terça-feira, 30 de março de 2010

Motion


Bernardo Sassetti Trio
Motion
Clean Feed, 2010

Sete anos depois de Nocturno e após dois anos de preparação saiu o novo trabalho em disco do trio de Bernardo Sassetti, Motion, editado pela Clean Feed.
Este trio, formado pelo pianista Bernardo Sassetti, pelo contrabaixista Carlos Barretto e pelo baterista Alexandre Frazão, já com uma dúzia de anos de actividade, assume-se cada vez mais como uma das primeiras formações do jazz nacional.
Nocturno foi aclamado como um dos trabalhos cimeiros do jazz português até então publicados, e este Motion, se bem que trilhe caminhos diversos, não deixará, com certeza, de colher idênticos elogios e de marcar indelevelmente o panorama musical nacional.
Menos marcado por influências académicas do jazz, Motion prossegue o caminho já desbravado pelo pianista em obras anteriores, particularmente naquelas em que compôs para cinema ou teatro. A música de Sassetti afirma-se cada vez mais como ambiental e com um onirismo que busca inspiração na imagética cinematográfica.
A curiosidade maior deste trabalho reside assim em analisar o modo como o trio se adapta a esta ambiência cinemática que domina actualmente as composições de Sassetti, e simultaneamente, na apreciação da liberdade criativa do pianista no desenvolvimento desta banda sonora imaginária, neste sonho dentro do sonho a que alude a citação de Edgar Allan Poe, escolhida para comentar as imagens sombrias que acompanham o disco.
Musicalmente as imagens transmitidas pelas novas composições e arranjos de Sassetti são sombrias e disformes como as fotografias da capa. Impressões a preto e branco, desenvolvidas com enorme sensibilidade e destreza pelos três excelentes músicos envolvidos no projecto, em que ao lirismo quase romântico do pianista responde o realismo, por vezes perturbante, do contrabaixo de Barretto, e ainda o génio do baterista, com a sua paleta infindável de texturas com que enriquece, ao seu estilo inconfundível, a ambiência geralmente negra das composições.
Sassetti é cada vez mais Sassetti. E essa identidade, reafirmada em cada novo trabalho do pianista, bebe também muito do talento de Barretto e Frazão.
Um grande trio de jazz em qualquer parte do mundo!

Bernardo Sassetti Trio - Reflexos_Movimento Circular

Jazz na Lusíada



Estão abertas as inscrições para a Licenciatura em Jazz e Música Moderna da Universidade Lusíada de Lisboa.

Coordenada por Ricardo Pinheiro, a Licenciatura em Jazz da Lusíada conta ainda no corpo docente da área instrumental com alguns dos melhores músicos do panorama jazzístico nacional, como Mário Delgado, Afonso Pais, Alexandre Frazão, Demian Cabaud, Jorge Moniz, Joana Machado, Vasco Mendonça, Filipe Melo e Desidério Lázaro.

Para mais informações, os interessados poderão consultar o site: http://www.lis.ulusiada.pt/old/apoio/jazz_musicamoderna/default.htm, ou www.lis.ulusiada.pt

domingo, 28 de março de 2010

Vinicio Wonder


Vinicio Capossela
Solo Show
24 de Março 2010, 21.30h
Grande Auditório da Culturgest (Lisboa)

Vinicio Capossela é um caso ímpar no panorama musical actual. Um daqueles músicos que escapa a qualquer tentativa de catalogação, embora possa facilmente vislumbrar-se influências ou inspirações.
E a sua música vive essencialmente disso, de inspiração. Com uma facilidade admirável, Capossela bebe de tudo o que ouve, preferencialmente daquilo que já todos ouviram milhares de vezes, e dá-lhe a volta… O resultado gera uma empatia quase imediata do público mas consegue igualmente satisfazer críticos, porquanto a tal volta, o toque de Capossela, é frequentemente suficiente para que o italiano se aproprie com pertinências dessas sonoridades comuns, encontradas ao sabor do acaso nos palcos do mundo (há de tudo um pouco, mornas, polcas, rock n’roll, havaianas, tarantellas, valsas, rancheras, tangos, em suma, referências populares oriundas das mais variadas regiões do mundo), e as transforme num repertório criativo, inquestionavelmente da sua autoria.
É um dom invejável!
Claro que por vezes lembra Tom Waits (e que boa lembrança esta…), mas longe de imitar o génio do norte-americano, a lembrança surge pelo timbre rouco e incaracterístico da voz, mas também pela assombrosa manta de retalhos que constitui o repertório de ambos.
E claro está, pela irreverência, que em Waits percorre sobretudo o cancioneiro (e o imaginário) norte-americano, e em Capossela o globalizado dos dias que correm.
Solo Show está longe de ser um concerto a solo. Está longe até de ser apenas um concerto, porquanto a ousadia do italiano transformou cada apresentação do seu espectáculo numa obra multidisciplinar de cariz popular, onde a música se funde com as artes cénicas, com o humor, a magia das ilusões, sejam elas protagonizadas pelo delicioso Christopher Wonder (o feiticeiro, a pinhata humana e entertainer para todo o serviço), seja pelos músicos e restantes colaboradores de Vinicio, que vestem a pele dos mais variados personagens ao longo da apresentação, ao sabor das evocações surrealistas dos textos do compositor.
A espectacularidade das apresentações, aliada à empatia das composições de raiz popular de Capossela, justifica amplamente a sua popularidade, por vezes comparável a uma estrela do rock.
A seriedade, o apuro técnico e a qualidade do seu trabalho justificam amplamente a boa receptividade da crítica.
Depois de um concerto de grande sucesso em 2007, neste mesmo auditório da Culturgest, o mago italiano regressou agora para uma mini tour de quatro concertos em Portugal (com os bilhetes a esgotarem na Culturgest).
Se ainda não foi desta que testemunhou a experiência única que é um concerto de Capossela, não desespere. O italiano seguramente regressará, no futuro, para mais espectáculos. A sua crescente legião de fãs vai certamente exigi-los.

Vinicio Capossela - All'una e trentacinque circa

Agenda Semanal, 29 de Março a 4 de Abril


Segunda, 29 de Março
19.00h – CCB (Lisboa) – Sofia Ribeiro & Marc Demuth
21.30h – Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra) – Stacey Kent
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – 4teto Paulo Lopes

Terça, 30 de Março
13.00h – Fnac Chiado (Lisboa) – Stacey Kent
21.00h – CCB (Lisboa) – Stacey Kent
21.30h – Fnac Colombo (Lisboa) – Saxacordeon
23.30h – Catacumbas (Lisboa) – Messias & The Hot Tones
23.30h – Ondajazz (Lisboa) – Pedro Pinto

Quarta, 31 de Março
21.30h – Cine-teatro Avenida (Castelo Branco) – Stacey Kent
21.30h – Fnac Colombo (Lisboa) – Maria Viana
22.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Luís Figueiredo Trio
22.30h – Ondajazz (Lisboa) - Triângulo

Quinta, 1 de Abril
21.30h – Auditório Municipal de Lagoa – Stacey Kent
22.00h – Cine-teatro de Estarreja – Rodrigo Leão & Cinema Ensemble
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Chibanga Groove
23.30h – Casino Estoril – Kirk Lightsey, Carlos Barretto & Maria Viana

Sexta, 2 de Abril
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Claire Michael 4tet
22.30h – LX Factory (Lisboa)- Bruno Santos “Trioangular”
23.00h – Zé dos Bois (Lisboa) – Rodrigo Amado 4teto e Luís Lopes
23.30h – LX Factory (Lisboa) - Nuno Costa (…)
00.30h – LX Factory (Lisboa) - Nelson Cascais e os Cossacos

Sábado, 3 de Abril
22.30h – Ondajazz (Lisboa) – Vânia Fernandes & Júlio Resende
22.30h – LX Factory (Lisboa) - André Fernandes “Imaginário”
23.00h – Braço de Prata (Lisboa) – Nicole Eitner
23.00h - Bejazz (Barreiro) - Ficções
23.30h – LX Factory (Lisboa) - Demian Cabaud Group
00.30h – LX Factory (Lisboa) - Jeff Davis “Haunted Gardens”

quarta-feira, 24 de março de 2010

1º Festival TOAP


Festival TOAP 2010
2 e 3 de Abril, 22.00h
LX Factory (Lisboa)

Fundada em 2001, a Tone of a Pitch (TOAP) Records surgiu da necessidade urgente de criar uma plataforma de registo e divulgação daquilo que de mais criativo se passava no rejuvenescido universo do jazz em Portugal. Começando por produzir e editar a mais nova geração de músicos nacionais, rapidamente se juntaram ao catálogo as mais conceituadas e estabelecidas gerações anteriores de músicos, assim como artistas um pouco de todo o mundo, desde os Estados Unidos, Inglaterra, Japão, Alemanha, Espanha, etc.

