (Famalicão) - Tord Gustavssen Ensemble
22.00h – Casa Municipal da Cultural de Seia – Richard Galliano
22.00h – Jazz ao Norte (Matosinhos) - Mashkara
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Ogre
22.30h – Museu do Douro (Régua) – Samuel Quinto Trio
23.30h – Centro de Artes e Espectáculo (Portalegre) - Toral/Nakatani Duo
23.45h – Breyner 85 (Porto) - Minnemann Blues Band
24.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Ben Kraef/Nelson Cascais 5teto

Domingo, 28 de Fevereiro
20.00h – Bacallhoeiro (Lisboa) - Nuno Ferreira & Ana Paula Sousa
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Gonçalo Marques Trio

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Jef & Lize


Fur Lize
Jeff Neve Trio
Soul In A Picture (Universal, 2008)

Com várias presenças entre nós, algumas noites memoráveis no já saudoso Hot Club, o belga Jef Neve é um dos mais talentosos pianistas europeus da sua geração, como fica amplamente provado neste seu trabalho em trio, editado em 2008 para a Universal e onde se fez acompanhar por Piet Verbist no contrabaixo e Teun Verbruggen na bateria, que sucedeu ao muito aclamado Nobody Is Illegal, editado em 2006.
Fur Lize é uma provável chapelada a Beethoven, da autoria do pianista. Uma balada romântica que surge aqui acompanhada de belas fotos de Silvia Félix, da autoria de Nuno Boavida.

Jef Neve Trio - Fur Lize

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Revisitar os Anos 80


António Pinho Vargas e José Nogueira
Sábado, 20 de Fevereiro, 24.00h
Fábrica Braço de Prata (Lisboa)

A Fábrica Braço de Prata apresenta esta semana uma dupla pioneira de sucesso do jazz nacional dos anos 80, António Pinho Vargas e José Nogueira.
Com efeito, foi em 1983 que o pianista António Pinho Vargas, acompanhado pelo saxofonista José Nogueira e pelos irmãos Pedro e Mário Barreiros, respectivamente no baixo eléctrico e bateria, editou um dos primeiros registos de sucesso do jazz nacional, Outros Lugares, a que se seguiram Cores e Aromas (1985) e As Folhas Novas Mudam de Cor (1987).
Posteriormente o pianista dedicar-se-ia sobretudo à música contemporânea e à vida académica, mas, em 2008, editou um duplo álbum a solo, dedicado precisamente ao seu velho repertório dos anos 80.
Uma oportunidade para voltar a ouvir temas como Tom Waits, Danças dos Pássaros ou As Mãos pelas vozes únicas do piano de Pinho Vargas e do saxofone de José Nogueira.

Vilas Morenas (1987)


António Pinho Vargas e José Nogueira ao vivo nas Caldas da Rainha

Braga Jazz 2010


Braga Jazz
4 a 13 de Março de 2010
Theatro Circo (Braga)

Com programação mais uma vez a cargo de José Carlos Santos, irá decorrer, de 4 a 13 de Março, mais uma edição do Braga Jazz, desta feita no palco nobre do Theatro Circo.
Seis concertos, cada um em seu dia, marcam o novo figurino do 'BragaJazz – Festival de Jazz de Braga'.
Assumindo o Theatro Circo a sua produção, o certame, com pergaminhos firmados entre os principais festivais de jazz do país, volta a trazer a Braga sonoridades diversas no espectro desta área musical.

Até agora produzido pelo Pelouro Municipal da Cultura, que o herdou da Fundação Cultural Bracara Augusta, o 'BragaJazz' tem registado um crescendo de público e – dizem os críticos – de qualidade, que se augura potenciada pelo espaço onde esta oitava edição vai decorrer: a sala principal do Theatro Circo.