A TOAP tornou-se, e permanece ainda hoje, um modelo de integridade artística e de capacidade de independência. O seu legado mudou a face do panorama do jazz em Portugal abrindo oportunidades aos músicos e elevando os seus padrões de exigência, contribuindo assim de forma directa para o crescimento daquele que hoje pode ser considerada uma cena jazzística portuguesa, conhecida e respeitada internacionalmente.

O 1º Festival TOAP 2010 surge como uma celebração do difícil mas importante caminho que a TOAP percorreu até hoje, ao lado dos músicos que considera parte da “família” TOAP, pela sua dedicação e partilha de ideais artísticos, pondo o lado comercial em segundo plano, e a criatividade e compromisso com a música em primeiro.

Esta é certamente a primeira de muitas edições do Festival TOAP.

Programa:

2 de Abril
22.30h – Bruno Santos “Trioangular”
23.30h – Nuno Costa (…)
00.30h – Nelson Cascais e os Cossacos

3 de Abril
22.30h – André Fernandes “Imaginário”
23.30h – Demian Cabaud Group
00.30h – Jeff Davis “Haunted Gardens”

Preços:
10€ cada noite, com direito a assistir aos 3 concertos e a um disco TOAP
(20% de desconto para sócios do HCP)

André Fernandes - Perto


Nelson Cascais - Knives Out


Nuno Costa - El Dorado: Diários de Uma Viagem (Intro)


Bruno Santos - Submerso

terça-feira, 23 de março de 2010

Festa do Jazz, 8ª Edição


8ª FESTA DO JAZZ DO SÃO LUIZ
16, 17 e 18 de Abril de 2010

Durante três dias o palco e o espaço de encontro do jazz é no São Luiz numa festa de jazz português, um estado da arte do que é ensinado, criado e interpretado ‘por cá’. Cruzam-se no São Luiz, nos dias da festa, nomes conhecidos e nomes desconhecidos, gente mais nova e gente mais velha, jovens promessas e reconhecidos valores do jazz nacional.

Direcção Artística Carlos Martins
Produção Executiva Luís Hilário
Co-organização SLTM ~ Associação Sons da Lusofonia

Apresentação

A 8ª Festa do Jazz do São Luiz, pretende, na continuidade do que aconteceu nas edições anteriores, ser um evento que, ao longo de 3 dias e de mais de 40 horas de espectáculos, vai animar 4 salas do referido Teatro, com Jazz feito no nosso país por alunos de Escolas de Música e por músicos profissionais, que em alguns dos casos, incluem, convidados estrangeiros de reconhecido mérito.

A proposta para a realização da 8ª edição da Festa do Jazz, assentou no indiscutível êxito das edições anteriores. Assim, manter-se-ão os 4 espaços do Teatro que ultimamente têm sido utilizados, incluindo consequentemente, o excelente espaço “conquistado” na edição de 2006 que é a Sala Estúdio Mário Viegas. Para esta sala serão programados, tal como tem acontecido, projectos esteticamente diversificados, que fundamentalmente por razões de mercado, não atingiram ainda a notoriedade que a nosso ver merecem. Como é facilmente compreensível a maioria dos músicos portugueses que se dedicam a esta expressão musical fazem parte deste grupo, merecedor de atenção.

No entanto e tal como nas edições anteriores, a 8ª Festa do Jazz tem como objectivo principal dar a conhecer o trabalho desenvolvido por uma boa parte das Escolas que de norte a sul do País se dedicam ao ensino desta música.
Esta mostra será mais uma vez, feita através da apresentação ao vivo de combos de alunos, sugeridos pelas respectivas escolas. Os referidos (13) combos actuarão, como tem sido habitual, na sala denominada Jardim de Inverno, no período compreendido entre as 14h00 e as 19h00 dos dias 17 e 18 de Abril. Tal como nos anos anteriores, um júri composto por 3 especialistas convidados, votará o Melhor Combo, o Melhor Instrumentista e prováveis Menções Honrosas.

As Escolas convidadas a participar, apoiarão (à semelhança do que aconteceu em edições anteriores) os seus alunos com o transporte até ao Teatro. A Festa do Jazz contribuirá com alojamento para os alunos que vivam fora da região de Lisboa e com um per-diem para todos estes participantes. Possibilitar-se-á também aos jovens estudantes, o livre acesso a todos os concertos e iniciativas da Festa do Jazz, assim como o contacto com outros músicos não só no convívio que a Festa proporciona, mas também através das “masterclasses”, e das “jam-sessions”.

Para além dos concertos, masterclasses e jam-sessions, outra vertente da Festa do Jazz é disponibilizar a todos os participantes e público, a possibilidade de adquirirem C.Ds de jazz, onde músicos nacionais e estrangeiros estão representados, criando para isso durante o decorrer do evento, uma Feira do Disco. Existirá também um espaço de exposição com equipamentos musicais.

Os Destaques de Carlos Martins

“Não sei se felicidade é a palavra certa é mais como uma energia positiva. É impossível simplesmente desistir.” Pina Bausch

É simplesmente impossível desistir. A energia positiva que se desprende de todos e de cada um é a Festa do Jazz do São Luiz. Para chegar a esta simplicidade foi necessário talento, trabalho, paixão e uma visão. Foi necessário criar comunidade e confiança, focagem e abertura. Algo difícil entre nós, portugueses. Mas que os músicos de “Jazz” e a organização da Festa conseguiram fazer em conjunto. É bom reter esta memória do trabalho colectivo. É impressionante como nos podemos surpreender após oito anos.

Gostaria de realçar três pontos nesta oitava edição:

- Decidimos dedicar um dia, o primeiro, ao Hot Club de Portugal.
Depois da catástrofe que foi o encerramento da histórica cave que deixou muitos músicos de jazz sem a sua “casa”, sentimos que a partilha da perda entre músicos, artistas, redes sociais, imprensa, etc, revelou, nesta irónica mutilação, o reconhecimento da sua sublime importância. O que durante mais de 60 anos se passou, nas linhas e entrelinhas das variadas vivências daquele espaço, a influência que teve na vida artística e cultural de Lisboa e do País e a generosidade e altruísmo que emanaram do fundador, Luiz Villas-Boas, são razões mais do que suficientes para esta homenagem ao “Hot na Festa”. Esta “energia positiva” levou à criação de um espectáculo único com participações de várias áreas artísticas.

- O critério que presidiu à escolha dos músicos e grupos convidados em 2010 para os principais concertos dos dias seguintes, têm a ver com a produção de novos discos, recentemente editados ou a editar em breve, com a ajuda da Festa do Jazz (alguns destes trabalhos integram músicos internacionais de grande qualidade, algo que incentivamos para que no próximo ano nos dediquemos à internacionalização do jazz português). Acreditamos que podemos assim realçar a importância da preservação da memória fonográfica de um dos melhores períodos da história do jazz português para o qual a Festa do Jazz tanto tem contribuído. As raras excepções, que resultam de novas propostas por nós apadrinhadas, sublinham a regra deste ano.

- Continuamos a promover o único concurso entre escolas de jazz do País. O que começou por ser uma simples apresentação do trabalho realizado por alunos e professores nas escolas de jazz nacionais, transformou-se numa saudável competição entre os combos mais avançados dessas escolas. A simplicidade da mostra mantém-se. O que melhorou exponencialmente e tornou mais complexa a tarefa do júri, foi a qualidade dos grupos e dos solistas. Os prémios ou menções honrosas, que têm um valor simbólico e não monetário, são altamente estimulantes no início de carreira. Para alguns há um antes e um depois do qual, esperamos, “é impossível simplesmente desistir”.

Carlos Martins
Director Artístico


Programa

16 de Abril
19.00h - Jardim de Inverno - Big Band Escola Luiz Villas-Boas HCP
Big Band Escola Luiz Villas-Boas
Direcção: Luís Cunha

A Escola de Jazz Luiz Villas-Boas / Hot Club de Portugal, promove um ensino baseado na prática e na experiência em conjunto. Em 2009, a direcção pedagógica da escola decidiu, reactivar a disciplina de Big Band com a finalidade de proporcionar aos alunos o contacto directo com o repertório característico das Orquestras e a especificidade da prática musical numa formação deste tipo. Esta Big Band, ainda em fase de formação, será dirigida e coordenada por Luís Cunha e iniciará a sua preparação em regime de estágio, poucos dias antes deste concerto. A sua constituição será anunciada no dia da abertura da 8ª Festa do Jazz do São Luiz, “A Festa do Jazz Português”.

21.00h - Sala Principal - O Hot na Festa
Espectáculo com a participação de: António José Barros Veloso, Bernardo Moreira, Bernardo Sassetti, Camané, Carlos Bechegas, Carlos Martins, Inês Laginha, João Farinha, João Lencastre, João Paulo, José Duarte, Luís Lucas, Manuel Jorge Veloso, Maria João, Nelson Cascais, Paulo Curado, São José Lapa, Tiago Bettencourt, Tiago Maia, Vera Mantero, entre outros.

O “Hot na Festa” do Jazz é um pequeno episódio da grande série de frequências que ao longo dos vários anos habitaram as noites da cave da Praça da Alegria. Entre alguns amigos e reconhecidos frequentadores pensámos criar este espectáculo como um contributo de várias áreas artísticas que são ocupação de uma grande variedade de pessoas que pelas noites e madrugadas do Hot passaram e sobreviveram. É um tributo ao Hot Clube de dentro e de fora, com artistas/pessoas que fazem ou fizeram música e outros que fazem e refazem outras artes com uma coisa em comum: o brilho das memórias de partilha, aprendizagem e divertimento que algumas sessões nos proporcionaram. Um tributo também à pluralidade e cidadania que o Hot nos transmitiu. Um espectáculo colectivo com Pop, Movimento, Representação, Poesia, Fado, Jazz, Performance e “desInstalações”.” Carlos Martins

22.30h - Sala Principal - Septeto de Jazz Hot Clube de Portugal
Septeto Hot Clube de Portugal
Bruno Santos - guitarra
João Moreira - trompete
Claus Nymark - trombone
Pedro Moreira - sax tenor
Rodrigo Gonçalves - piano
Bernardo Moreira - contrabaixo
André Sousa Machado - bateria

O Septeto do Hot Clube de Portugal foi criado em 2001 e é composto por docentes da Escola de Jazz Luiz Villas-Boas. Com músicos reconhecidos no panorama musical nacional, este grupo pretende ir ao encontro de um dos objectivos do Hot Clube, tal como foi idealizado pelo seu fundador: a divulgação da Música Jazz. Tendo já actuado um pouco por todo o país: AngraJazz, FozJazz, Madeira, Festival Jazz Valado, etc... , passando como não poderia deixar de ser, pela “velha”(agora, extinta) sala de concertos do Clube, este Septeto, em 2008 - ano em que o Hot Clube de Portugal comemorou os 60 anos de existência - apresentou um repertório original de Bruno Santos, seu actual director musical. Influenciado pelas sonoridades de músicos como
Wayne Shorter, Joe Henderson, Herbie Hancock ou Dave Douglas, o seu actual estilo pode ser considerado como uma fusão de correntes "mainstream" com novas tendências. Este repertório foi recentemente editado no primeiro disco do Septeto.

24.00h - Jardim de Inverno - Jam-session Hot Clube
Jam-Session Hot Clube
Daniel Hewson - piano + Zeca Neves - contrabaixo + Pedro Viana - bateria

Todas as noites a Festa do Jazz termina em Jam-Session! Pretende-se que nestas jams participem alunos e professores, músicos consagrados e em princípio de carreira. É esta troca de conhecimentos e sensibilidades musicais que tem servido de mote à Festa do Jazz, desde a primeira edição.
O primeiro dia da Festa, dedicado neste momento particular e por razões óbvias, à mais antiga instituição que em Portugal se dedica à divulgação do Jazz, o Hot Clube de Portugal, terá uma jam-session promovida pelo Clube. Espera-se que muitos dos seus músicos amigos, possam estar presentes e que nela participem. O Trio “base” que dará inicio à jam-session será constituído por Daniel Hewson , Zeca Neves e Pedro Viana. Dois deles, são actualmente professores da Escola do Hot Clube, Zeca Neves, foi aluno, professor e membro de uma das bandas que representaram a instituição entre 1990 e 95.

17 de Abril

14.00h/19.00h - Jardim de Inverno - Concertos com os Combos das Escolas de Jazz

15.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Masterclass com Jorge Rossy
Jorge Rossy , nasceu na Catalunha e começou a tocar bateria com 11 anos de idade. Entre 1982 e 89 toca por toda a Espanha, com músicos da cena local como Perico Sambeat, Chano Domínguez, Tete Montoliu, Carlos Benavent, entre outros e também com músicos “internacionais” como Woody Shaw, Jack Walrath, Sal Nistico, Dave Schnitter ou Kenny Wheeler. Em 1989 muda-se para os EUA e pouco tempo depois integra o trio do pianista Danilo Perez e o Paquito D’Rivera (clarinete) Quartet. A partir de 1991 começa a trazer a Espanha, os seus colegas, Joshua Redman, Mark Turner, Brad Mehldau, Kurt Rosenwinkel, Seamus Blake, Chris Cheek, Kevin Hayes,... Em 1995 o Brad Melhdau Trio, com Larry Grenadier e Jorge Rossy, grava pela primeira vez para a Warner Bros. Esta colaboração iniciou uma série de mais de 10 CDs, considerados por muitos como uma nova abordagem na arte do Piano Trio, depois da produzida por Keith Jarrett. Para além da bateria, Rossy tem-se dedicado também ao piano com o qual se tem apresentado em concerto. Até hoje, Jorge Rossy gravou mais de 80 discos como “sideman” e dois como líder do seu próprio grupo.

16.00h - Spot São Luiz - Gonçalo Prazeres + Ricardo Barriga
Gonçalo Prazeres / Ricardo Barriga
Gonçalo Prazeres - sax alto
Ricardo Barriga - guitarra

Este Duo de saxofone alto e guitarra é formado por dois amigos e colegas que partilham o gosto pela procura de novos universos musicais e desafios de improvisação. Gonçalo Prazeres e
Ricardo Barriga apesar de liderarem projectos distintos são também cúmplices nas suas influências eclécticas, baseando o repertório do Duo em temas originais e arranjos de “standards”Jazz e músicas Pop/Rock.

17.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Jorge Moniz “Deambulações”
Jorge Moniz “Deambulações”
Mário Delgado - guitarra
Júlio Resende - piano, melódica
João Custódio - contrabaixo
Jorge Moniz - bateria
convidado: Hugo Alves - trompete, fliscorne

Jorge Moniz, para além de activo baterista da cena nacional, tem também desempenhado um importante papel como pedagogo. Com o seu disco de estreia “Deambulações”, Moniz mostra-nos um irrepreensível bom gosto no desenho dos temas, nos arranjos, na precisão das intervenções e na escolha dos parceiros musicais: Júlio Resende, Mário Delgado, João Custódio e Hugo Alves. O disco conta ainda com Carlos Barretto (contrabaixo) como convidado especial. Como escreveu António Branco nas notas da capa de “Deambulações”,... “escutado o disco, fica particularmente claro que, para Jorge Moniz, a música não tem fronteiras, sendo antes terreno fértil para cruzamento de linguagens e vivências. Motiva-o o impulso da descoberta e da mudança. Esquivando-se a catalogações, a sua música é elegante e límpida, mas nem por isso menos desafiante.”

18.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Demian Cabaud Quarteto
Demian Cabaud Quarteto
João Guimarães - sax alto
José Pedro Coelho - sax tenor
Demian Cabaud - contrabaixo
Marcos Cavaleiro - bateria

O mais recente CD do contrabaixista Demian Cabaud, “Ruínas”, mostra-nos várias facetas deste musico argentino, que vindo dos EUA há já 5 anos, se integrou com naturalidade e competência na cena jazzística portuguesa. Este grupo, um quarteto sem instrumento harmónico, constituído por excelentes músicos oriundos do norte do país, membros inquestionáveis da Orquestra de Jazz de Matosinhos, já certezas do jazz nacional, interpretará melodias escritas por Demian e outros momentos improvisados que completam a narrativa que é o CD “Ruínas”. Esta música soa-nos sempre natural e no registo discográfico a presença em algumas das faixas de um quinto elemento, o pianista Leo Genovese, vem preencher espaços que não sabíamos existir, e adiciona magia a momentos já brilhantes por si só.