Programa


4 de Março
Maria João “Ogre”

Ogre. Assim se chama o mais recente projecto musical nascido da criatividade de cinco músicos que juntaram competências distintas e universos sonoros não coincidentes, construindo um todo coerente e... indefinível. O som deste “gigante devorador de várias línguas musicais” constrói-se com a voz da cantora Maria João, dos pianos e teclados de João Farinha e Júlio Resende, da bateria de Joel Silva e da electrónica de André Nascimento.
O programa deste “encontro promíscuo entre animais acústicos e máquinas digitais”, desta “mescla entre real e virtual”, inclui composições próprias e temas forasteiros. Objectivo: acima de tudo, servir a Música.


5 de Março
Jerry Bergonzi Trio

A figura central deste projecto, Jerry Bergonzi, é um multifacetado performer, compositor, autor e educador internacionalmente reconhecido. A sua música foi definida como sendo inovadora, íntegra e claramente produto de um mestre. Criador de uma extensa discografia, vem de Massachusetts para Braga marcar-nos com a sua técnica impressionante e o seu lirismo muitas vezes definido como clássico.

Jerry Bergonzi & Andy Laverne



6 de Março
Claudia Quintet de John Hollenbeck

Desde que John Hollenbeck apresentou a banda num cyber-café em Manhattan, há 12 anos atrás, o Claudia Quintet tem maravilhado audiências, inspirando públicos num festival noise mexicano tão intensamente como num concerto de uma sala conceituada vienense. O som destes cinco inovadores (John Hollenbeck, Matt Moran, Ted Reichman, Chris Speed e Drew Grass) define-se como soberbo, tecnicamente engenhoso e apaixonante. Braga vai perceber porque não é só o público tradicional de Jazz a sentir este como um espectáculo obrigatório. A salientar ainda a presença muito especial do convidado Matt Mitchell no piano.

Claudia Quintet de John Hollenbeck



12 de Março
Heloísa Fernandes Trio

Inspirada na crença de Mário de Andrade de que os compositores brasileiros poderiam encontrar a alma do Brasil no folclore brasileiro, Heloísa Fernandes (piano) juntou-se a Ari Colares (percussão) e a Zeca Assumpção (baixo) para criar um trabalho surpreendente, em que a pulsação e o ritmo fortes dão lugar a um mundo delicado e introspectivo


13 de Março
Jamie Baum Septet

Os que se recordarem da edição do BragaJazz 2006 certamente não quererão perder o regresso de Jamie Baum a Braga. Os que não estiveram presentes, poderão agora comprovar um espectáculo sofisticado, espontâneo e cheio de ‘swing’, em que a flautista norte-americana lidera os virtuosos Ralph Alessi, Douglas Yates, Chris Komer, Aaron Goldberg, Jeff Hirshfield e Johannes Weidenmueller.

Jamie Baum Septet


Bilhetes
Preço: 10 euros por concerto
Call Center: 253 203800

Agenda Semanal, 15 a 21 de Fevereiro


Quinta, 18 de Fevereiro
14.30h – Praça da República (Portalegre) - Open Gate 5
21.30h – Livraria Trama (Lisboa) - Nuno Marinho Quarteto
22.00h – CCB (Lisboa) - Fátima Serro (voz), Cláudio Ribeiro (g)
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Maria Anadom Latin Quartet + Olga Sotto Trio + Mário Oliveira
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Luís Avellar (p), Yuri Daniel (b), Alexandre Frazão (bat)
22.30h – Bacalhoeiro (Lisboa) - Luis Lopes Trio
23.45h – Contagiarte (Porto) - Virxilio da Silva Quartet

Sexta, 19 de Fevereiro
21.30h – CAE (Portalegre) – Carlos Barretto Trio
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Júlio Resende e convidados
22.00h – Cine-teatro de Estarreja - José James
22.00h – Chapitô (Lisboa) - Cláudia Franco & André Santos
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Nelson Veras (g), Matthieu Chazarenc (bat), Gustavo Roriz (ctb)
22.30h – LX Factory (Lisboa) - Gonçalo Falcão Trio
22.30h – Museu do Douro (Régua) - Jazz Highway Quartet
23.30h – CAE (Portalegre) - Pocketbook of Lightning