19.00h - Sala Principal - Saxofínia + Banda da Armada Portuguesa
Saxofínia + Banda da Armada Portuguesa
José Massarrão - sax soprano
José Lopes - sax alto
Mário Marques - sax tenor
Alberto Roque - sax barítono
Banda da Armada : Direcção - Maestro Délio Gonçalves convidados: André Santos - guitarra / Iuri Gaspar - piano

O Quarteto de Saxofones “Saxofínia” surgiu em 1987 no Conservatório Nacional de Lisboa, na classe de saxofone do Professor Vítor Santos e desenvolve a sua actividade promovendo a música original para este tipo de formação, bem como encomendando obras a compositores portugueses. As suas áreas musicais abrangem as músicas ditas “Clássica”, “Jazz” e “Contemporânea”, tendo nesta última expressão realizado estreias absolutas de obras de António Pinho Vargas, Christopher Bochmann, Daniel Schvetz, Eurico Carrapatoso e José António Lopes.
Em 1903 a “Banda dos Marinheiros” realizou aquelas que são as primeiras gravações efectuadas em Portugal, num total de 26 temas (e outros tantos discos) dos quais existe um exemplar no nosso país e os restantes 25 nos arquivos da EMI em Inglaterra. Desde então, a Banda da Armada tem desenvolvido um trabalho de grande interesse público, tanto ao nível do cerimonial militar e do protocolo de Estado, como no âmbito cultural. Tendo realizado concertos por todo o território português e no estrangeiro, a Banda da Armada tem-se pautado por uma constante evolução e inovação, como é exemplo a inclusão de elementos exteriores ao seu quadro, em variadas apresentações públicas. Actuações conjuntas com a Orquestra Metropolitana de Lisboa e vários grupos corais, assim como vozes e instrumentos solistas são disso exemplo. Fazem parte dos seus quadros alguns dos melhores instrumentistas portugueses da actualidade e ao longo da sua história têm despontado nas suas fileiras, vários compositores de reconhecido mérito. Actualmente, a Banda é dirigida pelo Maestro Délio Gonçalves (1º Tenente Músico, subchefe da Banda da Armada).
O concerto da Festa do Jazz é mais um exemplo dessa evolução e interesse na troca de experiências que a Banda da Armada tem promovido. A ideia teve como ponto de partida os instrumentos de sopro, património comum entre o Jazz e a música erudita, sendo o principal “motor” do concerto a obra “Minton´s Playhouse”, inspirada no homónimo clube de Jazz existente nos anos 40 em Nova Iorque, importante promotor do estilo Bebop. Esta obra invoca a essência do Bebop, integrando num discurso moderno uma orquestração menos frequente na
prática do Jazz. O concerto desta noite que conta também com a participação dos convidados André Santos (guitarra) e Iuri Gaspar (piano), consiste das seguintes obras:
1) Stan Kenton Today ( K.Hanna / P.Rugolo - arr. Koos Mark).
2) Chicago Concerto, para Orquestra e Saxofone Barítono (Richard Peaslee).
Solo dedicado a Gerry Mulligan. Solista - Alberto Roque.
3) Concerto para Saxofone Alto (Mike Mower). Solista - Mário Marques
4) Minton’s Playhouse (James Syler).
5) Sing, Sing, Sing (Louis Prima - arr. Diek Ravenal).

19.00h - Spot São Luiz - Gonçalo Prazeres + Ricardo Barriga

20.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Nuno Costa Quinteto
Nuno Costa Quinteto
João Moreira - trompete
Nuno Costa - guitarra
Oscar Graça - piano, teclados, laptop
Bernardo Moreira - contrabaixo
Marcos Cavaleiro - bateria

Nuno Costa iniciou os seus estudos musicais na Academia de Amadores de Música, em 1998. Posteriormente, ingressou na Escola do Hot Clube Portugal, tendo em 2002 recebido uma bolsa para a conclusão dos seus estudos. Mais tarde, novamente como bolseiro, prossegue a sua formação na Berklee College of Music (EUA), tendo terminado o curso de “Film Scoring” em 2005. Actualmente é responsável por diversos projectos de música para imagens. Paralelamente, mantém um papel activo na cena jazzística nacional tendo estreado recentemente o seu primeiro CD "Reticências entre Parênteses", com edição da TOAP. Considerado um dos melhores discos do ano de 2009, nele transparece uma forte componente visual, fugindo a fórmulas e estruturas pré-definidas. Intimamente ligado ao universo cinematográfico e com um repertório exclusivamente constituído por originais , “este disco revela um projecto original e ambicioso...Uma obra coesa, de enorme coerência e francamente apelativa."

21.00h - Sala Principal - Bernardo Sassetti Trio “Motion”
Bernardo Sassetti Trio - Motion
Bernardo Sassetti - piano
Carlos Barretto - contrabaixo
Alexandre Frazão - bateria

“ Hoje, enquanto escrevo este texto, vivo uma relação profunda entre música e imagem, da fotografia e do cinema, às quais me tenho dedicado com verdadeiro entusiasmo na última década....Passaram 12 anos, desde o nascimento deste Trio. A música para ele composta nasce do nada, apenas ideias que decorrem do pensamento e da imagética do inconsciente. E tal como as palavras de uma obra poética, revelam-se lugares imaginários, e descobre-se um espírito elevado de partilha em volta de movimentos circulares - muitas vezes repetitivos - como se existisse a necessidade de perpetuar um momento ou um determinado espaço, tornando-os de alguma maneira palpáveis...Interpretar histórias em trio, com três instrumentos diferentes que se complementam de forma tão subtil, é para mim a representação máxima da ficção, da introdução do espaço e do momento, do diálogo simultâneo, da provocação artística e da procura conjunta de novos caminhos...Muito do que hoje sei devo-o a este Trio, ao Carlos - irreverente como poucos, sempre em constante diálogo com os outros, "astrológico" - e ao Alexandre - simultaneamente pela força e subtileza que se ouve nas sonoridades da sua bateria e pela energia que dá à dinâmica do Trio. É por esta energia - quase telepática - e pelos caminhos da música no momento que nos deixamos levar, onde eles nos fizerem chegar “.
Excertos de um texto de Bernardo Sassetti, 2009

22.30h - Sala Principal - Júlio Resende “International” Quartet
Júlio Resende International Quartet “Jazzatustra”
Perico Sambeat - sax alto, soprano
Júlio Resende - piano
Ole Morten Vägan - contrabaixo
Joel Silva - bateria
convidada: Manuela Azevedo - voz

Júlio Resende International 4tet é o novo grupo do pianista e “Assim Falava Jazzatustra” o seu novo disco. “Da Alma” (“From the Soul”) o seu primeiro disco foi uma excelente estreia. O mais recente CD, “Assim Falava Jazzatustra”, saiu em Outubro de 2009, contando com os músicos que aqui o acompanham. Perico Sambeat, um dos melhores, talvez o melhor, saxofonista do país vizinho, Ole Morten Vägan conceituado contrabaixista norueguês e Joel Silva, baterista português, pertencente a uma nova geração de excelentes músicos, confirmam-nos a qualidade deste projecto. Por fim e como convidada especial, o Quarteto contará ainda com a participação de Manuela Azevedo, a voz da reconhecida banda portuense, Clã.

24.00h - Jardim de Inverno - Combo 2009 da Escola de Jazz do HCP
Combo Escola Luiz Villas-Boas / HCP - 2009
André Murraças - sax tenor
Tiago Machado - guitarra
Íris Sarai - piano
Francisco Brito - contrabaixo
Vasco Furtado - bateria

Este Quinteto que aqui se apresenta, foi premiado na edição de 2009 da Festa do Jazz, como o melhor Combo de entre os que representaram as diversas Escolas de Música (cursos não Superiores) no concurso que a Festa desde sempre realiza.
Nem todos os elementos deste grupo, continuam alunos da Escola do HCP, no entanto e seguindo uma já tradição da Festa do Jazz este concerto é uma consequência e também um complemento ao prémio que mereceram no concurso da 7ª Festa do Jazz.