Sábado, 20 de Fevereiro
21.30h – CAE (Portalegre) - José James Quarteto
21.30h – Teatro Pax Julia (Beja) – Carlos Barretto trio Lokomotiv
21.30h – Teatro das Figuras (Faro) - Pocketbook of Lightning - Nuno Rebelo & Marco Franco
21.30h – Teatro Municipal da Guarda - Dani Wilde
21.30h – Museu do Oriente (Lisboa) – Fernando Alvim e Ricardo Marques
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Ogre
22.00h – Espaço Pedro Remy (Braga) - Quinteto André Carvalho
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Nelson Veras (g), Matthieu Chazarenc (bat), Gustavo Roriz (ctb)
23.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Zeca Neves Quarteto
23.30h – CAE (Portalegre) - Trio Lisboa-Berlim
00.00h – Braço de Prata (Lisboa) - António Pinho Vargas (p), José Nogueira (s)

Domingo, 21 de Fevereiro
21.30h – Braço de Prata (Lisboa) - Gonçalo Marques Trio

Sons da Lusofonia


Carlos Martins
Água
12 de Fevereiro, 21.30h
Grande Auditório da Culturgest (Lisboa)

É sem dúvida um enorme prazer ver uma sala, como o Grande Auditório da Culturgest, completamente cheia, para assistir a um concerto de jazz de músicos portugueses.
Até o ilustre presidente da edilidade lisboeta esteve presente (Dr. António Costa, já que até gosta de jazz, não se esqueça do HOT!).
Por isso é merecida uma palavra prévia de agradecimento à Culturgest e a Manuel Jorge Veloso pela aposta sincera nos bons músicos portugueses. Sincera porque nem sempre a sala está tão cheia como nesta noite. Ainda assim a aposta repete-se, temporada após temporada.
E o muito público presente deu certamente o seu tempo por bem empregue, porquanto foi um privilégio ouvir este quinteto liderado pelo saxofonista alentejano Carlos Martins.
Desde logo porque Carlos Martins, apesar de se estrear neste belo Auditório, é um dos mais experientes tecnicistas nacionais do saxofone e, mais importante ainda, um compositor e arranjador de enorme valia. Um músico da primeira geração de formandos da escola de jazz do HCP, que por lá leccionou também, e que se tornou mais conhecido pelos seus trabalhos, na música erudita, para artes performativas, sobretudo cinema, dança e teatro.
Mas o jazz sempre foi a sua paixão. Começou naturalmente pelos standards, mas cedo começou a criar a sua própria identidade musical, fruto sobretudo de uma abordagem de fusão com as fontes da lusofonia musical.
A acompanhá-lo estiveram três dos melhores representantes da nova geração de músicos de jazz nacionais, todos líderes dos seus próprios projectos musicais, Bernardo Sassetti no piano, Nelson Cascais na bateria e André Fernandes na guitarra eléctrica, e ainda o consagrado e experiente Alexandre Frazão na bateria, a alma indiscutível dos principais projectos de jazz nacionais. Um músico ímpar em qualquer parte do mundo!
Conheço bem o repertório de “Água” e tive inclusivamente ocasião de ouvir a sua apresentação ao vivo no saudoso Hot Club de Portugal, então em trio com Carlos Barretto e Joel Silva a acompanharem o saxofonista. Por isso posso afirmar sem receio que esta foi uma apresentação de “luxo”. Reuniu não apenas a formação completa que gravou o disco em 2008 (excepção feita à alternância no piano entre Bernardo Sassetti e Júlio Resende), mas também um cuidado pouco habitual entre músicos de jazz portugueses com o som, as luzes e os efeitos de palco, que muito contribuiu para o enriquecimento do espectáculo.
A somar ainda à inclusão no alinhamento de novos arranjos e à estreia de alguns novos originais do saxofonista. Tudo conjugado para que este concerto fosse efectivamente um momento especial na carreira do saxofonista.
E sem dúvida alguma que o foi. Ao longo de mais de duas horas de espectáculo Carlos Martins desfilou os seus talentos como compositor e intérprete de modo irrepreensível e frequentemente inspirado. Para tal contribuíram as excelentes presenças dos restantes músicos, particularmente de Alexandre Frazão na bateria que rapidamente se transformou no motor desta apresentação memorável.
Com a riqueza rítmica que se lhe reconhece Frazão esteve imparável rubricando momentos sublimes, como o tema Bô Ta Buli, quase todo em dueto com o saxofone, ou os crescendos que permitiram a Carlos Martins e André Fernandes assinarem solos de excelente registo em Azul Mediterrâneo e Benji.
A presença da guitarra de André Fernandes, como que “sujando” o som essencialmente acústico do restante quarteto, acabou por resultar muito bem, sobretudo na dobragem da linha melódica ou quando assumiu tarefas essencialmente harmónicas.
De estilo mais contido por natureza, Bernardo Sassetti notou-se sobretudo pelo “dedo” nos arranjos, sem esquecer alguns solos de belo recorte.
Competente e com uma actuação personalizada, Nelson Cascais merece igualmente elogios. Um músico jovem mas um talento seguro do jazz nacional.
Um concerto notável, memorável e que bem merecia uma tournée aquém e além portas.

CARLOS MARTINS - Agua from Sons da Lusofonia on Vimeo.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Masterclass na Lusíada


San Francisco Jazz Collective
14 de Março de 2010, 16.00h
Auditório 4
Universidade Lusíada (Lisboa)

No âmbito da masterclass a realizar na Universidade Lusíada de Lisboa, o grupo San Francisco Jazz Collective dará uma aula no dia 14 de Março de 2010, no Auditório 4, às 16H00. Para tal, irá valer-se da sua extensa experiência performativa e académica para abordar algumas temáticas relacionadas com a improvisação, relacionando-as com os pontos de vista individual e colectivo da performance do jazz.

Este tipo de evento tem-se revelado determinante na formação dos músicos, uma vez que põe os alunos em contacto directo com especialistas estrangeiros, proporcionando-lhes um trabalho focalizado em aspectos concretos relacionados com a música sob os pontos de vista teórico e prático.

San Francisco Jazz Colective:

Miguel Zénon, saxofone alto
Mark Turner, saxofone tenor
Robin Eubanks, trombone
Stefon Harris, vibrafone e marimba
Edward Simon, piano
Matt Penman, contrabaixo
Eric Harland, bateria
Avishai Cohen, trompete

Para Mais informações contactem:
Universidade Lusíada de Lisboa
Direcção dos Serviços Editoriais, Comunicação e Imagem

Dr.ª Cristina Meirelles Moita
Rua da Junqueira, 188-198
1349-001 Lisboa
Tel.: 213 611 504
Fax: 213 622 959
E-mail: cmm@lis.ulusiada.pt

San Francisco Jazz Collective - Jazz Baltica - Alemanha 2007

Água na Culturgest


Carlos Martins "Água"
12 de Fevereiro de 2010, 21.30h
Grande Auditório da Culturgest