01.00h - Jardim de Inverno - Jam-Session

18 de Abril

14.00h/19.00h - Jardim de Inverno - Concertos com os Combos das Escolas de Jazz

15.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Masterclass com Bill McHenry
Bill McHenry nasceu no Maine (EUA) em 1972. Começou a estudar saxofone aos 10 anos de idade e aos 14 entrou na Interlochen Arts Academy onde esteve 4 anos até ingressar no New England Conservatory. Em 1992 mudou-se para Nova Iorque e começa a tocar regularmente com Reid Anderson, Ethan Iverson, Guillermo Klein, Rebecca Martin, Chris Lightcap ou Ben Waltzer, assim como a liderar o seu próprio grupo com o guitarrista Ben Monder, ao qual se juntam Reid Anderson (contrabaixo) e Paul Motion (bateria). Com esta formação gravou “Bill McHenry Quartet, featuring Paul Motion” e actou variadissimas vezes no clube Village Vanguard. Ao longo da sua carreira McHenry tocou com músicos com Charlie Haden, Andrew Cyrille, Henry Grimes, John Abercrombie ou Norah Jones.
Ben Ratliff, crítico de música do New York Times, escreveu: “There are tons of young jazz saxophonists out there pursuing ideas of harmony and structure and rhythm, but he has something rare going for him. He has a sound. Mr. McHenry is a fresh new voice: He can play with unorthodox structure and get as free as you want, but he maintains a ripe, lovely tone straight out of the 1950's. Lyrical is probably the most overused word in jazz criticism, but if anyone deserves the word, Mr. McHenry is the one."

16.00h - Spot São Luiz - Daniel Vieira + João Custódio
Daniel Vieira / João Custódio
Daniel Vieira - sax alto
João Custódio - contrabaixo

Daniel Vieira e João Custódio são dois jovens músicos que fazem parte de uma geração já com grande experiência profissional. Fazendo ambos parte de projectos diversos não é por acaso que se reencontram neste Duo. Aqui apresentam um trabalho que estilísticamente tem muitos pontos em comum. Apesar de no passado já se terem encontrado em bastantes projectos, é neste formato que podem partilhar de uma forma mais intensa, o gosto por uma procura constante de novas sonoridades.

17.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Gonçalo Marques Trio + Bill McHenry
Trio de Gonçalo Marques + Bill McHenry
Gonçalo Marques - trompete Bill McHenry - sax tenor Demian Cabaud - contrabaixo Bruno Pedroso - bateria

Gonçalo Marques estudou na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal e no Berklee College of Music (EUA). Considera que os professores que mais o influenciaram foram João Moreira e John McNeill. Actualmente, para além de estar activamente envolvido no meio Jazzístico português, é professor da Escola do Hot Clube, da ESML e director pedagógico do "Férias com Jazz", uma iniciativa do CCB. O Trio de Gonçalo Marques nasceu há cerca de 3 anos e tem-se apresentado com regularidade um pouco por todo o país. Este concerto tem como referência e temática a gravação do seu primeiro CD "Da Vida e da Morte dos Animais" para a editora TOAP. O seu repertório é composto exclusivamente de temas originais e conta com a participação de Bill McHenry, um dos mais originais saxofonistas do Jazz actual. Será um privilégio para podermos também contar com ele neste concerto da Festa do Jazz do São Luiz.

18.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Alexandre Diniz Quarteto “Alba”
Alexandre Diniz Quarteto “Alba”
Alexandre Diniz - piano
António Pinto - guitarra
Massimo Cavalli - contrabaixo
Carlos Miguel - bateria

O Alexandre Diniz Quarteto nasceu em 2007 da vontade de criação de temas originais que reflectissem um som contemporâneo, partindo do chamado jazz americano, para uma exploração de elementos mais comuns no jazz europeu. “Alba”, o primeiro disco de Alexandre
Diniz como líder deste quarteto, é quase todo constituído por composições suas e do guitarrista António Pinto, além de duas versões, “Slink” e “Dienda”, respectivamente de Lyle Mays e Kenny Kirkland. Na essência de “Alba” está a busca de um som de quarteto, quase sempre sem dobragens, em que o único instrumento eléctrico é a guitarra. “Alba” reflecte ainda a ideia de que o jazz é uma música do mundo, em que cada cultura a observa da sua perspectiva e para ela contribui.

19.00h - Sala Principal - Orquestra de Jazz de Lagos
Orquestra de Jazz de Lagos
Direcção: Hugo Alves António Flosa, Paulo Rodrigues, Pedro Rijo, José Santos, Eveline Sakkers - saxofones Roger Clarke, Helder Vicente, Luciano Santos, Ray Charsley - trombones Hugo Alves, Claúdio Gomes, José Fernando Santos - trompetes Ricardo Coelho - piano / Hugo Santos - contrabaixo / Filipe Sequeira - bateria José Ribeiro - voz

A Orquestra de Jazz de Lagos / Associação Músicas No Sul, nasceu em 2004 de uma ideia do músico Hugo Alves, contando desde o início com o Alto Patrocínio da Câmara Municipal de Lagos. Três meses após o seu primeiro ensaio, a OJL apresentou-se ao público, também pela primeira vez, com uma formação que incluía 18 músicos. Seu mentor e director, Hugo Alves, trompetista importante da cena jazzística, já com três CDs editados em seu nome, tem com esta formação, a possibilidade de pôr em prática toda a experiência adquirida em Big Bands, ao longo de vários anos de actividade. Hoje, a OJL executa mais de 150 temas em permanência, organizados em cinco repertórios que visam a maior parte dos clássicos de Big Band (Ellington, Basie, Miller, Nestico...). Com uma média de 50 concertos/ano a OJL, já actuou em diversos contextos tendo contado com inúmeros convidados, como Bobby Medina, Ricky Taylor, José Menezes, Luís Cunha, Lars Arens, entre outros. A OJL detém Declaração de Elevado Interesse Público, atribuída pelo Ministério da Cultura.

19.00h - Spot São Luiz - Daniel Vieira + João Custódio

20.00h - Teatro-Estúdio Mário Viegas - Tetterapadequ “Quartet”
“Tetterapadequ”
Daniele Martini - sax tenor Giovanni Di Domenico - piano Gonçalo Almeida - contrabaixo João Lobo - bateria

"Tetterapadequ é um quarteto de jazz direccionado para uma vertente de improvisação livre, que representa o encontro entre dois músicos lisboetas, Gonçalo Almeida e João Lobo, e dois músicos romanos, Giovanni Di Domenico e Daniele Martini. Duas latitudes diferentes que se cruzaram na Holanda , quando os quatro músicos aí estudavam nos conservatórios de Haia e Roterdão e que originou a formação deste quarteto, em 2005. Em 2008 o quarteto lançou o seu primeiro disco "and the missing R" pela editora portuguesa Cleanfeed.

21.00h - Sala Principal - André Fernandes Peter Rende Matt Pavolka Jorge Rossy
“Fernandes - Rende - Pavolka - Rossy”
André Fernandes - guitarras eléctrica e acústica
Peter Rende - piano, fender rhodes, acordeão
Matt Pavolka - contrabaixo, baixo-eléctrico
Jorge Rossy - bateria

“Este grupo foi imaginado a pensar primeiro no Peter Rende, nas suas cores, sensibilidade e sons. Será uma estreia nesta edição da Festa do Jazz e o plano é fazer deste encontro um novo CD. A história é longa; conheci-o, entre tantos sítios possiveis, em Tel-Aviv, há 14 anos. Desde logo ficámos amigos e pouco tempo depois começámos a tocar juntos, em Portugal, em Nova Iorque, onde nos encontrássemos. A música parece juntar pessoas com as mesmas afinidades, de uma forma natural. Também com sentido de humor comum. Gravou três dos meus discos, e foi crucial na descoberta da minha identidade musical. Creio que nem ele, na sua genuína
humildade, sabe disto. Através do Pete, conheci muitos músicos que vivem a música da mesma forma que nós, e através desses, muitos outros. Um deles foi o Matt Pavolka. O seu mundialmente conhecido mau feitio (e simultânea simpatia e sentido de humor) transparecem no seu som cheio, preciso, humano, sólido e solto como só acontece em artistas que são o que tocam e vice-versa. E através dos dois, conheci agora o Jorge Rossy, com quem há já muitos anos, ambicionava tocar. Não sei o que vai acontecer, mas tenho esperança “.
André Fernandes.