Nascido em Etiópia, no Alentejo, em 1961, o saxofonista e compositor Carlos Martins começou por estudar música e clarinete na Banda Filarmónica de Grândola, a partir dos 14 anos de idade. Tendo ingressado mais tarde nos cursos de saxofone e composição do Conservatório Nacional (Lisboa), estudou ainda na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal, onde também foi docente. Desenvolvendo a sua carreira na área do jazz, em que tocou ao lado de inúmeros músicos portugueses e estrangeiros, Carlos Martins está também ligado à composição para o cinema e para o bailado, mantendo uma forte ligação à música erudita, domínios em que colaborou com Constança Capdeville, Álvaro Salazar, João Paulo Santos e os coreógrafos Rui Horta e Vera Mantero.
Quanto à sua actividade no jazz e em relação a este projecto, segundo as próprias palavras de Carlos Martins: “Ser músico de jazz é ter confiança no acaso. É aceitar a disciplina necessária para manusear o instrumento como se domina uma linguagem. É acreditar no erro como fonte de inspiração. É compreender o outro e aceitá-lo. É um diálogo permanente, sem palavras, do som e das cores que pintam os estados de espírito. É mesmo inventar esses estados em conjunto, libertando-nos do eu, sendo assim cada um mais o que realmente é. Como um quinteto a solo neste projecto, respiramos o mesmo ar e acertamos os nossos gestos e sonoridades fingindo o que deveras somos, um conjunto de impressões e solidões partilhadas. E fazemos disso a música que produzimos; e se a música gostar de nós faz-nos ser outras pessoas, com mais alegria. Trocamos identidades para dar à música o que tanto desejamos: a liberdade."

Saxofone Tenor - Carlos Martins
Piano - Bernardo Sassetti
Guitarra - André Fernandes
Contrabaixo e baixo eléctrico - Nelson Cascais
Bateria - Alexandre Frazão

Carlos Martins - Do Outro Lado


Azul Mediterrâneo - do álbum "Água"

Joshua Redman no Porto


Quarta | 10 Fevereiro 2010
22:00, Casa da Música (Porto) - Sala Suggia
James Farm featuring

Joshua Redman saxofones
Aaron Parks piano
Matt Penman contrabaixo
Eric Harland bacteria

Com um novo quarteto que junta alguns dos nomes mais importantes do jazz contemporâneo, Redman apresenta na Sala Suggia o virtuosismo e a imaginação que o tornaram uma das principais vozes de uma geração de excepção.

Nascido em Berkeley na Califórnia, filho do aclamado saxofonista Dewey Redman, Joshua passou apenas alguns dias naquela cidade antes do pai decidir mudar-se com a família para Nova York. Lá, a sua mãe decidiu matricular o filho, então com cinco anos, num curso de música indonésia e indiana, num contributo para a expansão dos seus horizontes musicais. Joshua costumava ouvir o pai tocar e passava horas ouvindo discos de Sonny Rollins, John Coltrane e Dexter Gordon. Convencido do interesse do filho pelo instrumento, quando este completou dez anos de idade, Dewey Redman comprou-lhe um saxofone tenor.

Embora sempre tenha demonstrado aptidão para a música, Joshua Redman optou por dedicar-se aos estudos normais e manteve o instrumento em segundo plano. Graduou-se como primeiro aluno da escola e foi admitido em Harvard. Lá passou a tocar na banda da universidade e teve a oportunidade de ganhar experiência ao participar em inúmeras jam sessions, nomeadamente com Delfayo Marsalis. Algum tempo depois, Joshua mudou-se para Brooklin onde dividiu um apartamento com mais quatro músicos de jazz. Foi então que decidiu dedicar-se a tempo integral à música.

Em 1991, Joshua Redman venceu o primeiro prémio para sax tenor no renomado concurso Thelonious Monk International Jazz Saxophone Competition. Desde então tem tocado e gravado com alguns dos maiores nomes do jazz. Entre eles: Elvin Jones, Charlie Haden, Jack DeJohnette, Milt Jackson, Pat Metheny, Roy Hargrove, the Mingus Dynasty, Red Rodney, Paul Motian, e Christian McBride.

O projecto James Farm foi estreado no Festival de Jazz de Montreal, em 2009, e reúne, além do saxofonista, o pianista Aaron Parks, o baterista Eric Harland e o contrabaixista Matt Penman. Partindo do universo acústico do quarteto tradicional de jazz, o grupo pretende incutir-lhe uma atitude moderna e progressiva através de estruturas técnicas e rítmicas complexas e riqueza harmónica, sem nunca esquecer a melodia. Do projecto faz ainda parte uma abertura a influências diversas, desde o universo clássico até ao rock electrónico.