22.30h - Sala Principal - Carlos Bica + “Matéria Prima”
Carlos Bica & Matéria Prima
João Paulo - acordeão, teclados, piano
Mário Delgado - guitarra
Carlos Bica - contrabaixo
João Lobo - bateria
Matthias Schriefl - trompete

Ao longo do seu percurso musical, Carlos Bica tem tido a oportunidade de tocar com músicos de diferentes nacionalidades, provenientes das mais diversas escolas e estilos musicais. Independentemente das suas qualidades individuais como instrumentistas, segundo o próprio Bica, o que desde sempre o mais motivou foi a inteligência emocional que diferencia alguns desses músicos; “essa habilidade para contar histórias que vivem de emoções através da matéria-prima que é o som”. Apesar da universalidade que a música possui, poder-se-á falar da existência de um “portuguesismo” na música improvisada feita no nosso país. O actual projecto, apesar da presença do trompetista Matthias Schriefl, um dos mais notáveis jovens talentos do jazz feito na Alemanha, surgiu dessa vontade de fazer nascer um colectivo musical constituído na sua essência por músicos portugueses. Amigos de longa, ou menos longa data, todos eles gostam de ser surpreendidos por esta Matéria-Prima tão única que é... o Som.

24.00h - Jardim de Inverno - Entrega dos Prémios aos Combos de 2010 + Combo 2009 da ESMAE
Ensemble da ESMAE - 2009
Fernando Bouzón - sax tenor Ismael Silva - vibrafone Bruno Macedo - guitarra Juan Buenafuente - piano João Cação - contrabaixo João Martins - bateria

Este Sexteto foi convidado para este concerto, na sequência do prémio com que foram agraciados na 7ª edição do concurso de Combos que a Festa do Jazz realiza. Representantes da Escola Superior da Musica e das Artes do Espectáculo do Porto, este Sexteto foi premiado na edição de 2009, como o melhor Combo de entre os que as diversas Escolas Superiores de Música, fizeram participar. É um privilégio poder voltar a reunir um ano depois, todos os elementos desse grupo. Integrando músicos portugueses e da Galiza, este Sexteto é sem dúvida mais um digno representante da ESMAE que não deixará de nos prendar com música de excelente qualidade.

01.00h - Jardim de Inverno - Jam Session

Livre-Trânsito a 15, 25 e 30 euros respectivamente para 1, 2 e 3 dias.
As masterclasses e os concertos do Spot São Luiz e Jardim de Inverno têm entrada gratuita.

Up to Nine no Ondajazz


Desbundixie + Filipe Melo
Up to Nine
Ondajazz (Lisboa)
27 de Março, 22.30h

Desbundixie é um projecto que surgiu em 2000 e que tenta reviver o estilo jazzístico denominado de Dixieland, buscando inspiração nas sonoridades nascidas em New Orleans no princípio do séc. XX para os dias de hoje. È também uma viagem pela história do jazz e da sua génese, sendo uma vertente importante para a compreensão
deste estilo. Composto na sua base por sete elementos, os quais contam já com um disco editado em 2007 chamado “Kick’n Blow”.
Este projecto apresenta temas escritos de época, orquestrados por estes músicos. Deste modo é feita uma abordagem ao estilo Dixieland, com uma linguagem específica da banda, marcada pelo improviso e pela irreverência que a caracteriza. “Up 2 Nine” é o mais recente disco da banda, que conta com a participação de 2 grandes músicos nacionais, a Maria João na voz e o Filipe Melo no piano. Um disco com muita energia, que conta com 14 músicas onde se pode encontrar alguns dos temas mais conhecidos e celebrizados nos anos 20 e 30 como é o caso dos lendários “What a Wonderful World”, “Baby Won’t You Please Come Home?”,” West End Blues”,”Hello Dolly!”, entre muitos outros.

Manuel Sousa (trompete)
Flávio Cardoso (clarinete)
César Cardoso (tenor sax)
Ricardo Carreira (trombone)
Daniel Marques (tuba)
João Maneta (bateria)
Filipe Melo (piano)

Desbundixie - Hello Dolly

Masterclass com Carlos Bica


Masterclass Carlos Bica
15 de Abril, 15.00h
Auditório 4, Universidade Lusíada

No âmbito da masterclass a realizar na Universidade Lusíada de Lisboa, o músico Carlos Bica dará uma aula no dia 15 de Abril de 2010, no Auditório 4, às 15H00. Para tal, irá valer-se da sua extensa experiência performativa e académica para abordar algumas temáticas relacionadas com a improvisação, relacionando-as com os pontos de vista individual e colectivo da performance do jazz.

Este tipo de evento tem-se revelado determinante na formação dos músicos, uma vez que põe os alunos em contacto directo com especialistas estrangeiros, proporcionando-lhes um trabalho focalizado em aspectos concretos relacionados com a música sob os pontos de vista teórico e prático.

Carlos Bica & Azul - Luscious

Lokomotiv tem novo disco


Lokomotiv
Carlos Barretto, José Salgueiro e Mário Delgado
Apresentação do disco "Labirintos"
6 de Abril, 21.30h, Cinema São Jorge (Lisboa)
29 de Abril, 21.30h, Teatro Helena Sá e Costa (Porto)

Depois do trio ter apresentado o novo repertório no saudoso Hot Club, durante três noites de Novembro passado, é tempo de o lançar em disco, sete anos depois da última edição do Trio Lokomotiv.
Liderado pelo contrabaixista Carlos Barretto, um dos maiores virtuosos do jazz nacional, que se faz acompanhar pelos não menos excepcionais José Salgueiro na bateria e percussão e Mário Delgado na guitarra eléctrica, o trio Lokomotiv é uma das mais originais formações do nosso jazz, com mais de uma década de música, discos, espectáculos e colaborações com grandes músicos nacionais e estrangeiros.
Um concerto absolutamente obrigatório!

Trio Lokomotiv - Radio Song

Sofia Ribeiro e Marc Demuth Duo


Sofia Ribeiro e Marc Demuth
Be Jazz CAFE (Barreiro), 27 de Março, 22.00h
CCB (Lisboa), 29 de Março, 21.30h

A portuguesa Sofia Ribeiro e o luxemburguês e Marc Demuth conheceram-se em Barcelona, quando ambos frequentaram um curso na Escola Superior de Música da Catalunha, em 2003, ao abrigo do programa ERASMUS. Foi o início de uma extensa colaboração que já permitiu a gravação de dois discos e a realização de inúmeros espectáculos na Europa, EUA e África.
Com uma sólida formação musical, o duo explora minuciosamente o intimismo da conjugação da voz com o contrabaixo, deixando amplo espaço para a improvisação e diálogo entre os dois intérpretes.

Marc Demuth 4teto com Sofia Ribeiro - Samba em Prelúdio (Luxemburgo, 2009)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Destaques na Nova Temporada da Culturgest


RED Trio + John Butcher
Ciclo “Isto é Jazz?” Comissário: Pedro Costa
7 de Abril, 21.30h
Pequeno Auditório (Lisboa)

Piano Rodrigo Pinheiro Contrabaixo Hernâni Faustino
Bateria Gabriel Ferrandini Saxofones tenor e soprano John Butcher

O RED Trio é uma das mais agradáveis surpresas na improvisação em Portugal dos últimos anos. A sua música reflecte os percursos musicais, os gostos, os credos de cada membro do grupo. No RED Trio tudo é denso, por vezes visceral. A sua estética aproxima-se do free jazz para dele se distanciar logo de seguida. Bebe na tradição da improvisação europeia mas é muito mais do que isso.
No seu segundo ano de existência e no lançamento do seu primeiro álbum intitulado RED Trio, a banda apresenta-se em formação expandida: convidou para se juntar a ela um dos músicos favoritos dos seus elementos, o saxofonista britânico John Butcher.
O RED Trio foi formado em 2007 por Rodrigo Pinheiro no piano, Hernâni Faustino no contrabaixo e Gabriel Ferrandini na bateria, todos eles destacados elementos da nova geração de músicos da cena portuguesa de improvisação livre. Partindo do clássico trio de piano, o RED Trio afasta-se deste paradigma colocando no mesmo plano de importância sonora todos os instrumentos que o constituem, todos eles tendo uma participação forte no som do grupo. É das intersecções, confluências, perturbações e utilização de técnicas extensivas que surge o discurso único do grupo: uma gama dinâmica que vai do quase silêncio até descargas de energia sónica plenas de violência. Com mais de dez concertos em Portugal desde a sua criação (Hot Clube, Moagem, Teatro Viriato, Teatro Académico Gil Vicente, Zoom Cineclube, entre outros) vê, agora, a regularidade e qualidade dos seus concertos premiada com a edição do seu primeiro álbum editado pela Clean Feed.
Numa entrevista à revista italiana Alter Musiche, John Butcher afirmava que nos seus concertos preferia, em vez de sobrepor a sua voz à do conjunto, tocar entre o discurso dos outros músicos, e com pequenas ideias subtis mudar todo o sentido e direcção da música produzida. Este conceito acaba por ser a definição perfeita do estilo e da abordagem com que Butcher e os elementos do RED Trio encaram o processo de criação musical em tempo real. É desta comunhão de ideias que este novo quarteto, que agora se apresenta na Culturgest, promete uma música de forte personalidade e de resultados surpreendentes.

Red Trio - 2008 (Moagem)

RED Trio - Moagem 1 from Rodrigo Pinheiro on Vimeo.




Ted Nash Quarteto
The Mancini Project
Programador: Manuel Jorge Veloso
13 de Abril, 21.30h
Grande Auditório (Lisboa)

Saxofones Ted Nash Piano Frank Kimbrough
Contrabaixo Jay Anderson Bateria Ali Jackson

Competentíssimo músico de estante e solista de mérito da Lincoln Center Jazz Orchestra, dirigida por Wynton Marsalis, o saxofonista norte-americano Ted Nash está desde há muito apostado numa carreira individual, liderando formações instrumentais de constituição muito diversa para a concretização de projectos musicais próprios e altamente individualizados. Para além disso, foi membro fundador e elemento muito activo do Jazz Composers Collective, um conjunto de músicos radicados em Nova Iorque, todos eles instrumentistas e compositores de primeiro plano e que muito têm contribuído para a renovação do jazz contemporâneo.
Entretanto, o projecto que Ted Nash vai apresentar neste concerto da temporada de jazz da Culturgest distingue-se pela escolha de um repertório que não é da sua autoria mas que saiu da talentosa pena de Henry Mancini, um dos compositores mais importantes e prolíficos do cinema norte-americano, com cerca de duas centenas de filmes no seu activo.
Mancini não deve apenas ser circunscrito à música para o cinema popular ou mais ou menos sofisticado, como a série Pink Panther (iniciada em 1963) ou Breakfast at Tiffany’s (1961) mas ainda como compositor ligado a obras de maior fôlego na história do cinema, como a obra-prima Touch of Evil (Orson Welles, 1958) ou ainda Charade (Stanley Donen, 1963) e The Glass Menagerie (Paul Newman, 1987), para apenas referir estes, ou mesmo a série policial televisiva Peter Gunn, que ficou famosa na passagem dos anos 60 para os anos 70.
Interessante é que a ligação de Ted Nash às partituras de Henry Mancini não é apenas de carácter musical mas também sentimental e familiar, uma vez que o jovem Ted costumava frequentar os estúdios onde essas bandas sonoras eram gravadas, porque das orquestras faziam parte o seu tio e o seu próprio pai.
Enfim, um concerto que pode ser ainda reconfortante para o imaginário e a memória cinematográfica do espectador.

Matisse Jazz, bu Ted Nash



Jamie Baum Septeto
Solace
Programador: Manuel Jorge Veloso
21 de Maio, 21.30h
Grande Auditório (Lisboa)

Flautas Jamie Baum Trompete Ralph Alessi ou Taylor HaskinsTrompa Chris Komer Sax-alto, clarinete-baixo Doug Yates Piano e teclados George Colligan Contrabaixo Johannes Weidenmüller Bateria Jeff Hirshfield

Não anda propriamente nas bocas do mundo esta Jamie Baum, talentosa flautista do jazz contemporâneo; mas os observadores e conhecedores atentos da cena do jazz norte-‑americano vêem na sua trajectória musical um percurso altamente inovador em termos instrumentais e composicionais. Revelando um apurado conhecimento das possibilidades expressivas dos instrumentos que compõem o seu septeto – e escolhendo como intérpretes a nata do melhor jazz actual – Jamie Baum tem vindo a impor-se como uma criadora que sabe tirar partido da componente escrita do jazz (um aspecto primordial da sua música), mas sem que os rigores da composição limitem a liberdade de improvisação e a harmoniosa inserção desta na música pré-determinada. Estudiosa dos compositores eruditos – e, acima de tudo, influenciada pelos grandes autores seus compatriotas – Jamie Baum sabe evocar, como poucos, essas influências, tornando o seu jazz particularmente original e exigente. É por isso que o seu projecto mais recente (Solace) mais uma vez reflecte esses princípios de composição, não apenas nas suas próprias obras como ainda na assim intitulada The Ives Suite, peça inspirada em duas obras-chave do repertório de Charles Ives, cujos processos de instrumentação e inovações orquestrais a deixaram completamente rendida e cuja interpretação estará certamente presente neste concerto.

Jamie Baum Septet - Solace (Nova Iorque, 2009)



Mostly Other People Do the Killing
Ciclo “Isto é Jazz?” Comissário: Pedro Costa
26 de Maio, 21.30h
Pequeno Auditório (Lisboa)~

Trompete Peter Evans Saxofone alto Jon Irabagon
Contrabaixo Moppa Elliott Bateria Kevin Shea
Dos Mostly Other People Do the Killing (MOPDTK), sediados em Nova Iorque com 4 CD’s editados, diz Moppa Elliott, líder do grupo: “mais do que confinar a música a um só estilo ou período histórico, os MOPDTK fundem todo o espectro do jazz e das várias formas da música improvisada numa só costura sem pontos vísiveis, um Uber-Jass (n.t. para além do Jazz)”. Eles próprios auto-intitulam-se como “New York’s Terrorist Be-Bop Uber-Jass Quartet”.
Elliott cresceu numa família de académicos e a banda sonora da sua infância foi o vasto catálogo de gravações de jazz que o seu pai ouvia constantemente. Para além de o expor directamente à música, o seu pai, com frequência, em vez de histórias de embalar contava-lhe pequenas anedotas do mundo do jazz. Dessa forma o humor e o Jazz sempre estiveram ligados para Elliott.
Habitualmente comparados às extravagantes bandas holandesas ICP ou o Willem Breuker Kollektief ou até mesmo aos nova-iorquinos Sex Mob pela acutilância e humor das composições e arranjos, a verdade é que a música dos MOPDTK difere bastante no tipo de abordagem e até na execução que acaba por estar muito mais próxima do bebop, por um lado, e da livre improvisação, por outro.
A riqueza da música dos MOPDTK vem de todos os membros do grupo, gozando todos eles de total liberdade para se aproximarem ou distanciarem do tema a todo o momento numa técnica que eles próprios apelidam de “light-switch jazz”.
Os músicos dos MOPDTK fazem exactamente o oposto do habitual, isto é, tentar camuflar influências e criar algo novo. O que eles procuram é tentar descobrir o que é o quê a uma velocidade vertiginosa. A realidade é que se todos estamos completamente submersos em informação, porque não usar isso na música?
Com isto criaram os MOPDTK uma música original, divertida e progressiva como nunca se viu.

Mostly Other People Do The Killing - Baden



José Miguel Wisnike convidados
18 de Junho, 21.30h
Grande Auditório (Lisboa)

Voz, piano José Miguel Wisnik Voz Celso Sim Violão Arthur Nestrovski Teclado, sanfona, piano Marcelo Jeneci

Professor universitário, escritor, pianista, compositor e cantor, autor de livros, de canções e de bandas sonoras para teatro, cinema e dança, José Miguel Wisnik é hoje um artista no qual a música e a poesia encontraram um ponto de confluência maduro e original. Dialogando com a melhor tradição da canção brasileira, indo do samba à vanguarda paulista, de parceiros como Chico Buarque e Caetano Veloso a Guinga e Luiz Tatit, José Miguel é acompanhado neste espectáculo por um grupo diferenciado de instrumentistas e colaboradores.
No violão, Arthur Nestrovski, seu companheiro de anos que, além de ser um magnífico intérprete, é também compositor, escritor e, actualmente, director artístico da Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo. Swami Junior, no violão de sete cordas, compositor e produtor musical, tem acompanhado internacionalmente a cantora cubana Omara Portuondo. Marcelo Jeneci, pianista, tecladista e acordeonista, desponta como um dos mais talentosos e promissores compositores da nova geração. Sérgio Reze desenvolve na percussão uma linguagem inteiramente pessoal, surpreendendo pela gama subtil dos timbres, em que os ritmos se combinam com sons afinados. Completa o grupo um cantor surpreendente, Celso Sim.
O repertório do espectáculo mistura canções já conhecidas de José Miguel Wisnik com outras inéditas, como Os ilhéus, em parceria com Antonio Cícero, Feito pra acabar, em parceria com Marcelo Jeneci e Paulo Neves, e Tenho dó das estrelas, sobre poema de Fernando Pessoa.
Wisnik esteve na Culturgest em Junho de 2007, num espectáculo que ficou na memória de quem a ele assistiu. Entretanto, veio a Lisboa mais duas vezes, convidado pela Casa Fernando Pessoa, sempre com lotação esgotada, alargando o número de fãs em Portugal. Volta agora ao nosso Grande Auditório num concerto que confirmará a excelência e a beleza da sua música.