Só é de lamentar que a passagem deste importante quarteto pelo nosso país se limite a um concerto na cidade do Porto. Será efeito da crise?

James Farm em Zurique - 4 de Fevereiro de 2010

Agenda Semanal, 8 a 14 de Fevereiro


Terça, 9 de Fevereiro
19.00h – Teatro Municipal de Faro – Ria Formosa Jazz Band

Quarta, 10 de Fevereiro
22.00h – Casa da Música (Porto) – Joshua Redman Quartet
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) - Francisco Brito (ctb), Vasco Furtado (bat), André Murraças (s)

Quinta, 11 de Fevereiro
22.00h – CCB (Lisboa) – Júlio Resende & Ole Morten Vagan
22.00h – Teatro Municipal da Guarda - Budda Power Blues

Sexta, 12 de Fevereiro
21.30h – Culturgest (Lisboa) – Carlos Martins “Água”
21.30h – Cine-Teatro S. Pedro (Águeda) – Júlio Resende
21.30h – Teatro Municipal da Guarda - Amar Sundy
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Júlio Resende e convidados
22.00h – Cantaloupe Bar (Olhão) - Sweet Punk & Jazz
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Jean-Pierre Como Trio

Sábado, 13 de Fevereiro
21.30h – Theatro Circo (Braga) – As 3 Marias
21.30h – Teatro Cinema de Fafe - Faith Gospel Choir
22.00h – Cantaloupe Bar (Olhão) - Sweet Punk & Jazz
22.00h – Centro das Artes (Sines) – Paulo de Carvalho & Victor Zamora
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Jean-Pierre Como Trio
22.30h – Museu do Douro (Régua) - Lilian Raquel & Cláudio César Ribeiro Duo
23.00h – Casa das Artes (Famalicão) – Trio Pagú
24.00h – Braço de Prata (Lisboa) - António Pinho Vargas

sábado, 6 de fevereiro de 2010

O Hot em casa emprestada



Kari Ikonen Quartet
4 de Fevereiro de 2009, 23.00h
Cabaret Maxime

Enquanto a solução para o Hot tarda, o clube quis honrar compromissos assumidos com músicos estrangeiros, com actuações marcadas para a histórica sala da Praça da Alegria, e marcou para os dias 4, 5 e 6 de Fevereiro concertos com o quarteto sueco-finlandês do pianista Kari Ikonen, em casa emprestada.
O primeiro concerto decorreu no Cabaret Maxime, quase paredes meias com o clube, e serviu para um salutar reencontro dos habituais frequentadores do mais antigo clube de jazz do mundo (dizem, eu não confirmei…).
Coube ao pianista finlandês Kari Ikonen a honra de reunir, em casa emprestada, a tribo do jazz lisboeta.
Ikonen que tem uma ligação estreita ao jazz português. Além de várias actuações no Hot, passou pela escola do clube, viveu em Lisboa durante três meses, ao abrigo de uma bolsa de estudo, tocou e compôs com diversos músicos nacionais. Pelo que foi igualmente com emoção que o finlandês encarou este seu regresso a Lisboa.
A acompanhá-lo estiveram outro finlandês no contrabaixo, Marko Lohikari, e dois suecos, o saxofonista Fredrik Carlquist e o baterista André Sumelius (um sueco de apelido finlandês).
A Escandinávia há muito se assumiu como um dos expoentes máximos do jazz europeu. Nela convivem várias sensibilidades de viver o jazz. A escola norueguesa liderada pelo pianista russo Misha Alperin e onde se inserem músicos como Tord Gustavsen ou Christian Wallumrod cultiva uma estética ECM de fusão entre o jazz e a música erudita, que inclui também alguns músicos suecos como Bobo Stenson ou Lars Danielsson. Outros músicos preferem a fusão entre o jazz e a música popular escandinava, como Jan Garbarek ou Jonas Knutsson. Há ainda uma escola de jazz mais próxima do “mainstream”, construída nos legados de Orsted Pedersen ou na experiência de Arild Andersen, Palle Danielsson ou Jon Christensen. E outra ainda que busca a fusão do jazz com o pop ou a música electrónica, onde pontificam músicos como o falecido pianista Esbjorn Svensson, o guitarrista Terje Rypdal ou o trompetista Nils Petter Molvaer.
Kari Ikonen, apesar de ter iniciado a sua abordagem da música pelo heavy metal, parece hoje mais próximo da estética “mainstream”, embora não enjeite a possibilidade de incluir alguns elementos do rock ou da música erudita nas suas elaboradas composições.
Pianista exemplar, dotado de uma técnica notável e de um apurado sentido de improvisação, distingue-se ainda pela inspiração das suas composições, personalizadas e de elevado rasgo tecnicista.
Entre os músicos que o acompanharam o destaque vai sobretudo para o saxofonista Fredrik Carlquist, dono de um fraseado imaginativo e pleno de swing, capaz não apenas de interpretar, com manifesto à vontade, o elaborado repertório de Ikonen, como até de lhe juntar um fortíssimo cunho pessoal, fruto do perfeito domínio demonstrado do instrumento, para muitos considerado como o “rei” dos instrumentos do jazz.
Foi uma noite de sentimentos à flor da pele, abrilhantada por músicos de enorme valia.
Enquanto esperamos pelo regresso do “nosso” Hot, vale a pena ouvir este quarteto escandinavo e matar saudades das noites de jazz da Praça da Alegria.
Esta noite será a vez do Ondajazz, em Alfama, acolher Kari Ikonen e os seus pares.
Não percam.

Fredrik Carlquist , no clarinete e saxofone, acompanhado por Dave Mitchell e Garry Fimister, interpreta;
"Peace" de Horace Silver (Barcelona, 2008)


I'll Close My Eyes

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Aurora Borealis


Den Signade Dag
Jonas Knutsson & Johan Norberg + Kraja
Skaren: Norrland III
ACT, 2008

Editado em Setembro de 2008, SKAREN: NORRLAND III é o terceiro disco editado pela dupla sueca Jonas Knutsson (saxofones) e Johan Norberg (guitarras, kantele) para a editora alemã ACT.
Nesta obra surgem ainda acompanhados de cinco mulheres: a contrabaixista alemã Eva Kruse e as quatro maravilhosas vozes do quarteto sueco Kraja, composto pelas irmãs Eva e Lisa Lestander e ainda por Frida Johansson e Linnea Nilsson.
Gravado em Estocolmo este trabalho mantém a linha de fusão característica do duo entre o jazz e a música tradicional escandinava, no caso do folclore do norte da Suécia e da denominada cultura Sami.
“Den signade dag” (que significa Aquele Dia Abençoado) é um dos temas tradicionais incluídos no disco, onde o quarteto Kraja surge acompanhado apenas pelo saxofone de Knutsson. Uma pérola a descobrir acompanhada pela aurora borealis das terras no norte.

Jonas Knutsson & Kraja - Den Signade Dag

Mundos


Lambada de Serpente
Aaron Goldberg
Worlds
Sunny Side, 2006

Um belíssimo tema da autoria de Djavan, incluído no excelente álbum do pianista norte-americano Aaron Goldberg "Worlds", editado em 2006 pela Sunny Side. Um disco em que Goldberg, que esteve entre nós em Novembro passado para um concerto no São Luiz, surge acompanhado de grandes nomes do jazz norte-americano: Reuben Rogers no contrabaixo, Eric Harland na bateria e ainda dois convidados muito especiais, Kurt Rosenwinckel na guitarra e a voz da brasileira Luciana Souza.
Está previsto para este mês de Fevereiro o lançamento de um novo trabalho discográfico de Goldberg denominado "Home".

Aaron Goldberg - Lambada de Serpente