José Miguel Wisnik - Pérolas aos Poucos



Susan Alcorn
2 de Julho, 22.00h
Culturgest (Porto)

Susan Alcorn (EUA, 1953) tem um trajecto raro para alguém que, como ela, tenta continuamente transcender as fronteiras da expressão sonora e do léxico musical. Começando por tocar guitarra slide, aquando de um encontro fortuito no início da sua carreira com Muddy Waters, que lhe indicou o instrumento como sendo o adequado para os seus intuitos da época, ia igualmente dividindo o seu tempo no dobro, influenciada por mestres como Josh Graves ou Tut Taylor.
Aos 21 anos toma a decisão de pegar na guitarra pedal steel, um instrumento principalmente conotado com a música country & western em que estava imersa. É nesse universo que se mantém concentrada durante largos anos, como uma cotadíssima música de acompanhamento, onde aprende milhares de temas do cancioneiro sulista norte-americano. Paralelamente, começa um estudo sério de formas extraordinariamente diferentes, dedicando-se a Roberta Flack, Mercedes Sosa, Penderecki, Messiaen, John Coltrane e Ornette Coleman, figuras que começaram a permear-se no seu vocabulário.
É em correspondência com o pianista Paul Bley no final dos anos 1980 que o seu trabalho solista começa a desenhar-se nas formas que conhecemos hoje, quando Bley sugere a Alcorn que esse seria o momento em que devia começar a processar e aglutinar toda essa informação estética, e a desenvolver um discurso próprio concordante com a aprendizagem que vinha fazendo. Estará precisamente aí uma das virtudes preciosas de Susan Alcorn, que a separam – com a excepção dos músicos provenientes do jazz – da vasta maioria dos criativos que habitam as regiões da improvisação, bem como da composição mais livre e longínqua de trâmites académicos. É a abrangência da cultura, técnica e abertura estrutural e lexical de Alcorn, que conhece como poucos a história cada vez mais insular da country, e que se estende até à música contínua de Pauline Oliveros, ao jazz existencialmente mais ambicioso, à música gamelã, à canção libertária sul e centro-americana, à composição contemporânea e inclusivamente à história da própria improvisação.
Em 2007 editou o seu mais recente trabalho a solo, And I Await... The Resurrection of the Pedal Steel Guitar (Olde English Spelling Bee). Um tratado essencial das possibilidades discursivas, tonais, texturais, espaciais e anímicas de um instrumento que, tocado por Alcorn, se revela ser.

Susan Alcorn - El Arado

Barretto & Lightsey


DOSE DUPLA
CARLOS BARRETTO E KIRK LIGHTSEY
25 de Março, 22.00h
CCB (Lisboa) - Recepção do Módulo I

A colaboração de Carlos Barretto (um dos expoentes do contrabaixo em Portugal) e Kirk Lightsey (que tocou com gigantes como Dexter Gordon, Pharoah Sanders, Betty Carter e Chet Baker) remonta aos anos 80, período em que o músico português viveu e tocou em Paris.

O duo apresentou-se em Portugal pela primeira vez em 1998, actuando em trio no Hot Clube de Portugal, e reuniu-se no final de 2008, em concerto realizado no Centro Cultural de Cascais e marcado pela profundidade, intensidade e constante busca de inovação e surpresa musical.

CARLOS BARRETTO contrabaixo (Portugal)
KIRK LIGHTSEY piano (Estados Unidos da América)

Dexter Gordon (s) Kirk Lightsey (p) David Eubanks (b) Eddie Ladden (drs)
Blues For Gray (1989)

Dexter Gordon-Blues for Gray
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domingo, 21 de março de 2010

Stacey Kent apresenta novo disco em Portugal


Stacey Kent
27 de Março, 22.30h, Casino da Figueira da Foz
28 de Março, 15.30h, FNAC Guimarães
28 de Março 22.00h, Centro Cultural Vila Flor (Guimarães)
30 de Março, 21.00h, CCB (Lisboa)
31 de Março, 21.30h, Cine-Teatro Avenida (Castelo Branco)
1 de Abril, 21.30h, Auditório Municipal de Lagoa

Stacey Kent regressa a Portugal e abre a sua tournée no dia 27 de Março às 22h no Casino Figueira para promover o seu novo trabalho Raconte-moi. Um disco já há muito esperado. Neste trabalho Stacey Kent revisita grandes clássicos da herança musical francesa com canções de Paul Misraki, Georges Moustaki, Henri Salvador, Michel Jonasz, Keren Ann e Benjamim Biolay, dando a conhecer também o trabalho original de talentosos novos compositores como Claire Denamur, Pierre-Dominique Burgaud e Emilie Satt cujo La Venus du Melo é o single de estreia.

A habilidade para contar uma história, capturar uma emoção, um humor, apurá-lo e compartilhá-lo como se de um segredo se tratasse, com a sua audiência; estas são as qualidades que tornam Stacey Kent tão especial. Feliz em qualquer género, ela lança longe a sua rede à procura de inspiração.

Segundo a crítica, Stacey Kent tem o estilo dos gigantes, como Billie Holiday e Ella Fitzgerald, e entoa as palavras como Nat King Cole, com limpidez e dicção perfeitas.

Com o seu primeiro álbum a solo, em 1997, os críticos saudaram o nascimento de uma nova estrela de jazz. No entanto, Stacey Kent é feliz em qualquer género musical. “Raconte-moi”, o seu mais recente disco que serve de mote a este concerto, é cantando integralmente em francês. Jazz ou chanson francesa? Uma vez mais Stacey Kent cruza diferentes estilos, enquanto deixa o seu carimbo pessoal de uma forma elegante e delicada neste álbum excepcional.

Stacey Kent - Ces Petits Riens (La Cigalle, 2008)

Recital


Fred Hersch
Recital a Solo
26 de Março, 21.30h, Grande Auditório da Culturgest (Lisboa)

Está só ao alcance dos raros talentos do jazz um recital de piano-solo de grande duração. Instrumentista de impressionante destreza técnica, sabendo extrair do piano vários cambiantes tímbricos e assim criando os diferentes estados emocionais que só este instrumento nos pode ofertar, o pianista norte-americano Fred Hersch alcançou, sem dúvida, o estatuto desses raros, tendo já tocado em salas prestigiadas como o Carnegie Hall de Nova Iorque ou o Concertgebouw de Amesterdão. Transformando positivamente a variação e a improvisação jazzística num apaixonante estado de criação e composição instantânea, Hersch faz parte ainda daqueles eleitos para os quais o teclado pianístico se torna uma verdadeira orquestra e as peças que vai buscar à inspiração de terceiros se transformam em composições próprias, com uma marca de origem inconfundível. Grande cultivador das baladas, amplo conhecedor do variadíssimo repertório dos standards e compositor de grande e singular sensibilidade, não admira que, para além de dirigir formações instrumentais próprias, de muito diferente configuração, Fred Hersch tenha tocado ao lado de grandes figuras do jazz, como Stan Getz, Joe Henderson, Art Farmer, Toots Thielemans ou Jane Ira Bloom, entre tantos outros. De uma discografia volumosa e diversificada, alguns álbuns ficaram que retratam a multiplicidade dos seus interesses musicais: a trilogia Songs Without Words, Leaves of Grass (inspirado em Walt Whitman) ou Night and the Music, pertencem ao número dos mais inspirados.

Fred Hersch - So in Love (São Paulo, 2002)